Novidades

23 MAI

'Febre' no Brasil, patinete elétrico ainda não está regulamentado na maioria das cidades

Cada vez mais presente no Brasil, o patinete elétrico enfrenta a falta de regras específicas como um desafio para seu uso mais seguro. Os usuários devem seguir as regras gerais estabelecidas pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), mas cabe a cada município regulamentar a circulação desse veículo de mobilidade.

Um levantamento feito pelo G1 mostra que apenas as capitais São Paulo, Florianópolis e Vitória regulamentaram o uso dos patinetes, de um total de 13 cidades que já possuem o serviço de compartilhamento no país.

"É tamanha a revolução que passamos, pelo problema da mobilidade, que o estado não consegue reagir a tempo", afirma Rosan Coimbra, presidente da comissão de trânsito da Ordem dos Advogados de São Paulo (OAB-SP).

A falta de regras locais fez uma empresa retirar os seus patinetes de circulação no Rio de Janeiro, afirmando que "a prioridade é a segurança dos usuários". Em quatro meses, dois hospitais da orla do Rio registraram cerca de 100 casos de acidente com os patinetes.

"Pela agilidade que proporcionam, e do ponto de vista ambiental, pela não emissão de poluentes, a opção de usar patinetes é válida", diz Renato Campestrini, gerente técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária. "O que precisa ser melhor equalizado é a forma como parte dos usuários tem feito o uso."

Para a entidade, ter ciclofaixas e ciclovias espalhadas por toda a área de uma cidade seria a condição mais segura para rodar com os patinetes.

A regra geral

Não adianta ir ao Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e procurar a palavra patinete.

As regras para esses veículos, de acordo com o Denatran, aparecem na parte dos "equipamentos de mobilidade autopropelidos" (com algum tipo de motorização e com as dimensões de largura e comprimento iguais ou inferiores às de uma cadeira de rodas), junto com monociclos e triciclos, por exemplo.

Mas cada prefeitura pode criar regras específicas. Nas cidades onde ainda não existe regulamentação própria, vale o seguinte.

São Paulo tira das calçadas

Principal polo de novos veículos de mobilidade no país, São Paulo começa a aplicar multas, com valores de R$ 100 a R$ 20 mil, nos patinetes a partir da próxima segunda-feira (29).

A regulamentação, que é provisória, terá a validade de 90 dias e pode receber "ajustes e aperfeiçoamentos".

Diferente das outras capitais que definiram regras, a cidade alterou o que estava previsto pelo Código Brasileiro de Trânsito (CTB).

A capital paulista definiu que:

  • é obrigatório usar capacete;
  • a velocidade máxima permitida é de 20 km/h;
  • não pode rodar com patinete na calçada;
  • pode rodar na rua, em vias que tenham velocidade máxima de até 40 km/h;
  • é proibido levar passageiro, animais ou cargas no patinete.

"A Prefeitura de São Paulo criou uma solução que resolve o conflito entre pedestre e patinete, mas surge outro conflito: o de patinetes com motociclistas e automóveis", diz o presidente da comissão de trânsito da OAB-SP, Rosan Coimbra.

Segundo o advogado, pelo CTB, o pedestre sempre deve ter prioridade e os outros usuários de veículos têm de cuidar da segurança dele.

A questão sobre a presença de patinetes nas calçadas está em discussão em todo o mundo. "Há correntes favoráveis e contrárias à isso", explica o gerente técnico do Observatório Nacional de Segurança Viária.

A Prefeitura de São Paulo diz que se inspirou nas regras francesas (veja mais ao fim da reportagem).

Para o Observatório, uma velocidade segura para rodar nas calçadas seria de 4,7 km/h. "Pela velocidade que muitos empregam no patinete, ele não deveria estar na calçada com pedestres", opina Campestrini.

O ponto sobre a liberação dos patinetes nas ruas, no caso vias de até 40 km/h, também gera um debate. "É preciso que o condutor tenha consciência e percepção de riscos, para evitar acidentes com os demais veículos e também com pedestres que atravessam as ruas", aponta o diretor técnico do Observatório.

Compartilhados X particulares

Para o advogado da OAB, outro problema do decreto em São Paulo é diferenciar os usuários de patinetes das empresas de transporte (aplicativos) dos que possuem um patinete particular.

De acordo com a Secretaria de Mobilidade e Transportes, as novas regras estabelecidas valem apenas para os compartilhados.

"Não me parece razoável", diz Coimbra. "A Constituição Federal assegura a igualdade de tratamento perante a lei."

"Essa diferenciação não é algo exclusivo de São Paulo. Em outros países também está se adotando tal procedimento", explica Campestrini, do Observatório Nacional de Segurança Viária.

"Existe o risco do Poder Público ser responsabilizado solidariamente pelo uso inadequado (dos patinetes), o que pode ser uma das razões para adoção de tal procedimento", completa o gerente técnico da entidade.

Florianópolis e Vitória

Ao contrário de São Paulo, as prefeituras de Florianópolis e Vitória seguiram as regras estabelecidas pelo Denatran, mas acrescentaram outras obrigatoriedades.

Na capital de Santa Catarina, a prefeitura pôs no papel uma regra que existe nos principais serviços de compartilhamento: é necessário ter idade mínima de 18 anos para realizar o cadastro e alugar o patinete. Mas disse que o uso pode ser feito a partir dos 16 anos -- nesse caso, sob a responsabilidade dos pais.

Vitória também definiu que o uso pode ser feito a partir de 16 anos. São Paulo não cita limites de idade.

Outra diferença é que, tanto em Florianópolis quanto em Vitória, os patinetes são obrigados a trafegar nas calçadas com velocidade de até 6 km/h, e nas ciclovias e ciclofaixas, a velocidade máxima é de 20 km/h.

Exemplos pelo mundo

O debate em torno do uso dos patinetes elétricos está acontecendo em todo o mundo e a maioria dos locais ainda não definiram regras específicas. Veja alguns exemplos:

Alemanha: o governo definiu as regras para o uso dos patinetes, que devem entrar em vigor nos próximos meses. Eles estão proibidos de rodar nas calçadas, mas foram liberados para ciclovias e ruas. Os usuários devem ter idade mínima de 14 anos e rodar a velocidade máxima de 20 km/h.

Estados Unidos: as normas variam de cidade para cidade. Em Nova York, por exemplo, os patinetes foram banidos, enquanto em cidades da Califórnia eles podem rodar em ciclovias e nas calçadas, desde que o usuário tenha mais de 16 anos e use capacete.

França: a governo local planeja tirar os patinetes das calçadas a partir de setembro e, caso a norma seja desrespeitada, será aplicada multa de 135 euros. A Prefeitura de São Paulo afirmou ter se inspirado no modelo francês.

Fonte: G1

Mais Novidades

24 DEZ
Cuidado: batidas (mesmo as mais leves) podem doer muito no bolso

Cuidado: batidas (mesmo as mais leves) podem doer muito no bolso

Os custos de reparação dependem das características dos carros. (Divulgação/Internet)O Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária) divulgou a lista da 11a edição do Car Group, um estudo da entidade que tem por objetivo indicar, dentre os modelos avaliados, aqueles com o menor custo de reparabilidade do Brasil.Criado em 1999, o índice compara veículos de uma mesma categoria quanto à facilidade e o custo de seu reparo. após impacto de baixa velocidade (15 km/h), com... Leia mais
24 DEZ
Vai acampar? Confira o que não pode faltar para a sua aventura

Vai acampar? Confira o que não pode faltar para a sua aventura

– (Arte/Quatro Rodas)O final do ano chegou e antes que 2020 pinte por aí, QUATRO RODAS preparou uma lista especial para você que pretende se aventurar nessas férias.Quer sair da monotonia e fazer algo diferente com acampar?Pensando em uma lista de produtos necessários para você montar acampamento com conforto para toda a família. Confira:– (Amazon/Divulgação)Se você pretende passar mais de um dia curtindo a natureza, o ideal é levar uma barraca para dormir tranquilamente. Este... Leia mais
24 DEZ
Chevrolet Opala: veja o primeiro teste deste ancestral do Onix Plus

Chevrolet Opala: veja o primeiro teste deste ancestral do Onix Plus

– (divulgação/Chevrolet)Os Chevrolet sempre foram muito respeitados no Brasil. Daí porque, quando a GM, há três anos, anunciou que produziria automóveis no país, a expectativa do público foi mais intensa do que por qualquer outro carro já fabricado aqui.A imagem mais jovem do Impala fundiu-se, na imaginação dos que esperavam, com o prestígio do velho nome da Chevrolet.Mas o primeiro automóvel no Brasil é inspirado no modelo Opel Olímpico (fabricado no México) e equipado com o... Leia mais
24 DEZ
Chegamos à era em que um pneu é capaz de se autocalibrar

Chegamos à era em que um pneu é capaz de se autocalibrar

– (Continental/Divulgação)Calibrar os pneus é um dos poucos cuidados que os motoristas precisam ter em relação à manutenção dos carros. Outro é encher o reservatório do limpador do para-brisa. Todos os demais ficam a cargo de profissionais. Mesmo assim, muitos motoristas se esquecem dessa obrigação. Segundo o fabricante de pneus Continental, em São Paulo, mais precisamente na capital e na cidade vizinha de Jundiaí, 34% dos carros circulam com a calibragem incorreta. A empresa... Leia mais
24 DEZ
Retrospectiva: os 10 carros mais econômicos testados em 2019

Retrospectiva: os 10 carros mais econômicos testados em 2019

– (Divulgação/Volkswagen)É muito provável que, antes de ler toda a avaliação de um carro, o leitor procure saber como ele se saiu em nossos testes instrumentados de consumo de combustível.Por isso, reunimos os modelos mais econômicos durante o ano. Vale lembrar que a lista considera apenas os resultados auferidos ao longo de 2019. Confira:A nova geração do SUV, vendida no Brasil apenas em versão híbrida, entrou para o ranking de 2019 por priorizar o motor elétrico no uso urbano,... Leia mais
24 DEZ
Correio Técnico: o câmbio muda em carros com mão inglesa?

Correio Técnico: o câmbio muda em carros com mão inglesa?

Nos carros de mão invertida, o volante muda, mas câmbio e pedais continuam iguais (Vauxhall/Divulgação)Em um automóvel de mão-inglesa, qual é a posição das marchas quando ele tem câmbio manual? – Moacyr Cunha, Recife (PE)É a mesma dos carros que têm volante do lado esquerdo. O que muda é o movimento que você faz na troca, pois a primeira marcha passa a ficar longe do motorista, enquanto as relações mais longas ficam próximas da perna esquerda do condutor.No entanto, em... Leia mais