Novidades

29 JAN
Os bizarros carros para PcD soviéticos que eram conduzidos com uma só mão

Os bizarros carros para PcD soviéticos que eram conduzidos com uma só mão

SMZ S-3D tinha motor de moto e foi produzido até 1997 (Reprodução/Internet)

Os carros voltados a clientes PcD podem estar na moda no Brasil hoje, mas nos longínquos tempos da extinta União Soviética eles já eram comuns.

Após a Segunda Guerra Mundial (ou Grande Guerra Patriótica, como era chamada na União Soviética), a Rússia e outras repúblicas soviéticas enfrentavam problemas de mobilidade para o grande número de veteranos de guerra com deficiência física.

Buscaram a solução mais fácil e barata: microcarros com motor de moto que ficariam conhecidos como Invalidka. Para isso, recorreram à Serpukhov Motor Works (SMZ), uma modesta fábrica de motocicletas nos arredores de Moscou.

Ela havia iniciado suas operações em 1941 em local que já havia servido como abrigo para trabalhadores idosos e como uma colônia de trabalho infantil do Ministério do Interior da URSS.

Primeiro carro da SMZ era, na verdade, um triciclo com motor de 123 cm³ (Reprodução/Internet)

A primeira proposta era compatível com a tecnologia da fábrica: o S-1L, definido como uma cadeira de rodas motorizada.

Na prática, era um triciclo com estrutura tubular, guidão, teto de lona e motor de 123 cm³ de 4 cv sem partida elétrica (ligava na cordinha) e incapaz de encarar uma ladeira pouco íngreme, mas que podia ser conduzido apenas com uma mão.

Embora fosse uma solução estúpida tendo em vista o frio, a neve, o granizo e a lama as quais os carros russos são sujeitados, foi produzido mesmo assim a partir de 1953.

Um motor mais potente foi adotado pouco tempo depois. Mas ainda era um monocilindro de 2 tempos e 346 cm³ que gerava parcos 8 cv.

O S-1L não tinha volante, mas sim um guidão (Reprodução/Internet)

Tentou-se produzir uma versão adaptada do microcarro GAZ 18, mas a fábrica não tinha capacidade técnica para tal. Foi então que o Instituto de Automóveis e Motores Científicos (Nami) resolveu ajudar buscando soluções em microcarros estrangeiros.

O S-1L levava até duas pessoas (Reprodução/Internet)

Deste esforço nasceria, em 1958, o primeiro veículo de quatro rodas da SMZ, o S-3A.

Ainda tinha teto de lona, mas a suspensão dianteira era de eixo de torção, a direção tinha sistema de pinhão e cremalheira, e, a partir de 1962, amortecedores hidráulicos. Mas ainda era lento, desconfortável e pouco confiável.

O S-3A tinha algumas evoluções, como caixa de direção e suspensão dianteira similar a do VW Fusca (Reprodução/Internet)

O motor havia passado aos 10 cv e ganhado apenas partida elétrica.

Combinado ao câmbio de quatro marchas, era capaz de levar o carrinho com 2,67 m de comprimento e 500 kg aos 55 km/h de máxima com média de 20 km/l. Seu esforço era facilmente notado, afinal o motor ficava literalmente atrás do banco.

Motor de motor era instalado na traseira… (Reprodução/Internet)

…literalmente atrás do motorista (Reprodução/Internet)

O SMZ S-3A foi produzido ao longo de 12 anos, intervalo de tempo que serviu para a SMZ desenvolver um novo veículo, mais parecido com um carro convencional.

O S-3A podia ser conduzido apenas com as mãos (Reprodução/Internet)

O resultado seria o SMZ S-3D, com visual quadradão e produzido a partir de 1970. Ele era mais versátil e tinha, inclusive, uma versão que também podia ser dirigida por quem tivesse só uma mão e uma perna funcionais.

Entre as evoluções, tinha teto rígido e motor mais potente, de 18 cv, capaz de levá-lo aos 70 km/h.

Mas, com 2,60 m de comprimento, 1,38 m de largura e 1,35 m de altura, ainda era minúsculo. Embora fosse um pouco mais leve (454 kg), seu consumo médio era de 15 km/l.

O SMZ S-3D foi produzido ao longo de 27 anos (Reprodução/Internet)

De todos, o SMZ S-3D foi o modelo de maior sucesso, com mais de 230.000 unidades produzidas. Até mesmo porque ficou em produção por mais tempo: 27 anos – deixou de ser produzido em definitivo em 1997.

O S-3D podia ser conduzido por motoristas com uma mão e uma perna (Reprodução/Internet)

Estes carrinhos ou eram dados ou eram vendidos com grandes subsídios.

Geralmente, quem recebia os Invalidkas de graça eram veteranos de guerra, aposentados e pessoas que se tornaram deficientes no trabalho ou enquanto serviam nas Forças Armadas.

Outros deficientes podiam adquiri-los por 20% do valor do carro – 220 rublos, considerando que no final dos anos 80 os S-3D custavam 1.100 rublos. Mas para isso era necessário esperar entre cinco e sete anos na fila.

Quem recebia o carro do regime soviético tinha direito a uma revisão completa às custas do governo após dois anos e meio de uso e poderia ter o veículo substituído ao fim de cinco anos.

Motor monocilíndrico gerava até 18 cv (Reprodução/Internet)

No entanto, nem todos os “Invalidkas” foram descartados. Depois da Perestroika, o sistema de fornecimento de carros para deficientes entrou em colapso.

Enquanto praticamente não havia demanda pelos S-3D e a fabricante tentava os vender no mercado agora aberto, alguns de seus arrendatários conseguiram registrá-los como propriedade privada.

Com projeto simples, os SMZ exigiam pouca tecnologia na fabricação (Reprodução/Internet)

Hoje em dia, os S-3D são raridade na Rússia e nas ex-repúblicas soviéticas. Mas os primeiros carros da SMZ são ainda mais raros e disputados por colecionadores.

A produção dos S-3D superou as 230.000 unidades (Reprodução/Internet)

A SMZ acabou se tornando parte da AvtoVAZ (dona da Lada e hoje controlada pela Renault) em 1989 e seus engenheiros participaram da fase final do desenvolvimento do VAZ 1111 Oka, o futuro carro popular russo.

Não por acaso, o Oka passou a ser produzido em Serpukhov em 1994.

O Oka acabou substituindo o S-3D e também tinha versões adaptadas para deficientes (Reprodução/Internet)

O visual era inspirado no Daihatsu Cuore de meados dos anos 80, mas o motor dois-cilindros de 750 cm³ e 33 cv era literalmente a metade do 1.5 4-cilindros do Lada Samara.

O Oka garantiu a sobrevida da SMZ (agora SeAZ) após o fim do S-3D, mas respeitou a origem da marca: teve versões adaptadas para deficientes até o final dos anos 90.

Em 2005 a SeAZ foi vendida à ucraniana Avtokom, que garantiu uma leve atualização visual ao Oka no ano/modelo seguinte, marcando a troca do motor AutoVAZ por um 1.0 4-cilindros de 45 cv de origem chinesa.

Apesar do preço baixo, o Oka não durou muito tempo com visual atualizado e motores chineses (Reprodução/Internet)

A nova proprietária ainda tentou dar novo fôlego às vendas do modelo com versões picape e furgão em 2007, mas a produção do Oka foi encerrada no ano seguinte. A SeAZ teve sua falência declarada em 2013.

 (Reprodução/Internet)

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

08 JAN

IPVA 2019 em Alagoas: veja datas e como consultar valores

Os donos de veículos em Alagoas já podem consultar os valores e as datas de pagamento do IPVA 2019. A Secretaria da Fazenda de Alagoas (Sefaz-AL) informou nesta terça-feira (8) que as alíquotas usadas para o cálculo neste ano permanecem as mesmas de 2018. Os contribuintes que quiserem pagar o IPVA em cota única com desconto de 10% devem fazer o pagamento até o dia 28 de fevereiro. A quitação do tributo também pode ser feita parcelada em seis vezes, mas as parcelas não... Leia mais
08 JAN

Que fase: Zafira se transforma em furgão de passageiros na Europa

Furgão de passageiros aproveita o nome da minivan Zafira, que fez sucesso no Brasil (Divulgação/Opel)A Opel pertencia à General Motors, mas foi comprada pelo grupo PSA (de Peugeot e Citroën) em 2017. Agora, a marca de origem alemã começa a ver o resultado da nova gestão.Imagens vazadas revelam o novo Opel Zafira Life, o furgão de passageiros que será responsável por substituir as versões de passageiros do Opel Vivaro.A carroceria mantém exatamente as mesmas linhas da... Leia mais
08 JAN

Mercedes-Benz CLA se afasta do Classe A para se tornar um mini-CLS

Novo CLA se distanciou do Classe A após a atualização (Divulgação/Mercedes-Benz)Quando nasceu, o Mercedes-Benz CLA era quase um Classe A alongado. Mas houve um salto na carreira desde então: nesta segunda encarnação, o modelo se tornou um mini-CLS.Quem já conhece o grandalhão cupê de quatro portas não ficará surpreendido com o visual do primo menor – afinal, a inspiração na dianteira, na silhueta e na traseira é fácil de identificar.– (Divulgação/Mercedes-Benz)Com a... Leia mais
08 JAN

Mercedes-Benz lança novo CLA com inteligência artificial aprimorada na CES 2019

A Mercedes-Benz revelou nesta terça-feira (8), na CES 2019, em Las Vegas, a nova geração do CLA. Além do visual, a principal novidade do sedã é a atualização do sistema de inteligência artificial, o MBUX. Agora, o MBUX é capaz de perceber certos movimentos do motorista e antecipar ações. Por exemplo, ao passar a mão sobre o banco do passageiro vazio, o carro acende a luz, imaginando que o usuário possa ter deixado algo no assento. Mais inteligente Outro avanço é... Leia mais
08 JAN

Os Eleitos 2018: os sedãs médios mais queridos pelos donos

Honda Civic venceu em seu segmento por mais um ano (Otavio Silveira/Quatro Rodas)O Civic é bicampeão! Após anos batendo na trave e parando sempre na vice-liderança, o sedã da Honda pegou gostinho e repetiu a vitória do ano passado. A diferença nesta edição, porém, é que ele ganhou com maior facilidade.Em 2017, a vantagem do sedã japonês em relação ao Cruze era de mísero 0,1 ponto, que subiu para o atual 1 ponto. A rivalidade entre ambos pode ser vista na análise das notas... Leia mais
08 JAN

Rolls Royce promete lançar o avião elétrico mais rápido do mundo em 2020

O avião elétrico da Rolls Royce (Divulgação/Quatro Rodas)Famosa por desenvolver veículos extremamente luxuosos, a britânica Rolls Royce quer ser reconhecida por outro feito: o de criadora da aeronave elétrica mais rápida do mundo.Para isso, a companhia vem desenvolvendo um protótipo de avião com 6.000 células de íons de lítio. Como comparação, um Audi e-tron, um dos automóveis elétricos mais modernos da atualidade, possui 432 células.O estudo faz parte de um projeto chamado... Leia mais