Novidades

23 JAN
VW Polo GTS: testamos na pista o hatch esportivo de R$ 99.470

VW Polo GTS: testamos na pista o hatch esportivo de R$ 99.470

Friso vermelho que entra nos faróis full-led é detalhe marcante do GTS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Acho que eu sei o que você está pensando. Realmente, com suspensão levemente mais baixa e rodas maiores, como no conceito que estava no Salão do Automóvel de 2018, o Polo GTS ficaria mais atraente.

Poderia ter ido além, com teto solar. O hatch esportivo parece conservador na versão de produção, mas não foge à proposta dos antepassados.

As lanternas de led vêm da Europa: são as mesmas do Polo GTI (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Passat GTS, lançado em 1983, e seu herdeiro Gol GTS, produzido entre 1987 e 1994, mantinham a mesma altura livre do solo das versões mundanas (14 e 13 cm, respectivamente).

No Polo, os 14,9 cm de sempre garantem que o para-choque, com moldura preta-brilhante integrando os faróis de neblina como no Polo GTI europeu, não raspará em rampas e valetas das nossas ruas.

Cabine tem detalhes vermelhos nas saídas de ar laterais e no console (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Mas, assim como os GTS do passado, a suspensão passou por retrabalho para tornar o Polo mais firme e estável em tocadas, digamos, mais animadas.

Entram na receita a barra estabilizadora dianteira mais grossa (passou de 20 para 21 mm), o eixo traseiro com perfil diferente, que o torna mais rígido, e as molas e os amortecedores com cargas definidas especificamente para o GTS.

Motor 1.4 TSI flex tem mapa de injeção exclusivo para o GTS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O motor 1.4 TSI não é um AP1800, mas também é um velho conhecido. Flex, gera 150 cv e 25,5 mkgf como nos demais Volks equipados com ele.

A diferença nesse caso está no mapa do sistema de injeção direta, também feito exclusivamente para o GTS. O Polo GTI 2006, que teve 30 unidades importadas para o Brasil, cujo motor 1.8 20V Turbo tinha os mesmos 150 cv e 22,4 mkgf de torque. O GTI atual tem o 2.0 TSI de 200 cv e câmbio DSG.

Motor 1.4 TSI flex tem mapa de injeção exclusivo para o GTS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O que pode não agradar aos mais puristas é que o câmbio não é manual, mas sim o Aisin automático de seis marchas. É preciso se contentar com as trocas sequenciais na alavanca ou nas borboletas atrás do volante.

Se serve de alento, o câmbio sabe como se portar, principalmente em modo Sport (o mais instigante entre os Eco, Normal e Individual, que pode ser personalizado pelo motorista), quando permite reduções tão agressivas que levam o motor acima das 5.000 rpm, além das rotações de potência e torque máximos.

No centro dos bancos, material tipo couro e acabamento em alto relevo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Por sinal, a reação é a mesma quando se chama marcha no kickdown. Portanto, é melhor controlar sua mão e seu pé para aproveitar toda a elasticidade do 1.4 turbo.

O modo Sport ainda deixa a direção mais pesada e encorpa o ronco de modo sintético. Ele não vem do coletor de admissão nem das saídas de escape cromadas, mas do Soundaktor, um atuador de som instalado na base do para-brisa para fazê-lo ressonar na mesma frequência que o motor, como se ele realmente tivesse algo diferente.

Engana muito bem até você mudar o modo de condução em plena aceleração e perceber o ronco desaparecendo de imediato. Ou até você reparar que pelo lado de fora o que se escuta é o motor 1.4 TSI de sempre.

O Soundaktor é instalado na calha do para-brisas e tem a função de fazer a peça vibrar na mesma frequência do motor (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)

Quer ver a tecnologia a seu favor? O quadro de instrumentos digital tem os mesmos grafismos do Polo GTI, e representa um avanço e tanto frente aos GTS do passado.

Grafismo do quadro de instrumentos é o mesmo do Polo GTI (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O carro de hoje mostra informações inimagináveis décadas atrás. Na central multimídia pode-se acompanhar a temperatura de óleo, a força G suportada por você e pelos pneus nas curvas e até mesmo a potência gerada no motor naquele momento. Outro extra é um cronômetro pronto para registrar seu tempo de volta na pista.

Central tem monitor de temperatura de óleo, potência instantânea e força G (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Particularmente preferimos usar nosso V-box para conferir os tempos nos testes em nossa pista. Lá o Polo GTS fez jus ao nome: levou 8,9 s para alcançar os 100 km/h – 1 s mais lento que o GTI de 2006 – e rompeu a barreira dos 1.000 m em 29,8 s a 176,3 km/h (veja teste na pág. 39).

O Polo GTS é o único com modos de condução (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Para efeito de comparação, o Polo Highline com motor 1.0 TSI de 128 cv precisa de 10,6 s para chegar aos 100 km/h e de 32,1 s para percorrer 1.000 m, chegando lá a 162,1 km/h. Os 22 cv extras foram suficientes para fazer do GTS o Volkswagen nacional mais rápido da atualidade – o que ficou mais fácil após o fim do Golf GTI.

Os órfãos do Golf têm tudo para ver no Polo uma alternativa ao hatch médio, desde que relevem o fato de que o acabamento não chega aos pés.

Não há painel emborrachado nem carpete nos porta-objetos, mas há bancos dianteiros esportivos, envolventes e com encosto de cabeça inteiriço (à moda do Up!).

Faróis full-led com DRL é item exclusivo do Polo GTS (Fernando Pires/Quatro Rodas)

As saídas de ar-condicionado têm frisos vermelhos que combinam com as costuras dos bancos, do volante e da alavanca de câmbio. As pedaleiras são de alumínio, enquanto teto e colunas pretos reforçam o ambiente esportivo.

Versão Highline tem rodas aro 17 opcionais, mas as do GTS são do Golf GTI (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Só o GTS tem alguns equipamentos que antes eram próprios do Golf. Os faróis full-led têm luzes diurnas integradas (por isso os neblinas estão solitários no para-choque), que também fazem as vezes de seta. São exatamente os mesmos faróis do Polo GTI, que também forneceu as lanternas de led e com elementos internos diferentes.

Assoalho é mais alto para esconder o subwoofer da grife Beats, opcional (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Arrematam o visual o friso vermelho na grade que continua nos faróis, o para-choque traseiro com colmeia na base e o prolongamento preto do aerofólio. Já as rodas aro 17 são herança dos Golf GTI básicos.

GTS tem talento para acelerações, mas altura da suspensão não empolga (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O Polo GTS parte dos R$ 99.470. Faz lembrar dos R$ 99.990 pedidos pelo Polo GTI de 2006, mas o GTS de hoje é muito mais barato: atualizado, o preço do compacto esportivo de 14 anos atrás equivale a R$ 221.660 de hoje.

 

 

Mas ainda é dureza custar quase o mesmo que um Golf antes de sair de linha.

Veredicto: O Polo já tinha um bom acerto e agora tem um motor forte e suave que tira vantagem disso. Mas o tempero esportivo poderia ser mais forte.

Aceleração
0 a 100 km/h: 8,9 s
0 a 1.000 m:
29,8 s – 176,3 km/h
Velocidade máxima
207 km/h*
* Dado de fábrica

Retomadas (D)
40 a 80 km/h: 3,8 s
60 a 100 km/h: 4,7 s
80 a 120 km/h: 5,9 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 13,8/24/54,4 m

Consumo
Urbano: 11 km/l
Rodoviário: 16,4 km/l

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

20 MAR
VW fará CUV do Polo em São Bernardo; SUV abaixo do T-Cross será em Taubaté

VW fará CUV do Polo em São Bernardo; SUV abaixo do T-Cross será em Taubaté

T-Track vai encarar os menores SUVs do mercado tendo o motor turbo como ponto forte (Du Oliveira/Quatro Rodas)Polo é de ponto de partida para dois novos projetos de aventureiros (Christian Castanho/Quatro Rodas)O Volkswagen T-Cross, que chega às concessionárias no final deste mês, é apenas o primeiro de três modelos que a fabricante terá para concorrer com SUVs compactos no Brasil.Essa aposta tardia, porém audaciosa, exigirá que a Volks terá que faça mudanças em algumas de suas... Leia mais
20 MAR

Renault Sandero e Logan ganham central com Android Auto e Apple Carplay

Central multimídia tem funções inéditas em carros da Renault (Reprodução/Internet)Os Renault Sandero e Logan já são vendidos como linha 2020. Não há qualquer mudança no visual – o que deve ficar para uma segunda linha 2020, a ser lançada no segundo semestre, como adianta o site Autos Segredos.O que muda? Os preços estão sensivelmente mais baixos e os dois compactos têm nova central multimídia, chamada Media Evolution.Trata-se de mais uma atualização da central lançada em... Leia mais
20 MAR

Mesmo com livre comércio, carro mexicano não ficará mais barato no Brasil

Brasil e México agora possuem livre comércio para automóveis e autopeças. Isso significa que não há mais cotas de importação e exportação entre os dois países. Mas o que isso muda, na prática, para o consumidor? “Num primeiro momento, não vai mudar muita coisa, porque o Brasil não estava usando todas as cotas”, disse José Luiz Gandini, presidente da Abeifa, a associação das importadoras de veículos. “Uma ou outra empresa ficavam no limite [das cotas]. Mas,... Leia mais
20 MAR

Resumão QUATRO RODAS: inscreva-se na nossa newsletter!

QUATRO RODAS te deixa por dentro de todas as novidades sobre carros (Christian Castanho/Quatro Rodas)Para trazer o mundo automotivo para ainda mais perto de você, chegou o Resumão QUATRO RODAS! É a nossa newsletter gratuita, que traz um compilado com as melhores notícias da semana para você.Todas às quintas-feiras de manhã, você receberá um e-mail a você com nossas reportagens mais legais da semana: impressões, comparativos, testes, segredos, notícias que estão bombando, dicas de... Leia mais
20 MAR

Longa Duração: pneus do Jeep Compass chegam ao fim perto do desmonte

Pneu em fim de vida do nosso Compass e um novo: diferença visível (Renato Pizzuto/Quatro Rodas)Foi por bem pouco que os pneus do Compass não chegaram aos 60.000 km com desgaste além do limite tolerado – pela lei, a profundidade dos sulcos não pode ser inferior a 1,6 milímetro. “Desde cerca dos 50.000 km, o Compass vem dando claros sinais de perda de qualidade de direção por conta do desgaste dos quatro pneus. Sobre asfalto molhado, então, tornou-se perigosamente arisco”, diz o... Leia mais