Novidades

26 MAR

Clássicos: Gurgel X-15, o jipão militar com alma de Kombi e sem tração 4×4

Ângulo de ataque é de 50 graus, melhor que o de muitos 4×4 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A década de 70 foi um dos períodos mais felizes para o engenheiro João Augusto Conrado do Amaral Gurgel. Além do jipinho Xavante X-12, o industrial diversificou sua linha com o X-20 em 1977, uma picape de dimensões consideravelmente maiores.

Um ano depois, a empresa sediada em Rio Claro (SP) apresentou um novo conceito de utilitário: o jipão X-15.

Originalmente desenvolvido para uso militar, era caracterizado pelo desenho rústico e abrutalhado, com linhas retas e angulares muito semelhantes às de um veículo blindado.

O elemento de estilo mais marcante era o enorme para-choque com faróis embutidos, com altura suficiente para encarar os barrancos mais íngremes.

A capacidade off-road era típica da marca, evidenciada pelos bons ângulos de entrada e saída (50 e 45 graus, respectivamente), entre-eixos curto (223 cm) e elevado vão livre do solo (35 cm).

A ausência da tração 4×4 era compensada em parte pelo sistema Selectraction, atuando como bloqueio seletivo das rodas traseiras acionado por duas alavancas entre os bancos dianteiros.

A versão civil do Gurgel X-15 vinha sempre com o quadro do para-brisa fixo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ambos eram impulsionados pelo tradicional motor VW 1600 a ar, trabalhando em conjunto com o câmbio de quatro marchas e relação de diferencial intermediária (4,125:1).

A longeva parceria com a Volks decorreu de um relacionamento pessoal de João Gurgel com Bobby Schultz-Wenk, primeiro presidente da filial brasileira.

Da Kombi vinham rodas, freios, caixa de direção, suspensão dianteira por barras de torção e caixas de redução nas rodas traseiras.

Como no Xavante X-12, a suspensão traseira usava molas helicoidais e a estrutura era composta por chassi tubular revestido de plástico reforçado com fibra de vidro chamada Plasteel, com garantia de 100.000 km.

Apresentada no Salão do Auto-móvel de 1978, a primeira série foi oferecida com ou sem capota de lona.

A versão civil foi oferecida apenas com para-brisa fixo com dois vidros planos assimétricos, o maior deles frente ao campo de visão do motorista. O acesso dos sete passageiros era feito por uma porta do lado esquerdo e duas do lado direito.

A espuma dos bancos era o único luxo oferecido aos sete passageiros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Um de seus itens mais interessantes era o guincho dianteiro de acionamento manual, muito útil em atoleiros.

Os destaques visuais da traseira eram as lanternas horizontais (também da Kombi), o estepe e o galão auxiliar de combustível com 20 litros. Os mais atentos não demoravam para notar o robusto protetor de cárter.

O interior seguia o mesmo padrão espartano de funcionalidade: alavanca do câmbio, do freio de mão, maçanetas, cintos de segurança, instrumentos do painel e miolo de ignição eram os mesmos utilizados na linha VW.

A visibilidade do motorista era favorecida pela sua posição, exatamente em cima do eixo dianteiro.

Excelente visibilidade para o motorista (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Em 1979, foi apresentada a picape G-15, com cabine simples fechada e uma caçamba semelhante à do X-20.

O aspecto civil era reforçado pelo para-brisa composto por dois vidros planos de dimensões iguais, que seria utilizado também no X-15 TR (teto rígido), completamente fechado e com quatro portas iguais para diminuir o custo de produção.

Boa parte dos itens vinha da Kombi (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ambos receberam juntas homocinéticas em 1981. O G-15 ficou maior, com 10 cm a mais entre os eixos e mais 10 cm no balanço traseiro, e ganhou opção da cabine dupla com quatro portas.

Foram desenvolvidas também versões especiais destinadas a polícia e corpo de bombeiros: baseado no X-15 TR, o motorhome Van-Guard não saiu da fase de protótipo.

Como todos os Gurgel, o motor era VW 1.6 a ar (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Integrados às forças militares e exportados para vários países, X-15 e G-15 saíram de linha em 1982, quando foram substituídos pelos utilitários da série G800.

Ainda hoje é possível ver alguns exemplares rodando pelas ruas, quase sempre conduzidos por entusiastas saudosos da época em que a Gurgel se intitulava um fabricante “muito nacional”.

Gurgel X-15 1979

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

02 OUT
Chevrolet celebra 100 anos fazendo picapes; veja as melhores

Chevrolet celebra 100 anos fazendo picapes; veja as melhores

A C-10 foi uma das picapes mais bem sucedidas da história da Chevrolet (Xico Buny/Quatro Rodas) A Chevrolet está prestes a completar um século da produção de sua primeira picape. Lançada em 1918, a One-Ton não tinha luxos e cumpria muito bem seu papel: era um veículo feito para o trabalho e permitia ao seu proprietário personalizá-la da forma que lhe fosse mais conveniente. Desde então, muita coisa mudou. As picapes ficaram mais... Leia mais
02 OUT
Teste do produto: renovador de partes plásticas envelhecidas

Teste do produto: renovador de partes plásticas envelhecidas

Na grade churrasqueira, que fica na base dos limpadores, o plástico antes ressecado (à esq.) ganhou aspecto de novo (à dir.) (Renato Pizzuto/Quatro Rodas) Com o passar do tempo, é comum que algumas peças plásticas do carro fiquem esbranquiçadas ou manchadas. Nada que aqueles produtos renovadores de plástico não resolvam. O problema é o trabalhão que eles dão: molha um pincelzinho, aplica num canto, molha de novo, cuidado para não... Leia mais
29 SET
Perfil: ele ganha a vida fazendo minicarros de até R$ 12.000

Perfil: ele ganha a vida fazendo minicarros de até R$ 12.000

O jipe militar foi inspirado no Toyota Bandeirante e custa R$ 7.000 (Jonas Tucci/Quatro Rodas) A paixão por automóveis do paulistano David Padrão, 37 anos, começou na infância. Mais precisamente por carros de pedal, como eram conhecidos na década de 80. “Quando criança, tive uma imitação de jipe Toyota Bandeirante e de Porsche”, conta Padrão. Na mesma época, ele adorava visitar a oficina de um amigo do pai, onde começou a... Leia mais
29 SET
Grandes Brasileiros: Chevrolet Vectra GSi

Grandes Brasileiros: Chevrolet Vectra GSi

Ao contrário de outros esportivos nacionais, o GSi andava mais e era discreto (Christian Castanho/Quatro Rodas) Demorou cinco anos para chegar, mas, quando enfim entrou em nossa pista de testes, o primeiro Vectra brasileiro logo se sagrou campeão. A responsável pela façanha foi a versão esportiva GSi. Ao cravar 207,7 km/h de velocidade máxima e acelerar de 0 a 100 km/h em 9,22 segundos, na edição de dezembro de 1993, ele se tornou o... Leia mais
29 SET
Novo Forza 7 chegará com pacote de carros do Velozes e Furiosos

Novo Forza 7 chegará com pacote de carros do Velozes e Furiosos

Novo Forza 7 Motorsport terá carros da saga Velozes e Furiosos (Forza Motorsport/Divulgação) O jogo Forza 7 Motorsport está mais perto de nós – 03 de outubro. A franquia exclusiva para do Xbox One e Windows 10 é uma das mais aguardadas do ano. Entre as principais novidades estão os carros de Velozes e Furiosos. Disponível em três versões (Ultimate, Deluxe e Standard), quem adquirir para o Xbox One X terá a possibilidade de jogar... Leia mais
29 SET
Porsche Panamera Sport Turismo híbrido tem 680 cv e chega em 2018

Porsche Panamera Sport Turismo híbrido tem 680 cv e chega em 2018

Perua é mais rápida do que o 911 GTS na prova de 0 a 100 km/h (Porsche/Divulgação) Parece impossível uma perua híbrida ser mais rápida do que um superesportivo. Mas é exatamente o caso da Porsche Panamera Turbo S E-Hybrid Sport Turismo – a versão híbrida da Panamera Sport Turismo. Por trás do nome extremamente longo se esconde um veículo familiar de alta performance, graças à combinação do motor V8 4.0 biturbo movido a... Leia mais