Novidades

27 AGO
Ferdinand Piëch, responsável pela expansão da Volkswagen, morre aos 82 anos

Ferdinand Piëch, responsável pela expansão da Volkswagen, morre aos 82 anos

O ex-presidente e CEO da Volkswagen Ferdinand Piëch morreu no último domingo (25) aos 82 anos, na Alemanha. Foi ele o responsável não apenas por salvar a Volkswagen da falência, mas também por transformá-la em um gigante conglomerado de marcas.

Piëch teve 13 filhos de 4 mulheres diferentes e morreu repentinamente, disse sua esposa, Ursula.

Engenheiro brilhante, apostou em uma técnica de construção modular que permitiu às marcas Audi, Skoda e VW compartilharem até 65% de peças comuns, ajudando o Grupo Volkswagen a obter maiores economias de escala.

“A vida de Ferdinand Piëch foi moldada por sua paixão por automóveis e pelos funcionários que os criaram. Ele permaneceu um engenheiro entusiasta e amante de carros até o final”, disse Ursula Piëch em comunicado.

Sob a liderança de Piëch, a Volkswagen enfatizou o brilhantismo da engenharia antes dos lucros e fez uma expansão, adquirindo marcas de luxo de alta margem como Bentley, Bugatti e Lamborghini em um único ano.

“Antes de mais nada, eu sempre me via como uma pessoa de produto e confiava no instinto da demanda do mercado. Negócios e política nunca me distraíram do âmago de nossa missão: desenvolver e fabricar carros atraentes”, escreveu em sua autobiografia.

Por toda a sua carreira, Ferdinand Piëch assumiu riscos enormes como uma maneira de ofuscar seu avô, Ferdinand Porsche, o pai do icônico Fusca, bem como o fundador da fabricante de esportivos que leva seu nome.

Enquanto trabalhava como chefe de desenvolvimento na Porsche em 1968, investiu dois terços do orçamento anual da Porsche para construir 25 protótipos de carros de corrida da marca com um motor de 12 cilindros, refrigerado a ar e com 600 cavalos de potência.

Os membros da família acusaram Piëch de má conduta devido ao seu apetite ao risco e disposição para apostar o orçamento da empresa em um único veículo, mas o Porsche 917 se tornou um dos mais bem-sucedidos carros de corrida da história, consolidando seu status de engenheiro visionário.

Durante seu mandato de 9 anos como CEO, registrou um prejuízo equivalente a 1 bilhão de euros (US$ 1,1 bilhão) em um lucro de 2,6 bilhões de euros, liderando a expansão da Volkswagen em um império de 12 marcas que inclui Seat, Skoda, Bentley, Audi, Marcas Porsche e Ducati, além dos caminhões MAN e Scania.

Herbert Diess, atual CEO da Volkswagen, descreveu Piëch como um líder corajoso, vigoroso e tecnicamente brilhante.

"Acima de tudo, Ferdinand Piëch trouxe perfeição e atenção aos detalhes para a produção automotiva e para o DNA da Volkswagen", disse Diess.

Piëch era conhecido por sua capacidade de superar os concorrentes, alimentando rivalidades internas em benefício próprio, mesmo que isso resultasse em apoio aos líderes trabalhistas em detrimento de seus próprios administradores.

"Não é possível levar uma empresa ao topo, concentrando-se no mais alto nível de harmonia", disse em seu livro.

"Lembro-me de Ferdinand Piëch como um grande administrador e engenheiro", disse o chefe de mão-de-obra da Volkswagen, Bernd Osterloh.

Hans-Dieter Pötsch, presidente do conselho da Volkswagen, disse que "nossa empresa e seu povo devem muito ao professor Piëch. Sempre manteremos seu trabalho e sua vida em memória honrosa”.

Cultura de cortes

Seu estilo de gestão era agressivo e não tolerava falhas, uma cultura que depois culpou os gerentes da Volkswagen por mentirem sobre as emissões ilegais, o "Dieselgate", em vez de admitir que seus carros não poderiam cumprir as regras.

O escândalo, ao qual Piëch não estava associado, custou ao grupo mais de 30 bilhões de euros em ações judiciais e multas.

Tornou-se CEO da Volkswagen em 1993 e presidente em 2002, revivendo a marca Volkswagen, introduzindo tecnologias sofisticadas em modelos pequenos e baratos, contando com as proezas de aquisições da empresa para aumentar os lucros.

Ele também cultivou a lealdade incondicional de seus principais engenheiros, mesmo que às vezes os mantivessem no escuro.

Um exemplo é o desenvolvimento do Audi 100. Enquanto trabalhava como chefe de desenvolvimento da Audi, Piëch decidiu esconder as qualidades aerodinâmicas do modelo de sua equipe usando túneis de vento em Hamburgo, Stuttgart, Wolfsburg e Turim.

Ele queria elevar a marca de luxo promovendo suas qualidades aerodinâmicas, mas temia que um engenheiro pudesse desertar para um rival com um know-how crucial, então garantiu que só ele tivesse acesso a todos os detalhes.

"Eu estava no meio de tudo, juntando as peças do quebra-cabeça", disse Piëch em sua autobiografia.

Também na Audi, ele foi responsável por introduzir a tecnologia quattro de tração nas quatro rodas.

Piech renunciou ao cargo de presidente da Volkswagen em abril de 2015, depois de desentender-se com o seu diretor executivo Martin Winterkorn. O escândalo de fraude de emissões surgiria apenas alguns meses depois.

Fonte: G1

Mais Novidades

25 OUT

Após trimestre 'histórico', Tesla visa Europa e China

A fabricante de automóveis elétricos Tesla pretende ampliar seus negócios dos Estados Unidos para Europa e China, informou o presidente-executivo, Elon Musk. Ele concedeu entrevista a analistas ao informar lucro trimestral "histórico" graças às vendas do carro elétrico "popular" Model 3. Tesla lança Model 3 na Europa e 'flerta' com Brasil Musk disse que espera que a companhia permaneça rentável de agora em diante, e tentou afastar os temores sobre seu comportamento, a... Leia mais
25 OUT

Longa Duração: sofremos um assalto com o Jeep Compass

Freio eletrônico impediu roubo do Compass (Péricles Malheiros/Quatro Rodas)Recuperado do susto, o editor Péricles Malheiros conta como foi a noite em que quase lhe roubaram o Compass, no bairro Vila Mascote, na zona sul de São Paulo.“Estava a cerca de 300 metros de casa, com minha esposa e meu filho. Notei a aproximação de um Peugeot 208 pela esquerda, na contramão. Quando ele iniciou a manobra para entrar na minha frente, percebi que seríamos assaltados. Por instinto, engatei a ré... Leia mais
25 OUT

Os carros com preços fora da realidade do Brasil

A versão quatro portas da Pajero Full custa R$ 256.990, enquanto o Toyota SW4 SRX de sete lugares sai por R$ 256.990 (Denis Freitas/Quatro Rodas)O preço de lançamento de um carro é definido de acordo com o preço dos concorrentes e pesquisas com clientes em potencial. Com o passar do tempo, porém, reajustes podem levar os valores a níveis fora da realidade do mercado. Um desses casos é o Fiat Doblò Adventure, tabelado em R$ 95.490 – R$ 4.000 mais caro que um Jeep Renegade Longitude.... Leia mais
25 OUT

Este é o Volkswagen T-Cross, novo rival de Honda HR-V e Jeep Compass

O T-Cross é o primeiro SUV que a Volkswagen irá fabricar no Brasil (Henrique Rodrigues/Quatro Rodas)O Volkswagen T-Cross é um carro tão importante para a marca que mereceu esforço mundial: foi apresentado em evento simultâneo aqui no Brasil, na Holanda e na China.Trata-se do primeiro SUV compacto da marca. Ele será responsável por colocar a Volks no mapa em uma categoria importante nos países desenvolvidos da Europa e nos emergentes da Ásia e Américas.Rodas poderão ser de 16 ou... Leia mais
25 OUT

Toyota inicia testes para implantação do terceiro turno nas fábricas de Sorocaba e Porto Feliz

As fábricas da Toyota em Sorocaba e Porto Feliz (SP) iniciaram testes práticos para a implantação do terceiro turno de produção, medida que gerou mais de 700 vagas diretas. Com o aumento de funcionários, será possível as unidades funcionarem 24 horas por dia e ampliarem a produção de novos modelos. Segundo a fabricante japonesa, o teste começou no dia 15 deste mês em Porto Feliz e na segunda-feira (22) na planta de Sorocaba. Ao G1, a multinacional afirmou que o objetivo... Leia mais