Novidades

16 SET
De subcompacto a recordista: os principais carros de Anísio Campos

De subcompacto a recordista: os principais carros de Anísio Campos

Anísio participou do projeto do Puma GT 4R, feito sob encomenda a pedido de QUATRO RODAS (Leo Sposito/Quatro Rodas)

No último sábado (14), morreu José Anísio Barbosa de Campos, designer brasileiro de automóveis de maior reconhecimento. Foram cerca de 60 anos dedicados ao mundo automobilístico e mais de 15 veículos projetados durante a vida.

Para homenagear Anísio Campos, nós da QUATRO RODAS separamos os principais modelos que fazem parte do legado deixado pelo designer. Confira:

Puma GT 1967 testado pela revista Quatro Rodas (Ricardo Rollo/Quatro Rodas)

O Puma GT foi o precursor da marca no país e surgiu em 1967.

Era uma evolução do GT Malzoni, criado por Rino Malzoni as pistas e que posteriormente ganhou uma versão de rua. Essa versão de rua seria o ponto de partida para o Puma GT, que receberia traços de Anísio Campos, mas mantinha o chassi e o motor 1.0 de três cilindros em dois tempos com 60 cv e 9 mkgf dos DKW. A velocidade máxima era de 142,86 km/h.

Porém, em 1968, após a venda de cerca de 170 unidades, a Vemag (responsável pela DKW) encerrou as operações, deixando o Puma sem motor e sem chassis.

Os Puma passariam a usar os motores boxer 1.500 da Volkswagen e chassis fornecidos pela Karmann-Ghia. Mas o design dos chamados P2 era outro – o que acompanhou o modelo até seu fim.

Veículo bateu recorde de velocidade máxima quando testado (Acervo/Quatro Rodas)

Junto com o também projetista Rino Malzoni, Anísio Campos começou a projetar veículos para competição. O Carcará, de 1966, foi mais além. Sua aerodinâmica o ajudou a alcançar a incrível marca de 213,9 km/h, obtendo o recorde de maior velocidade atingida por um veículo mil na época. O teste foi feito na Rio-Santos.

O veículo tinha carroceria leve, de alumínio rebatido, e chassi da Fórmula Júnior. O motor traseiro 1.0 três cilindros da DKW foi preparado por Miguel Crispim, e chegou aos 104 cv (o Up TSI, com turbo e injeção direta, tem 105 cv!)

O motor passou a ser equipado com dois tipos de motor de duas mil cilindradas (Reprodução/Internet)

O sonho de produzir um veículo de competição nacional não ficou apenas no Carcará. Em 1968, um novo corredor entrou em cena: AC biposto de corrida.

Criado como um carro de competição para ser construído em série, o veículo teve apenas cinco exemplares produzidos e foi apresentado durante o VI Salão do Automóvel brasileiro, no estande da Puma – responsável por sua fabricação.

Em 1970, Anísio preparou uma versão mais potente, com motor de dois litros: podia ser o Porsche com 198 cv ou o Volkswagen com 146 cv.

Tropi Kadron (Acervo/Quatro Rodas)

O Tropi foi o primeiro bugue registrado no Brasil. Criado por Anísio em 1969, o veículo tinha sua carroceria fabricada pela Puma e depois enviada à Kadron (tradicional fabricante de escapamentos e acessórios.), que reduzia o chassi VW em 35 cm.

Do Fusca também vinha o velho quatro-cilindros boxer – o favorito era o 1.3.

Seu design se destacava pelos grandes faróis acoplados a lataria e epla barra traseira para proteção do motorista em caso de capotamento. Os primeiros usavam as lanternas do Fusca e o motor era protegido só pela placa traseira, num suporte basculante.

Como isso dificultava a manutenção e inviabilizava a dupla carburação, Anisio redesenhou a traseira, adotando tampa articulada, para-lamas mais retos e lanternas da Variant. Na dianteira, só um retoque: os piscas inseridos nos para-lamas.

Transformação do Corcel foi feito pela concessionária Souza Ramos (Reprodução/Quatro Rodas)

Entre 1976 e 1990, um movimento de transformação de veículos estava acontecendo, tendo como principal transformadora a concessionária Souza Ramos. Anísio, junto com a Souza Ramos criou uma nova versão do Corcel II: o Corcel Hatch.

O veículo mantinha a mesma plataforma Ford e até o mesmo motor 1.6 em linha de 46 cv e 11,9 mkgf de torque. As modificações projetadas pelo designer brasileiro estavam na carroceria, com redução do balanço traseiro, alongamento dos vidros traseiros e para-choques de plástico.

PAG Nick, uma das criações de Anísio Campos (Xico Buny/Quatro Rodas)

Em 1987, junto com Paulo Goulart, Anísio criou um subcompacto: o Nick.

Produzido na Projets d’AvantGarde Ltda (PAG), divisão da Dacon, tinha como base a Saveiro. O entre-eixos era encurtado em 34 cm e os balanços dianteiro e traseiro eram reduzidos ao máximo. A redução de peso era de apenas 40 kg, o que não era ruim para o motor AP 1.6 de 90 cv.

O zero a a 100 km/h em 11,7 segundos e a máxima de 160 km/h eram interessantes. Dois anos depois nasceria o Nick L, com base de Voyage e motor 2.0 de Santana.

Automóvel Pag Dacon 928, da Porsche. (Acervo/Quatro Rodas)

O P.A.G Dacon 928 é uma réplica do Porsche 928 do dos anos 1980. O carro tinha carroceria de fibra de vidro e levava até quatro pessoas. A base é o Gol GT 1.8, mas o motor era traseiro e a tração, dianteira!

O motor tinha deslocamento aumentado para 2.100 cm³, mas os mesmos 99 cv. O carro ainda possuía faróis de Passat, lanternas de Kombi e freios dianteiros a disco.

Topazzio foi feito para a Engerauto (Reprodução/Quatro Rodas)

Projetado em 1988 para a Engerauto, o Topazzio tinha como base a Ford Pampa.

Era estranho, mas com motivo: sua carroceria podia ser modificada trocando a traseira. Com a tampa de vidro, parecia um fastback. Caso esta tampa fosse retirada virava uma picape três volumes de cabine dupla.

828, minicarro da Dacon. (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Criado em 1982, o pequeno 828 também usava chassi Volkswagen, mas com entre-eixos encurtado e menos de três metros de comprimento total.

O motor Volkswagen 1.6 era oferecido em versões a gasolina e álcool, com 65/68 cv e 11,7/12,5 mkgf respectivamente. Seu melhor desempenho era com etanol, alcançando máxima de 136 km/h e chegando aos 100km/h em 16,3 segundos.

Produzidos pela Puma sob encomenda para a QUATRO RODAS, estes GT 4R foram presente da revista a três leitores em 1969 (Sergio Chvaicer/Quatro Rodas)

Criado sob encomenda da QUATRO RODAS, o Puma GT 4R teve três unidades produzidas em 1969 e nenhuma delas foi vendida: eles foram sorteados para os leitores.

O processo de criação do GT 4R (arquivo/Quatro Rodas)

O desenvolvimento do carro foi feito em Araraquara (SP) por Rino Malzoni e Anísio Campos. O carro seguia com motor Volkswagen, mas um 1.6 com carburação dupla Solex 32/34 e comando do Puma P2.

O GT 4R tinha interior impecável, com volante F-1 e cinto três pontos (raros na época). Além disso, para concretizar o design das pistas, o carro tinha ainda medidores de temperatura e de pressão do óleo, que ficavam na parte superior do console.

Elétrico, o Obvio 828 foi o último projeto de Anísio Campos (Andrea Marques/Quatro Rodas)

Desenhado por Anisio Campos, o Obvio 828 é a releitura do Dacon 828 de 1982.

Surgiu em 2002 e seria vendido pela internet e receberia motores 1.6 Tritec, plano que foi por água abaixo quando a Fiat comprou a Tritec. Depois, o projeto ensaiou um retorno com motor elétrico, mas nunca foi para a frente.

Engerauto Scorpion (Reprodução/Internet)

Outra criação de Anísio para a Engerauto, o Scorpion foi criado em 1990 e era baseado na Ford F-100.

A picape transformada em SUV leva até nove pessoas com conforto. Os passageiros ainda podiam acessar a cabine por uma terceira porta, instalada na lateral direita. Outra sacada era o teto desnivelado, que aumentava o vão útil da cabine. Para completar, tinha quadro de instrumentos eletrônico.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

10 JUN

Kawasaki Versys 1000 2020 chega renovada ao Brasil por R$ 55.490

A Kawasaki anunciou nesta segunda-feira (10) a chegada da Versys 1000 renovada ao Brasil. O modelo 2020 chega às concessionárias da empresa em 15 de julho por valor a partir de R$ 55.490. Veja os preços: Versys 1000 Standard: R$ 55.490 (antes, custava R$ 49.990)Versys 1000 Grand Tourer: R$ 66.990 (antes, custava R$ 57.990) De proposta estradeira e com visual aventureiro, a Versys 1000 manteve a base, mas passou por mudanças visuais, alterações mecânicas. Motos 2019: veja... Leia mais
10 JUN

Fernando de Noronha é 1º território no Brasil a banir carro a combustão

Renault doou seis carros elétricos à administração da ilha (Divulgação/Renault)Fernando de Noronha será o primeiro território pertencente ao Brasil a banir veículos movidos a combustão.Um decreto-lei sobre o tema foi assinado na última semana pelo governador de Pernambuco – estado que administra o território -, Paulo Câmara. O documento será gora apreciado pela assembleia legislativa pernambucana.Pelo decreto, a partir de 10 de agosto de 2022 ficará proibida a entrada de novos... Leia mais
10 JUN

'Apenas advertência não terá nenhum resultado', diz autor de estudo sobre mortalidade infantil em acidentes de trânsito nos EUA

O médico Faisal Qureshi, cirurgião pediatra especializado em trauma, está acostumado a ver de perto o sofrimento de crianças vítimas de acidentes de trânsito. Professor do UT Southwestern Medical Center, centro médico em Dallas, no Texas, ele publicou em 2017 um estudo que analisou as taxas de mortalidade infantil em desastres de trânsito nos Estados Unidos. Qureshi e os outros autores concluíram que um dos principais fatores de risco do uso incorreto de dispositivos de... Leia mais
10 JUN

França considera que fusão entre Fiat Chrysler e Renault continua sendo "boa oportunidade"

O projeto de fusão entre o grupo Renault e a Fiat-Chrysler (FCA), de capital italiano e americano, "continua sendo uma boa oportunidade", afirmou nesta segunda-feira (10) o ministro francês da Economia, poucos dias após o fracasso das negociações. "Um projeto de fusão com a FCA continua sendo uma boa oportunidade", disse Bruno Le Maire à imprensa em Tóquio, mas reforçando o desejo de manutenção da atual aliança Renault-Nissan e dos postos de trabalho. A FCA decidiu na... Leia mais
10 JUN

O dia em que QUATRO RODAS acelerou um VW Gol AP 4×4 de 500 cv

O visual do modelo quase não dava pistas das suas modificações mecânicas (Marco de Bari/Quatro Rodas)Matéria originalmente publicada na QUATRO RODAS de Outubro de 2003Pax et bonum. O provérbio em latim estampado no emblema frontal abre passagem pedindo a paz e o bem. Quem está à frente só vê o Gol preto-fosco com cara de mau crescer rapidamente no retrovisor.Quando olha de novo, não está mais lá. Já passou, empurrado por mais um coice da embreagem.Dirigir o Gol Hellbrügge GT4 é... Leia mais
10 JUN

Correio Técnico: o que significam os números 6×4 e 8×2 dos caminhões?

Caminhões com mais de um eixo de tração geralmente são usados em locais de menos aderência (Divulgação/Volkswagen)O que significam os números 6×2, 8×2 e 6×4 que aparecem nos caminhões? – Alexandre pinto, Maria da Fé (MG)O primeiro algarismo indica o número de rodas e o segundo, quantas têm tração, como ocorre nos veículos e SUVs com tração nas quatro, os 4×4. Mas há duas diferenças nos caminhões e ônibus. Neles, o primeiro número não indica necessariamente o... Leia mais