Novidades

05 ABR

Clássicos: Farus Quadro sonhava em ser Ferrari usando base de VW Santana

Nem japonês, nem americano, nem alemão: este trem é mineiro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Fundada em 1978 por Alfio e Giuseppe Russo em Belo Horizonte, a Farus (acrônimo de “Família Russo”) atravessou a década de 80 produzindo esportivos de tração traseira e motor central de origem Fiat, Volkswagen e Chevrolet.

Pouco comum na época, esse grau de refinamento técnico não foi adotado no cupê Quadro, apresentado em 1989 com o esquema mecânico convencional de motor e tração dianteiros.

A intenção do fabricante mineiro era clara: diminuir drasticamente o custo de produção e oferecer ao público mais exclusividade e menos esportividade.

Caro e trabalhoso, o chassi tipo espinha dorsal em chapas de aço criado pelo engenheiro russo Arcadiy Zinoviev e usado no Farus ML 929 foi substituído por uma estrutura tubular especialmente desenvolvida para acomodar a mecânica Volkswagen refrigerada a água.

Incoerência aerodinâmica: vidro recuado e asa traseira (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Cupês esportivos de tração dianteira foram uma tendência mundial na década de 80. Enquanto modelos como Dodge Daytona e Acura Integra tiveram grande aceitação nos EUA, a gaúcha Miura foi a pioneira no emprego do trem de força do VW Passat, já em 1981.

Priorizando o conforto, o Quadro teve como base a plataforma do VW Santana, com razoáveis 2,55 metros de entre-eixos.

Mesmo mais pesado, o Quadro era bastante ágil. O motor VW de 2 litros rendia bons 112 cv e a maior parte dos seus 17,3 mkgf estava disponível desde as rotações mais baixas, casamento perfeito com o câmbio de escalonamento fechado e engates curtos e precisos.

Curvas? Só nas rodas e pneus… (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A dirigibilidade era favorecida pela direção hidráulica progressiva, freios eficientes e suspensões bem acertadas (McPherson à frente e eixo de torção atrás).

O estilo controverso combinava o criticado teto plano dos Farus anteriores com largas colunas traseiras, responsáveis por suavizar o terceiro volume.

A posição longitudinal do motor exigiu um capô mais alto, devidamente disfarçado por aletas de refrigeração semelhantes às do Porsche 924 Turbo. Tradição na marca, o vidro traseiro recuado era nitidamente inspirado nas Ferrari do mesmo período.

O resultado final foi bem satisfatório: aparentando ser bem menor do que era, o Quadro estava mais para Voyage do que para Santana e a harmonia do estilo só foi comprometida pela linha de cintura elevada, muito desproporcional para as pequenas caixas de roda.

Volante Panther e vários comandos elétricos: o melhor dos anos 80 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Os pequenos faróis retangulares herdados do Fiat 147 ficavam ocultos por tampas escamoteáveis e debaixo da asa traseira estavam as enormes lanternas do onipresente VW Gol.

Um dos detalhes mais marcantes do projeto original era a supressão das maçanetas externas: as portas seriam abertas por controle remoto.

Couro até onde a vista alcança (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O interior representava outra profusão de contrastes: maçanetas internas do Fusca, difusores de ar do Passat, rádio/toca-fitas, ar-condicionado Climauto, interior revestido de couro, painel com instrumentação completa e volante com regulagem elétrica de altura.

A qualidade de construção e do acabamento eram apenas aceitáveis para um automóvel tão caro, mas o Quadro estava pronto para fazer sucesso em um mercado na época carente de opções.

Um belíssimo exemplar amarelo equipado com rodas raiadas BBS ornamentou o estande da Farus durante a 16a edição do Salão do Automóvel de São Paulo, já sob a direção de um grupo empresarial da cidade.

Rodas de liga leve Mangels (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Estima-se que cerca de 120 unidades do Quadro foram produzidas até 1991, ano em que a Farus encerrou suas atividades, após ser aniquilada pela concorrência dos importados.

Entre tantas dúvidas há pelo menos uma certeza: equipado com motor VW 1.8, o Quadro que ilustra esta reportagem foi o último a deixar a fábrica em 1992 após várias negociações trabalhistas com os empregados demitidos e hoje faz parte de uma coleção especializada em automóveis nacionais.             

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

18 JUN

Citroën apresenta série limitada para toda linha em comemoração aos seus 100 anos de história

A Citroën apresentou uma série especial no Brasil em comemoração aos seus 100 anos de história no mundo. Disponível para C3, Aircross, C4 Cactus e C4 Lounge, as unidades são limitadas de acordo com os modelos, no total de 550 exemplares. Veja os preços e as quantidades: C3 100 anos: R$ 71.990/100 unidadesAircross 100 anos: R$ 75.490/100 unidadesC4 Cactus 100 anos: R$ 104.490/300 unidadesC4 Lounge 100 anos: R$ 107.490/50 unidades Todos modelos passam apenas por mudanças... Leia mais
18 JUN

Especialistas apontam riscos em reduzir carga horária para tirar carteira de motorista e de ‘cinquentinhas’

Com a resolução 778, publicada nesta segunda-feira (17), mas que entra em vigor em 90 dias, o processo para tirar CNH e ACC deve ficar mais simples e barato. Isso porque o número de aulas caiu. No caso da CNH da categoria B, para dirigir carros, o número de aulas práticas caiu de 25 para 20. Além disso, não há mais a exigência do uso do simulador. Caso o aluno queira, ainda poderá fazer até 5 horas/aula no aparelho. Elas devem ser ministradas antes de o candidato ter as... Leia mais
18 JUN

Longa Duração: quase tudo vibra ou range no Renault Kwid após 53.000 km

Kwid: de novo assolado por tremores (Péricles Malheiros/Quatro Rodas)Logo após sair da revisão dos 50.000 km, o Renaul Kwid foi alvo de muitos elogios. “Desde zero-quilômetro, esta é a vez que ele está em melhor forma”, disse o editor Péricles Malheiros.“Esqueça aquele Kwid com o qual nos acostumamos. Parece outro carro”, disse o piloto de testes Eduardo Campilongo, responsável por acompanhar a manutenção dos carros da frota de Longa Duração.De fato, o Kwid parecia novo de... Leia mais
18 JUN

Especial PcD: o que os carros perdem para entrar no teto de R$ 70.000

Jeep Renegade para PcD (Acervo Quatro Rodas/Quatro Rodas)As marcas perceberam um grande filão no segmento PcD (pessoa com deficiência), mas também se depararam com o obstáculo do limite de R$ 70.000 para a isenção total (IPI e ICMS). Restou pegar a calculadora para ver como enquadrar os modelos, em especial os SUVs compactos. Surgiram as versões especiais para PcD. Só que muitos fabricantes cortaram na lata… e no plástico e nos equipamentos. Nessa equação, a roda de liga leve é o... Leia mais
17 JUN

Citroën lança série para celebrar 100 anos e promete dobrar vendas

Citroën C4 Cactus 100 Anos (Divulgação/Citroën)A Citroën comemora 100 anos como fabricante de automóveis em todo o mundo, e resolveu envolver a divisão brasileira nas celebrações.Por isso, lançou nesta segunda-feira (17) a série… 100 Anos , limitada a 550 unidades, para toda a gama de automóveis da marca comercializados no país. Serão 100 exemplares de C3, 100 do Aircross, 300 do C4 Cactus e 50 do C4 Lounge.C3 tem a mesma pintura contrastante da versão Urban... Leia mais
17 JUN

Suzuki Vitara é o importado que menos desvaloriza em um ano, diz estudo

Vitara (Pedro Bicudo/Quatro Rodas)Que a desvalorização de um veículo começa a acontecer assim que ele sai da concessionária, todo mundo já sabe. E que essa desvalorização é geralmente maior quando se trata de um carro importado, também. Para rastrear o sobe-e-desce das marcas e modelos, a KBB, consultoria especialista em preços de carros, divulgou quais foram os veículos importados mais e menos desvalorizados com base no valor de um veículo zero-km no ano anterior. No... Leia mais