Novidades

18 NOV
Jeremy Clarkson: a hipocrisia elétrica do Mercedes-Benz S 560 híbrido

Jeremy Clarkson: a hipocrisia elétrica do Mercedes-Benz S 560 híbrido

Se precisar, ele roda até 50 km só no modo elétrico (Acervo/Quatro Rodas)

Nada do que ensinavam nas manhãs de quinta-feira na sala de aula entrava na minha cabeça. Eu não prestava atenção, porque por trás da capa dos livros eu lia uma revista de música que adorava.

E numa dessas quintas fiquei enfeitiçado por uma foto do Robert Plant e do Jimmy Page descendo a escada do jato particular do Led Zeppelin. Outras pessoas estavam descendo a escada ao mesmo tempo – garotas hippies muito bonitas vestindo calças boca de sino. E tudo o que eu podia pensar era: “O que será que acontece naquele avião?”

Aquela foto mudou minha vida, porque me ensinou que Jane Austen e Adam Smith só me colocariam em um terno e me levariam a um cargo de gerente. E eu não queria isso. Queria voar em jatos particulares. Vou ser sincero: funcionou.

Usei jatos particulares várias vezes nos últimos 20 anos, e estou certo de que as pessoas que me viram descendo pela escada deles pensaram: “Quero isso”. Exceto na Inglaterra. Aqui, o que as pessoas pensam é: “Quero que ele pare de fazer isso”.

Bem, vou ser sincero de novo. Viajar em jato particular não é nada como você espera. Você continua precisando passar pela segurança do aeroporto, onde pessoas que te odeiam tocam seus genitais.

Então você entra no avião, que sempre tem uma altura interna de exatamente 5 cm a menos do que você precisa. Após a decolagem, uma mulher cheia de maquiagem chega e lhe oferece sanduíches que acabaram de ser feitos ontem e champanhe com rolha de plástico.

Você não pode ter rolha de verdade em um jato particular mal vedada, porque a grandes altitudes ela saltaria da garrafa e sairia por uma janela.

E, então, após várias horas de champanhe morno e sanduíches de camarão com cara de validade vencida, você pousa. E desce pela escada e todo mundo pensa que você é o Robert Plant e que transou com a aeromoça. Mas a verdade é que você não é e não transou.

Eu estou fazendo parecer que a coisa é ruim, mas não é tanto. Jatos particulares decolam quando você sobe a bordo e as pessoas não tiram fotos de você dormindo e babando para depois colocar no Instagram. Então, apesar da comida ruim e do tédio, eu sempre concordo quando alguém diz: “Vamos em um jato?”

Mas hoje em dia as coisas estão mudando. A duquesa de Sussex foi criticada por usar um jato particular para ir ao chá de bebê dela em Nova York. E não apenas porque um chá de bebê é uma coisa besta, indigna da realeza.

O Leonardo DiCaprio também foi forçado a abandonar os jatos particulares depois que ele foi chamado de ambientalmente hipócrita.

E agora há firmas de aluguel de jatos particulares pedindo aos clientes para plantar árvores e fazer doações para causas verdes antes de assinar o contrato.

E eu fico pensando. Os gigantes corporativos vão fazer isso? Não sei. Estou ciente de que viajar de jato particular produz uma enorme quantidade de CO2 desnecessariamente e, refletindo um bom tempo no banheiro hoje de manhã, decidi que não me importo.

Aqui é o cockpit do piloto, digo, do chofer James (Acervo/Quatro Rodas)

Porque quanto tempo a mais eu consigo para o planeta usando, em vez deles, a Ryanair? 0,0000001 segundo? Menos?

E tudo isso me leva ao Mercedes-Benz S 560 e L. Os Classe S sempre foram jatos particulares para a estrada. E essa é a versão híbrida, para que os mandachuvas corporativos andem por aí em uma nuvem de presunção, em vez de fumaça.

Sob o capô há um V6 de 3 litros, o que nem de longe é grande o suficiente para um carro desse tipo. Então, para ajudá-lo, ele tem também um motor elétrico. Juntos eles produzem 476 cv de potência e 71,4 mkgf de torque.

O que significa que o gigante pode ir de 0 a 100 km/h em 5 segundos. Na verdade, a usina de força híbrida entrega tanta força que, às vezes, é difícil arrancar sem patinar um pouquinho.

Acho que o cara no banco de trás não vai ficar muito entusiasmado se isso acontecer sempre que o semáforo abrir. Então, chofer, tome cuidado.

Também há outro problema. Não estou sugerindo que qualquer pessoa dirija a mais de 120 km/h na rodovia ou que qualquer um deveria.

Mas, se fizer isso, e especialmente se chegar a 160 km/h, a suspensão traseira começa a ficar perceptivelmente agitada. Eu temo que isso possa ter algo a ver com o grande peso das baterias e do motor extra.

Já a Mercedes cita, como ponto positivo, que você pode andar até 50 km usando somente energia elétrica, o que em Londres é suficiente para alguém ir e voltar do trabalho.

Eu consegui andar apenas 33 km antes que o motor normal entrasse em ação com um discreto “ahan”, o que não é um número ruim. E para recarregar? Bem, você pode carregar na tomada ou usar o V6.

E, para ser sincero, o banco de trás é um lugar adorável.

Desde que o chofer James não dirija a uma velocidade tão louca que faça seu queixo bater, há travesseiros embutidos em que você pode descansar sua cabeça fatigada, a opção de descansos de perna estendidos eletricamente e tanto espaço que mesmo eu não consegui tocar o assento na frente dos meus pés.

O melhor de tudo, no entanto, é que meu carro de teste veio com um DVD player.

Eu sei que atualmente você pode fazer streaming de filmes da internet, mas pessoas mais velhas nem sempre são capazes de fazer isso. Elas gostam das tecnologias antigas. Eu gosto.

Na semana passada, eu tinha terminado de filmar uma temporada de Who Wants to Be a Millionaire? em Manchester, entrei no banco de trás do Mercedes e comecei a assistir ao filme Butch Cassidy e, quando estava no meio, cheguei ao destino final pensando que o homem ainda não inventou uma maneira melhor de fazer uma jornada como aquela.

Eu levei meus sanduíches, meu vinho, meu filme e meu motorista, e foi brilhante. Porém, fico pensando. Dizem que a Bentley está trabalhando num híbrido desse tipo, e é provável que ele seja – como poderia dizer? – um lugar menos germânico para se sentar.

Mas carros como esses podem ser realmente, mesmo que remotamente, ecológicos? Comprar o S 560 é meio como voar até Nova York em um jato particular e então acalmar sua consciência comprando uma orquídea.

Então, fico pensando se não é melhor você admitir que não se importa e comprar a versão esportiva AMG.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

15 MAR

Tesla Model Y: um SUV elétrico com preço de Volkswagen Tiguan

Menor SUV da Tesla tem jeitão de minivan (Divulgação/Tesla)A Tesla divulgou as primeiras imagens de seu mais novo SUV de entrada. Baseado na plataforma do Model 3, o Tesla Model Y mais parece uma versão do Model X em escala menor.Previsto para ter suas primeiras unidades entregues apenas em 2020, o modelo custará a partir de 39.000 dólares – ou aproximadamente R$ 150.000 em conversão direta.Perfil lembra o Model X (Divulgação/Tesla)Um detalhe: o preço anunciado vale para a versão... Leia mais
15 MAR

Tesla revela Model Y, SUV elétrico de 7 lugares e US$ 39 mil

Quarto modelo da marca, o Tesla Model Y foi apresentado ao mundo em 4 configurações diferentes partindo de US$ 39 mil (R$ 150 mil em conversão direta). O lançamento, porém, só acontecerá a partir de 2020. As primeiras versões a ganharem as ruas serão as mais caras, Performance e Long Range. Elas chegarão no segundo semestre de 2020. Já a mais barata, Standard, ficará para o primeiro semestre de 2021. Versões e preços Performance: US$ 55.700 (R$ 214 mil em conversão... Leia mais
15 MAR

Renault prepara um misterioso monovolume turbo derivado do Kwid

Monovolume é baseado na plataforma CMF-A (Reprodução/Motor.es/Internet)Simples e barato, o Renault Kwid é o ponto de partida de um novo monovolume da fabricante francesa. Conhecido como ‘Projeto RBC’, o modelo foi flagrado em testes na Europa pelo site Motor.es.A semelhança com o compacto de entrada da Renault vai muito além do design da dianteira. O monovolume também é baseado na plataforma CMF-A e terá, de série, airbags frontais e laterais.Contudo, se livrou das rodas com... Leia mais
15 MAR

Flagramos o novo Hyundai HB20S, que estava escondido na toca até agora

Apesar da camuflagem é possível perceber o relevo da carroceria (Mário Jorge Pereira/Quatro Rodas)Diferentemente da GM, que vai lançar o novo Onix antes do novo Prisma — o hatch chega em julho e o sedã, em setembro deste ano — a Hyundai deve apresentar o novo HB20 nas duas versões (hatch e sedã) praticamente ao mesmo tempo.O início da produção está previsto para agosto de 2019, com lançamento nas concessionárias em setembro. A estratégia da Hyundai é a mesma da Toyota em... Leia mais
14 MAR

Fiat toma posto da Chevrolet e vira patrocinadora da Seleção Brasileira

Fiat sucede GM e VW como patrocinadora da CBF (CBF/Divulgação)A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) anunciou nesta quinta-feira (14) a Fiat como sua nova patrocinadora. A marca italiana assume o posto que a Chevrolet ocupava desde agosto de 2014.O valor do contrato não foi revelado, mas ele terá duração de quatro anos e abrange todas as Seleções de futebol do Brasil: de base, olímpicas e principais, incluindo masculina e feminina.Com isso, o fabricante do grupo FCA terá seu... Leia mais
14 MAR

Fiat vai patrocinar a Seleção Brasileira de futebol

A Fiat anunciou nesta quinta-feira (14) que vai patrocinar a Seleção Brasileira de futebol pelos próximos 4 anos. Os valores do negócio não foram divulgados. O contato vale para todas as categorias, incluindo equipes masculinas, femininas, olímpica e de base. A fabricante aparecerá como patrocinadora da Confederação Brasileira de Futebol, a CBF, já nas próximas competições, a Copa do Mundo de futebol feminino, que acontece na França, e a Copa América, sediada pelo... Leia mais