Novidades

16 DEZ
Rede Jeep “força” vendas por CNPJ para cliente comum ter isenção de ICMS

Rede Jeep “força” vendas por CNPJ para cliente comum ter isenção de ICMS

Jeep oferece descontos de até 19% em vendas para CNPJ (Divulgação/Jeep)

Chevrolet Onix e Volkswagen Gol lideraram as vendas diretas de janeiro a novembro deste ano. Mas o que chama atenção é o Jeep Renegade na terceira posição. Ele é seguido por Ford Ka e por outro Jeep, o Compass.

Os dois SUVs dependem muito das vendas a empresas e PcDs. Dos 63.022 Jeep Renegade emplacados até novembro, 45.646 unidades (ou 72,4%) foram faturadas em vendas diretas. No caso do Compass, foram 36.021 carros (66,1% de 54.524 unidades).

QUATRO RODAS investigou esse fenômeno.

Este resultado, em parte, é devido às condições agressivas oferecidas pelas concessionárias Jeep em vendas para pessoas jurídicas. E, de certa forma, em vendas para pessoas físicas que ainda não têm empresa.

Descontos são aplicados sobre os preços de tabela de cada modelo (Divulgação/Jeep)

Em concessionárias de São Paulo capital, nossa reportagem encontrou descontos entre 12% e 19% na negociação (sendo 17% da fábrica e outros 2% oferecidos pela concessionária) tanto para o Renegade quanto para o Compass.

Com esse desconto, um Jeep Compass Longitude com pintura metálica, tabelado em R$ 134.690, pode ser vendido por R$ 109.100 – desconto de R$ 25.590. Um Renegade Sport, de R$ 89.990, sairia por R$ 72.870.

Mas essa modalidade está menos restrita do que parece.

Vendedores não apenas explicam as mudanças na aquisição do veículo através de CNPJ: eles sugerem aos interessados a abertura de uma empresa MEI (Microempreendedor Individual) para fazer a compra com os descontos.

Tal modalidade de empreendimento não necessita de contador e livro-caixa, e que permite que todo o processo de abertura da empresa seja feito rapidamente pela internet.

Ela pode ser aberta por qualquer pessoa que não seja sócia de outra empresa. E não exige comprovação de que o microempreendedor de fato exerce a atividade apontada por ele na abertura da empresa.

Há um porém: pessoas empregadas no regime CLT e que abrem MEI perdem direito ao seguro-desemprego se forem demitidas sem justa causa enquanto a empresa estiver ativa.

Para vendas diretas, um Renegade Sport pode custar quase o mesmo que a versão para PCD antes da isenção de IPI e ICMS (Divulgação/Jeep)

De acordo com os vendedores, basta ter o número de CNPJ para que o consumidor possa comprar Renegade e Compass com tais descontos para pessoa jurídica.

Em uma das concessionárias visitadas, o vendedor disse que bastaria registrar o veículo como bem da empresa para depois fazer a transferência para o nome do proprietário e cancelar a MEI.

De acordo com o advogado tributarista Fernando Monteiro, isso não é possível sem um prazo de carência ou ônus.

“Se o veículo for transferido antes de 12 meses, o ICMS deverá ser recolhido tomando como base para o cálculo o preço público de tabela do veículo, como estabelece o convênio ICMS 64/06?. 

Nessa concessionária Jeep, o carro negociado já estava na vitrine da loja.

Para poder vendê-lo para pessoa jurídica, a nota de faturamento do carro para a concessionária seria cancelada para que, em seguida, fosse faturada pela fábrica já em nome do comprador.

O processo total levaria 20 dias, mas ainda seria intermediado pela concessionária.

Concessionárias se dispõem a cancelar nota de carro que já está no estoque para que ele seja faturado pela fábrica (Divulgação/Jeep)

Em outros fabricantes, como na GM, essa manobra é proibida. “É possível cancelar uma compra feita por vendas diretas e faturar para o estoque, mas o contrário não”, conta uma fonte ligada às vendas diretas da Chevrolet.

Em condições normais, o carro a ser faturado seria enviado diretamente pela fábrica, levando 30 dias caso estivesse pronto no pátio, ou 60 dias se ainda precisasse ser produzido.

De acordo com Monteiro, não há nada que impeça que uma nota seja cancelada. “Mas se há um movimento reiterado de faturamento em nome da concessionária, cancelamento e, em seguida, o faturamento do mesmo veículo com isenção de ICMS em nome do consumidor, isso pode dar margem para um fiscal analisar se há má fé nessa operação”.

QUATRO RODAS recebeu relatos iguais de consumidores do Rio Grande do Norte e do Recife. Procurada, a FCA enviou o seguinte posicionamento sobre o caso:

“As vendas diretas são praticadas por todas as montadoras do país e encontram amparo na lei 6729/76, denominada Lei Ferrari. A FCA, juntamente com a associação dos concessionários, tem atuado para que esta modalidade ocorra com extremo rigor e observância à legislação vigente. Os veículos adquiridos por meio de vendas diretas devem permanecer no ativo imobilizado das pessoas jurídicas que os adquirem, conforme Convênio ICMS 64/06. Neste sentido, qualquer orientação em sentido contrário não está de acordo com o Código de Ética da FCA e não partiu da companhia.”

Nossa reportagem visitou concessionárias de outros fabricantes para entender quais são as condições de vendas diretas para seus automóveis.

Na Fiat, buscamos as condições para a compra de uma Toro, que é produzida em Goiana (PE) junto dos Renegade e Compass. A marca italiana oferecia 16% de desconto sobre o preço de tabela da versão Endurance automática. Reduziria de R$ 100.900 para R$ 81.730.

Contudo, o mesmo carro poderia ser comprado no varejo por R$ 92.000 com uma melhor avaliação no carro usado dado como entrada. Assim como na Jeep, o mesmo vendedor de varejo pode fazer a venda direta.

Em outras marcas visitadas, porém, a prática é diferente.

Na Nissan, qualquer versão do Kicks poderia ser comprada por pessoa jurídica com 12% de desconto. Mas o carro precisaria ser faturado pela fabricante e o prazo para entrega seria de até 60 dias.

Na Volkswagen, o desconto para as versões Comfortline e Highline do T-Cross seria de apenas 4%, podendo aumentar se a empresa tiver outros carros registrados em seus bens.

Já para a versão 200 TSI o desconto é de 16%, independentemente da empresa, e a negociação também seria com outro vendedor. O prazo para a entrega seria de até 60 dias.

A Chevrolet também dedica vendedores a cada modalidade de venda. O desconto para o Tracker, porém, não passou dos 4% sobre os valores de tabela em nossas consultas.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

02 JUL

Hyundai Creta 2020 jura que mudou, mas difícil é enxergar onde

Grade da linha 2020 está ainda mais conectada aos faróis (Divulgação/Hyundai)A versão do Hyundai Creta que mais traz novidades na linha 2020 é a de topo, Prestige, igual à que ilustra essa matéria.Mas isso não quer dizer que você estará na rua e, ao passar um exemplar desse, vai dizer: “Olha lá o novo Creta 2020, como ficou diferente”.Pelo contrário. Caso não seja muito detalhista, nem vai se dar conta da novidade. O tapinha no visual inclui, basicamente, um redesenho dos... Leia mais
02 JUL

Lime, empresa de patinetes que recebeu investimento do Uber, chega ao Brasil

O mercado de patinetes no Brasil se acirra um pouco mais a partir desta terça-feira (2). A americana Lime, uma das principais empresas a operar o negócio de patinetes compartilhados nos Estados Unidos e na Europa, anunciou sua chegada ao país. Conheça as empresas por trás do compartilhamento de bicicletas e patinetesPatinete elétrico: 10 dicas sobre como andar Disponíveis a partir desta terça-feira em São Paulo, os patinetes estarão nas regiões de Pinheiros, Vila... Leia mais
02 JUL

Guia de usados: VW Fusca tem desempenho e carisma, mas para manter…

Após o New Beetle veio o Fusca, com teto mais baixo e visual agressivo (Acervo/Quatro Rodas)Ter um Fusca sempre foi um exercício de paciência: o original nunca foi exemplo de agilidade e o New Beetle pouco melhorou nessa área. O VW só assumiu um caráter esportivo na linha 2013, repleto de torque, potência e um notável comportamento dinâmico. Vinha do México em versão única: 2.0 TSI com turbo e injeção direta de 200 cv e 28,5 mkgf a apenas 1.700 rpm. Quase todos tinham o câmbio... Leia mais
02 JUL

Cinco carros zero legais que custam o preço de um Hyundai Azera novo

– (arte/Quatro Rodas)Em 2009 era possível comprar um Hyundai Azera V6 3.3 completo por R$ 93.000.Quem diria que aquele sedã sul-coreano que era bem mais barato que o mexicano Ford Fusion V6 custaria quase o dobro dos seus antigos concorrentes dez anos e duas gerações depois?É isso mesmo. O novo Hyundai Azera custa R$ 269.900, o suficiente para receber o título de Hyundai mais caro do Brasil. Isso quando um Honda Accord custa R$ 204.900, um Toyota Camry, R$ 206.200 e um Ford Fusion não... Leia mais
01 JUL

Mercosul vai zerar tarifa de importação de carros da União Europeia em 15 anos, prevê acordo

Os países do Mercosul vão zerar o imposto de importação para carros fabricados na União Europeia num prazo de 15 anos, a partir do início de validade do acordo comercial anunciado na última sexta-feira (28) pelos blocos. ENTENDA: a importância do acordoVEJA: principais pontos do texto O texto com esses detalhes, divulgado nesta segunda (1º), não cita reciprocidade nessa medida -- ou seja, carros fabricados no Brasil não teriam a mesma vantagem para serem vendidos na... Leia mais
01 JUL

Flagra: os detalhes (e a gambiarra) revelados pelo novo Renault Sandero RS

Renault Sandero R.S. continua vivo após reestilização (Reprodução/Internet)Imagens aparentemente de dentro da fábrica de São José dos Pinhais (PR) escancaram como deve ficar o novo Renault Sandero na versão esportiva R.S.A boa notícia: a configuração preparada pela divisão Renault Sport, com motor 2.0 de 150 cv herdado do Duster, continua firme e forte na gama, que será atualizada no fim de julho.Por outro lado, as modificações são muito menos revolucionárias do que a... Leia mais