Novidades

23 ABR
Teste: Audi e-tron é tão tecnológico que às vezes isso até atrapalha

Teste: Audi e-tron é tão tecnológico que às vezes isso até atrapalha

e-tron custará entre R$ 400.000 e R$ 500.000 (Divulgação/Audi)

Com sete anos de atuação no jornalismo automotivo, tem ficado cada vez mais difícil me pegar verdadeiramente surpreendido pelos atributos de algum novo automóvel. Mas o novíssimo Audi e-tron foi capaz de me deixar com a boca aberta das mais variadas maneiras.

Não apenas por ser elétrico, semiautônomo e ter um visual apelativamente chamativo. Sim pela forma com que faz o motorista conviver e interagir com a cavalar dose de tecnologia presente neste SUV de quase 5 metros de comprimento que chega a parecer um hatch gigante.

Lanternas traseiras são integradas (Divulgação/Audi)

Lançado oficialmente no Brasil esta semana, o e-tron traz um robusto conjunto de 36 módulos de baterias com 95 kWh de capacidade e 700 kg de peso, que promete fazê-lo rodar 436 km sem recarga (ciclo WLTP), segundo o fabricante.

A recarga de 80% da energia em 30 minutos pode ser feita num carregador DC de até 150 kW. Em carregador doméstico de 7,2 KW, são necessárias 13 horas para chegar a 100%. Veja abaixo a tabela completa:

 (Reprodução/Audi)

No Brasil, o elétrico será vendido em duas versões. A Performance, de R$ 499.990, traz de série faróis full-led com assistente de luz alta, oito airbags (frontais, laterais, de cortina e dois de joelho), controle de cruzeiro adaptativo com assistente de faixa e frenagem autônoma emergencial, rodas de liga leve aro 21 e assistente de estacionamento com visão 360 graus.

Por dentro, inclui bancos dianteiros em couro com ajuste de lombar, ar-condicionado quadrizona, teto solar panorâmico, volante com regulagem elétrica de altura e profundidade, projeção do logotipo e-tron nas portas laterais e iluminação interna com 30 opções de cores.

Ausência de motor a combustão permitiu a adoção de uma distância entre-eixos bem generosa (Divulgação/Audi)

Na parte de entretenimento, disponibiliza três enormes telas de LCD, uma no quadro de instrumentos e outras duas no console central (uma para a central multimídia, outra para ajustes de ambientação interna do veículo, como ar e luzes), além de comando de voz inteligente.

Como opcionais, o e-tron Performance traz pintura metálica (R$ 2.400) e o chamado Pacote Tecnológico, de R$ 26.000, com head-up display, aviso e preparação de colisão dianteira iminente (pré-tensionamento dos cintos, regulagem dos bancos e fechamento de vidros e teto solar, tudo automático), e assistente de visão noturna.

Dianteira segue a atual identidade visual da Audi. Faróis matrix custam R$ 13.000 (Divulgação/Audi)

Na versão Performance Black, R$ 539.990, a Audi acrescenta aos itens da versão anterior: bancos esportivos em alcantara, teto preto, soleiras de alumínio iluminadas, pinças de freio laranjas, retrovisores externos em preto brilhante e sistema de som Bang e Olufsen 3D com 16 alto-falantes.

Rodonas aro 21 vêm de série, mas freios ganham pinças alaranjadas só na versão Performance Black (Divulgação/Audi)

Entre os opcionais, além do Pacote Tecnológico, há faróis de led matriciais com luzes dinâmicas (R$ 13.000) e o sistema Audi Side Assist (R$ 8.000).

Este último é formado por aviso e preparação para colisão traseira e alertas de perigo ao: abrir as portas para sair do veículo; sinalizar mudança de faixa; manobrar à ré (o popular assistente de tráfego cruzado, incluindo frenagem automática, se necessário).

Mas o mais impressionante é a dupla de câmeras que substitui os retrovisores externos, também opcional no e-tron Performance Black (R$ 13.000). Falaremos dela mais adiante.

No painel, destacam-se as três telas de LCD que funcionam como quadro de instrumentos, central de entretenimento e centro de configurações do ambiente interno do veículo (Divulgação/Audi)

O conjunto motriz dispõe de dois motores elétricos, sendo um dianteiro de 183 cv e 31,5 kgfm posicionado sobre o eixo dianteiro e outro de 225 cv e 36 kgfm sobre o traseiro. A potência combinada é de 408 cv e o torque, 67,5 kgfm.

Podem parecer números exagerados para um carro de passeio, especialmente o de torque, mas que se mostram essenciais quando observamos que o e-tron pesa mais de 2,6 toneladas, o equivalente a uma picape média.

É justamente devido ao torque generoso e entregue de maneira imediata que sua agilidade para acelerar e retomar impressiona tanto. Seus números em nossas três diferentes simulações de retomada ficaram todos abaixo de 3,5 s, e o 0 a 100 km/h foi de 5,2 s.

Bancos possuem ajuste elétrico de altura, profundidade e encostos de cabeça e lombar. E extensão manual do assento para pernas (Divulgação/Audi)

Mais do que isso, a presença das baterias no assoalho ajudou a Audi a constituir um SUV com centro de gravidade baixo. O resultado é um comportamento dinâmico digno de fazer inveja a qualquer esportivo.

Com as suspensões firmes e a direção direta, o prazer de dirigir está garantido. A tração integral, com distribuição de torque de 0 a 100% entre os dois eixos, dinamiza mais ainda a experiência de condução.

E há outro detalhe: o e-tron talvez tenha sido o primeiro elétrico que dirigi sem o menor temor de ficar sem bateria pelo caminho, mesmo em trajetos mais longos.

Manopla do câmbio emula um manche de avião. Apesar da profusão de informações, telas do console central são intuitivas e fáceis de mexer (Divulgação/Audi)

Se multiplicarmos a média de consumo de eletricidade em nosso teste pela capacidade da bateria, teremos uma autonomia de quase 450 km na cidade e acima de 500 km na estrada, mais do que o anunciado oficialmente pela Audi.

Ao mesmo tempo, a inexistência de um motor a combustão, com consequente distância entre os eixos acima de 2,90 metros, proporciona um espaço interno (para pernas e ombros) e um volume de porta-malas abundantes (660 litros).

Por causa do conjunto de baterias localizado no assoalho, a posição dos ocupantes na cabine é um bocado alta, o que compromete um pouco a posição da cabeça. Não a ponto de incomodar um motorista com modestos 1,70 m, caso deste escriba.

Vãos para pernas são enormes na traseira do e-tron, em especial porque não há túnel central com que se preocupar. Mas o espaço para a cabeça não é tão amplo assim (Divulgação/Audi)

E o que dizer do silêncio a bordo? Este chega até a assustar. Não há ruído de motor, o que seria óbvio, mas nem mesmo um resquício de zumbido dos propulsores elétricos invade a cabine. Ao fechar os vidros, a sensação é de ter se isolado do mundo.

Talvez seja isso mesmo, porque toda a experiência de interação com os sistemas do veículo passa por projeções virtuais em telas digitais.

Retrovisor externo por câmera é um opcional de R$ 13.000 (Divulgação/Audi)

É aí que as câmeras externas voltam com tudo à nossa história. Porque preciso admitir: como foi difícil me adaptar a elas! Em dois dias de experiência com o e-tron, a todo o momento eu procurava em vão olhar para os inexistentes espelhos externos ao trocar de faixa.

Só depois de alguns perigosos décimos de segundo me dava conta que deveria estar mirando para o canto superior das portas, onde as imagens das duas câmeras são efetivamente projetadas.

E na hora de manobrar na apertada garagem do prédio? Foi estranho confiar em uma imagem que não me dava a noção de profundidade lateral à qual estou acostumado.

Além disso, seu diâmetro de giro é de 12,2 m, o mesmo de uma Ford Ranger. Resultado: demorei bem mais do que o habitual para estacionar. Talvez seja apenas uma questão de hábito.

Guarnição das portas tem faixas em alcantara. No canto superior direito, a tela que substitui o espelho retrovisor (Divulgação/Audi)

Surpresa positiva foi descobrir que eu regularia os ângulos dos dois retrovisores através da própria tela de projeção do “espelho” esquerdo.

Ou que eu poderia expandir o ângulo de visão da câmera de acordo com a necessidade (como, por exemplo, para enxergar melhor uma guia na hora de fazer uma baliza).

Ou, ainda, que há uma vasta gama de projeções virtuais do veículo na tela multimídia – frontais, laterais, diagonais, traseiras e superior de 360°-, tudo para minimizar qualquer chance de encostar o e-tron em algum obstáculo durante a manobra.

e-tron permite mudar o ângulo das imagens pela própria tela, mas a luminosidade tem de ser ajustada pela central multimídia (Divulgação/Audi)

Nem tão alvissareiro assim foi saber que eu só poderia aumentar ou reduzir a luminosidade dos retrovisores externos pela central multimídia, algo pouco prático numa situação de mudança abrupta de luz, como ao entrar num túnel.

De resto, a interação com as telas do e-tron é muito rápida e intuitiva, seja para configurar os modos de condução ou mudar a temperatura do ar e conectar o celular. É o que se espera de um veículo tão moderno.

Bocal de recarga fica no para-lama dianteiro esquerdo (Divulgação/Audi)

Isso, aliado a outras qualidades, mostra que os carros elétricos estão encontrando o seu caminho rumo à popularização. Que ainda deve demorar um bocado, diga-se, visto que um Audi desses, completo em opcionais, custa R$ 594.390.

De todo modo, se um elétrico popular do futuro for tão confortável e divertido quanto um e-tron, estaremos bem servidos. Só precisaremos de um certo tempo para nos acostumarmos às novas formas de manobrá-lo.

Impossível não se embasbacar com o padrão tecnológico do e-tron. Um carro que transborda futurismo, às vezes até demais.

Aceleração
0 a 100 km/h: 5,2 s
0 a 1.000 m: —
Velocidade máxima: 200 km/h*
*Dado de fábrica

Retomada (em D)
40 a 80 km/h: 2,1 s
60 a 100 km/h: 2,5 s
80 a 120 km/h: 3,2 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 13,2/23,3/52,7 m

Consumo
Urbano: 4,7 km/kWh
Rodoviário: 5,3 km/kWh

Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da edição de abril da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

16 JAN

Hyundai HB20 2019 ganha TV digital de série em quase toda a linha

Linha HB20 ganha central multimídia com TV digital de série em quase todas as versões (Divulgação/Hyundai)Quando de se trata de Hyundai, não há surpresas no início do ano: o HB20 sempre recebe alguma novidade na central multimídia. Agora, há TV digital de série para mais versões.Desde 2018, o modelo já oferecia o equipamento – que era exclusividade da série especial Copa do Mundo FIFA. Apenas a configuração de entrada 1.0 Unique não recebeu o item.Equipamento já estava... Leia mais
16 JAN

Nova geração do Nissan Sentra aparece antes da hora na China

Faróis afilados lembram o sedã norte-americano Altima (Autohome.cn/Internet)O Nissan Sentra – quarto sedã médio mais vendido no Brasil em 2018 – está meio esquecido no nosso mercado. Mas há novidades: na China, a próxima geração apareceu antes da hora.Batizado Sylphy em outros países, o modelo parece uma miniatura do norte-americano Altima. Segundo o site Auto Home, comprimento e entre-eixos ganharam 1 cm em relação ao atual.Modelo ficou apenas 1 cm maior que a versão... Leia mais
16 JAN

BMW Série 7 tem visual e motores atualizados

O BMW Série 7 passou por alterações mecânicas e visuais de "meia vida" - a atual geração chegou em 2015. O modelo foi revelado no Salão de Detroit, nos Estados Unidos. Entre as novidades, quem rouba a cena é novo desenho do sedã. A dianteira ficou 5 centímetros mais alta, enquanto a grade (conhecida por "duplo ruim") está 40% maior em relação ao modelo anterior. Com as mudanças, o encontro entre capô e para-choque acontece de forma menos sutil, dando aspecto mais... Leia mais
16 JAN

Land Rover lança Discovery Sport Landmark por R$ 274.500

O Land Rover Discovery Sport ganhou uma série especial limitada a 70 unidades no Brasil. Por R$ 274.500, a edição Landmark (a mesma do Jaguar XE) tem como proposta o visual diferenciado. Entre as novidades, o modelo tem rodas de liga leve aro 19 pintadas de cinza, mesma cor presente no teto do SUV. A carroceria pode ser apenas nas cores branco ou cinza. Por dentro, ele ganha bancos de couro ganulado com ajustes elétricos, acabamento do teto em preto e teto panorâmico. A... Leia mais
16 JAN

Esta é a nova geração do Chevrolet Tracker, que chega em 2020

SUV está maior e tem motor 1.0 turbo mais eficiente (Reprodução/Internet)Registro no Ministério da Indústria da China revelou o design da nova geração do Chevrolet Tracker. De quebra, ainda revela o quanto o SUV compacto cresceu e como seu novo motor 1.0 turbo é eficiente. O modelo está confirmado para o Brasil, mas só deve chegar em 2020. O fato do modelo ter aparecido na China primeiro não surpreende. Agora o Tracker é baseado na plataforma GEM, uma base global para veículos... Leia mais
16 JAN

Shelby GT500 é o Ford Mustang mais veloz da história

A Ford revelou o Mustang mais veloz da história. Apresentado durante o Salão de Detroit, nos Estados Unidos, o Shelby GT500 supera os 700 cavalos de potência e promete entregar uma "força visceral". O 5.2 supercharged V8 do superesportivo é, de acordo com a Ford, o motor de rua mais potente já produzido com seus mais de 700 cavalos - a marca ainda não confirma o número exato, mas é possível que a potência fique próxima dos 750 cavalos. O torque também não foi revelado. ... Leia mais