Novidades

13 NOV
Reportagem: como ganhar dinheiro sendo motorista de aplicativo

Reportagem: como ganhar dinheiro sendo motorista de aplicativo

O passo a passo de como iniciar a vida como motorista de aplicativos (Índio San/Quatro Rodas)

Em tempos de crise e recessão, virar motorista de aplicativo passou a ser a solução para muita gente. Mas não é só comprar um carro, sair rodando por aí e aguardar que o celular apite.

Tornar-se condutor deste serviço requer uma preparação prévia: documentação, escolha do carro, além de atenção ao modo de dirigir e a horários de trabalho.

QUATRO RODAS elaborou um passo a passo para quem quer ser motorista de aplicativo e garantir uma grana boa no fim do mês, com dicas básicas e a opinião de motoristas que já estão neste ramo há mais de um ano.

Primeiro, é necessário se enquadrar no perfil dos aplicativos de transporte. A maioria exige maiores de 21 anos com CNH permanente.

Todas as empresas fazem levantamento de antecedentes criminais, além de consulta a outras fontes públicas, como Banco Nacional de Mandados de Prisão e Receita Federal.

Antes de escolher o automóvel, é preciso cuidar dos trâmites para virar um motorista profissional legalmente. O condutor deve ter na CNH o EAR, sigla para Exerce Atividade Remunerada.

Para tal, deve-se agendar o serviço que começa com uma avaliação psicológica e exames de aptidão física e mental. Obviamente, tais serviços têm suas taxas.

Pelo Detran de São Paulo, a da avaliação psicológica sai por R$ 102,14 (paga diretamente ao profissional) e a de emissão de CNH custa R$ 43,77 (em banco conveniado).

Cada empresa tem um procedimento próprio de entrada no serviço, mas basicamente consiste em preencher um formulário, fazer a verificação de documentos e do carro e, em alguns casos, pedir um exame toxicológico.

Resolvidos os trâmites burocráticos, hora de escolher o veículo. É preciso ficar atento às políticas das empresas, já que alguns aplicativos não aceitam SUVs ou carros com cores berrantes, além de ter idade mínima de uso do modelo, que varia de 9 a 11 anos.

Para não errar, os motoristas recomendam sempre sedãs por questões subjetivas e objetivas. Primeiro, pelo porta-malas maior; segundo, pela imagem mais executiva e profissional que os três-volumes transmitem.

Além disso, é a carroceria que pode atender a tipos de categorias diferentes de alguns apps, como o Uber (X, Select).

Há ainda o fato de o porta-malas maior do sedã permitir a instalação de kit GNV, muito usado pelos donos para economizar no combustível. E atende melhor aos clientes que estão com malas do que um hatch.

“Passageiro gosta de carro grande e o sedã te dá possibilidades de atender melhor, ainda mais que pegamos muitas viagens de rodoviária, aeroporto e hotel. Ou seja: você tem espaço para colocar as malas dos passageiros sem preocupação”, recomenda Alan SantAnna, 45 anos, que roda com aplicativo há mais de um ano no Rio de Janeiro.

Ar-condicionado é mandatório e alguns recomendam bancos de couro, para passar aquela imagem de sofisticação que pode render algumas estrelinhas. Porta-revistas para os bancos traseiros e alças de segurança no teto também são bem-vindos.

Aqui é preciso botar na ponta do lápis. Seminovo normalmente vai demandar mais reparos quanto mais idade ele tiver. Por isso, o ideal é pegar modelos com até três ou quatro anos de uso, em bom estado.

Algumas empresas têm parcerias com locadoras, mas é preciso fazer contas. Muitos começam alugando o carro, porém, depois, percebem que a prestação que pagariam em um zero-km custava o mesmo que a locação mensal.

Zero ou seminovo, é importante analisar todo o pós-venda do carro. Ou seja, o quanto você vai gastar com ele, já que isso impactará seus rendimentos. No caso dos veículos novos, o ideal é pesquisar o custo de revisão nos próprios sites da montadora.

Também chafurde reportagens sobre o carro, além de fóruns e clubes de donos do veículo para descobrir os problemas mais comuns, custos de peças e reputação da marca.

Não se esqueça do custo do seguro – e nem se assuste, pois ao trabalhar com o veículo, a apólice fica mais cara mesmo. Faça simulações do seu perfil com os modelos que você está de olho.

Isso vale para qualquer pessoa que vai comprar um seminovo, mas especialmente para o motorista de aplicativo, pois qualquer conserto implica despesa e tempo com o carro parado.

Observe o estado dos pneus e se não há espaçamentos nas partes da carroceria que denotem que o carro sofreu uma batida forte.

Ligue o carro e fique com o ouvido atento a chiados, que podem sugerir problemas na correia dentada.

Dê uma volta em trechos mais irregulares para ver se há barulhos vindos da suspensão ou de partes plásticas do acabamento, e se o automóvel está quicando muito em lombadas ou valetas.

Na hora de frear, preste atenção em trepidações no pedal e se o carro não está puxando mais para um lado do que para o outro. Se possível, levante o veículo na oficina para ver o estado dos amortecedores.

Carros mais usados: Sandero, Gol, Onix, Logan e Siena (Índio San/Quatro Rodas)

Este item é bem sensível e vale uma pesquisa no site do Conpet (conpet.gov.br ) para ver a média que o carro costuma fazer.

O GNV é uma saída para quem quer economizar, ainda mais em estados como o Rio, que concedem descontos de mais de 60% no IPVA para quem instala o gás natural veicular.

Só opte pelo kit de quinta geração, que não afeta tanto o desempenho como os anteriores. Atenção: carro automático oferece um conforto para o motorista, mas consome mais do que o com câmbio manual.

“Se você for de categoria mais exclusiva, vale a pena ter o automático. Você terá um carro mais confortável para dirigir e, como ganha mais, cobre o consumo maior”, sugere SantAnna.

É indispensável ter entrada para carregar celular do cliente, mas  também é recomendável um cabo específico para iPhone, para emprestar aos donos de Apple esquecidos. Outros mimos podem fazer sucesso, como revistas, carregador portátil, Wi-Fi a bordo e até espelho de maquiagem.

Água e balinha caíram em desuso. Não são garantia de estrelinhas na avaliação e ainda representam custo – no caso da água, ainda é preciso ter uma geladeirinha ou cooler ocupando espaço no porta-malas.

Se for adepto das balas, não se esqueça de deixá-las bem armazenadas ou retirá-las do veículo quando parar de rodar. Com o calor, elas podem derreter, sujar o veículo e atrair baratas.

Adriano Melo, 42 anos, motorista que roda em São Paulo há quase dois anos, manteve as guloseimas no seu carro de um jeito diferente. Ele carrega uma caixinha com balas, doces, biscoitos e gomas de mascar que o passageiro pode comprar na hora.

“Temos que ter um diferencial. Costumo dizer que o aplicativo toca para todos, mas o atendimento tem que ser diferente”, diz.

Faça um estudo do volume de chamados durante o dia e de cada dia da semana para ter uma noção dos horários em que há mais demanda. Em São Paulo e no Rio, as pedidas costumam ser de 6h às 10h, e a partir das 17h até 23h ou meia-noite.

Lembre-se, porém, que nos horários de rush há tarifas dinâmicas, contudo se perde mais tempo no engarrafamento. Já o período entre meio-dia e 16h costuma ser o mais fraco.

Para quem quer garantir o faturamento, rodar aos fins de semana é fundamental. Sextas à noite, sábados e domingos após 14h costumam ser movimentados e, somados os três períodos, podem  render o mesmo que uma semana útil inteira.

Também fique ligado em eventos de grande porte, como shows, festivais de música, feiras de exposições e partidas de futebol. “Costumo dizer que passageiro é igual Pokémon.

Tem que ficar procurando e onde você acha que não vai ter uma boa corrida é onde aparece. Mas depende muito do dia da semana. De segunda a quarta-feira, por exemplo, costuma ser mais fraco”, explica Adriano Melo.

Aí vai de quanto cada um está disposto a faturar. A maioria dos motoristas considera que o mínimo para ganhar dinheiro com aplicativos são 10h de trabalho.

“Quanto mais rodar, mais você ganha. Quanto mais cedo sair de casa, mais cedo volta. Faça intervalos, pausas para alongamento e para comer alguma coisa”, explica Alan.

Para ter um rendimento mensal  mínimo de R$ 4.000 por mês (já descontado o combustível), Adriano elaborou uma tabela diária. Para tal, estabeleceu meta de R$ 250 a R$ 300 de faturamento/dia, o que pode ser obtido entre 8 e até 15 horas de trabalho.

Mas é fundamental não se esquecer de separar  dinheiro todo mês para a manutenção, que deve ser calculada em função do veículo e do quanto roda.

Na média, tente  separar de 10 a 15% do faturamento no dia para fazer uma caixinha. É uma espécie de reserva de segurança para um eventual serviço que tenha de ser realizado no carro.

A não ser que o passageiro peça, siga os aplicativos de trânsito, como o Waze. Quando estiver vazio, procure locais com demanda natural.

Em São Paulo, o Centro Expandido e áreas nobres; no Rio, Zona Sul, Centro e regiões com grandes distâncias e déficit de transporte público, como a Barra da Tijuca.

Também fique próximo aos locais que sediam aqueles eventos de grande porte de que falamos antes, como estádios de futebol, arenas de shows e centros de convenções.

Limpe o carro pelo menos duas vezes por semana. Carregue também sempre dois panos para qualquer limpeza rápida por dentro ou por fora do veículo.

Evite produtos oleosos em painéis de portas ou em bancos com material sintético. Ao colocar cheirinhos, escolha aromas suaves e discretos e, depois de aplicá-lo, ande com os vidros abertos por uns 20 minutos.

Ser cordial e gentil é fundamental para receber uma boa avaliação no app. Respeite o limite de velocidade, evite manobras bruscas ao volante e não fique reclamando do trânsito.

Buzinar demais, xingar outros motoristas e ter reações agressivas também vão render avaliações ruins. Tenha bom senso e trate com respeito os passageiros, principalmente mulheres, que costumam ter receio em pegar carros de aplicativo. 

Além disso, não coloque o ar-condicionado no “modo Sibéria” – em especial com pessoas idosas, que costumam sentir mais frio. Passageiros que estão indo ou voltando do trabalho geralmente querem relaxar e não serem incomodados.

Por isso, evite puxar conversa e ouça músicas calmas.“Quem usa esse tipo de serviço quer segurança e conforto, por isso é fundamental manter uma boa atmosfera.

Já recebi elogios por usar o ar numa temperatura agradável e por estar escutando rádio de jazz. Você sabe que está agradando o passageiro quando ele está cantando as músicas que estão tocando no som”, diz Alan SantAnna.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

10 JUN

Kawasaki Versys 1000 2020 chega renovada ao Brasil por R$ 55.490

A Kawasaki anunciou nesta segunda-feira (10) a chegada da Versys 1000 renovada ao Brasil. O modelo 2020 chega às concessionárias da empresa em 15 de julho por valor a partir de R$ 55.490. Veja os preços: Versys 1000 Standard: R$ 55.490 (antes, custava R$ 49.990)Versys 1000 Grand Tourer: R$ 66.990 (antes, custava R$ 57.990) De proposta estradeira e com visual aventureiro, a Versys 1000 manteve a base, mas passou por mudanças visuais, alterações mecânicas. Motos 2019: veja... Leia mais
10 JUN

Fernando de Noronha é 1º território no Brasil a banir carro a combustão

Renault doou seis carros elétricos à administração da ilha (Divulgação/Renault)Fernando de Noronha será o primeiro território pertencente ao Brasil a banir veículos movidos a combustão.Um decreto-lei sobre o tema foi assinado na última semana pelo governador de Pernambuco – estado que administra o território -, Paulo Câmara. O documento será gora apreciado pela assembleia legislativa pernambucana.Pelo decreto, a partir de 10 de agosto de 2022 ficará proibida a entrada de novos... Leia mais
10 JUN

'Apenas advertência não terá nenhum resultado', diz autor de estudo sobre mortalidade infantil em acidentes de trânsito nos EUA

O médico Faisal Qureshi, cirurgião pediatra especializado em trauma, está acostumado a ver de perto o sofrimento de crianças vítimas de acidentes de trânsito. Professor do UT Southwestern Medical Center, centro médico em Dallas, no Texas, ele publicou em 2017 um estudo que analisou as taxas de mortalidade infantil em desastres de trânsito nos Estados Unidos. Qureshi e os outros autores concluíram que um dos principais fatores de risco do uso incorreto de dispositivos de... Leia mais
10 JUN

França considera que fusão entre Fiat Chrysler e Renault continua sendo "boa oportunidade"

O projeto de fusão entre o grupo Renault e a Fiat-Chrysler (FCA), de capital italiano e americano, "continua sendo uma boa oportunidade", afirmou nesta segunda-feira (10) o ministro francês da Economia, poucos dias após o fracasso das negociações. "Um projeto de fusão com a FCA continua sendo uma boa oportunidade", disse Bruno Le Maire à imprensa em Tóquio, mas reforçando o desejo de manutenção da atual aliança Renault-Nissan e dos postos de trabalho. A FCA decidiu na... Leia mais
10 JUN

O dia em que QUATRO RODAS acelerou um VW Gol AP 4×4 de 500 cv

O visual do modelo quase não dava pistas das suas modificações mecânicas (Marco de Bari/Quatro Rodas)Matéria originalmente publicada na QUATRO RODAS de Outubro de 2003Pax et bonum. O provérbio em latim estampado no emblema frontal abre passagem pedindo a paz e o bem. Quem está à frente só vê o Gol preto-fosco com cara de mau crescer rapidamente no retrovisor.Quando olha de novo, não está mais lá. Já passou, empurrado por mais um coice da embreagem.Dirigir o Gol Hellbrügge GT4 é... Leia mais
10 JUN

Correio Técnico: o que significam os números 6×4 e 8×2 dos caminhões?

Caminhões com mais de um eixo de tração geralmente são usados em locais de menos aderência (Divulgação/Volkswagen)O que significam os números 6×2, 8×2 e 6×4 que aparecem nos caminhões? – Alexandre pinto, Maria da Fé (MG)O primeiro algarismo indica o número de rodas e o segundo, quantas têm tração, como ocorre nos veículos e SUVs com tração nas quatro, os 4×4. Mas há duas diferenças nos caminhões e ônibus. Neles, o primeiro número não indica necessariamente o... Leia mais