Novidades

01 NOV
Impressões: Honda Accord terá sistema híbrido bem diferente do Corolla

Impressões: Honda Accord terá sistema híbrido bem diferente do Corolla

Honda Accord Hybrid deve chegar em 2020 (Divulgação/Honda)

Fazia frio e chuva quando chegamos ao autódromo de Motegi, nos arredores da capital japonesa, Tóquio, para experimentar um sistema híbrido da Honda ainda inédito no Brasil.

Chama-se i-MMD, sigla que parece operação matemática, mas que em inglês significa “Condução Inteligente Multimodo”. Faríamos o teste em dois modelos: sedã Accord e o SUV CR-V.

Ainda não sabíamos, visto que o anúncio seria feito na parte da noite, mas já estávamos testando o primeiro carro híbrido a ser vendido pela marca japonesa no Brasil. No caso, o Accord.

Haverá ainda outros dois até 2023. O momento de sua chegada não foi confirmado, mas podemos apostar que deve ocorrer no ano que vem.

Accord será o primeiro Honda híbrido vendido no Brasil (Divulgação/Honda)

O que mais intrigou os jornalistas presentes é que o sistema opera de modo muito peculiar.

Não é nem um híbrido que opera propulsão elétrica e térmica de modo combinado, como o recém-lançado Toyota Corolla, nem um veículo que relega o motor convencional à mera condição de gerador de energia, caso do Nissan e-Power.

Nosso Accord híbrido, que virá importado dos Estados Unidos, contará com uma usina 2.0 quatro-cilindros naturalmente aspirada de ciclo Atkinson, aliada a um conjunto elétrico formado por um motor de tração e outro gerador.

O motor 2.0 a combustão do Accord Hybrid (Divulgação/Honda)

Conforme já acontece em outros híbridos, o motor gerador não se conecta diretamente às rodas. Sua função é captar a energia vinda do 2-litros e distribuí-la para o segundo motor ou para armazenagem nas baterias.

Já o motor de tração está ligado ao diferencial e, este sim, faz a transmissão direta da força às rodas. Ele pode ser alimentado pelo motor a combustão ou pela bateria, sempre via gerador. 

O quatro-cilindros, por sua vez, envia energia ao gerador, mais ou menos conforme acontece com o sistema e-Power da Nissan.

Bateria do Accord Hybrud fica localizada na parte traseira do assoalho (Divulgação/Honda)

Mas ele também pode transmitir força às rodas sem intermediários, através do acoplamento momentâneo a uma embreagem multidisco com relação única de marchas.

Ou seja: diferentemente do Corolla Altis Hybrid, que trabalha com um sistema planetário responsável por gerir a entrega de torque entre os motores elétrico e a combustão, o novo Accord híbrido não terá caixa de câmbio.

O mais curioso, porém, é que não há um único momento de ação combinada entre motores a combustão e elétrico. Falaremos disso mais adiante.

O veículo opera 100% com eletricidade nas arrancadas e retomadas, além de trechos de declive. Nesses momentos, o propulsor elétrico é capaz de render ótimos 184 cv de potência e 32,1 mkgf de torque.

Pela central multimídia é possível monitorar qual motor está entregando torque às rodas (Divulgação/Honda)

A velocidades médias ou em acelerações mais fortes, o motor a combustão entra em ação apenas para alimentar o gerador elétrico e ajudar a recarregar a bateria. 

Seu único momento de atuação solo é a velocidades de cruzeiro, quando a embreagem é acoplada em uma única relação de giros entre motor e rodas. Ali, o 2.0 entrega até 145 cv (a 6.200 rpm) e 17,8 mkgf (a 3.500 giros).

Agora, a uma velocidade já alta, se o condutor ainda assim demandar uma retomada para ultrapassar outro veículo, por exemplo, o propulsor elétrico será rapidamente acionado para garantir uma aceleração melhor. Afinal, não existe uma relação de marchas mais curta para a usina térmica.

Fôlego do Accord Hybrid é um de seus pontos fortes (Divulgação/Honda)

Vale observar que também há um conjunto híbrido IMM-D acoplado a um motor 1.5 de 107 cv, também com ciclo Atkinson e duplo comando variável de válvulas. É esta unidade motriz que estará presente na quarta geração do Fit, pelo menos no Japão.

Outra diferença importante para o Corolla é que, por enquanto, segundo a Honda, não há chances de termos este sistema adaptado para ser flex. Nosso Accord híbrido deve receber apenas gasolina no tanque, portanto.

O único ponto de convergência entre eles é que não possuem recarga externa.

Accord Hybrid deve substituir a versão 2.0 convencional no Brasil (Divulgação/Honda)

Hora de entender toda a complexidade o IMM-D na prática. Até porque seu funcionamento, na verdade, é tão simples quanto o de um híbrido convencional, pelo menos na percepção do motorista.

A principal distinção em termos de desempenho é que, ao usar a generosa entrega de potência e torque do motor elétrico, a condução fica interessantemente esportiva. Junte isso à boa rigidez da carroceria, à resposta macia das suspensões independentes e ao conforto típico de um sedã grande e pronto: temos aí uma boa receita.

Padrão de acabamento e conforto é o mesmo do Accord a combustão (Divulgação/Honda)

Os engenheiros da Honda tentaram a todo momento reiterar justamente isso: além da eficiência térmica de 40% e da promessa de consumo acima de 20 km/l em ciclos combinados, o sistema proporciona diversão ao dirigir.

Em nosso curto contato com o carro, tal afirmação se mostrou aparentemente verdadeira.

Como a experiência foi de poucos quilômetros num pequeno circuito fechado cheio de cones, com poucas retas e muita chuva, foi possível sentir em ação apenas a propulsão elétrica e o motor térmico entrando para gerar energia.

Gerenciamento do sistema híbrido também é possível via quadro de instrumentos ou head-up display (Divulgação/Honda)

O que mais nos deixou intrigados foi a presença de borboletas para troca de marchas que não existem. Os giros do motor a combustão são controlados sempre eletronicamente, em solução chamada pela Honda de e-CVT.

Por outro lado, diferentemente do Nissan e-Power, seu ronco é suave e não causa estranheza aos ouvidos. Tudo isso com uma autonomia de quase 800 km constando no gerenciador da central multimídia.

De resto, estamos falando do mesmo Accord que já é oferecido no Brasil. Assim como em relação ao cronograma de lançamento, a Honda não deu absolutamente nenhum detalhe sobre equipamentos ou preço.

Posicionamento inteligente da bateria permite que o volume do porta-malas não seja sacrificado: 574 litros (Divulgação/Honda)

Mas é de se esperar que a versão híbrida substitua integralmente a 2.0 convencional, pois paga menos IPI, e que chegue já com visual reestilizado.

O preço? Outro mistério, mas se o Accord atual custa R$ 204.990, é possível dizer que o híbrido dificilmente ficará abaixo de R$ 200.000.

Apesar do funcionamento aparentemente bem mais complexo, o Accord híbrido entrega algo que modelos da Toyota como Corolla e Prius não conseguem: desempenho forte. Por outro lado, em consumo a eficiência dos Toyota é maior.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

09 JAN
Toyota lançará SUV derivado do Yaris até o fim deste ano na Europa

Toyota lançará SUV derivado do Yaris até o fim deste ano na Europa

Nova geração do Yaris foi apresentada no Japão no último mês de outubro; traços do novo SUV devem ser parecidos (Divulgação/Toyota)Segundo o site britânico Auto Express, a Toyota estaria preparando para o segundo semestre deste ano o lançamento de um novo SUV compacto, derivado do Yaris europeu.O modelo, ainda sem nome, deve chegar primeiro à Europa, onde será posicionado abaixo do CH-R, atual SUV de entrada da marca no continente europeu.O esperado é que o novo carro tenha... Leia mais
09 JAN
Impressões: novo Nissan Versa será rival à altura de Virtus e Onix Plus

Impressões: novo Nissan Versa será rival à altura de Virtus e Onix Plus

Os novos faróis podem ser full-led, dependendo da versão (Divulgação/Nissan)Dos 86.586 Nissan que ganharam as ruas brasileiras de janeiro a novembro de 2019, 57,9% eram Kicks. O SUV compacto lançado em 2016 caiu no gosto dos brasileiros.Se o sucesso se deu pelas características técnicas, são boas as chances da nova geração do Versa se dar bem no Brasil quando chegar às lojas brasileiras, no segundo trimestre de 2020.O sedã compacto de porte avantajado tem muito mais em comum com o... Leia mais
08 JAN
Ford quer ter versão própria do Waze, e quem fornecerá dados é o seu carro

Ford quer ter versão própria do Waze, e quem fornecerá dados é o seu carro

Ford mapeou todo o trânsito da cidade de Ann Arbor, próxima a Detroit, em Michigan, EUA (Divulgação/Ford)No futuro, é possível que seu automóvel dedure quando você der aquela freada forte para evitar uma batida ou um atropelamento. Mas não se preocupe, ele fará isso para melhorar a sua vida – na verdade, de todos.Uma mobilidade com mais qualidade apresentada pela Ford envolve o estudo do trânsito das grandes cidades usando dados produzidos pelos próprios automóveis da marca.A... Leia mais
08 JAN
Hyundai e Uber mostram aeronave na CES 2020. Só um detalhe: ela não voa

Hyundai e Uber mostram aeronave na CES 2020. Só um detalhe: ela não voa

Protótipo quer resolver problemas de mobilidade urbana (Nelson dos Santos/Quatro Rodas)Hyundai desenvolveu uma aeronave em parceria com a Uber, batizada S-A1, que se tornou uma das principais atrações na área destinada aos automóveis na CES 2020, maior feira de tecnologia do mundo.Chamada pela marca de veículo aéreo pessoal, a enorme novidade de 10,7 metros de comprimento e 15 metros de envergadura atraiu milhares de curiosos no Las Vegas Convention Center, um dos pavilhões onde ocorre... Leia mais
08 JAN
Mercedes descarta Classe X para o Brasil e, no lugar, teremos SUV elétrico

Mercedes descarta Classe X para o Brasil e, no lugar, teremos SUV elétrico

Apesar de testada no Brasil, a Classe X foi descartada do nosso mercado (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)Quem ainda tinha um fio de esperança de ver a Mercedes-Benz Classe X chegar ao Brasil para concorrer com as versões V6 de Volkswagen Amarok e Toyota Hilux pode desistir.Depois de cancelar subitamente o acordo de produção da picape na Argentina, o fabricante afirmou durante a CES, em Las Vegas, nos EUA, que desistiu de vender o modelo no Brasil.A notícia se dá por conta das... Leia mais
08 JAN
Mercedes-Benz processada em R$ 4 bilhões por fraude em teste de emissões

Mercedes-Benz processada em R$ 4 bilhões por fraude em teste de emissões

– (Divulgação/Mercedes-Benz)Investidores entraram com um novo pedido de indenização de 896 milhões de euros (cerca de R$ 4 bilhões) contra a Daimler por conta da fraude no controle de emissões de gases.O escritório de advocacia alemão Tübingen Tilp anunciou que foi contratado por 219 investidores institucionais para entrar com uma ação contra o grupo.Segundo Tübingen Tilp, as acusações estão relacionadas ao uso de um programa capaz de mascarar as emissões de poluentes –... Leia mais