Novidades

31 MAI

Renault Kwid, Chery QQ e Fiat Mobi: comparamos os mais baratos do Brasil

Fiat Mobi, Chery QQ e Renault Kwid: a partir de R$ 35.490 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Os principais concorrentes de Fiat Mobi, Renault Kwid e Caoa Chery QQ não estão nestas páginas. Nem nas próximas. Estão em anúncios da internet, em lojas de seminovos ou circulam por aí com “vende-se” nos vidros.

Por R$ 38.000, não faltam opções entre carros médios com dez anos de uso, compactos completos de cinco anos atrás e os 1.0 com um ou dois anos de uso.

Para quem faz questão do cheiro, do prazer de tirar os plásticos dos bancos e tem o desejo de ter um carro novo na garagem, pode escolher um dos três modelos acima até gastando menos.

São os automóveis mais baratos à venda hoje no Brasil, mas nas versões que já trazem alguns equipamentos de conforto, como direção assistida, ar-condicionado e, com sorte, até rádio.

A linha 2020 do Fiat Mobi é oferecida com desconto. Embora a versão Like custe R$ 41.290 na tabela, o preço praticado é R$ 37.990. Ainda que essa redução de R$ 3.300 possa ser temporária, coloca o menor dos Fiat entre os dois concorrentes diretos.

Por R$ 35.490, o Caoa Chery QQ Act é o mais completo da família e, ao mesmo tempo, o mais barato deste comparativo. Não surpreende tanto: a versão Smile, básica de tudo, custa R$ 27.490 – é o automóvel mais barato do Brasil com razoável vantagem.

No outro extremo está a versão que a Renault chama de Kwid Zen+Rádio (não há um Zen sem rádio, diga-se), opção intermediária de R$ 38.490.

O preço é importante, mas para levar esse embate é preciso tratar bem os passageiros e, claro, o motorista. Que vença o melhor.

Versão intermediária tem pacote honesto, mas sofre com os altos custos

O Mobi tem os piores consumo e desempenho (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Em um cenário normal, a versão do Fiat Mobi nesta faixa de preço seria a Easy Comfort, de R$ 37.690, mais básica com adição de ar-condicionado. Mas nem o desconto no preço foi capaz de livrar o Mobi Like do terceiro lugar.

De série, a versão intermediária traz, além do ar-condicionado, direção hidráulica (enquanto os concorrentes já usam assistência elétrica, que não rouba rendimento do motor) e vidros dianteiros e travas elétricos.

Mobi Like tem ajuste de altura para o volante e quadro de instrumentos com conta-giros, mas rádio com Bluetooth é opcional de R$ 1.550 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O rádio aumenta a conta em R$ 1.550 e o desembaçador e limpador traseiros custam mais R$ 590. QQ e Kwid têm tudo isso de série.

Some a isso o maior seguro (R$ 1.721), as revisões mais caras até 60.000 km (R$ 3.680, superando em R$ 993 as do Kwid) e a cesta básica de peças mais salgada: R$ 3.781 por amortecedores dianteiros, pastilhas de freio, farol esquerdo, para-choque dianteiro e retrovisor esquerdo.

Bancos dianteiros com encosto estreito prejudicam o conforto (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Só o Mobi Drive, de R$ 42.990, tem o moderno motor 1.0 de três cilindros Firefly. A versão Like segue com o velho motor 1.0 Fire EVO, de quatro cilindros, que deu sinais da idade em nossa pista de teste. São dele os piores números de desempenho e consumo do trio.

A única vantagem frente aos três-cilindros é a suavidade do motor, mas é fácil trocar isso por agilidade.

Ter usado a base do Uno como ponto de partida para seu projeto fez o Mobi ser o único dos três com suspensão traseira por eixo de torção (os demais têm eixo rígido, uma solução mais barata). Mas, talvez pelo entre-eixos mais curto (são apenas 2,30 m), ele não é tão estável quanto o Kwid em curvas.

O espaço atrás é diminuto, mas garante 215 l ao porta-malas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Para quem vai na frente, o espaço do Mobi para pernas e ombros é honesto, mas o encosto dos bancos é desnecessariamente estreito.

Além disso, um motorista com mais de 1,75m de altura é capaz de transformar o banco de trás em um prolongamento do porta-malas, que tem 215 litros de capacidade. O espaço que sobra ali atrás é pequeno até para crianças.

Não é nada contra os compactos, mas não precisavam levar o nome do segmento tão a sério assim.

Ele é completo e espaçoso, mas seu motor 1.0 três-cilindros não é tão eficiente

Tampa pequena dificulta acesso ao porta-malas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Apesar de ser o projeto mais defasado entre os três compactos, o Caoa Chery QQ consegue defender bem a segunda posição por outros aspectos. Principalmente no que diz respeito aos custos.

Os R$ 3.000 que o separam do Kwid quase pagam todas as revisões até os 60.000 km, que somam R$ 3.037. Mas é do QQ o menor valor de seguro (R$ 1.216) e da cesta de peças (R$ 2.078) do comparativo.

QQ é alto e estreito, o que pode ter relação com o balanço da carroceria. Painel traz bom acabamento e é o único com o quadro de instrumentos todo eletrônico, mas não dispõe de computador de bordo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O QQ Act também é o mais barato e equipado. Embora fique devendo computador de bordo, só ele tem retrovisores com ajuste elétrico, rodas de liga leve, vidros elétricos nas quatro portas (com acionamento no console central, próximo ao freio de mão), faróis com ajuste de altura elétrico e luzes de rodagem diurna (não, ele não tem faróis de neblina), ainda que com lâmpadas halógenas, e sensores de estacionamento traseiros. E, ao contrário do Mobi, ele conta com Isofix.

Volante é avançado na direção do motorista (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O interior do QQ traz boas surpresas. Os plásticos do painel são bons e bem encaixados, mas o volante desproporcional ao tamanho do carro causa estranheza.

Na falta de ajustes de altura e profundidade, ele fica bem próximo do motorista, que nem pode correr o banco muito para trás por limitação do trilho. Embora a Chery tenha escolhido espumas muito macias para os bancos, eles são compridos e largos, e não têm encosto de cabeça inteiriço como nos rivais.

Espaço traseiro é bom para cabeça e pernas, mas porta-malas tem apenas 160 l (Christian Castanho/Quatro Rodas)

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Quem vê de fora não imagina que dá para se acomodar com conforto no banco de trás de um carro com 2,34 m de entre-eixos. Além disso o encosto dos bancos tem inclinação perfeita.

Quem saiu perdendo nessa foi o porta-malas, com apenas 160 litros e que ainda é prejudicado pela altura da tampa – de vidro, como no Mobi.

Motor do QQ é o mais fraco e gastão dos três (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Chery QQ não é um carro para viagens. Se na cidade a suspensão macia lida bem com a buraqueira, em rodovia ela não consegue conter o deslocamento de vento dos caminhões que passam ao seu lado.

Pelo que custa e pelo que entrega, porém, é uma opção interessante, pelo menos para quem busca um segundo carro para ser usado no dia a dia.

Além de airbag lateral, ele tem equilíbrio em espaço, preço e custos – e bebe pouco

Kwid é o único com apelo aventureiro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Como boa versão intermediária que se prese, o Kwid fica devendo itens que já pareciam ter se tornado comuns. Por exemplo, o quadro de instrumentos não tem conta–giros, nem computador de bordo – como o QQ.

Por que ele está aqui em primeiro lugar? Pelo equilíbrio.

Renault oferece interior com acabamento simples e fica devendo conta-giros e computador de bordo, mas tem rádio com Bluetooth de série. Bancos são posicionados muito perto da porta, mas ainda assim os ocupantes da frente se esbarram (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Suas revisões são as mais baratas (R$ 2.687 até 60.00 km) e valores de seguro (R$ 1.370) e cesta de peças (R$ 3.120) são intermediários, mas, ainda assim, bons. O compacto da Renault ainda consegue trazer a segurança para a discussão: no Kwid, airbags laterais são de série em todas as versões.

O espaço no banco traseiro do Kwid não é tão bom quanto no QQ, mas não é ruim. E, mesmo assim, o porta-malas tem excelentes 290 litros de capacidade. Ele não vai deixar você passar vergonha ao levar ou buscar alguém no aeroporto.

Como o Mobi, Kwid tem bancos dianteiros inteiriços (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Quem mais sofre no Kwid é quem vai na frente. Motorista e carona andam praticamente pendurados na porta com ombro raspando na colunaB, e ainda precisam tomar cuidado para não se esbarrarem. Por isso, é de bom tom que o motorista peça licença antes de engatar a quinta marcha.

Nem sempre os números dos motores entregam sua capacidade. Com 70 cv e 9,8 mkgf, o 1.0 três-cilindros da Renault é o mais fraco dos três. Mas é de longe o mais econômico (14,7 e 18,5 km/l, cidade/estrada) e o mais ágil (14,9 s no 0 a 100 km/h).

Espaço traseiro não faz passar vergonha e porta-malas tem bons 290 l (Christian Castanho/Quatro Rodas)

 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O que realmente falta neste motor é humildade: faz questão de ser notado a todo momento, seja pelo ruído, seja pelas vibrações que chegam à cabine com pouca interferência.

Mesmo com eixo rígido na traseira – e sem a barra Panhard que o QQ tem –, o Kwid consegue ser mais estável e previsível em curvas que os concorrentes e ainda inclina menos. O que assusta nele é o freio, que exige mais pressão para fazer efeito. Mas funciona: os melhores números de frenagem são dele.

Kwid é ágil e eficiente (Christian Castanho/Quatro Rodas)

No geral, o Renault Kwid exige menos concessões do comprador. É um carro feito para ser barato tanto quanto os outros, mas não deixou de ser funcional para conseguir isso.

Veredicto: O Renault Kwid se mostrou imbatível em custos, desempenho e consumo, mas o Chery QQ surpreendeu ao desbancar o Fiat Mobi em espaço e performance.

 

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

13 SET
Chefão da GM confirma: Chevrolet estuda picape rival para a Fiat Toro

Chefão da GM confirma: Chevrolet estuda picape rival para a Fiat Toro

Picape compacta-média da GM terá visual inspirado no conceito FNR-X (Du Oliveira/Quatro Rodas)Quem lê QUATRO RODAS já sabe há alguns meses que a GM prepara uma picape compacta-média para rivalizar com a Fiat Toro.Pois durante o evento de lançamento do Chevrolet Onix Plus, o sucessor do Prisma, e de apresentação da nova geração do Onix hatch, o presidente da empresa para a América do Sul, Carlos Zarlenga, confirmou que a fabricante tem mesmo planos de ingressar no segmento.Em... Leia mais
13 SET
Longa Duração: freios do Renault Kwid chegam ao fim. Pela terceira vez

Longa Duração: freios do Renault Kwid chegam ao fim. Pela terceira vez

Kwid teve os freios checados por nosso consultor técnico Fabio Fukuda: “De novo, as pastilhas dianteiras chegaram ao fim. E os discos foram danificados” (Silvio Gioia/Quatro Rodas)O editor de arte, Fabio “Black” Paiva, voltava do interior de São Paulo quando, ao frear, ouviu o chiado típico da chegada ao fim de material de atrito. Experiente ao volante, Black conta: “Sei que, normalmente, da primeira manifestação de ruído ao fim da vida útil da pastilha é preciso poupar os... Leia mais
13 SET
Novo Renault Captur: o que deve ser trazido do SUV europeu ao Brasil

Novo Renault Captur: o que deve ser trazido do SUV europeu ao Brasil

Esse é o “stand” da Renault em Frankfurt (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)O Salão de Frankfurt ainda é considerado um dos maiores do mundo, mas já não é tão grande como no passado.Neste ano a BMW abriu mão de seu pavilhão exclusivo para compartilhar o mesmo teto com Land Rover, Opel, Hyundai e Alpina. Aston Martin, Toyota, Suzuki e Mazda abriram mão do evento.Nova geração do Captur tem faróis em forma de C e luzes de neblina maiores (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)A Renault... Leia mais
13 SET
Confirmado para o Brasil, Audi Q3 Sportback se destaca pela agressividade

Confirmado para o Brasil, Audi Q3 Sportback se destaca pela agressividade

Audi mostra a receita perfeita para transformar um SUV em SUV cupê (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)Audi mostra a receita perfeita para transformar um SUV em SUV cupê (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)Desde que que surgiu, em 2011, a coluna C com inclinação acentuada dá personalidade ao Audi Q3. Tanto que é um elemento de design que sobreviveu à nova geração, revelada há pouco mais de um ano.Mas a moda dos SUVs cupês fez a Audi explorar ainda mais esse lado ousado do Q3. Esticaram o... Leia mais
12 SET
SP tem maior inadimplência por falta de licenciamento de veículos em 4 anos, diz Detran

SP tem maior inadimplência por falta de licenciamento de veículos em 4 anos, diz Detran

Os motoristas do estado de São Paulo fizeram menos licenciamentos de carros e motocicletas no primeiro semestre deste ano, na comparação com os três últimos anos, de acordo com dados do Detran-SP. Os números também revelam que a quantidade de multas referentes a essas infrações também caiu. O licenciamento é feito a partir de abril. Na comparação de abril a julho, este ano apenas 51,6% dos veículos de São Paulo foram licenciados. No ano passado, este índice foi de... Leia mais
12 SET
O homem que tem carrinhos a pedal de até R$ 40.000

O homem que tem carrinhos a pedal de até R$ 40.000

Ronaldo com um dos seus xodós: a Ferrari American Retro Race da década de 60 (Fernando Pires/Quatro Rodas)Executivo de uma grande empresa de soluções de impressão 3D, Ronaldo Prado, 53 anos, é um apaixonado por carros. Seu trabalho consiste em tirar do papel criações da indústria automotiva e transformá-las em realidade. “Aqui fazemos protótipos de modelos que serão lançados daqui a cinco anos”, explica ele. Mas seu hobby são veículos bem menores e mais antigos do que está... Leia mais