Novidades

17 SET
Fim de exigência gera queixa de quem comprou extintor ABC

Fim de exigência gera queixa de quem comprou extintor ABC

 A decisão de que o extintor de incêndio deixará de ser obrigatório em carros, anunciada nesta quinta-feira (17) pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) gerou reclamações de consumidores que trocaram recentemente o equipamento pelo do tipo ABC. A mudança passaria a ser exigida pelo órgão daqui a 15 dias. O Contran já havia adiado esse prazo outras 3 vezes, sempre por conta da falta do produto no mercado.

Desde a proximidade do primeiro prazo, em 1º de janeiro deste ano, o exintor ABC começou a rarear no mercado e houve denúncias de sobrepreço e até falsificação.

Motoristas ouvidos pelo G1 dizem ter pago de R$ 100 a R$ 150 pelo equipamento, mas relatam que havia lojas cobrando até R$ 300. Agora, se acham no prejuízo, assim como os vendedores que reforçaram o estoque. Especialistas em direito do consumidor dizem que não há o que fazer.

Comprou 1 dia antes
A estudante Anna Carolina Alves dos Santos, de 25 anos, que mora em Brasília, lamentou no Twitter ter comprado o extintor um dia antes do anúncio do fim da obrigatoriedade. "Como tinha vistoria hoje, saí correndo para tentar comprar um a tempo ontem. Não encontrei nos dois primeiros lugares que fui", relatou ao G1. "No terceiro, estavam pedindo R$ 180, e achei muito. Consegui apenas no quarto estabelecimento, por R$ 120."

"Querendo ou não, é bom ter o extintor. Agora que está comprado, vou continuar usando, mesmo que não seja mais obrigatório", completou Anna.

Kit primeiros socorros
"A gente se sente lesada. É igual à maleta de pequenos socorros, já estamos acostumados", diz o vendedor Maurílio Marcelino de Andrade, 34 anos, lembrando a exigência, em 1998, de uma bolsa com itens como esparadrapo, gase e luvas, que foi derrubada no ano seguinte.

Andrade pegou uma fila com cerca de 5 mil pessoas em uma loja de Jacareí (SP) para comprar o extintor ABC. Cada equipamento foi vendido a R$ 74,90 e o estoque acabou em cerca de três horas. Na época, no Vale do Paraíba, o extintor chegava a custar até R$ 150.

Em Porto Alegre, o advogado Sheise Sá começou a procurar extintores para dois veículos no começo do ano. Recentemente, teve de comprar um terceiro, porque trocou de carro. "As lojas de Porto Alegre estavam pedindo R$ 200 por unidade. Consegui um local em que comprei 2 extintores por R$ 240, mas tive que esperar por um mês, já que o produto estava em falta. Agora, há duas semanas, troquei de carro e precisei comprar um outro extintor. Gastei mais R$ 100 semana passada", conta.

Carros parados
A família de André Airton, de Registro (SP) ficou dias sem usar os 3 carros logo no início do ano, antes da multa pela falta do extintor ABC ser adiada. "Procuramos em todos os estabelecimentos, mas como a cidade é pequena, não encontramos."

Depois, gastou mais de R$ 300 para ter os equipamentos. "Por sorte, um amigo do meu pai é dono de uma loja do tipo, e assim que ele recebeu a primeira leva, reservou dois para nós, por R$ 150, cada". O terceiro carro da casa recebeu o extintor ABC apenas meses depois, quando os estoques estavam normalizados. E mesmo assim, o valor pago também beirou os R$ 150. "É muito estranho, de uma hora para outra eles mudam a lei. Parece que há interesse por trás, e assim, acabamos nos sentindo como palhaços", diz.

Estoque de 1 mil extintores
Com mais de 1 mil extintores tipo ABC para carros em estoque, o comerciante Homero Cardoso, de Itapetininga (SP), se diz prejudicado com o fim da exigência. "Não só eu, mas todo o mercado desse produto temos esse abacaxi nas mãos. Investi 2.000% a mais que o normal, ou R$ 60 mil, nos últimos meses para dar conta das vendas", relatou. "Se eu, com  mil extintores, certamente terei prejuízo, imagina os fabricantes que contrataram funcionários e estenderam a linha de produção para atender à procura."

Procurada pelo G1, a associação dos fabricantes de extintores (Abiex) diz que só se pronunciaria após posicionamento oficial, mesmo com a nota emitida pelo Denatran.

Prejuízo pode ser recuperado?
Para o Procon-SP e a OAB-SP, quem comprou o extintor não tem como ser ressarcido com o fim da obrigatoriedade. "Foi uma grande trapalhada, uma falta de responsabilidade do Contran, mas, infelizmente, o consumidor vai ficar no prejuízo", diz Marco Antonio Araújo Junior, presidente da comissão de direito do consumidor da OAB-SP.

Infelizmente, o consumidor vai ficar no prejuízo"
Marco Antonio Araújo, da OAB-SP

Segundo Araújo e o Procon, o caso não envolve uma infração na relação entre consumidor e vendedor, protegida pelo Código de Defesa do Consumidor.

"É entre o governo e o consumidor. Mas a Justiça garante ao governo o direito de mudar de ideia, revogar a decisão a qualquer tempo", explica Araújo. "No caso do kit primeiros socorros, por exemplo, o Judiciário não garantiu o ressarcimento."

A Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) discorda. "Ele (o Contran) onerou o consumidor de forma desnecessária. Os que entenderem que foram prejudicados e puderem comprovar a compra, podem procurar os órgãos de defesa do consumidor, e em último caso, entrar com ação para que tenham o direito respeitado, e reaver o que foi gasto", afirma Maria Inês Dolci, coordenador institucional do Proteste.

A entidade já havia se pronunciado contra a obrigatoriedade do extintor. "Na época, nós havíamos pedido a prorrogação da troca. As pessoas não têm a capacitação correta para utilizar. Sem um treinamento, não há como utilizar", explica Maria Inês.

 

Fonte: G1

Mais Novidades

29 JAN

Guia: conheça todos os carros híbridos e elétricos à venda hoje no Brasil

Aquele papo de demanda reprimida nunca ficou tão evidente como com os híbridos e elétricos. Bastou o governo anunciar o Rota 2030 com incentivos para tecnologias de eficiência energética para as marcas anunciarem novos modelos para o mercado. Mas você sabe quanto custa manter um híbrido? Quanto tempo leva para carregar aquele elétrico? Quanto consegue rodar com uma carga e quanto tempo leva essa carga? QUATRO RODAS elaborou um guia com os principais veículos, digamos, ecologicamente... Leia mais
28 JAN

Anúncio de medidas para superar crise preocupa funcionários da GM em Gravataí

Medidas anunciadas pela General Motors, dona da Chevrolet, para contornar a crise financeira deixaram os trabalhadores da montadora em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, apreensivos. O Sindicato dos Metalúrgicos pediu uma reunião de emergência com a direção da montadora, para entender a proposta da empresa. A reunião acontecerá nesta terça-feira (29), em São Paulo. E ainda marcou para as 5h30 da terça um protesto na frente da unidade. O sindicato representa... Leia mais
28 JAN

Ferrari processa brasileiro que tentou vender cópia da F40 por R$ 80.000

A cópia da F40 foi apreendida pela polícia civil (Arquivo Pessoal/Reprodução/Internet)A vida de construtores de réplicas alternativas no Brasil não está fácil. Depois de um pastor ver a patente de seu Lamborghini ser negada, agora um construtor teve sua “Ferrari F40” apreendida pela polícia.O dentista Vitor Estevan afirmou ao portal G1 que começou a construir o modelo há pouco mais de um ano. O protótipo foi feito misturando componentes de diversos carros — o volante, do lado... Leia mais
28 JAN

Novo Renault Clio é o hatch que o Sandero nacional deveria ser

Dianteira remete à geração anterior vendida na Europa (Ferd/Internet)Não fique triste: a quinta geração do Renault Clio está bem distante do Brasil. Mas isso não impede que a gente babe com as imagens recém-reveladas do hatch (e torça pela chegada ao país).Enquanto o painel foi mostrado oficialmente pelo fabricante, dianteira e traseira do modelo vazaram na página Ferd, dedicada aos segredos da indústria automotiva no Facebook.Painel recebeu componentes do Duster vendido na... Leia mais
28 JAN

Brasileiro ignora ameaça da GM e Chevrolet Onix vende tanto quanto antes

Chevrolet Onix vendeu mais de 13 mil unidades nas quatro primeiras semanas do mês (Divulgação/Chevrolet)O Chevrolet Onix continua soberano como carro mais emplacado no Brasil, sem qualquer sinal de abalo no ritmo de vendas, apesar das reações negativas nas redes sociais em relação à ameaça de a General Motors deixar o Brasil.QUATRO RODAS teve acesso ao relatório parcial de janeiro da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) até a última... Leia mais
28 JAN

Carro autônomo da Volvo recebe aval para testes mais avançados na Suécia

A Volvo conseguiu aval para começar a testar um programa de computação para carros autônomos na Suécia nesta segunda-feira (28) sem interferência do motorista. Segundo a empresa Veoneer, parceira da montadora sueca, a autorização foi para condução autônoma de nível 4 - o segundo maior nível. Ele permitirá que o carro da Volvo ande sozinho a uma velocidade máxima de 80 km/h. Por precaução, o veículo terá um motorista treinado a bordo, mas ele não colocará as mãos... Leia mais