Novidades

23 OUT
Será este o futuro SUV nacional da Toyota escondido no Salão de Tóquio?

Será este o futuro SUV nacional da Toyota escondido no Salão de Tóquio?

Daihatsu Rocky, irmão do futuro Toyota Rise (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

A coletiva de imprensa foi toda conduzida em japonês, sem sequer um serviço de tradução simultânea. O material fornecido a jornalistas falava apenas sobre simpáticos e futuristas conceitos de vans e kei cars.

Mas eis que, de maneira breve, o telão do estande da Daihatsu, marca subsidiária da Toyota no Japão, exibiu por alguns segundos a imagem de um SUV compacto que constava no espaço.

Traseira denuncia que ele é derivado do conceito DN Trec (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

Aqui está explicado por quê (Wikimedia/Internet)

Era por ele que eu estava procurando. Até porque o desenho da traseira me parecia bastante familiar.

Logo na entrada do estande havia duas unidades à paisana, uma vermelha e uma branca. Ao lado delas, uma ficha técnica em japonês na qual se podia ler, com ajuda do tradutor do Google, a expressão “Novo SUV compacto”. Assim, sem nome.

Modelo tem frente bojuda, mas não é tão largo. Conjunto óptico dianteiro é full-led (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

Tentei localizar algum representante da Daihatsu que falasse inglês e pudesse dar mais detalhes do misterioso produto. Até que consegui, enfim, ser apresentado a Toshio Shibagaki, gerente do departamento de estilo da companhia.

Já as lanternas trazem apenas uma discreta luz de posição em led (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

Shibagaki explicou que o nome definitivo do carro deve ser “Rocky”. Que, sim, o modelo deriva do conceito DN Trec, apresentado em 2017. E que, sim, sua plataforma é a DNGA, variante simplificada da TNGA do nosso Corolla.

Segundo ele, os exemplares exibidos no salão ainda são protótipos em estágio final, mas a versão definitiva de produção deve ser revelada “muito em breve”. Após pesquisas, descobri que a tal data é 5 de novembro. As vendas, efetivamente, devem ser iniciadas no princípio de 2020.

Rodas aro 17 trazem quatro furos e são calçadas por pneus com menos de 20 cm de largura na banda de rodagem (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

Mas o mais importante é que, ao ser perguntado se o modelo gerará um irmão com logotipo da Toyota, o representante da marca disse: “Espero muito que sim”. O modelo em questão se chamaria Rise.

Rocky tem interior com aspecto bem espartano (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

É esta a informação que mais me interessava, pois, segundo rumores dos últimos meses, estamos falando do futuro SUV nacional da Toyota, que será desenvolvido com investimento de R$ 1 bilhão na fábrica de Sorocaba (SP) e, conforme apuração exclusiva de QUATRO RODAS, começará a ser produzido em março de 2021.

O que mais nos intrigou é que o Daihatsu Rocky é muito pequeno para os padrões de um SUV compacto brasileiro.

Central flutuante à parte, cabine do motorista é simples, sem muitos botões ou firulas (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

São 3,99 metros de comprimento (30 cm a menos que um Honda HR-V e 20 cm a menos que um VW T-Cross), 1,69 m de largura (4 cm a menos que o Chevrolet Onix Plus, um sedã compacto) e 2,52 m de entre-eixos (3 cm a menos do que um Toyota Yaris hatch ou sedã).

Apesar do entre-eixos curto, assoalho plano e bancos finos ajudam a ampliar espaço traseiro para pernas. Mas não há sequer difusor de ar (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

O peso, 980 kg, é equivalente ao de um VW up! TSI. E basta abrir uma das portas para sentir a estranha e extrema leveza da carroceria. Sua única dimensão condizente é a altura, 1,62 m, quase igual à de um Hyundai Creta.

Tanto o Daihatsu é pequeno e leve que seu motor no Japão será um 1.0 três-cilindros turbo com apenas 98 cv de potência e 14,3 mkgf de torque, aliado a câmbio CVT.

Apesar de muito compacto, Rocky oferece espaço interessante no porta-malas (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

Minha reação inicial foi: “Não é possível que a Toyota vá lançar um SUV pequeno assim no Brasil”. Resolvi então entrar na cabine.

O espaço para pernas e cabeça surpreendeu. Como o modelo é alto e utiliza bancos dianteiros finos, os vãos são satisfatórios para acomodar quatro adultos sem aperto. Mas a largura não é tão generosa assim e três ocupantes juntos na fileira traseira vão inevitavelmente raspar ombros o tempo todo.

Nas guarnições das portas é possível perceber o quanto o acabamento do modelo é simples (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

Já o acabamento é espartano: couro e tecido mesclados nos bancos, muito plástico rígido, painel limpo, central multimídia flutuante, quadro de instrumentos aparentemente digital, ar-condicionado manual e poucos botões.

Mas há duas câmeras no para-brisa para sistemas ativos de segurança, como frenagem autônoma emergencial e assistente de permanência em faixa.

Por falta de uma, há duas câmeras para monitorar as assistências semiautônomas de segurança (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

Por fora, faróis, capô e recortes do para-choque dianteiro remetem ao novo RAV4, mas a grade lembra bem a do Creta. A coluna A inclinada e o caimento mais quadradinho do teto parecem inspirados no Jeep Renegade.

Já as lanternas bipartidas e integradas por uma faixa em preto brilhante têm um quê de Chery Tiggo 5X. As rodas aro 17 trazem acabamento diamantado, mas usam pneus finos (195/60) para os padrões de um SUV.

Retrovisores externos trazem alerta de ponto cego (Leonardo Felix/Quatro Rodas)

A sensação de estranhamento perdurou. O Daihatsu Rocky não é desarmonioso ou desajeitado, mas continua parecendo compacto e simples demais para brigar com HR-V, Creta, T-Cross, Kicks e afins.

Será que a Toyota vai arriscar mesmo assim? Será que sua intenção é brigar num segmento inferior, já mirando no mini-SUV que a VW fará em Taubaté?

Será que o projeto receberá modificações profundas para ficar mais comprido e largo no Brasil? Será que, no fim das contas, nosso SUV será outro modelo que nada tem a ver com este? Será?

Confesso que entrei no estande à procura de respostas, mas saí de lá com muito mais perguntas na cabeça. Agora é esperar mais um ano, até o Salão de São Paulo 2020, onde nosso futuro SUV deve ser enfim revelado.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

14 JAN
Teste: Mercedes GT 63 S traz V8 artesanal e ar perfumado por R$ 1,2 milhão

Teste: Mercedes GT 63 S traz V8 artesanal e ar perfumado por R$ 1,2 milhão

Mercedes-AMG GT 63 S 4matic+ (Fernando Pires/Quatro Rodas)Mercedes-AMG GT 63 S 4matic+ (Fernando Pires/Quatro Rodas)Oficialmente o Mercedes-AMG GT Cupê é uma versão de quatro portas do esportivo mais rápido da marca atualmente. Até o nome é igual: o que muda é a presença dos números 53 ou 63 no modelo familiar.Mas a realidade é mais distante, afinal, o Mercedes-AMG GT 63 S 4Matic+ (esse é o nome no RG da única versão disponível no Brasil) está muito mais para CLS do que para... Leia mais
14 JAN
Longa Duração: com lotação máxima no Outlander, como fica a bagagem?

Longa Duração: com lotação máxima no Outlander, como fica a bagagem?

Bagageiro no teto é a solução para famílias numerosas que estão sempre na estrada (Fernando Pires/Quatro Rodas)Pode acreditar: um carro com sete lugares é o sonho de consumo de qualquer família numerosa. Veja o Outlander. Na cidade, é uma alegria só. Na terceira fileira, onde o espaço é pouco para adultos, duas crianças viajam sem reclamar. O problema está na hora de cair na estrada.Acontece que, ao armar os dois bancos extras, o volume disponível para bagagem cai de razoáveis... Leia mais
13 JAN
Caoa desiste de fábrica da Ford e deve levar projeto com chinesa a Jacareí

Caoa desiste de fábrica da Ford e deve levar projeto com chinesa a Jacareí

Fábrica da Ford em São Bernardo do Campo (Divulgação/Ford)A Caoa não é mais candidata a comprar a fábrica fechada pela Ford em São Bernardo do Campo (SP) em novembro passado. A informação foi confirmada nesta segunda-feira (13) pelo governador do estado, João Doria.Durante a abertura de uma exposição na capital paulista, Doria afirmou que o grupo liderado pelo empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade desistiu da aquisição do complexo, preferindo investir em outra fábrica... Leia mais
13 JAN
DPVAT 2020: quase 2 milhões pagaram valor maior e terão de ser ressarcidos

DPVAT 2020: quase 2 milhões pagaram valor maior e terão de ser ressarcidos

– (Agência Brasil/Reprodução)Os proprietários de veículos que realizaram o pagamento do Seguro DPVAT 2020 até a última quarta-feira (8) – quando os valores ainda eram baseados na tabela de 2019 – poderão pedir a restituição da diferença a partir desta quarta (15).O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, reconsiderou sua liminar – feita no dia 31 de dezembro – que suspendia a redução dos valores do seguro, atendendo a resolução do Conselho Nacional... Leia mais
13 JAN
VW T-Cross para PcD tem 2 meses de espera e perde bônus de revisões grátis

VW T-Cross para PcD tem 2 meses de espera e perde bônus de revisões grátis

VW T-Cross Sense (Reprodução/Internet)O ano de 2020 começou com uma boa e uma má notícia para clientes PcD que estão à espera do VW T-Cross Sense.A boa: a versão começou nesta semana a ser entregue aos compradores, antes mesmo do prazo inicial estipulado pela fabricante, 15 de janeiro.A ruim: quem deixou para reservar o veículo este ano não receberá a bonificação das três primeiras revisões grátis. O comunicado, apurado por QUATRO RODAS junto a várias fontes, foi feito a... Leia mais
13 JAN
Top ten: estes carros têm racks de teto que vão muito além de meras barras

Top ten: estes carros têm racks de teto que vão muito além de meras barras

– (Acervo/Quatro Rodas)Baseado no conceito europeu Idea 5terre, em 2006 a Fiat lançou no Brasil a versão Adventure do monovolume. Um dos atrativos era o rack com formato de bumerangue. Segundo a marca, ele tinha efeito aerodinâmico: funcionava como um aerofólio quando não estava carregando bagagem.– (Acervo/Quatro Rodas)Em 2010, o Citroën C3 AirCross agradou em cheio com a versatilidade de uma minivan aliada ao estilo off-road. E um dos seus diferenciais são as barras no teto que... Leia mais