Novidades

28 JAN
Impressões: Kia Rio é um Hyundai HB20 com roupagem mais discreta

Impressões: Kia Rio é um Hyundai HB20 com roupagem mais discreta

Constantes adiamentos causaram um atraso de 20 anos e três gerações na chegada do Rio (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Em 2000, a Kia chegou a ter no Brasil uma unidade hatch e outra sedã do Rio para testes. Àquela época, o modelo era um estreante no mercado externo.

Mas só agora, já na quarta geração, ele recebe a luz verde: a estreia oficial finalmente foi marcada para o fim de janeiro.

Tanto tempo de incubação acabou fazendo mal para o Rio. Acontece que ao longo dos últimos anos os hatches compactos premium se fortaleceram a ponto de, hoje, terem tecnologias impensáveis.

Nesse sentido, o Rio tem um grande problema pela frente. Na verdade dois, chamados Volkswagen Polo e Chevrolet Onix.

Com medidas parecidas com as do Polo, Rio custa de R$ 69.990 a R$ 78.990 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A estratégia traçada pela Kia estabeleceu duas versões de acabamento para o Rio: LX e EX, com preços de, respectivamente, R$ 69.990 e R$ 78.990.

O diretor de vendas da Kia do Brasil, Ary Jorge, aposta suas fichas na top de linha EX. “Imagino que, passada a fase de lançamento, tenhamos um mix de vendas de 20% de Rio LX e 80% de EX”, diz Ary Jorge.

Os R$ 9.000 que separam as versões são salgados demais para o conteúdo extra que entrega: faróis com DRL de led, couro, automatização do ar-condicionado e retrovisores externos com pisca, aquecimento e rebatimento elétrico.

Há alguns outros itens ainda menos relevantes como grade frontal em preto-brilhante, apoio de braço entre os bancos dianteiros e volante multifuncional.

Versão EX, top de linha, tem detalhe frontal entre os faróis pintado de preto brilhante, enquanto na LX, de entrada, essa parte recebe a mesma cor da carroceria (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Por mais irônico que possa parecer, além dos rivais de outras marcas, como Polo, Onix, Argo, HB20 e Yaris, o Rio EX tem no LX outro adversário, já que por R$ 9.000 a menos, entrega um pacote muito interessante, com controles de estabilidade e tração, ar-condicionado, direção elétrica, central multimídia com Android Auto e Apple CarPlay e trio elétrico.

Mas voltemos à análise da versão EX, única disponibilizada por enquanto pela Kia e apenas para um breve test-drive do tipo impressões ao dirigir, sem direito a levar o carro para um teste completo em nosso campo de provas.

Como já foi dito, um dos alvos principais do Rio EX é o Polo, uma vez que até os números de ambos são muito próximos. Enquanto o Kia tem comprimento x largura x altura x entre-eixos de 4,07 m x 1,73 m x 1,45 m x 2,58 m, o VW tem 4,06 m x 1,75 m x 1,47 m x 2,57 m.

Faróis mais modernos, com projetor na luz baixa e DRL de led, são outra exclusividade da versão EX (Christian Castanho/Quatro Rodas)

No porta-malas, dados dos fabricantes indicam pequena vantagem do coreano (325 litros ante 300 litros do alemão), algo como uma mochila a mais.

Mesmo se valendo de receitas mecânicas completamente distintas, com motor quatro-cilindros 1.6 16V aspirado no Kia (o mesmo aplicado no HB20) e três-cilindros 1.0 12V turbo no VW, os rivais têm potência parecida: 130/123 cv (Kia) contra 128/116 cv (Polo).

Sem o carro liberado para teste, vamos aos números do PBEV (Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular), do Inmetro.

Em sua categoria, o Rio tem classificação D, com consumo cidade/estrada de 7,2/9,3 km/l com etanol e 10,5/13,4 km/l com gasolina. O VW Polo Highline se saiu melhor: classificação C, 7,9/9,5 km/l com etanol e 11,4/13,9 km/l com gasolina.

Área envidraçada estreita confere um certo ar de robustez à traseira (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Feita a equivalência de conteúdo, o que exige a compra de couro e do pacote Tech High, no Polo, o Kia tem a seu favor a vantagem de ser R$ 2.950 mais barato (R$ 78.990 ante R$ 81.940).

Mas o degrau de preço se justifica a favor do Polo, com seu painel digital multiconfigurável, chave presencial, borboletas no volante, airbags laterais, volante com ajuste de profundidade, vidros com toque único em todas as portas, freio a disco nas quatro rodas e rodas aro 16 – todos esses itens indisponíveis no Rio EX.

Um Onix Premier completo oferece a mais que o coreano serviço de concierge, Wi-Fi, carregador de celular por indução, assistente ativo de estacionamento, chave presencial, airbags laterais e do tipo cortina, vidros um toque e rodas aro 16 – e custa R$ 74.790.

Painel tem desenho simples e computador de bordo monocromático. Volante é multifuncional, mas não tem ajuste de profundidade (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O nível de acabamento do Rio está na média do segmento. Ou seja, montagem e materiais convincentes em termos de qualidade e aspecto visual, mas sem refinamentos como painel emborrachado, por exemplo.

O assoalho traseiro com túnel central baixo facilita a vida quando há três ocupantes no banco traseiro.

Ao volante, o Kia Rio lembra muito o seu primo HB20. Pudera, afinal eles compartilham plataforma, motor (1.6 16V flex aspirado) e câmbio (automático de seis marchas).

Até mesmo a suspensão, que ficou mais firme no novo HB20, tem acerto parecido. Ou seja, ambos, assim como o Argo, têm dinâmica mais confortável do que o Polo, mais firme.

Se na versão de entrada LX o Rio tem bom alinhamento de preço e conteúdo com os concorrentes, o mesmo não se pode dizer a respeito da top de linha EX.

De acordo com a Kia do Brasil, porta-malas do Rio tem 325 litros de volume. Um pouco acima, portanto, da média do segmento: 300 litros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Mais caro e menos equipado, o hatch estreante não deverá ter vida fácil. Assim como a Kia também não, principalmente para fazer valer sua projeção de mix de vendas de 80% de EX e 20% de LX.

O Kia Rio EX não é ruim. O problema é que seus rivais são mais atuais e muito mais completos.

 

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

18 JAN

Ford Fiesta Sedan deixa de ser vendido no Brasil; hatch perde versões

A Ford deixou de vender boa parte da linha Fiesta no Brasil. Não são mais oferecidas as versões com motor 1.0 EcoBoost (turbo) e motor 1.6 com câmbio automatizado de dupla embreagem PowerShift. A carroceria sedã também não está mais disponível em nenhuma configuração. Procurada pelo G1, a Ford confirmou a redução do catálogo. Segundo a marca, os modelos seguem sendo comercializados de acordo com a disponibilidade em estoque nas concessionárias. Vendas fracas Há... Leia mais
18 JAN

Audi inicia recall de 5.379 A4 e A5 por risco de incêndio no motor

A5 Sportback é um dos modelos envolvidos no recall (Divulgação/Audi)A Audi anunciou nesta semana um recall envolvendo 5.379 unidades dos modelos A4 Sedan, A4 Avant, A5 Cabriolet, A5 Coupé e A5 Sportback, todas produzidas entre fevereiro de 2012 e maio de 2014 e equipadas com motor 2.0 TFSI.De acordo com a montadora, partículas externas que entram em contato com o líquido de arrefecimento ou penetração de umidade podem bloquear a bomba suplementar, fazendo com que o motor... Leia mais
18 JAN

BMW convoca recall para modelos de 1994 a 2008 por problemas diversos

A BMW anunciou um recall envolvendo 158 unidades divididas entre as Séries 3, 5, 6 e 7, o conversível Z4, além dos SUVs X3 e X5, com produção variando entre 1994 e 2008. Os motivos são diversos. No caso dos sedãs, cupês, peruas e do conversível, que somam 116 exemplares, todos foram fabricados entre 1994 e 2006 e têm avarias que vão do mau funcionamento das luzes de freio, à perda de ar repentina dos pneus. Para os SUVs, as 42 unidades envolvidas foram produzidas entre... Leia mais
18 JAN

Clássicos: 365 GT4 2+2 foi uma das mais elegantes Ferrari de rua

A Ferrari GT4 mantinha a linhagem inaugurada pela 250 GTE 2+2 em 1960. A Itália foi um celeiro de carros de alto luxo e desempenho nos anos 60: Maserati Mexico, Ferrari 365 GT 2+2 e Lamborghini Espada eram os melhores para transportar quatro pessoas de maneira rápida e confortável. Essa forte concorrência virou a década e levou a Ferrari a apresentar a longeva 365 GT4 2+2 (Tipo F101).Atração do Salão de Paris de 1972, ela exibia o estilo setentista definido pelo estúdio Pininfarina,... Leia mais
18 JAN

Longa Duração: desempenho do VW Virtus impressiona em primeiras impressões

Virtus: missão em Barretos (SP) (Rudah Poran/Quatro Rodas)Rudah Poran, diretor de audiovisual do Estúdio Abril,  tinha uma missão em Barretos (SP) e perguntou: “Tem algum carro de Longa Duração disponível? Iremos em três pessoas mais equipamentos de filmagem”. Foram de Volkswagen Virtus.“Ficamos todos muito bem impressionados. Sobrou espaço no porta-malas e na cabine, inclusive para quem viajou no banco traseiro. Quanto à tecnologia, gostei da possibilidade de colocar o mapa do... Leia mais
18 JAN

Os Eleitos 2018: os SUVs compactos com proprietários mais satisfeitos

Kicks mandou bem em 2018 e conseguiu desempate com o Creta (Otavio Silveira/Quatro Rodas)A vitória do Kicks é uma façanha em dose dupla. De um lado, ele vestiu a faixa de campeão pelo segundo ano seguido e ainda conservou uma folgada vantagem sobre o segundo lugar, de 1,4 ponto – a maior diferença entre os quatro primeiros colocados.Do outro lado, o Nissan quebrou a barreira dos 100 pontos. Quando isso ocorre, significa que os proprietários receberam do carro mais do que esperavam –... Leia mais