Novidades

26 ABR

Dono de Tipo que pegou fogo ainda terá de esperar 2 anos por indenização

Cena mais comum do que gostaríamos: um Tipo incendiado (Reprodução/YouTube/Internet)

Em março deste ano, ex-proprietários do Fiat Tipo (1994) se surpreenderam com a notícia de que, passados 23 anos da ação civil pública iniciada pela Avitipo, Associação de Consumidores de Automóveis e Vítimas de Incêndio do Tipo, eles finalmente poderiam ser indenizados e receber por perdas materiais e danos morais.

QUATRO RODAS conversou com o Advogado David Nigri, porta-voz da Associação, para entender melhor os detalhes de quanto tempo o processo, caso a caso, ainda poderá levar.

O advogado estima que o procedimento todo, caso uma vítima entre com uma ação individual em cima da ação coletiva já julgada requerendo a indenização, poderá levar em média dois anos para receber o dinheiro.

Isso porque cada caso individual será julgado separadamente por um juiz diferente, o que tornará o trâmite vulnerável a variações como burocracia para reunir provas e documentações, além da forma como a fabricante se defenderá.

“É uma ação como qualquer outra, e a Fiat vai contestar. Ela tem o direito de contestar. Muita gente pode ter tido o carro e achar que deve receber a indenização, mas o carro dela pode não ter pegado fogo”, explicou o representante da Avitipo.

Depois de divulgada a decisão judicial, mais de 100 pessoas recorreram a Associação para também serem indenizadas caso o carro tenha pegado fogo. (Divulgação/Fiat)

Segundo a Fiat, apenas duas pessoas entraram na Justiça requerendo a indenização após o trânsito em julgado da ação coletiva, e ambas as ações ainda estão em julgamento.

Entretanto, de acordo com David Nigri, mais de 100 pessoas recorreram a Associação para serem indenizadas desde março, quando o caso voltou a ser ventilado pela imprensa.

O problema é que, após mais de duas décadas, contatos, endereços e até nomes da lista original de clientes mudaram, o que dificulta muito a identificação e aviso dessas pessoas.

Em alguns casos, por exemplo, o cliente já faleceu e agora são os filhos que têm direito a recorrer à Justiça.

Tendo em vista a quantidade de prejudicados, David Nigri afirmou que está tentando marcar uma Audiência Especial para fazer um acordo com a Fiat e com os ex-proprietários, a fim de estabelecer um valor fixo para todos os envolvidos.

Se o acordo for feito, custos e tempo, que seriam muito maiores nas ações individuais, podem ser reduzidos.

Mais uma unidade do Fiat Tipo pegando fogo em algum lugar do Brasil (Reprodução/Youtube)

Além disso, o representante esclareceu que, somando o preço do carro na época, corrigido pela inflação, a juros de correção e danos morais, o valor aproximado seria de cada indenização poderá chegar a R$ 400 mil.

E tendo em vista que as ações individuais, especialmente no Rio de Janeiro, giram em torno de 2% do valor da causa, o custo seria de aproximadamente R$ 8 mil.

Os números aumentam em casos especiais, como o de um taxista que usava o carro como ferramenta de trabalho. Ou caso o incêndio tenha gerado danos materiais a terceiros e, em casos extremos, ferimentos ou morte.

Para entrar com a petição os ex-proprietários devem apresentar documentos que comprovem a compra do carro na época, como o arquivo do Renavam.

Vale também algum registro de que o veículo tenha pegado fogo efetivamente, como um boletim de ocorrência, fotografias, reportagens de jornal – em que a própria pessoa ou seu carro aparece – e depoimentos de testemunhas.

 

Procurada, a assessoria do grupo FCA, que administra a marca Fiat, emitiu o seguinte comunicado oficial:

“1. Posicionamento sobre o Tipo:
A FCA cumprirá com as determinações judiciais. A empresa tem como princípio a melhoria contínua de seus produtos e processos sempre em busca da excelência no atendimento, na qualidade, na segurança e na conformidade de seus veículos, a fim de atender rigorosamente a todos os padrões nacionais e internacionais de qualidade e confiabilidade veicular, com o mais alto grau de transparência e conformidade regulatória, legal e ética.

2. Histórico:
Em 1996 a associação Avitipo solicitou abertura de inquérito perante o Ministério Público do Estado de São Paulo e Rio de Janeiro alegando suposto defeito de fabricação de veículos importados modelo Tipo, em razão de suposta possibilidade de combustão do motor, tendo noticiado a ocorrência de apenas 43 casos em todo Brasil.

À época, mesmo sem identificar e reconhecer qualquer defeito de fabricação nos referidos veículos, a Fiat celebrou Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público de São Paulo e Rio de Janeiro e lançou preventivamente duas campanhas de recall, uma em 12/04/1996 e outra em 02/08/1996, para substituição de tubulações e mangueiras do sistema de direção hidráulica e de combustível. As campanhas foram aprovadas pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor (DPDC) e consideradas satisfatórias, motivo pelo qual os Ministérios Públicos determinaram o arquivamento dos inquéritos.

Importante observar que a Fiat, por meio de sua rede de concessionárias, sempre atendeu prontamente a todos os seus consumidores. Entretanto, mesmo após o lançamento das campanhas, a Avitipo propôs uma ação civil pública que visava à indenização de seus associados por danos materiais e morais.

A decisão final da referida ação civil pública transitou em julgado em novembro de 2017, determinando à Fiat indenizar os associados que comprovadamente tivessem sofrido prejuízos morais e materiais. Para tanto, determinou que fosse realizada habilitação judicial individual dos consumidores. Cumprindo os termos da decisão, e, até o momento, registrou apenas dois pedidos de habilitação, que ainda estão em trâmite judicial.”

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

11 ABR

Novo Prisma terá motor turbo e vai conviver com o atual, diz Chevrolet

A Chevrolet divulgou nesta quinta-feira (11) detalhes de como será a nova geração do Prisma no Brasil. De acordo com a montadora, o futuro modelo vai conviver com o atual no mercado brasileiro e chega até o final deste ano. Nesta nova geração, o Prisma ficará maior e mais refinado, além de ter motor turbo. A versão para o mercado chinês foi a primeira a ser revelada. Por lá, o carro será chamado de Onix, que se torna um nome global da empresa. A montadora ainda não... Leia mais
11 ABR

Mulher de Carlos Ghosn volta ao Japão para ser ouvida pela Justiça

Carole Ghosn, mulher de Carlos Ghosn, está de volta ao Japão, onde deve ser ouvida pela Justiça na investigação sobre as suspeitas de fraudes que teriam sido cometidas pelo ex-presidente da aliança Nissan-Renault-Mitsubishi - informou seu advogado, François Zimeray, nesta quarta-feira (10). Ela havia deixado o Japão no último fim de semana, depois da recente detenção do marido, afirmando que "se sentiu em perigo". Segundo diferentes jornais japoneses, porém, a Justiça... Leia mais
11 ABR

Longa Duração: longe de SP, atendimento ao Renault Kwid melhora muito

Revisão dos 40.000 km foi feita em Pouso Alegre (MG) (Eduardo Campilongo/Quatro Rodas)Já na segunda metade de sua jornada, o Kwid segue em ritmo acelerado. Dentre suas últimas viagens está Pouso Alegre (MG), onde completou 40.000 km e passou pela revisão final.Mas não foi uma coincidência o nosso popular fazer aniversário de quilometragem longe de São Paulo. A bem da verdade, ele saiu justamente para isso.“Para ampliar nossa abrangência na avaliação dos serviços prestados pela... Leia mais
11 ABR

Toyota melhor que Ferrari? Sim, quando se trata do sistema de som

Sistema do Lexus LS 500h, sedã da marca de luxo da Toyota, conquistou 38 dos 40 pontos possíveis (Christian Castanho/Quatro Rodas)O sistema de som dos carros premium representa o que há de melhor na indústria, com amplificadores de última geração, alto-falantes de alta qualidade e projetos assinados por fabricantes de equipamentos renomados, que prometem trazer para as cabines a sonoridade das salas de concertos.Aqui avaliamos o sistema de nove modelos para conferir o que existe no... Leia mais
11 ABR

Vendas de carros automáticos triplicam em 10 anos no Brasil

Os carros automáticos e automatizados ganharam espaço no Brasil: o número de emplacamentos em 10 anos triplicou no país, de acordo com a consultoria Jato. A oferta de modelos que dispensam o pedal da embreagem aumentou e tirou desse recurso o caráter de luxuoso, ainda que versões com esse tipo de transmissão custem mais. No ano passado, os modelos com transmissão automática ou automatizada representaram 47,9% do mercado brasileiro. Há 10 anos, detinham apenas 12,7% do... Leia mais
10 ABR

Juíza do DF manda União manter radares e renovar contratos sob pena de multa diária de R$ 50 mil

A juíza Diana Wanderlei, da 5ª Vara Federal em Brasília, determinou nesta quarta-feira (10) que a União não retire radares eletrônicos e que renove contratos com concessionárias que forneçam radares que estejam prestes a vencer. Ela impôs multa diária de R$ 50 mil em caso de descumprimento da decisão por parte do governo federal. A magistrada atendeu a pedido feito em ação popular pelo senador da Rede Fábio Contarato, do Espírito Santo. A ação argumentou que... Leia mais