Novidades

24 SET
Manutenção de carros elétricos pode ser até 50% mais barata, mas exige oficinas mais especializadas

Manutenção de carros elétricos pode ser até 50% mais barata, mas exige oficinas mais especializadas

É fato que carros elétricos custam mais do que similares a combustão. Da mesma forma que também é sabido que seu custo por quilômetro percorrido é mais baixo. Mas uma questão ainda pouco explorada são os serviços pós-vendas, como revisão e seguros.

Embora possa parecer o contrário, carros elétricos não oferecem mais riscos às seguradoras. Como há poucos veículos deste tipo, não existe grande procura por peças paralelas, e, como consequência, o risco de roubo é menor. Assim, a apólice, na maior parte das vezes, tem valor semelhante a de carros "comuns".

Já a manutenção é bastante descomplicada, e chega a ser até 50% mais barata do que num veículo a combustão da mesma faixa de preço.

Fim da 'rebimboca da parafuseta'

O custo menor da manutenção acontece por motivo bastante simples. Enquanto um veículo com motor a combustão tem cerca de 350 partes móveis, um elétrico tem 50. Ou seja, o risco de algo quebrar é bem menor.

O dono de um carro elétrico também pode esquecer aquela lista de peças famosas, que exigem troca periódica. Velas, correias, filtros de combustível e de óleo, tudo isso é dispensado nesses carros.

Manutenção mais barata e menos peças móveis no motor também reduzem o risco de o proprietário cair nas mãos de algum mecânico desonesto que queira levar vantagem ao trocar peças sem necessidade.

Se a “empurroterapia” está com os dias contados, a manutenção em oficinas independentes ainda é algo impensável, principalmente pela estrutura necessária.

Quem estiver disposto a adaptar sua oficina terá que colocar a mão no bolso. Isso porque o investimento para poder receber veículos elétricos pode chegar a R$ 200 mil (veja mais detalhes abaixo).

Revisão por marca

Veja abaixo como é o plano de manutenção dos 4 modelos à venda no Brasil: BMW i3 (a partir de R$ 205.950), Jaguar I-Pace (R$ 452.200), Nissan Leaf (R$ 195 mil) e Renault Zoe (R$ 149.990).

BMW i3

O i3 não tem um plano fixo de revisões – o próprio carro diagnostica e informa quando precisa de manutenção. A partir daí, avisa o motorista, que procura uma das 8 concessionárias da BMW. Emílio Paganoni, gerente treinamento da marca, estima que os valores sejam 70% mais baixos do que em um veículo a combustão da mesma faixa de preços (R$ 200 mil).

Jaguar I-Pace

A manutenção do I-Pace pode ser feita em todas as 40 concessionárias da marca no Brasil. Elas acontecem a cada 2 anos ou 34 mil km, o que ocorrer primeiro. A melhor parte – para os donos – é que os 3 primeiros serviços são grátis. Ou seja, o dono não precisa se preocupar em gastar com manutenção durante 6 anos.

Nissan Leaf

São 7 concessionárias credenciadas para fazer a manutenção do Leaf. Elas acontecem a cada 1 ano ou 10 mil km. As 6 primeiras saem por R$ 2.404, R$ 220 a menos do que no March 1.0, o carro popular da Nissan. A soma ainda é 116% mais baixa do os R$ 5.204 pedidos pela Toyota para as revisões do Toyota SW4, o carro mais vendido desta faixa de preços.

A partir de outubro, 11 concessionárias farão manutenção nos elétricos da Renault (hoje são apenas 2). As revisões acontecem a cada 1 ano ou 10 mil km, e, até os 60 mil km, saem por R$ 2.904 – R$ 200 a menos do que as do Duster 1.6, que custa metade do preço do Zoe.

Curiosamente, a Renault prevê troca da bateria de 12V (não é a que armazena a energia que alimenta o motor) a cada 2 anos ou 20 mil km. “O Zoe tem muitos componentes que exigem mais da bateria de 12V. Se ela tiver uma pequena perda de energia o veículo emite um alerta e para de funcionar”, explica Eli Carvalho, analista de qualidade e métodos da rede da Renault.

E o seguro?

Além da manutenção, outro custo que costuma preocupar os donos de veículos é o seguro. A apólice de um carro elétrico é mais cara do que de um modelo da mesma faixa de preços, mas a combustão? A resposta é: na maior parte das vezes, não.

O G1 pediu à Minuto Seguros que cotasse o valor da apólice para os 4 carros elétricos, além de modelos de preços similares, mas com motor a combustão. Foi considerado um perfil masculino, morador do centro de São Paulo.

Duas seguradoras, Porto Seguro e Tokio Marine, afirmaram que o preço não é mais alto por conta do risco (ou a falta dele).

“Temos uma postura parecida para riscos novos. Aceitamos, criamos uma base, com volume, e depois acertamos a precificação. Não há nenhuma razão para agravar o risco pelo carro ter uma bateria”, afirmou Luiz Padial, diretor do segmento automotivo da Tokio Marine.

Para Vicente Lapenta, superintendente da Porto Seguro Auto, há dois motivos que podem fazer com o que o preço possa até abaixar no futuro. “O primeiro é que pouca gente tem, então o mercado de roubo ainda é baixo. A segunda coisa é que o carro elétrico dá muito menos manutenção. Por isso, tende a ter uma frequência de assistência mais baixa”, disse.

Por outro lado, Lapenta vê um risco, ainda que de menor potencial de preocupação. “São veículos caros, isso pode atrapalhar no valor de revenda e acabar estimulando a chamada fraude de oportunidade”, completou.

Se a apólice não custa mais, o atendimento precisa ser diferenciado. “A orientação, como há alta tensão, é envolver a concessionária da marca. Percebendo a gravidade e dificuldade, temos que fazer a quatro mãos, por meio de parceria com concessionárias”, falou Padial.

A Porto Seguro, que tem uma frota de 15 Renault Twizy, também elétricos, disse que capacitou seus socorristas. Mas, em casos de problemas mais complexos, também encaminha os clientes para as concessionárias.

Como é a oficina?

O que muda nas oficinas para atender carros elétricos:

  • área exclusiva para esses veículos;
  • ferramentas próprias para remover a bateria;
  • "gancho" de emergência para casos de choque elétrico;
  • elevador com base livre

“Temos uma área demarcada, e ali, só o técnico capacitado está autorizado a mexer nesse carro”, explicou Paulo Manzano, gerente de produtos da Jaguar Land Rover. O padrão também é seguido pelas demais marcas.

As mudanças não se resumem a um box: as oficinas também têm equipamentos específicos.

“Quando a bateria precisa ser retirada, há um local próprio para isso, para não haver contaminação. Há um elevador específico. Ele tem a fiação suspensa, para deixar toda a base livre”, explica Flávio Presezniak, gerente de projetos da Nissan.

A alteração é essencial para permitir que um carrinho fique posicionado abaixo do veículo, e sirva de apoio para a bateria, quando essa precisa ser removida.

“Usamos um equipamento de diagnóstico diferente, que verifica parâmetros próprios de um carro elétrico”, disse Carvalho, da Renault.

O custo para adaptar as oficinas varia de acordo com a marca, e fica entre R$ 110 mil e R$ 200 mil. Em comum, o fato de que, em todos os casos, o valor é pago integralmente pelos lojistas.

Quem vai por a mão no carro

Do que adiantaria uma oficina pronta, se não os funcionários não estiverem preparados para trabalhar ali? Por isso, os técnicos e consultores tiveram que passar por treinamento para atender os clientes, e, principalmente, não colocar a própria vida em risco.

A média, em todas as marcas, é de 2 mecânicos treinados por concessionária. Algumas, como BMW e a Renault apostam em parcerias com o Senai para capacitar seus profissionais. Outras trouxeram gente de fora do país para instruir seus funcionários.

A BMW, inclusive, tem vários níveis de treinamento. Quem efetivamente trabalha com o i3 teve que fazer o curso chamado HVT, que dura entre 7 e 15 dias, com custos diários de R$ 250.

Quem se formou no HVT ganha o direito de tentar um curso mais avançado, chamado de HVE. Ele tem duração de 1 mês, e os custos são cobertos pela própria BMW. No Brasil, há apenas 1 pessoa qualificada nesse nível, com outras 2 terminando a formação.

No caso de Renault e Nissan, os técnicos foram preparados no centro de treinamento da aliança, em Jundiaí (SP). Já a Land Rover aproveitou a estrutura de um autódromo no interior de São Paulo para capacitar seus profissionais, logo após o lançamento do I-Pace.

Nos três casos, as marcas “importaram” profissionais de países como Japão (Nissan), Portugal, Espanha (Renault) e Inglaterra (Land Rover) para ensinar os brasileiros a fazerem o trabalho da melhor forma.

Fonte: G1

Mais Novidades

29 AGO
Ducati Panigale V4 S chega ao Brasil por R$ 109,9 mil

Ducati Panigale V4 S chega ao Brasil por R$ 109,9 mil

A Ducati apresentou nesta quinta-feira (29), durante a abertura do Festival Duas Rodas, a esportiva Panigale V4 S, que chega para substituir a atual 1299 Panigale. Como principal novidade, a moto tem um novo motor de 4 cilindros derivado do utilizado na MotoGP. O V4 substitui a tradicional configuração de 2 cilindros que a marca italiana costuma usar. Com 1.103 cc de cilindrada, o motor rende 214 cavalos de potência a 13.000 rpm e 12,6 kgfm a 10.000 rpm - para apenas 175 kg de... Leia mais
29 AGO
Audi Q3 e RS Q3 têm recall por falha no sistema de setas

Audi Q3 e RS Q3 têm recall por falha no sistema de setas

A Audi anunciou um recall para exemplares de Q3 e RS Q3 fabricados entre 2015 e 2018. Há a possibilidade de que o sistema do veículo não avise ao motorista caso as setas dianteiras deixem de funcionar. De acordo com a marca, o risco existe por uma falha na programação do software da unidade de comando das setas dianteiras. Sem o aviso, o motorista não saberá da falha dos itens para correção. Com isso, há chances de acidentes pela falta de sinalização a outros... Leia mais
29 AGO
Projeção: SUV elétrico do Ford Mustang pode ser melhor do que você imagina

Projeção: SUV elétrico do Ford Mustang pode ser melhor do que você imagina

Projetista italiano antecipa SUV elétrico inspirado no Ford Mustang (Luca Serafini/Internet)O Ford Mustang servirá de inspiração para um SUV elétrico que chegará aos EUA em 2020. Se a proposta parece herege aos fãs do esportivo, pelo menos o visual deverá agradar ao público.No que depender das projeções feitas pelo designer italiano Luca Serafini, a novidade manterá a dianteira do clássico norte-americano e silhueta mais agressiva que o Puma, por exemplo.Cupê esportivo deverá... Leia mais
29 AGO
Correio Técnico: para que serve o botão “Rest” do ar-condicionado?

Correio Técnico: para que serve o botão “Rest” do ar-condicionado?

Função “Rest” do ar-condicionado geralmente equipa veículos europeus e norteamericanos (Marco de Bari/Quatro Rodas) Qual é a função do botão Rest do ar-condicionado? – Iago Vilhardo, São Paulo (SP)Ele possibilita a ventilação da cabine mesmo com o veículo desligado. O item é mais comum em carros europeus, onde o inverno demanda diferentes soluções para manter o interior quente em paradas curtas. No Brasil, essa função permite manter o veículo menos quente ao ser... Leia mais
29 AGO
Exclusivo: Volvo mais barato do Brasil deixará de ser vendido no país

Exclusivo: Volvo mais barato do Brasil deixará de ser vendido no país

Azul ou verde? O nome da cor é Blue Amazon (Christian Castanho/Quatro Rodas)As três grandes marcas premium alemãs seguem investindo no segmento de hatches médios, com os novos BMW Série 1, Mercedes Classe A e o futuro Audi A3 de quarta geração — que, se vier ao Brasil, será importado junto do sedã.Mas a Volvo, que mira na tríade germânica em quase todos os seus lançamentos, não vê o segmento com o mesmo otimismo das rivais.Luis Resende, presidente da Volvo para a América... Leia mais
29 AGO
Festival Duas Rodas: veja motos que serão lançadas

Festival Duas Rodas: veja motos que serão lançadas

O Festival Duas Rodas começa nesta quinta-feira (29), no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, e vai até o próximo domingo (1º). Como uma alternativa ao tradicional Salão Duas Rodas, que será em novembro, o evento terá lançamentos de Ducati, Kawasaki, Dafra e Harley-Davidson. Motos 2019: veja 20 modelos esperados até o fim do ano Além disso, modelos revelados recentemente, como BMW R 1250 GS, Yamaha YZF-R3, Honda Africa Twin e Triumph Scrambler 1200 estarão expostos... Leia mais