Novidades

28 ABR
Impressões: irmão do Renault Kwid quer ser o elétrico mais barato do mundo

Impressões: irmão do Renault Kwid quer ser o elétrico mais barato do mundo

A Renault já registrou a patente do design do Kwid elétrico no Brasil (Divulgação/Renault)

Qualidade a preços acessíveis foi a receita que a Renault aplicou à Dacia, sua segunda marca (que no Brasil se vende com o logotipo da Renault), desde que adquiriu a fábrica (de origem romena), em 1999.

E foi essa filosofia que orientou o projeto do City K-ZE, uma versão elétrica do subcompacto Kwid. O Kwid elétrico será produzido inicialmente na China, na fábrica que a Renault abriu em parceria com a Dongfeng, na cidade de Wuhan, a partir do segundo semestre deste ano, se o surto de coronavírus permitir.

O plano da empresa é fazer o carro na China e vendê-lo em qualquer país em que faça sentido dispor de um automóvel urbano, robusto, espartano e elétrico, a preços sedutoramente baixos aonde nenhum carro elétrico, com lotação para um mínimo de quatro pessoas, chegou até hoje.

“Trata-se de um projeto global”, afirma o CEO da Renault, Thierry Bolloré. E, mesmo que ele não mencione nenhuma região específica, não é difícil adivinhar que mercados como o europeu e o brasileiro podem estar no topo dessa lista.

Até porque já sabemos que aquilo que designamos como os carros do segmento de entrada (Peugeot 108 e Renault Twingo) estão em vias de extinção, pois os custos cada vez mais altos da tecnologia de purificação dos motores serão incompatíveis com esta classe.

Mas, no caso particular do Brasil, o sinal mais claro da oferta do carro foi dado pela própria Renault ao registrar a patente do design da versão no Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial), em meados de 2019.

DA CHINA PARA O MUNDO  

Versão elétrica traz lanternas de led e para-choque traseiro com visual exclusivo (Divulgação/Renault)

Neste momento, mesmo o que existe de mais barato no mercado dificilmente fica aquém dos 25.000 euros (R$ 125.000), como é o caso do novo ID 3, o primeiro elemento da família ID da VW, que vai ser muito extensa, tanto na VW como em outras marcas do grupo germânico.

Quer dizer que o Kwid elétrico tem potencial para dar um impulso populista nas vendas dos carros elétricos em várias partes do mundo, com os seus 3,73 metros de comprimento, quatro lugares verdadeiros (e um quinto de utilização ocasional em pequenas distâncias), 300 litros de bagageiro e uma autonomia razoável um pouco acima de 250 quilômetros.

Tudo isso por um preço abaixo dos 15.000 euros (R$ 75.000) – esse é o objetivo revelado pelo engenheiro-chefe do projeto, Jeremie Coiffier, sem levar em conta eventuais incentivos fiscais concedidos por governos em alguns países, o que pode tornar a proposta ainda mais interessante para o consumidor. ]

E, como não há muitas alterações técnicas a serem feitas no caminho para a Europa ou para o Brasil, é de esperar que o preço se mantenha assim nesses mercados.

A dianteira do Kwid foi redesenhada (Divulgação/Renault)

Logo no dia seguinte ao da apresentação mundial da versão de produção em série no Salão de Xangai, em meados de abril, tivemos a oportunidade de dirigir o City K-ZE na própria pista de testes da fábrica de Wuhan, que em breve produzirá 120.000 desses carros por ano (volume que pode ser ampliado).

E, desde o primeiro contato, ficou claro o que o engenheiro Coiffier quis dizer quando falou sobre padrões de qualidade europeus a preços do mercado chinês.

Afinal, o Kwid nada tem a ver com muitos dos compactos que estão tomando de assalto as ruas e estradas chinesas todos os dias, nesse que é o maior mercado de carros elétricos do mundo (1,2 milhão de registros em 2019, mais do que o total do resto do mundo).

A verdade é que esse pequeno amigo francês se sente muito adulto e maduro, tem um comportamento equilibrado em curva, em parte porque o seu centro de gravidade é bem baixo, dada a colocação das baterias no fundo do carro.

É certo que as baterias são das mais pequenas que existem montadas num carro elétrico – de apenas 26,8 kWh. Mas não deixam de pesar perto de 175 kg, quando o total do carro chega aos 921 kg.

Para a boa impressão deixada pela forma como o carro se comporta dinamicamente, contribui o fato de seu engenheiro-chefe ter sido um dos profissionais que trabalharam na afinação do chassis do novo Alpine A110, o que quer dizer que este senhor Coiffier sabe o que está fazendo.

Isso se nota em todos os trechos da pista: mesmo custando a metade do preço, o Kwid elétrico tem um comportamento mais equilibrado do que smartEQ e e-Up!, da Volkswagen.

Não espere, no entanto, nenhum milagre porque, afinal de contas, o motor elétrico tem apenas 33 kW (44 cv).

O que não é grave em cidade porque o disparo instantâneo da aceleração até 60 km/h em 7 segundos chega bem para o que o motorista pode exigir, o problema é quando saímos para a rodovia e a velocidade máxima não vai além dos 105 km/h, perdendo claramente para o VW e-Up! nesse aspeto.

Também falta capacidade de recuperação de energia, uma vez que essa tecnologia seria demasiado cara para esse carro, que se limita a ir desacelerando pela própria inércia quando você tira o pé do acelerador.

Se quiser frear corretamente, tem que frear sozinho, mas isso é o que acontece com um carro normal a gasolina.

Central multimídia com GPS e conectividade e ar-condicionado são itens de série (Divulgação/Renault)

A autonomia anunciada pela fábrica é de 271 km (no padrão do ciclo europeu NEDC). Dirigir uma hora na pista não nos custou mais de 25% da reserva de energia total disponível.

“Se você ficar abaixo dos 60 km/h, a bateria deve aguentar 350 quilômetros”, afirma Coiffier, o que é um dado importante num carro que será quase sempre usado em contexto urbano em que, seja em qual parte do mundo for ( Xangai, Paris ou São Paulo), se torna muito difícil ir além dessa velocidade.

Movendo a atenção do sistema de propulsão para a cabine, você percebe a fórmula vencedora do Kwid: pode ser barato, sim, mas não parece e não se sente como tal.

Claro que os painéis das portas e o painel de bordo são de plástico puro e os bancos apenas revestidos de tecido, mas quando você fecha as portas não tem a impressão de que o carro inteiro está caindo aos pedaços.

Os materiais são aceitáveis e sem aquele cheiro característico de plástico barato, frequentemente encontrado em carros chineses.

Em relação aos equipamentos, o padrão se alterna entre rudimentar e razoável. Não há ESP e nem airbags laterais, apenas ABS. Mas ar-condicionado, vidros elétricos e central multimídia são itens de série.

Segundo Coiffier, mesmo cobrando pouco, não dá para vender um carro sem o mínimo de recursos.

Melhor quando usado na cidade, o Kwid elétrico agrada em aspectos como acabamento, comportamento dinâmico e preço.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

26 NOV

Preço da gasolina nas bombas cai pela 5ª semana seguida, diz ANP

O preço da gasolina nas bombas caiu 1,3% na semana passada, no quinto recuo seguido, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (26) pela Agência Nacional do Petróleo, do Gás Natural e dos Biocombustíveis (ANP). O valor médio por litro passou de R$ 4,614 para R$ 4,554. O valor representa uma média calculada pela ANP com os dados coletados nos postos, e, portanto, os preços podem variar de acordo com a região. Na mesma semana, a Petrobras reduziu o preço nas... Leia mais
26 NOV

GM deve fechar fábricas e demitir trabalhadores na América do Norte

A General Motors anunciou nesta segunda-feira (26) um plano de reestruturação que pode fechar 5 fábricas na América do Norte e gerar economia de US$ 6 bilhões. De acordo com a agência AP, o plano pode levar a demissão de 14.700 empregados. O processo vai cortar a produção de carros, parar com a produção alguns modelos e reduzir sua força de trabalho nos Estados Unidos e no Canadá, em sua maior reestruturação desde sua falência há uma década. Em 2017, a GM... Leia mais
26 NOV

Rivian promete ser a 'Tesla das picapes' com veículos elétricos aventureiros

A montadora americana Rivian revelou nesta segunda-feira (26) sua picape R1T. Fazendo sua estreia no Salão de Los Angeles esta semana, a empresa ainda vai apresentar o SUV R1S. Os dois são os primeiros modelos da marca que pretende focar no segmento dos "elétricos aventureiros", algo ainda inexplorado pela Tesla. Let the #ElectricAdventure> begin! Introducing the world’s first Electric Adventure Vehicle, the Rivian R1T truck. Visit our website for all the juicy details:... Leia mais
26 NOV

PSA e Toyota devem encerrar produção conjunta de carros pequenos até 2021, diz jornal

O Grupo PSA, formado por Citroën e Peugeot, e a Toyota decidiram encerrar a produção conjunta de carros pequenos até 2021, mas devem cooperar em veículos comerciais leves, informou o jornal francês Les Echos. A Toyota vai adquirir a fatia do PSA na joint venture criada pelas duas montadoras e integrará a fábrica na República Tcheca de Kolin em seu aparato industrial, acrescentou a publicação, sem citar fontes. Os dois grupos ainda expandirão a cooperação na... Leia mais
26 NOV

Conselho de Administração da Mitsubishi Motors também decide afastar Carlos Ghosn

O Conselho de Administração da montadora japonesa Mitsubishi Motors anunciou nesta segunda-feira (12) que destituiu o presidente Carlos Ghosn. Na quinta-feira (22), o executivo brasileiro já tinha sido afastado do Conselho de Administração da Nissan após prisão na semana passada por sonegação fiscal. Um breve comunicado afirma que a diretoria do grupo considerou "difícil" manter no cargo o poderoso executivo, detido há uma semana em Tóquio. Ghosn era o principal... Leia mais
26 NOV

Presidente da Nissan diz que parceria com a Renault 'precisa ser revista', diz imprensa japonesa

O presidente-executivo da Nissan, Hiroto Saikawa, disse aos funcionários da montadora nesta segunda-feira (26) que a parceria com a Renault 'precisa ser revista', segundo a agência japonesa Kyodo News. De acordo com ele, o relacionamento com a parceira francesa "não é igual". A declaração de Saikawa foi feita durante uma reunião transmitida aos funcionários de todo o mundo, em que ele pediu desculpas pela notícia da prisão do ex-CEO da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, na... Leia mais