Novidades

20 ABR
Deixar álcool em gel no console exposto ao sol faz o carro pegar fogo?

Deixar álcool em gel no console exposto ao sol faz o carro pegar fogo?

Console de carro supostamente queimado por álcool em gel (Reprodução/Internet)

Uma publicação feita nas redes sociais nos últimos dias tem rapidamente sido compartilhada em grupos WhatsApp. Nela, uma fonte anônima afirma que seu carro pegou fogo porque foi mantido por cerca de 30 minutos no sol com a presença de um frasco de álcool em gel exposto na cabine.

“Um aviso muito importante. Não deixem o álcool em gel dentro do carro no sol. Meu carro acabou de pegar fogo. Votei [sic] do mercado e estacionei na rua. Não deu 30mim [sic] e o carro estava pegando fogo. Por sorte o vizinho viu e conseguimos apagar com a mangueira. Graças a Deus ninguém se machucou. Acionei o seguro. Avisem a todos. Muito cuidado com o álcool em gel”, diz o texto da suposta vítima.

Consultamos um especialista na área, tiramos os empoeirados livros de química do ensino médio do baú e fomos pesquisar se havia a possibilidade de a história ser verdadeira. Conclusão: é muito, mas muito provável mesmo, que não passe de mais uma fake news.

Primeiro, porque seria impossível ter havido uma autoignição (popular combustão espontânea) do álcool em gel. O ponto de autoignição do etanol 70% passa de 300°C, temperatura impensável para o habitáculo de um veículo fechado, por mais horas que ele passe sob o sol.

Além disso, a imagem divulgada mostra que, à exceção do bico, o frasco estava intacto. Numa situação de autocombustão, ele certamente explodiria e derreteria todo o plástico.

Tal incêndio só teria ocorrido de fato se houvesse uma fonte de ignição, ou seja, algum agente externo de calor capaz de provocar sua combustão.

Isso porque, se o ponto de fulgor do álcool (a menor temperatura na qual um combustível libera vapor em quantidade suficiente para formar uma mistura inflamável) é de 16,6°C, seu ponto de combustão está acima de 70°C.

Analisando as imagens, as únicas fontes possíveis para gerar esse tanto de calor no ambiente de um carro fechado e desligado, sem ninguém dentro, seriam:

1) O álcool vazou pela fresta do freio de estacionamento e caiu no túnel central, entrando em contato com o cano de escape ainda quente.

2) Houve um curto-circuito na tomada 12V e uma faísca entrou em contato com o álcool vaporizado que havia vazado do frasco.

Mesmo assim, em ambos os casos o líquido vazado teria formado um rastro, que levaria as chamas até o frasco e, de novo, provocariam a queima total da embalagem, e não apenas do seu bico.

Na segunda hipótese, há outro detalhe: o veículo precisaria estar com a bateria ligada para gerar eletricidade à tomada. Além disso, o curto queimaria o adaptador para as entradas USB, mas tanto este quanto o cabo do carregador do celular aparecem intactos na fotografia.

Portanto, o relato muito provavelmente é falso. Deixar um frasco de álcool em gel dentro do carro, mesmo sob o sol, não é tão perigoso assim. Nem mesmo o seu pH será drasticamente afetado.

Mas é claro que há riscos: passar o álcool nas mãos e em componentes como painel, volante e câmbio, e logo depois acender um fósforo ou um cigarro dentro do veículo, por exemplo, potencializam riscos de incêndio.

E aqui vale lembrar: o fogo gerado pelo álcool em gel é invisível durante alguns segundos, o que atrapalha (e muito) o tempo de reação. Por isso, é recomendável usar o álcool em gel sempre com parcimônia e segurança, e isso não vale só para o carro.

Jamais higienize as mãos com álcool antes de acender um fósforo ou mexer com o fogão aceso. E armazene o recipiente sempre em local seguro, certificando-se de que está bem fechado.

Quando possível, prefira higienizar as mãos com água e sabão. O álcool deve ser reservado apenas para situações nas quais não seja possível lavá-las.

O mesmo vale para o seu automóvel: em vez de espalhar álcool em gel pela cabine, que pode danificar as peças de acabamento, priorize aplicar uma solução com água e sabão no painel usando um borrifador. Depois, esfregue a mistura com um pano de microfibra.

Ah, e não menos importante: não acredite em tudo que for relatado nas redes sociais. Especialmente se a publicação for anônima.

Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da edição de abril da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

28 NOV

Placas do Mercosul perderão símbolos de município e estado, decide Ministério das Cidades

O Ministério das Cidades anunciou nesta quarta-feira (28) a retirada dos brasões das novas placas de padrão Mercosul. O modelo brasileiro era o único a contar com os itens, alvos de contestação da ONG Observatório Nacional de Segurança Viária. De acordo com o ministro das Cidades, Alexandre Baldy, a exclusão dos elementos implicará na redução de custos à população. "Com a retirada dos brasões, a placa do veículo permanecerá a mesma por toda a sua vida útil, sem... Leia mais
28 NOV

Fiat reduzirá área de venda de carros de 110 concessionárias e abrirá 20 lojas pequenas e 'digitais'

Concessionárias são lojas enormes, distante dos centros comerciais e repletas de carros, certo? Duas das maiores marcas de veículos do mercado brasileiro estão apostando em uma alternativa: lojas menores que podem estar em pontos antes inacessíveis - pelo custo, principalmente. A Fiat divulgou nesta terça-feira (27) sua primeira "concessionária digital", aberta no começo do mês em São Paulo. A ideia é ter 20 lojas desse tipo até o fim do ano que vem, nas principais... Leia mais
27 NOV

GM vai parar de fabricar Cruze, Volt e outros 6 carros na América do Norte; veja lista

Na última segunda-feira (26) a General Motors anunciou que irá fechar cinco fábricas nos Estados Unidos e Canadá. Além das dezenas de milhares de funcionários que devem ser demitidos, a medida significa também o fim da produção de oito veículos, das marcas Chevrolet, Cadillac, Buick e GMC. Veja abaixo os modelos que devem sair de linha na América do Norte. Chevrolet Cruze O único modelo dos seis que a GM oferece no Brasil. No entanto, a versão vendida por aqui... Leia mais
27 NOV

Insurtechs: empresas digitais de seguros oferecem rapidez e preços baixos

insurtech: insurance (seguro, em inglês) e technology (tecnologia) (Denis Freitas/Quatro Rodas)Em tempos de startups e facilidades tecnológicas, até o seguro de carro entrou na dança. As empresas dedicadas a essa área são chamadas de “insurtech” – de insurance (seguro, em inglês) e technology (tecnologia).Duas delas já estão atraindo a atenção dos segurados.A mais conhecida hoje no Brasil, talvez por ser uma das primeiras, é a Youse, da Caixa Seguradora.“Nossos clientes... Leia mais
27 NOV

Clássicos: Willys Itamaraty, o carro de presidentes e magnatas

O estilo harmonioso é obra do espanhol José Ramis (Christian Castanho/Quatro Rodas)Variante requintada do Aero Willys 2600, o Willys Itamaraty surgiu em 1966 para cativar um público disposto a pagar por um acabamento interno mais luxuoso e inúmeros itens de conforto.Foi tão bem recebido no nosso mercado que serviu de base para a primeira limusine nacional: o Willys Itamaraty Executivo.A estratégia foi promovida pelo presidente da Willys, o engenheiro William Max Pearce. Foi ele que... Leia mais
27 NOV

Ford Mustang fica mais equipado e R$ 16 mil mais caro na linha 2019

A Ford iniciou as vendas da linha 2019 do Mustang, que chega mais equipada, com uma nova opção de cor e mais cara. Agora, o superesportivo parte de R$ 315.900 - ou R$ 16 mil a mais em relação à linha 2018. Na aparência, a única novidade é a adição da cor azul Indianápolis, que substitui o azul Belize. As tonalidades amarelo Silverstone e vermelho Bucareste saíram do catálogo pela baixa demanda, de acordo com a marca. Entre os equipamentos, o Mustang passa a ter um... Leia mais