Novidades

25 JUN

Teste: Ford Ranger muda, ganha itens do Fusion e não aumenta os preços

Gostou da grade? É inspirada na F-150 vendida nos Estados Unidos (Fernando Pires/Quatro Rodas)

O futuro da Ford no Brasil começa a se desenhar neste segundo semestre.

Com Fiesta e Focus fora de linha e a produção de caminhões na reta final, a marca começa a executar o plano global de concentrar seus esforços em picapes e SUVs – mesmo que por aqui isso signifique investir em aventureiros, caso do novo Ka FreeStyle com motor 1.0.

Única picape da Ford à venda no Brasil, a Ranger recebeu atenção especial na linha 2020.

Nem tanto pelo segundo facelift desta geração, lançada em 2012, mas pela série de alterações técnicas e equipamentos tecnológicos adicionados até mesmo em versões mais simples.

Rodas aro 18 e santantônio são heranças da Ranger Wildtrack (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Também há mudanças estratégicas: as opções com motor 2.5 flex deixaram de existir. De acordo com a Ford, elas representavam apenas 8% das vendas da picape e seu público está migrando para os motores diesel.

Quem melhor representa essa guinada na estratégia da Ford Ranger é a nova frente – que estreou na Tailândia no ano passado e ganha forma pela grade mais estreita e com duas barras cromadas inspiradas na F-150 – e pelo novo para-choque, com luzes de neblina em nichos maiores e que eleva a posição da placa dianteira.

O painel, que era cinza, agora é preto. Os bancos são de couro legítimo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Aproveitaram a ocasião para retirar o defletor de ar da base do para-choque, o que diminui o risco de a frente raspar em valas ou obstáculos, embora o ângulo de ataque tenha se mantido em 28 graus. Ainda assim, a aerodinâmica está 2% melhor.

Os faróis mativeram o formato estreado em 2015, mas ganharam novos elementos internos, com pontos de led para as luzes diurnas e xenônio no facho baixo na versão Limited.

O facho alto ainda usa lâmpadas halógenas, que, segundo a Ford, são mais bem aceitas por quem usa a picape no off-road por conta da luz amarela.

O quadro de instrumentos veio do Fusion em 2015 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

A versão Limited ainda ganhou novas rodas aro 18, com o mesmo desenho da versão Wildtrack asiática, porém com acabamento diamantado.

Até mesmo o santantônio estilizado vem da versão aventureira, que segue descartada para o Brasil.

Assistente de permanência em faixa é acionado na alavanca (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Há poucas mudanças no interior. É o mesmo painel de antes, mas com plásticos pretos em vez de cinza e nova alavanca de câmbio para as versões automáticas.

A versão XLS ainda ganhou quadro de instrumentos com duas telas coloridas, ar-condicionado automático bizona e a central multimídia Sync 3, que já eram equipamentos de série nas versões XLT e Limited.

A alavanca de câmbio é nova, mas o seletor de tração não mudou (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Até a caçamba recebeu um banho de loja. Não há mudanças visuais, mas práticas. A trava agora é elétrica e está vinculada ao travamento das portas.

Além disso, uma mola foi incorporada à tampa para aliviar seu peso na hora de fechar. Assim, de acordo com a fabricante, o esforço equivalente a 12 kg foi reduzido a 3 kg. Entre as picapes médias, só a Volkswagen Amarok tem algo parecido.

Banco do motorista oferece ajuste elétrico (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Também segundo a Ford, mais de 600 peças foram modificadas nesse facelift. Pareceria um exagero se boa parte delas não estivesse escondida.

Por exemplo, o acerto de suspensão de todas as versões foi revisado para tornar a Ranger mais confortável. Se antes a picape média era incapaz de filtrar até mesmo imperfeições invisíveis do asfalto, agora tem rodar suave no asfalto e está mais confortável no off-road.

E conseguiram isso sem tirar a agilidade da Ranger no trânsito ou deixá-la excessivamente molenga.

O espaço interno, que não era um problema, segue o mesmo (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Para chegar a esse ponto, refinaram todos os coxins do conjunto de suspensão e modificaram o desenho da barra estabilizadora dianteira.

Inéditos são os dois acertos de carga de amortecedores e molas diferentes, que são aplicados de acordo com o peso de cada versão.

As XL (exclusiva para frotistas) e XLS, que pesam cerca de 2.000 kg e são equipadas com o motor quatro-cilindros 2.2 turbodiesel de 160 cv e 39,3 mkgf, têm um conjunto.

Já as XLT e Limited, com motor cinco-cilindros 3.2 turbodiesel de 200 cv e 47,9 mkgf e mais de 2.200 kg, têm outro.

A traseira mantém o mesmo visual desde 2015 (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Pudemos experimentar – e comparar – os dois acertos diferentes em um local improvável (para uma picape): o Autódromo Velo Città, em Mogi Guaçu (SP).

As versões mais pesadas são claramente mais firmes e tendem a sair mais de dianteira e convocar o controle de estabilidade.

Na prática, porém, a ideia foi deixar cada versão da Ranger com o comportamento adequado ao seu propósito sem prejudicar quem vai levar carga ou quem vai usar a picape para lazer.

O esforço para fechar a tampa da caçamba foi aliviado por uma mola metálica (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Os motores, por sinal, são os mesmos de antes e quase sempre estão combinados ao câmbio automático de seis marchas. Mas tanto a versão XL como a XLS têm opção de câmbio manual de seis marchas, sempre combinado com a tração 4×4.

Nos testes em nossa pista, a nova Ranger Limited manteve o desempenho do modelo anterior.

Foi de zero a 100 km/h em 11,4 s (0,1 s mais lenta) e conseguiu consumo de 8,8 km/l em ciclo urbano e 11 km/l no rodoviário ante 9,1 km/l e 11,4 km/l, respectivamente.

Quem mais saiu ganhando nessa atualização foi a versão topo de linha, Limited. Seu pacote de equipamentos de segurança já contemplava alerta de colisão, piloto automático adaptativo e assistente de permanência em faixa.

Agora, também identifica placas de velocidade máxima e tem sistema de frenagem autônoma de emergência capaz de identificar pedestres.

Sem o defletor dianteiro até dá para ver partes da suspensão (Fernando Pires/Quatro Rodas)

Para ficar alinhada com o pacote de um Ford Fusion, faltaram apenas o monitor de pontos cegos (que a Chevrolet S10 tem) e o piloto automático adaptativo ser capaz de parar o carro totalmente e colocá-lo em movimento quando o trânsito voltar a andar, por exemplo.

Ainda é, de longe, a picape média com mais conteúdo de segurança.

O melhor de tudo: nenhuma versão da Ford Ranger teve mudança nos preços ainda. Para o público, a versão de entrada é a XLS 2.2 4X2 automática, de R$ 128.250, que vai a R$ 156.610 com tração 4×4.

A XLT 3.2 automática segue por R$ 176.420, enquanto a topo de linha, Limited, sai por R$ 188.990. É um baita preço: o Fusion Titanium 2.0 turbo a gasolina, que até tem tração integral AWD custa R$ 179.900. E não tem caçamba.

A nova suspensão e os equipamentos extras não impactaram no preço e deixam a Ford Ranger bem confortável no segmento. Literalmente.

Aceleração
0 a 100 km/h: 11,4 s
0 a 1.000 m: 33 s – 156,24 km/h

Velocidade máxima
180 km/h (dado de fábrica)

Retomada
De 40 a 80 km/h: 4,8 s
De 60 a 100 km/h: 6,4 s
De 80 a 120 km/h: 8,9 s

Frenagens
60/80/120 km/h – 0 m: 14,9/26,4/59,7 m

Consumo
Urbano: 8,8 km/l
Rodoviário: 11 km/l

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

05 ABR

Carro manual é mais seguro que carro autônomo, defende psiquiatra

Câmbios manuais estimulam o trabalho do cérebro (Renault/Divulgação)Câmeras de ré, sensores, centrais multimídias mais sofisticadas, pilotos automáticos, frenagem automática etc. Estes são alguns dos avanços que, ao longo dos anos, vêm sendo considerados sinônimos de conforto e segurança. Porém, alguns especialistas já começam a contestar a eficácia dessas tecnologias em prol de um trânsito mais seguro.Em um artigo postado no jornal americano The New York Times, o psiquiatra... Leia mais
05 ABR

Como é possível um carro seguir andando com motor desligado a 100 km/h?

Classe C é produzido na fábrica de Iracemápolis (SP) (Divulgação/Mercedes-Benz)Como o novo Mercedes-Benz Classe C EQ Boost faz para manter tudo funcionando quando o motor é desligado em alta velocidade? – Flávia Bittencourt, Curitiba (PR)Usando um controle eletrônico avançado e o essencial sistema elétrico de 48V. O conceito básico é o mesmo do start-stop convencional: desligar o motor em situações em que ele não é necessário. O Mercedes-Benz Classe C EQ Boost usa um motor... Leia mais
05 ABR

Startup promete lançar bateria que fará carro elétrico rodar 1.000 km

Bateria é a primeira do mundo capaz de entregar 1.000 Wh/Kg (Innolith/Divulgação)Uma bateria recarregável capaz de gerar quase 1.000 quilômetros de autonomia aos carros elétricos? Segundo a Innolith, uma startup suíça especializada em produzir bateria com tecnologia inorgânica, esta será uma realidade próxima. De acordo com a startup, o desenvolvimento da primeira bateria recarregável de 1.000 Wh/Kg do mundo já está acontecendo e permitirá, aos carros elétricos, viagens mais... Leia mais
05 ABR

Honda, Yamaha, Suzuki e Kawasaki se unem para desenvolver motos elétricas

Em uma parceria inédita, as 4 grandes montadoras de motos do Japão anunciaram uma parceria para o desenvolvimento de motos elétricas. Honda, Yamaha, Suzuki e Kawasaki concordaram em trabalhar juntas na criação de baterias substituíveis para seus futuros modelos. Moto elétrica esportiva 'acessível' custa US$ 13 milHarley elétrica será vendida por US$ 30 mil Um comunicado, sem muitos detalhes do projeto, foi divulgado pela Honda no Japão na quinta e afirma que o acordo pode... Leia mais
05 ABR

Musk tem 2 semanas para entrar em acordo com órgão regulador por tuítes polêmicos

O fundador da Tesla, Elon Musk, compareceu a um tribunal de Manhattan nesta quinta-feira (4) após ser acusado de quebrar um acordo com a Comissão da Bolsa de Valores dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês). A Justiça deu prazo de 2 semanas para que Musk e SEC entrem em um novo acordo sobre os tuítes polêmicos feitos pelo empresário. Ele costuma usar as redes sociais para fazer comentários sobre o desempenho da empresa, o que pode afetar seu valor na Bolsa de maneira... Leia mais
05 ABR

Comissão Europeia aponta cartel entre BMW, Daimler e Volkswagem em relatório preliminar

As montadoras alemãs BMW, Daimler, dona da Mercedes-Benz, e Volkswagen estabeleceram acordos para evitar a concorrência no desenvolvimento de tecnologia para reduzir as emissões de gases poluentes, informou nesta sexta-feira (5) a Comissão Europeia, que citou um relatório "preliminar". "Tememos que isso tenha acontecido neste caso e que Daimler, VW e BMW tenham violado as normas de concorrência na UE", afirmou em um comunicado a comissária europeia Margrethe Vestager, antes de... Leia mais