Novidades

20 FEV

Abandonado pela Ford, mercado de caminhões se recupera após crise no Brasil

A Ford anunciou, na última terça-feira (19), que fechará sua fábrica de São Bernardo do Campo (SP). A decisão resulta, além da demissão de milhares de trabalhadores e da descontinuação do Fiesta, na saída da marca do mercado de caminhões na América do Sul.

A Ford diz que busca o retorno da lucratividade sustentável de suas operações no continente. A fabricante afirma que, para permanecer no mercado, precisaria fazer um grande volume de investimentos que não resultariam em "um negócio lucrativo e sustentável".

Em números

A fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, já operava em desaceleração. Segundo o último registro divulgado pela montadora, em 2018, apenas 19% da capacidade produtiva da unidade (de 89.000 caminhões por ano) foi utilizada.

No relatório da Anfavea, associação de fabricantes, a produção em todo o Brasil teve saldo positivo de 27,1% em 2018 em relação a 2017. O pior resultado foi entre os semileves, que caiu 20,4%. O melhor ficou para os pesados, com aumento de 52,2%.

Já entre as exportações, o panorama é diferente. O setor de caminhões seguiu o ritmo da indústria automotiva e teve queda de 12,7%. Entre automóveis e comerciais leves o resultado foi ainda pior: 18,3% a menos.

Segundo balanço da associação dos concessionários, Fenabrave, os emplacamentos de caminhões no acumulado de 2018 cresceram 46,8% em relação ao mesmo período de 2017. O número saltou de 52.068 para 76.431.

Entre as marcas, a Ford aparece em 4º lugar, atrás de Mercedes-Benz, Volkswagen (MAN) e Volvo, com 9.306 unidades emplacadas durante o ano passado, ou 12,2% do mercado de caminhões no Brasil.

A participação é maior do que a marca detém entre os automóveis e comerciais leves, de 9,2%, onde aparece na mesma colocação.

Em alta

O mercado de caminhões vem crescendo exponencialmente, principalmente desde o segundo semestre de 2018.

De acordo com Sérgio Zonta, vice-presidente da Fenabrave responsável pelo segmento de caminhões, o crescimento se deve a alguns fatores que influenciaram a economia no último ano.

Para ele, a expectativa de crescimento do PIB, o aumento da confiança de transportadores e frotistas e a greve dos caminhoneiros, em maio de 2018, ajudaram. Zonta diz que, com a greve, muitas empresas criaram frotas próprias para driblar o tabelamento do frete.

O técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, o Dieese, Luís Paulo Bresciani, disse ao G1 que a tendência era de um crescimento ainda maior para 2019, sem precisar uma estimativa.

Base baixa

Vale destacar que, apesar dos bons resultados de 2018, o setor vem em ritmo de recuperação em relação a uma base baixa após a crise de 2015.

Em 2009, o segmento registrou 108.984 emplacamentos, segundo a Fenabrave. O ápice foi em 2011, com 172.657 caminhões. Em 2015, o número caiu para 71.767. Em 2018, em recuperação, o resultado já é melhor do que há 4 anos. Veja o gráfico abaixo.

Repercussão

De acordo com Antônio Jorge Martins, coordenador do MBA em Gestão Estratégica de Empresas da Cadeia Automotiva da FGV, a decisão é puramente estratégica e não envolve falta de demanda pelos caminhões.

Luís Paulo Bresciani, do Dieese, aponta que a Ford deixará de gerar R$ 3 bilhões com a saída só no setor de caminhões. Somando a descontinuação do Fiesta, a marca deixará para trás um faturamento de R$ 4,8 bilhões.

A Anfavea enviou uma nota, assinada por Antônio Megale, presidente da associação: “Esta é uma decisão individual da marca que está buscando alternativas no país. Esta ação mostra a complexidade das operações da indústria automobilística no Brasil com uma cadeia longa e o reflexo em toda economia”.

Procurada pelo G1, a Fenabrave não quis se posicionar sobre o caso.

A Ford também não quis comentar o assunto além das informações divulgadas oficialmente.

Fonte: G1

Mais Novidades

11 MAR

Como as leis mais rígidas de segurança estão afetando o visual dos carros

– (Denis Freitas/Quatro Rodas)Sabe aquela sensação de que os carros estão cada vez mais parecidos? Ela é real, e um dos principais motivos para isso é que os automóveis agora são pensados para não matar quem está ao seu redor. Mas nem todo mundo gostou disso. “Queria ter trabalhado nos anos 60 e 70. Havia muito mais liberdade no design”, diz José Carlos Pavone, chefe de estilo da Volkswagen do Brasil. “Toda a dianteira do carro agora conta com estruturas projetadas para... Leia mais
10 MAR

Especial Óleo Lubrificante: é vantagem usar óleo de baixa viscosidade?

No motor antigo, dá pra usar o óleo da versão atual? (Christian Castanho/Quatro Rodas)Na última mudança da família Chevrolet Onix e Prisma, na linha 2017, a GM efetuou uma redução de atrito dos motores 1.0 e 1.4 com o objetivo de diminuir o consumo. Como o conjunto de pistões, bielas e anéis foi redesenhado, a marca optou também por mudar a especificação do óleo, que era de 5W30 e foi para 0W20. Como explicamos antes, isso significa que o novo lubrificante tem menor viscosidade,... Leia mais
10 MAR

Exclusivo: desvendamos a traseira (e o nome) do Chevrolet Onix 2020

Novo Onix Plus não terá prolongamento das lanternas na tampa do porta-malas (Thiago Dantas/Quatro Rodas)Já sabemos como será o visual dos novos Chevrolet Prisma e Tracker, mas o design do Onix 2020, cabeça da nova família de compactos da GM, ainda era um mistério – que acaba de ser desvendado pelos leitores de QUATRO RODAS.Recebemos por nosso WhatsApp, de forma quase simultânea, as primeiras imagens da nova geração do Onix com camuflagem mais leve clicado pelos leitores Álvaro... Leia mais
09 MAR
Teste de produto: perfume eletrônico deixa carro cheiroso por dois meses

Teste de produto: perfume eletrônico deixa carro cheiroso por dois meses

Ligado na tomada 12V, o produto durou mais de dois meses (Paulo Blau/Quatro Rodas)Ligado na tomada 12V, o produto durou mais de dois meses (Paulo Blau/Quatro Rodas)Existe uma infinidade de aromatizantes automotivos por aí. O problema é encontrar uma fragrância agradável, sem risco de vazar e com resistência maior para fazer jus ao custo. Pensando assim, é impossível não se render ao anúncio do Glade Electric Car, um perfumador de ambiente 12V que promete uma durabilidade de até 60... Leia mais
09 MAR

Especial Óleo Lubrificante: até quando usar o óleo que sobrou na troca?

Lubrificantes sintéticos são mais resistentes à degradação e podem suportar melhor a exposição ao tempo (Reprodução/Quatro Rodas)Quando se opta pela troca tradicional em postos de combustíveis ou em concessionárias, durante a revisão do carro, é normal receber a embalagem com o que restou do óleo novo. Como contamos na reportagem do óleo a granel, a maioria dos carros usa uma quantidade fracionada de lubrificante (4,2 litros, por exemplo). Nesse caso, o consumidor teria de... Leia mais
08 MAR

1 dia depois de Bolsonaro anunciar fim das lombadas eletrônicas, ministro diz que elas continuarão 'onde for absolutamente necessário'

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio Freitas, afirmou nesta sexta-feira (8) que a instalação de lombadas eletrônicas nas estradas federais será reavaliada. "Nós vamos investir em segurança, nós vamos investir em melhoria geométrica, vamos investir em manutenção da via, vamos investir em sinalização agressiva, e lombada vai ter onde for absolutamente necessário, onde o ponto crítico é decorrente do excesso de velocidade", disse, em visita ao Maranhão. Um dia... Leia mais