Novidades

23 FEV
Comparativo: Honda Civic Touring x Ford Fusion SEL

Comparativo: Honda Civic Touring x Ford Fusion SEL

Prestígio nunca faltou ao Fusion. Desde seu lançamento no Brasil, há exatos dez anos, o carro lidera o segmento de sedãs médios/grandes com sobras. Juntamente com a reestilização mostrada em outubro, a Ford deu uma importante cartada para manter a supremacia do sedã: a chegada da nova versão intermediária SEL 2.0 EcoBoost.

Partindo de R$ 128.700, o modelo tem a missão de tomar as vendas do Honda Civic Touring (R$ 124.900), propositadamente posicionado pelos japoneses para encarar os rivais do andar de cima.

Se você acha estranho comparar modelos de categorias distintas, vamos analisar os fatos antes de condenar. Nunca houve um Civic tão requintado como o Touring. A versão traz itens inéditos na história do modelo (e ausentes no próprio Fusion), como faróis full led e uma câmera instalada na lateral do espelho retrovisor direito para monitorar pontos cegos.

O Fusion, por sua vez, perdeu as assistências eletrônicas da versão Titanium, mas ainda é uma das opções mais sedutoras para quem busca um sedã médio/grande.

Diante do Civic, ele se destaca pela segurança, saindo de fábrica com oito airbags (contra seis do Honda) e cintos traseiros infláveis. De resto, ambos se equiparam trazendo controles de estabilidade e de tração, câmera de ré, assistência de partida em rampas, botão de partida do motor, painel digital, ar digital bizona e paddle shifts.

Design ousado marca 10° geração

Design ousado marca 10° geração do Civic (Christian Castanho)

Mudanças no Fusion foram discretas

Mudanças no Fusion foram discretas (Christian Castanho)

Alinhados na garagem da Editora Abril, fiquei alguns minutos tentando escolher o mais atraente na minha opinião. Não há como negar que os designers da Honda fizeram um excelente trabalho no Civic, realizando uma mudança entre gerações tão contundente quanto a transição da sétima para a oitava geração – famosa pelo painel digital de dois andares, que infelizmente virou parte do passado.

Mais longo, mais largo e mais baixo do que antes, o Civic ficou imponente, e ainda chama atenção nas ruas – principalmente de donos de outros sedãs médios.

Já o Fusion não parece ter sentido o peso da idade, mesmo passados quatro anos após seu lançamento. A Ford sabe disso, a ponto de ter feito apenas mudanças pontuais. Faróis, grade frontal e para-choques foram atualizados, e a traseira ganhou um filete cromado na altura das lanternas, que agora têm leds.

Beleza interior

Por dentro estão as diferenças mais contundentes. A cabine do Civic é mais ousada que a do Fusion, mas é fácil notar que eles pertencem a categorias distintas.

Cabine é bonita de ver, mas tem muitos plásticos

Cabine do Civic é ousada e bonita de ver, mas tem muitos plásticos simples (Christian Castanho)

Interior prima pelo bom acabamento

Interior do Fusion é sóbrio, mas bem-cuidado (Christian Castanho)

O Civic até se esforça para se afastar das versões mais acessíveis, mas peca tanto por aproveitar peças de carros mais baratos da Honda (como o Fit) quanto por utilizar materiais de qualidade incompatível para quem quer ser rotulado de “premium” – basta notar o barulho das portas ao serem fechadas.

O Fusion não deixa dúvidas de que é um modelo refinado. Além dos plásticos de qualidade superior, as peças são mais bem encaixadas e o acabamento, mais requintado. É verdade que o painel digital e a central multimídia do Civic causam boa impressão, mas ambos parecem acanhados frente ao Fusion.

O grande chamariz do Ford é o Sync 3, que traz uma vistosa tela de 8 polegadas e usabilidade parecida com a de um smartphone. Assim como outros modelos da marca, alguns comandos podem ser ativados por voz.

Painel digital é exclusividade do Touring

Painel digital de alta resolução é exclusividade do Touring (Christian Castanho)

Câmbio com botão giratório lembra os modelos da Jaguar

Câmbio com botão giratório do Fusion lembra os modelos da Jaguar (Christian Castanho)

Por ser 13 cm mais longo e ter 15 cm a mais de distância entre-eixos do que o Civic, o Fusion também é mais espaçoso na frente e atrás, tanto para os joelhos quanto para os ombros (o Ford leva três pessoas atrás com facilidade).

Ambos apostam na combinação de injeção direta com turbocompressor sob o capô. O Civic traz o moderno 1.5 i-VTEC, de 173 cv e 22,4 mkgf. O Fusion aposta no 2.0 EcoBoost, que o acompanha desde a chegada da segunda geração, em 2012. Juntamente com a reestilização, o conjunto ganhou 14 cv (de 234 para 248cv) e um start-stop eficiente e silencioso.

É quase impossível ouvi-lo em ação, graças ao retrabalho no isolamento acústico do Fusion, que colocou novos painéis isolantes na cabine e nas caixas de roda, além de vidros laterais laminados. A Honda também fez o mesmo com o Civic, recheando o carro com materiais antiacústicos.

Motor 1.5 turbo do Civic é econômico e anda bem

Motor 1.5 turbo do Civic é econômico e anda bem (Christian Castanho)

Motor EcoBoost 2.0 do Fusion agora tem 248 cv

Motor EcoBoost 2.0 do Fusion tem 248 cv e torque abundante: 38 mkgf (Christian Castanho)

Subindo de nível

Quem aprecia esportividade gostará do Honda: o motorista se senta em uma posição baixa e fica envolvido pelo veículo. Foi ao volante do Civic, inclusive, que me senti mais à vontade, graças à direção direta e suspensão mais firme, diferente do comportamento pacato do Fusion.

Na pista, nossas medições indicaram um empate técnico nas provas de desempenho, feito surpreendente considerando que o Civic é 75 cv mais fraco – mesmo pesando 300 kg a menos, sua relação peso-potência ainda é inferior à do Fusion.

Nos demais quesitos, o placar ficou em 2 x 1: a Ford levou a melhor em frenagem e nível de ruído (a ponto de o decibelímetro não fazer a medição, tamanho o silêncio em ponto morto), enquanto o Civic deu um banho no consumo: 11,8 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada, contra 8,8 km/l e 13,7 km/l, respectivamente.

A evolução do Civic foi incontestável. Até pouco tempo atrás ninguém diria que ele poderia encarar o Fusion. No fim, fica claro que faltam alguns predicados (como equipamentos e acabamento mais refinado, além do espaço, que não dá para mudar) para a Honda ter chances reais de incomodar os rivais de cima.

O sedã da Ford ainda é uma das referências na categoria. Mas não custa lembrar: nem todo reinado dura para sempre.

Veredicto

O Civic subiu de nível, mas lhe falta refinamento, espaço e conteúdo para bater o Fusion, uma das melhores opções entre os sedãs da sua faixa de preço.

Teste de pista (com gasolina)

Civic Touring Fusion SEL
Aceleração de 0 a 100 km/h 7,9 s 8,0 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 29 s – 185 km/h 29 s – 186 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) 3,3 s 3,5 s
Retomada de 60 a 100 km/h (em D) 4,1 s 4,2 s
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) 5,1 s 4,9 s
Frenagens de 60 / 80 / 120 km/h a 0 15,3 / 27,1 / 65 s  14,4 / 25,1 / 60,5
Consumo urbano 11,8 km/l 8,8 km/l
Consumo rodoviário 14,6 km/l 13,7 km/l
 Ruído interno (neutro/RPM máx.) 36,7/73,4 dbA abaixo de 34/67,8 dbA
Ruído interno (80/120 km/h) 61,3/67,7 dbA 59,4/65,8 dbA

Ficha Técnica

Civic Touring Fusion SEL
Motor gas., diant., transv., 4 cil., 1.498 cm3; 16V, 173 cv a 5.500 rpm, 22,4 mkgf entre 1.700 e 5.500 rpm gas., diant., transv., 4 cil., 1.999 cm3; 16V, 248 cv a 5.500 rpm, 38 mkgf a 3.000 rpm
Câmbio CVT, tração dianteira aut., 6 marchas, tração dianteira
Suspensão McPherson (diant.)/multilink (tras.) McPherson (diant.)/multilink (tras.)
Freios discos ventilados (diant.) sólidos (tras.) discos ventilados
Direção elétrica elétrica
Rodas e pneus liga leve, 215/50 R17 liga leve, 235/45 R18
Dimensões comprimento, 463,7 cm; altura, 143,3 cm; largura, 180 cm; entre-eixos, 270 cm; peso, 1.326 kg; tanque, 56 l; porta- malas, 519 l comprimento, 487,1 cm; altura, 149,3 cm; largura, 185,2 cm; entre-eixos, 285 cm; peso, 1.626 kg; tanque, 62 l; porta- malas, 514 l
Equipamentos de série central multimídia, ESP e controle de tração ar digital, ESP, controle de tração e start-stop
Preço R$ 124.900 R$ 128.700

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

21 FEV

Ford e governo de SP tentam vender fábrica da montadora em São Bernardo do Campo

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), disse nesta quinta-feira (21) que o governo e a Ford tentam vender a unidade fabril da montadora em São Bernardo do Campo. Nesta manhã, o tucano se reuniu com representantes da empresa e o prefeito da cidade do ABC, Orlando Morando (PSDB). Na terça, a montadora anunciou o fechamento da fábrica na cidade em comunicado global. Morando disse ao G1 que o município vai perder R$ 18,5 milhões em arrecadação, sendo R$ 14,5 milhões em... Leia mais
21 FEV

Hyundai Creta ganha pulseira de R$ 1 mil para abrir portas e ligar o motor

“Hyundai Key Brand” também conta passos e notifica quando há chamadas de voz no celular (Divulgação/Hyundai)Diga adeus às chaves do Hyundai Creta, pelo menos na versão de topo Prestige e se você topar pagar R$ 1 mil pelo acessório “Hyundai Key Brand”.Trata-se de uma chave com sensor presencial em forma de pulseira, que permite destravar as portas, o porta-malas e dar partida no motor sem usar a chave. Ou seja: ela desempenha as principais funções de uma chave inteligente... Leia mais
21 FEV

Lançamento do VW T-Cross sela o fim da perua Golf Variant no Brasil

Últimas Golf Variant Highline partem dos R$ 113.490 (Divulgação/Volkswagen)Não é apenas o consumidor quem está trocando peruas por SUVs. Com o lançamento do T-Cross, a Volkswagen deixa de importar a perua Golf Variant do México.A versão esticada do Golf era a última perua da marca no Brasil. O SpaceFox já teve sua produção encerrada na Argentina para ceder sua linha de produção ao Tarek, SUV que chega até 2020 para ocupar o espaço entre o T-Cross e o Tiguan.Perua Variant é... Leia mais
21 FEV

Ford Fiesta dá adeus: em 24 anos, hatch foi espanhol, chorão e gatinho

– (Montagem/Marco de Bari/Divulgação/Ford)O fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo vitimou, de uma só vez, toda a sua linha de caminhões — a única em todo o mundo — e o Fiesta hatch, que era produzido somente naquela unidade.A saída do Fiesta é reflexo de suas vendas tímidas nos últimos anos: foram vendidas 14.505 unidades ano passado, enquanto o Ka emplacou 103.286. Vale lembrar que o sedã, que vinha importado do México, já havia sido descontinuado em... Leia mais
21 FEV

Por lucros maiores, Volkswagen diz abrir mão de buscar liderança do mercado

Em um momento em que a General Motors ameaçou sair do país e a Ford anuncia o fechamento de uma fábrica e a saída do mercado de caminhões, a Volkswagen afirmou que abre mão de liderança em detrimento a uma maior rentabilidade da operação brasileira. A declaração foi o presidente da marca no Brasil, Pablo Di Si. “Se o mercado tiver 60% de vendas diretas [menos rentáveis], posso ser 2º, 3º, 4º, até 5º colocado. Queremos a liderança com carros que as pessoas desejam e... Leia mais
21 FEV

Prefeito de São Bernardo estima queda de R$ 18,5 milhões em arrecadação com fechamento da Ford

O fechamento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, anunciado pela empresa na terça-feira (19), vai reduzir em R$ 18,5 milhões por ano a arrecadação municipal, segundo estimativa do prefeito Orlando Morando (PSDB). Ao G1, Morando afirmou que o município vai perder R$ 14,5 milhões em ICMS (1,7% do total arrecadado com o imposto) e R$ 4 milhões de ISS (0,8% do total). Segundo o prefeito de São Bernardo, o maior impacto não é fiscal, mas na mão de obra. De acordo... Leia mais