Novidades

18 DEZ
Perfil: esta família é campeã pilotando nos ralis… e também em fogões

Perfil: esta família é campeã pilotando nos ralis… e também em fogões

Reinaldo Varela, Nani e os filhos, Rodrigo, Gabriel e Bruno: família unida no off-road (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

São poucas as pessoas que conseguem conciliar suas principais paixões na vida. Aos 60 anos, o paulista Reinaldo Varela é um desses casos raros.

Piloto brasileiro renomado de rali, ele compete sempre com a família a seu lado, roda pelo mundo inteiro e ainda encontra tempo para cuidar de uma rede de restaurantes.

O tricampeonato na Copa do Mundo de Rally Cross Country com o UTV (Utility Task Vehicle, um veículo utilitário similar a um quadriciclo, mas com uma gaiola de proteção) Can-Am Maverick X3 foi conquistado no início de outubro, junto com o navegador Gustavo Gugelmin, seu parceiro desde 2012.

Em 37 anos de carreira, é seu 35º título, entre campeonatos nacionais e internacionais.

Apesar de saber administrar bem as vantagens durante as provas, realizadas em países como Emirados Árabes Unidos, Catar, Cazaquistão e Marrocos, a dupla passou por alguns entreveros durante a competição.

O tri mundial veio em outubro no Marrocos, ao lado do navegador Gustavo Gugelmin (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

“No Catar, o solo tem muitas pedras e a visão fica limitada. Furamos oito pneus em quatro dias, tivemos de consertar os dois estepes que levamos para continuar”, conta Varela.

Outra dificuldade enfrentada foi na última etapa, no Marrocos. O livro de bordo, que em ralis anteriores era disponibilizado com um dia de antecedência para que os navegadores pudessem se preparar e fazer anotações, foi entregue 15 minutos antes da largada.

“Muita gente se perdeu. O Rally Dakar também será assim a partir do próximo ano.” Seus primeiros dois títulos mundiais de Rally Cross Country (2001 e 2012), diferentemente do atual, foram conquistados em categorias de carros.

O primeiro foi com um Troller T4 modificado e o segundo com um Mitsubishi Pajero na categoria T2, de veículos originais.

 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

“Agora ganhamos com o UTV, em que a velocidade máxima é limitada a 130 km/h. Mas é bem divertido, mais baixo, sentindo o vento na cara. Parece que está pilotando um kart”, diz.

Varela revela que  muitos pilotos estão migrando para a categoria porque os gastos são menores com manutenção, mão de obra e peças.

Mas esse sucesso atrás do volante sempre teve um apoio fundamental: a esposa, Nani (59 anos), e os filhos, Rodrigo (28), Gabriel (25) e Bruno (23), estão sempre ao lado do patriarca da família nas provas.

Por isso eles são conhecidos no meio ralizeiro como “Família da Poeira”.

Nani e Varela se conheceram em 1985 e desde então ela acompanha o marido mundo afora dando apoio nos ralis, levando peças e cuidando da alimentação.

Já os filhos marcam presença nas competições desde bebês. Tanto que tomaram gosto pela coisa: já na infância participavam de corridas. Hoje competem na categoria UTV, assim como o pai.

“Todos eles têm títulos importantes na carreira. O Rodrigo, meu filho mais velho, já navegou comigo e chegamos a vencer provas, mas os três gostam mesmo é de pilotar. O caçula, Bruno, foi o mais jovem a ganhar o Rali dos Sertões, em 2017”, relembra o pai, orgulhoso.

Mas nem tudo são flores. Foram muitos desafios e ralis complicados ao longo desses anos. Segundo Varela, um dos campeonatos mais difíceis é o Rally Dakar, cuja próxima edição será realizada entre 5 e 17 de janeiro de 2020.

“É uma prova longa, com muito desgaste, tanto emocional quanto da máquina. Você larga com 40 oC e vai dormir com temperaturas de -2 oC. Só de terminar já é uma vitória.”

 (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)

Mas um dos maiores perrengues de sua carreira foi no rali Transchaco, uma das etapas mais difíceis do Campeonato Sul–Americano, realizada no Paraguai.

O carro em que o piloto competia atolou e a dupla não conseguiu retirá-lo do local nas primeiras horas, obrigando Reinaldo a dormir no veículo.

“Peguei uma pneumonia muito forte, fiquei internado. E foi na mesma época em que nasceu meu filho Gabriel. Então minha mulher quase ficou louca tendo de cuidar de um recém-nascido e comigo doente em casa.”

Além de se aventurar por lama, poeira e dunas pelo planeta, Varela tem de administrar a famosa rede de restaurantes Divino Fogão. A ideia de fundar um local com comida típica de fazenda surgiu em 1984.

Hoje são seis unidades próprias e 187 franqueadas espalhadas por todo o país, muitas das quais o piloto é sócio. E 2019 é mesmo o ano dele: além do título no rali ele ainda foi eleito franqueador do ano pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).

“Sempre falo que meu trabalho é o rali e o hobby é o Divino Fogão”, brinca. O segredo para conciliar as carreiras de piloto e empresário é, de acordo com Varela, ter ao seu lado uma equipe de confiança.

Seus funcionários tocam o negócio, mas a tecnologia o ajuda a ficar sempre de olho nas operações, seja por e-mail, seja pelo WhatsApp.

“Quando sento no carro durante o rali, não posso me preocupar se um parafuso está ou não apertado, tenho que confiar na minha equipe de apoio. No meio empresarial é a mesma coisa.”

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

09 ABR

Ducati Panigale V4 R, de 221 cv, é lançada por R$ 250 mil

A Ducati anunciou o início das vendas da Panigale V4 R no Brasil, sua moto mais poderosa da atualidade. Desenvolvida com base no modelo utilizada nas pistas da MotoGP, a esportiva tem motor que pode chegar a 234 cavalos, com kit para pistas, e até "asas" para a aerodinâmica. O modelo é a versão mais radical da Panigale V4, lançada em 2017 para substituir a 1299 Panigale. Para comprar a moto, o interessado deve fazer a encomenda em uma das concessionárias da empresa e pagar 20%... Leia mais
09 ABR

Governo pretende aumentar para 40 pontos limite para suspensão da CNH, diz ministro

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, disse nesta terça-feira (9) que o governo pretende aumentar para 40 pontos o limite para o motorista ter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) suspensa. Hoje, o motorista tem a carteira suspensa ao completar 20 pontos de infrações no período de um ano. A mudança na legislação será proposta pelo governo em um projeto que deve ser enviado ao Congresso nesta semana. No mesmo projeto, o governo vai propor ainda a... Leia mais
09 ABR

FCA apela à Tesla para escapar de multas por emissões na Europa

Modelos da Tesla compensarão emissões de Fiat, Jeep, Alfa Romeo e Maserati (Tesla/Divulgação)Passar os pontos de uma multa para outra pessoa a fim de evitar a perda da CNH é ilegal. Mas contabilizar as vendas de outra marca para evitar multas ambientais é permitido na Europa.É isso que a FCA fará. A fabricante ítalo-americana concordou em pagar milhões de euros à Tesla para que seus carros elétricos sejam contabilizados por ela nas metas de emissões do continente.Pelas regras... Leia mais
09 ABR

Em vídeo, Carlos Ghosn afirma que é inocente e acusa diretores da Nissan de traição

Carlos Ghosn, ex-presidente da aliança Renault-Nissan, repetiu que é inocente em um vídeo de 7 minutos divulgado nesta terça-feira (9) e gravado antes de sua nova detenção, que aconteceu na última quinta-feira (4), ao mesmo tempo que acusou os diretores da Nissan de "traição". O principal advogado do executivo, Junichiro Hironaka, anunciou que apresentará na quarta-feira (10) um recurso à Suprema Corte para solicitar a libertação de seu cliente. "Não é uma história... Leia mais
09 ABR

Segredo: quais carros de Fiat e Jeep vão usar motores 1.0 e 1.3 turbo

Toro, Renegade, Compass e Argo terão motores Firefly turbo (Arte/Quatro Rodas)O grupo FCA segue firme no desenvolvimento dos motores 1.0 e 1.3 turbo flex da família Firefly, que equiparão praticamente toda a gama de produtos das marcas Fiat e Jeep vendidos (e produzidos) no Brasil a partir de 2020.QUATRO RODAS já apontou que será a picape compacta-média Toro a responsável por fazer a estreia da família bicombustível turcomprimida no país.Diferentemente dos propulsores Firefly... Leia mais
09 ABR
Top Ten: carros que não são da VW e fizeram sucesso usando motor a ar

Top Ten: carros que não são da VW e fizeram sucesso usando motor a ar

 (Reprodução/Internet)Quando se fala em motor refrigerado a ar, logo vêm à cabeça Volkswagen Kombi, Fusca e até as primeiras versões do Gol. Mas a marca alemã não foi a única a fazer sucesso com essa tecnologia. QUATRO RODAS relembra outros dez casos.– (Reprodução/Internet)Com mais de 5 milhões de unidades vendidas (1948-1990), o Citroën 2CV ganhou o mundo pelo projeto simples e de baixo custo: motor boxer a ar de dois cilindros (375 cm³ ou 602 cm³), além de peças... Leia mais