Novidades

14 ABR
Ferrari Dino GT, a protagonista do maior mistério do mundo dos carros

Ferrari Dino GT, a protagonista do maior mistério do mundo dos carros

Venerada e desprezada na mesma medida, a Dino foi batizada com este nome em homenagem ao filho de Enzo Ferrari (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A Dino é um dos modelos mais famosos já produzidos pela Ferrari. O cupê fugiu à regra dos motores V12 da marca italiana e foi equipado com o inédito V6 de 2,4 litros que gerava 195 cv.

O veículo foi batizado com esse nome para homenagear o filho de Enzo Ferrari, Alfredo Ferrari – conhecido como Dino –, que morreu em 1956 por conta de uma grave distrofia muscular.

Alfredo foi um dos criadores do motor central de seis cilindros. Este projeto foi usado como base para criação dos veículos de maior sucesso da marca, como o F40.

O motor vinha com três carburadores duplos Weber 40; atrás dele ficava o porta-malas (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Além de ser um ícone da indústria automotiva, o modelo também é protagonista de uma das histórias mais misteriosas do mundo dos carros: a Dino enterrada.

De acordo com a Polícia de Los Angeles, Estados Unidos, a história começou em 1978, quando duas crianças encontraram uma superfície metálica estranha enquanto brincavam no quintal.

Sem saber do que se tratava, comunicaram um policial que passava pela rua fazendo ronda no exato momento.

O oficial começou a cavar com as próprias mãos e ao perceber o que era aquilo, comunicou o setor de investigação da polícia local.

A brincadeira de caça ao tesouro realmente colhia frutos naquele momento, afinal, as crianças haviam encontrado uma Ferrari Dino GT 1974 que havia sido roubada.

Ferrari Dino foi enterrada em um quintal de Los Angeles, Estados Unidos (Reprodução/Internet)

A escavação foi finalizada e, preso a correntes, o veículo começou a ser puxado de sua cova.

Os investigadores logo notaram que os criminosos tinham o intuito de retirar o carro da terra em outra oportunidade, uma vez que cobertores tinham sido usados para proteger o interior do veículo.

Além disso, panos que foram colocados nas saídas de escape para inibir a entrada da terra, o que prejudicaria o funcionamento das partes mecânicas.

Mas o que levou o veículo a ser enterrado? Antes mesmo de fundamentar hipóteses, foi ressaltado que a Dino era mais rara do que se imaginava.

Ele era verde metálico – uma das cores mais raras do modelo –, tinha bancos da Ferrari Daytona e rodas maiores do que as de série com calotas douradas, que exigiam uma mudança na carroceria para caberem.

O modelo havia sido comprado pelo encanador, Rosendo Cruz, em setembro de 1974.

Três meses após a compra, o proprietário do veículo e sua esposa foram ao restaurante Brown Derby, local visitado comumente por celebridades de Hollywood.

Estranhando o comportamento dos manobristas do local, Rosendo resolveu deixar o veículo na rua, a poucos metros do estabelecimento. Só não sabia que essa seria a última vez que estacionaria o seu carro.

Ferrari Dino GT foi desenterrada quatro anos após ser roubada (Discovery Turbo/Reprodução)

O dono do veículo não encontrou mais o esportivo, registrou o roubou na polícia e recebeu os US$ 22.500 da seguradora que havia sido contratada.

O caso parecia um roubo comum da cidade, mas após ter sido encontrado, em 1978, toda a investigação recomeçou e duas teorias ganharam força.

A primeira é de que o encanador teria forjado o roubo do veículo para receber o dinheiro do seguro, já que o esportivo não apresentava marcas de arrombamento nem vidros quebrados, dando a entender que os criminosos tinham as chaves do veículo.

Para isso, o proprietário teria contratado ladrões para levar o carro até o sul de Los Angeles, desmontar o veículo e enterrar as peças. No entanto, os bandidos teriam decidido ficar com o carro e, então, enterraram ele tomando os devidos cuidados.

Para provar que haviam feito o serviço, cortaram o emblema que carrega o nome da versão da traseira do veículo para entregar ao encanador, que depois acionaria o seguro para receber o valor do carro.

Na parte de trás do cupê é possível ver o buraco no local onde devia estar a assinatura “Dino GT” – ao lado esquerdo das lanternas direitas (Reprodução/Internet)

A segunda tese é de que o veículo realmente foi roubado. Embora pareça estranho pensar no ato de estacionar uma Ferrari na rua, é válido lembrar que isso é comum no local em que o modelo foi deixado.

O motivo de não haver janelas quebradas e sinais de arrombamentos, segundo esta teoria, é que os criminosos seriam profissionais e, neste caso, utilizaram ferramentas próprias para realizar a ação.

Em posse do veículo roubado, levaram-no para o sul de Los Angeles, na casa de um cúmplice, e iniciaram as ligações para arrumar um comprador. Foi aí que surgiu o problema.

As cores e acessórios encomendados na produção do veículo faziam ele ser extremamente único. Suficiente para não poder rodar pelas ruas da cidade e também manter longe os compradores do mercado alternativo de veículos.

Então, restava uma saída: enterrar o veículo exatamente onde ele estava. Buscaram proteger o Dino da melhor forma para que pudessem desenterrar mais tarde caso um comprador fosse encontrado.

Imaginando que seria difícil acreditar na possibilidade de uma Ferrari estar enterrada no quintal, os criminosos decidiram retirar o nome da versão do veículo da parte traseira como prova de que estavam com ele.

Dino roda normalmente por Los Angeles e participa de encontro de carros (Discovery Turbo/Reprodução)

Embora as duas teses façam sentido, informações desencontradas não deixaram a investigação ser concluída e, até hoje, o caso não possui uma verdade concreta.

Sabe-se que, em 2012, o produtor do programa The Drive, Mike Spinelli, durante uma reportagem, conversou com um dos investigadores da época, chamado Denny Scarrol.

De acordo com Spinelli, Scarrol admitiu que, durante as investigações, informações falsas foram dadas a imprensa. Uma delas foi justamente a de que crianças teriam encontrado o carro enquanto brincavam no quintal.

Na verdade, segundo o investigador, um informante é que teria dito à polícia onde a Dino estava. Ele também levantou a hipótese de que Rosendo Cruz teria sido o mandante do crime para receber o valor do seguro.

Mas, por falta de provas, o encanador foi inocentado. Dali, foi levantada a questão de que a própria pessoa que ajudou a polícia seria o criminoso e estaria acusando o antigo dono do Dino para sair do foco.

Mas, sem provas novamente, o caso seguiu sem um final.

Brad Howard ao lado do Dino totalmente restaurado (Reprodução/Internet)

Durante a reportagem de Spinelli, foi descoberto o paradeiro do veículo. A Dino foi comprada por Brad Howard por US$ 8.000 durante o leilão feito pela seguradora, em 1978, e segue em Los Angeles.

Howard conseguiu restaurar o cupê totalmente – até a pintura verde metálica. O veículo participa de encontros de carro e carrega a placa “Dug Up” – que significa “desenterrado”, em inglês.

Placa do veículo significa “desenterrado”, traduzido do inglês (Discovery Turbo/Reprodução)

Não pode ir à banca comprar, mas não quer perder os conteúdos exclusivos da edição de abril da Quatro Rodas? Clique aqui e tenha o acesso digital.

 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

18 DEZ

Calendário de pagamento do IPVA 2019 na Paraíba é divulgado

O calendário de pagamento do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) na Paraíba, referente ao ano de 2019, foi publicado nesta terça-feira (18) pela Secretaria de Estado da Receita (SER) no Diário Oficial Eletrônico do órgão (Doe-SER). Confira o calendário completo do IPVA 2019 da Paraíba As regras para pagamento do tributo - como, por exemplo, desconto de 10% na cota única à vista, parcelamento em até três vezes - e o calendário ampliado para... Leia mais
18 DEZ

IPVA 2019 fica cerca de 3,34% mais barato para motoristas de SP

Imposto ficará mais barato devido à desvalorização dos veículos no varejo (Carlos Hauck/Quatro Rodas)O IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) em São Paulo ficará, em média, 3,34% mais barato, de acordo com a Secretaria Estadual da Fazenda.Os valores foram reduzidos devido à queda nos preços de vendas de veículos praticados no varejo, segundo levantamento feito pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).As datas de vencimento já estão... Leia mais
18 DEZ

Fusca 1967, de única dona, é restaurado depois de rodar 560 mil quilômetros

A americana Kathleen Brooks, da Califórnia, comprou seu Fusca em dezembro de 1966 sem imaginar que o carro, apelidado de Annie, seria seu parceiro de estrada até hoje. Opala completa 50 anos, e fãs falam sobre amor pelo clássico: 'Nada desagrada'Aposentada, Kombi completa 60 anos da 1ª unidade feita no Brasil Passados mais de 51 anos e 560 mil quilômetros rodados, a Volkswagen conheceu a história dela e seu amado "Fusquinha" e resolveu restaurar o veículo, que é de modelo... Leia mais
18 DEZ

Dez utilitários que fracassaram porque não são tão utilitários assim

– (reprodução/Internet)A Ford lançou na linha 1985 a tração 4×4 para Pampa e Belina, mas a versão afundou na lama com a fragilidade do sistema – o diferencial traseiro da Belina da nossa frota de Longa Duração quebrou tantas vezes que nossos jornalistas decidiram não usar mais o 4×4. Deixou de ser oferecida na linha 1987.– (reprodução/Internet)A cearense Troller tinha como plano vender 1.200 picapes Pantanal em 2006, mas só emplacou 77 veículos em dois anos. Ao comprar a... Leia mais
18 DEZ

União Europeia se compromete a cortar emissões de carros em 37,5% até 2030

A União Europeia (UE) assumiu nesta segunda-feira (17) um compromisso para corte de emissões de dióxido de carbono de carros e vans, resolvendo as diferenças entre países produtores de carros e parlamentares de maior consciência ambiental. Limite mais duro para emissões em caminhões valerá a partir de 2022 no Brasil "Chegamos a um compromisso para cortar emissões de carros em 37,5% e de vans em 31% até 2030”, disse Miguel Arias Cañete, responsável pelo setor de... Leia mais
17 DEZ

Caoa Chery busca associar Tiggo 5X à Jaguar Land Rover e gera mal-estar

Caoa Chery Tiggo 5X já está sendo produzido em Anápolis (GO) (Divulgação/Chery)Quem acompanha a indústria automobilística com mais afinco sabe o quanto a Caoa costuma ser agressiva em suas estratégias de divulgação. Não tem sido diferente com o recém-lançado Caoa Chery Tiggo 5X.Uma ação em especial chamou a atenção de QUATRO RODAS. Uma página dupla presente na última edição da revista Veja faz, em letras garrafais, a seguinte afirmação sobre o Tiggo 5X: “O primeiro... Leia mais