Novidades

17 JUL

Impressões: Porsche Cayenne Coupé é um SUV vestindo roupa de 911

Ficou intrigado com o título desta reportagem? Calma, porque não estamos falando de uma soma de 2+2 ou 50+50.

Se o Porsche Cayenne Coupé fosse o número 100, pelo menos 80 partes de seu todo seriam formadas pelo que já conhecemos da nova geração do Cayenne.

Mas há ali uma boa dose de cupê, inspirada no mais icônico de todos os modelos da marca de luxo alemã.

Cayenne Coupé tem colunas mais inclinadas e teto mais baixo (Divulgação/Porsche)

Quem diz isso não somos nós, mas sim o próprio material de imprensa distribuído pela fabricante a jornalistas em Graz, Áustria, onde o SUV cupê foi apresentado mundialmente.

“Seus contornos dão ao teto um aspecto característico de esportivo, similar ao do 911 GT3 RS”, diz o texto, sem se furtar a comparar o Cayenne Coupé, logo de cara, com a mais animalesca das versões do 911.

Rodas aro 22 e freios com pinças amarelas são opcionais (Divulgação/Porsche)

Mas, afinal, o que de 911 a Porsche conseguiu acrescentar a um grandalhão de 4,93 metros de comprimento, 2,89 m de entre-eixos, 1,98 m de largura (sem contar retrovisores) e 1,68 m de altura? É o que fomos descobrir na Europa.

O leitor mais atento observará que a primeira mudança está justamente nas dimensões: o Cayenne Coupé é 2 cm mais baixo que o irmão SUV em altura, graças à coluna A um grau mais inclinada e, claro, ao caimento acupezado do teto.

Bancos aconchegam bem motorista e passageiro (Divulgação/Porsche)

Mas não é só isso: os engenheiros alargaram as bitolas em 1,8 cm, deixando a derivação cupê mais larga. Com essas alterações, foi necessário mudar também o desenho de portas, vidros laterais (dianteiros e traseiros) e para-lamas.

E, se o balanço dianteiro é idêntico ao do Cayenne, a traseira conta com lanternas exclusivas, placas realocadas ao para-choque e um peculiar aerofólio adaptativo com 13,5 cm de deslocamento.

Segundo a Porsche, essas mudanças aparentemente simples demandaram dois anos e meio de desenvolvimento.

Porsche jura que o caimento do teto não compromete espaço para a cabeça (Divulgação/Porsche)

Com o carro visto de traseira, os traços parecem mais suaves que os de um BMW X6 ou Mercedes GLE Coupé, dois dos rivais com os quais o Cayenne Coupé compete.

Isso é fruto, de acordo com os engenheiros, do spoiler escamoteável, que abre a partir de 90 km/h e melhora a pressão aerodinâmica, permitindo adotar um balanço traseiro mais baixo.

Aerofólio traseiro abre a 90 km/h. Teto de carbono é opção ao de vidro (Divulgação/Porsche)

Em movimento, o Cayenne Coupé de fato apresenta uma estabilidade primorosa para um veículo de suas dimensões, mesmo quando provocado em contornos mais fortes.

Ponto para a motorização dotada de turbocompressores acasulados entre as bancadas em V, permitindo uma montagem mais baixa e, consequentemente, um centro de gravidade mais baixo.

Valem menção, também, a tração integral dotada de vetorização eletrônica entre as rodas, a partir de uma embreagem multidisco responsável pelo mapeamento de distribuição do torque, e as rodas traseiras esterçantes em até 3 graus, que apontam para a mesma direção das rodas dianteiras acima de 80 km/h.

O padrão de acabamento honra a tradição da Porsche (Divulgação/Porsche)

Só que ele ainda mostra alma de SUV no nível de inclinação da carroceria.

Nem mesmo as suspensões, muito bem guarnecidas por conjuntos multilink com braços de alumínio nos dois eixos, e o controle ativo da rigidez das barras estabilizadoras, são capazes de conter integralmente a força lateral exercida.

Na versão Turbo, a mais cara, há ainda o auxílio de amortecedores pneumáticos, que permitem um ajuste em até três níveis da câmara, com variação de até 2,3 cm (para baixo) na altura do solo.

Há no Cayenne Coupé soluções e comportamentos que todos esperam de qualquer Porsche.

O desempenho do propulsor V8 4.0 biturbo da versão Turbo, por exemplo, arranca um sorriso no rosto pelo ronco borbulhante e pela maneira incisiva como entrega seus 550 cv e 78,5 mkgf.

O mesmo pode ser dito sobre as respostas diretas do acelerador, a eficiência dos freios de carboneto de tungstênio e até as trocas de marcha proporcionadas pelo câmbio automático ZF de oito marchas.

Estas são tão rápidas que nos levam à dúvida sobre se o modelo não está usando uma caixa PDK.

Câmbio automático de oito marchas tem trocas quase tão rápidas quanto um PDK (Divulgação/Porsche)

Conforto da cabine, revestimentos internos e isolamento acústico também são padrão Porsche. Para quem senta na fileira de trás, a altura do assento foi rebaixada em 3 cm, a fim de compensar a diminuição de espaço para a cabeça.

Haverá a opção de importar o Cayenne Coupé com banco traseiro para quatro ou cinco pessoas, a depender do gosto do freguês.

Mas o SUV cupê também surpreende em vários aspectos.

Além do alto nível de estabilidade do monobloco, já mencionado, o pacote semiautônomo opera de maneira assustadoramente precisa: mantém o carro em sua faixa mesmo em curvas de raio não tão aberto, e proporciona um esterçamento progressivo do volante, sem “soquinhos”.

Vale observar que ele funciona entre 30 e 240 km/h, e inclui uma “função anda e para”: quando o carro fica imóvel atrás de outro por mais de 3 segundos, basta um pequeno tapa no acelerador para ele voltar ao movimento.

Ainda, é um veículo muito dócil em manobras. Lembra das rodas traseiras esterçantes? Abaixo de 80 km/h, elas apontam para o lado oposto da dupla dianteira, o que ajuda a manter o diâmetro de giro em comedidos 11,5 metros.

Cayenne Coupé possui ACC com frenagem e reaceleração autônomas (Divulgação/Porsche)

Uma pena que as câmeras frontal e traseira de auxílio a manobras, com visão do tipo olho de peixe, passem a sensação de que os obstáculos laterais estão muito mais próximos do que realmente estão. Isso mais atrapalha do que ajuda na hora de estacionar.

O alto grau de conectividade também agrada, não tanto pela tecnologia em si, mas sim porque a central de 12,3 polegadas é muito veloz e intuitiva. Pouco lembra os complicados sistemas cheios de botões usados pelos carrões de luxo até não muito tempo atrás.

Ainda sustenta alguns vícios desnecessários de outrora, como a dificuldade que tivemos para (não) encontrar a senha do Wi-Fi a bordo, ou para achar (desta vez com sucesso) os comandos do head-up display.

Mas, no geral, opera de maneira precisa através de tela tátil e comandos de voz. E permite configurar os modos de condução do veículo de maneira inteligentemente simples.

Até o desempenho do V6 biturbo de 2,9 litros com 440 cv e 56,1 mkgf da versão intermediária S, também avaliada por nós, mostra o seu valor com acelerações retomadas bastante vigorosas. Faz até o V8 parecer exagerado em alguns momentos.

Motor V6 biturbo de 440 cv e 56,1 mkgf equipa a versão intermediária S (Divulgação/Porsche)

Vale lembrar que, no Brasil, o Cayenne Coupé chega em outubro em três versões: básica (V6 3.0 turbo de 340 cv e 45,9 mkgf), S (V6 biturbo de 440 cv) e Turbo (V8 biturbo de 550 cv).

A Turbo tem porta-malas menor – 600 contra 625 litros –, porque conta com sistema de som Bose com mais alto-falantes e subwoofers, o que toma 25 litros do volume de seu bagageiro.

Porta-malas tem 625 litros nas versões básica e S, e 600 litros na Turbo (Divulgação/Porsche)

Aqui vai uma dica: seja V6, V6 S ou Turbo V8, vale pensar em inserir o pacote opcional Sport Chrono, que reduz 22 kg de suas mais de duas toneladas. Parece pouco, mas ajuda a melhorar (ainda mais) o desempenho.

Você vai perder o estilo do teto panorâmico de vidro de 2,16 m2, é verdade.

Mas ganhará teto e difusor traseiro de plástico reforçado com fibra de carbono, lindas rodas de liga leve aro 22, faixas centrais dos bancos de tecido xadrez, teto e volante revestidos de Alcantara (o que dá uma ótima pegada) e até o modo PSM Sport, que permite uma atuação mínima das babás eletrônicas quando o motorista quer explorar os limites do SUV cupê em pista fechada.

Certamente o Cayenne Coupé é capaz de fazer seu comprador se empolgar. E sem descuidar do espaço interno que um SUV deve oferecer. Mas, embora tenha algo de 911, não nega que sua alma é a de um Cayenne.

Esportivo, é fato, mas ainda assim um Cayenne.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

17 MAI

Impressões: BMW X7, o SUV tão grande que tem tamanho de Hilux

É um automóvel, mas tem tamanho de Amarok e Hilux (Divulgação/BMW)Parecia difícil de acreditar que a BMW ainda não estava presente no segmento de SUVs de luxo de grande porte, em que seus rivais há tempos colhem lucros polpudos, especialmente nos Estados Unidos.Que o digam Mercedes GLS, Range Rover Vogue e Cadillac Escalade.Para tirar esse atraso, a marca alemã acabou de lançar o X7, um utilitário superpremium criado para agradar em cheio os americanos.A começar pelo porte (tem o... Leia mais
17 MAI

Clássicos: a geração que eliminou os anacronismos do Chevrolet Corvette

O C4 foi o primeiro Corvette sem uma grade dianteira (Christian Castanho/Quatro Rodas)Os anos 70 foram muito bons para o Corvette de terceira geração. Muito popular, o esportivo da Chevrolet celebrou o jubileu de prata em 1978 e, um ano depois, estabeleceu o recorde de 53.807 unidades produzidas.Foi um bom resultado até a chegada da quarta geração, cujas primeiras unidades deixaram a fábrica de Bowling Green em 1983.Vidro basculante atrás melhorava acesso às malas (Christian... Leia mais
17 MAI

Nissan discute novo ciclo de investimentos para América Latina

"Nossa operação é diferente da global. Temos entregado constantemente", disse o novo chefe da Nissan para a América Latina, o argentino Guy Rodriguez. Em um primeiro encontro com jornalistas desde que assumiu o cargo, no mês passado, o executivo tratou de descolar a região dos maus resultados obtidos pela montadora japonesa globalmente no ano passado. E afirmou que discute com a matriz um novo ciclo de investimentos. Em meio ao escândalo da prisão de seu ex-comandante, o... Leia mais
16 MAI

Ford Taurus SHO: um sedã americano com motor V6 Yamaha e injeção de F1

Grande rival dos carros japonese nos EUA tinha motor preparado pela Yamaha, que nunca produziu carros em massa (Silvio Porto/Quatro Rodas)Texto original de Eduardo PincigherSe era difícil lidar com a invasão dos carros japoneses nos Estados Unidos com os tradicionais sedãs americanos, a Ford resolveu o problema fazendo um carro parecido com eles.Foi o Taurus, lançado em 1988. O plano deu tão certo que em 1991 foi o quarto modelo mais vendido dos EUA, atrás da Ford F-150, GMC Sierra e... Leia mais
16 MAI

Segredo: novo Renault Logan terá menos mudanças que o Sandero

Nova frente tem grade com filetes cromados (INPI/Internet)A grande novidade da próxima reestilização do Logan — a terceira desde que o sedã chegou ao Brasil, em 2006 — é a estreia da inusitada versão aventureira Stepway.A traseira manterá o visual atual (INPI/Internet)O modelo, porém, não terá tantas novidades como seu irmão hatch.Ao contrário do Sandero, que terá uma traseira exclusiva (conforme antecipado em primeira mão por QUATRO RODAS), o Logan passará apenas por uma... Leia mais
16 MAI

Nissan começa a entregar o carro elétrico Leaf em julho; 16 foram vendidos

A Nissan confirmou para julho a entrega dos primeiros Leaf comprados na pré-venda, aberta desde novembro de 2018 mediante sinal de R$ 5 mil. De acordo com a marca, 16 unidades já foram vendidas - o elétrico sai por R$ 178.400 e é importado do Reino Unido. A partir de julho, o carro será vendido em 7 concessionárias de 6 cidades: duas em São Paulo e as demais em Brasília, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Em conversa com jornalistas nesta quinta-feira... Leia mais