Novidades

20 DEZ

Impressões: BMW i8 Roadster, a diversão irracional ficou mais ecológica

O capô foi alterado para desviar da cabine o ar quente do radiador (BMW/Divulgação)

O BMW i8 é a reunião do que muito entusiasta odeia – e os millennials adoram. Há motorização híbrida, bateria recarregável na tomada, modo de condução econômico, chave que parece um smartphone e até um sistema de som que ajuda a compensar a apatia sonora do 1.5 turbo derivado do Mini Cooper.

E agora inclua na receita polarizadora uma versão conversível, que chega ao Brasil este ano sob encomenda por um preço ainda não revelado. Mas espere algo na faixa dos R$ 900.000, suficiente para comprar um BMW M5 e ainda levar 45.000 litros de gasolina para usar enquanto ouve o dono do i8 Roadster dizendo que bastam só 4,5 horas na tomada 220V para carregar sua bateria.

O marcante spoiler flutuante na lateral foi mantido no conversível (BMW/Divulgação)

Naturalmente não há uma defesa racional para colocar o único conversível híbrido do Brasil na garagem. Nem o consumo combinado (que pode chegar a 50 km/l, segundo a fábrica) nem o 0 a 100 km/h em 4,6 s – 0,2 mais lento que o cupê – são bons argumentos diante do preço elevadíssimo.

O BMW i8 faz o estilo de quem vive ligado nas redes sociais ostentando roupas de grife, praias paradisíacas e festas exclusivas. E, para alegria dos influenciadores, a versão conversível manteve as icônicas portas que se abrem para cima, que ficam bem em qualquer filtro do Instagram.

As portas foram modificadas para compensar ausência dos batentes dos vidros (BMW/Divulgação)

Já o teto de lona não orna tanto com a marcante cor “laranja e-cooper”, mas é possível tirá-lo de cena em 15 segundos (e até 50 km/h) ao toque de um botão. A cobertura removível deixou o porta-malas com parcos 88 litros de volume e eliminou os dois bancos traseiros, mas ainda assim o alcance do i8 Roadster foi ampliado.

Claro que não estamos falando de posts no Facebook. O esportivo vai literalmente mais longe, pois ele recebeu as melhorias do novo i8 Coupe (que já começou a ser vendido no Brasil sem mudanças no visual).

Interior na cor laranja chama a atenção e destaca as linhas modernas da cabine (BMW/Divulgação)

As baterias dispostas sob o elevado túnel central tiveram sua capacidade ampliada de 20 para 34 Ah, o que se refletiu em uma autonomia elétrica de 53 km, 16 a mais que o modelo anterior. De quebra, o motor elétrico na dianteira ganhou 12 cv, elevando a potência combinada para 374 cv.

Claro que a primeira coisa que se pensa ao testar um esportivo na Alemanha é procurar a autoestrada mais próxima que tenha trechos sem limite de velocidade. Com o i8 Roadster conseguimos encontrar isso alguns minutos após sair de Munique, mas logo depois a animação virou frustração.

Teto do modelo leva 15 segundos para ser aberto (BMW/Divulgação)

E não é por causa da velocidade máxima limitada a 250 km/h, típica da maioria dos esportivos alemães. O problema é que, após os 200 km/h, parece faltar fôlego ao i8, que exige uma longa faixa da esquerda para conseguir chegar ao seu máximo. Não é como um M5, que até tira suas costas do banco quando encosta no limitador, deixando claro sua capacidade para ir além.

Melhor pensar que o problema não é o carro, e sim o ambiente. Basta entrar na primeira estrada vicinal sinuosa para o conversível brilhar. Mesmo pesando 1.670 kg (60 kg a mais que o cupê), o esportivo entrega uma agilidade que destoa do enorme entre-eixos de 2,80 m e dos modestos pneus 195/50 (à frente) e 215/45 (atrás) com rodas de 20 polegadas.

Vigia elétrica é um item exclusivo do roadster (BMW/Divulgação)

O modo Sport mantém o motor de três cilindros de 231 cv ligado o tempo inteiro, enquanto usa alto-falantes sob os bancos para criar uma experiência acústica à altura da dinâmica.

A tração integral, a suspensão firme e a posição de dirigir próxima ao assoalho ajudam o motorista a buscar o insano limite de 100 km/h das estreitas estradinhas rurais alemãs. A única recomendação é curtir esse cenário de teto fechado.

Peças que sustentam a cobertura do teto são feitas com impressoras 3D (BMW/Divulgação)

A BMW incluiu uma discreta vigia traseira atrás dos assentos, que pode ser levantada para reduzir a turbulência na cabine quando o teto é recolhido. Mas, durante nosso test-drive, o ruído de vento acima dos 100 km/h era tão elevado que desestimulava qualquer passeio mais rápido a céu aberto.

Outros conversíveis, incluindo os da BMW, lidam melhor com esse desafio aerodinâmico. Por outro lado, só o i8 Roadster permite que você rode a velocidades elevadas ouvindo só o farfalhar das árvores ou o canto dos passarinhos.

É possível ligar o ar-condicionado à distância pela chave com LCD (Hermann Koepf/BMW)

E não é poesia: o modo elétrico do i8 só liga o propulsor a combustão se você colar o pedal do acelerador no assoalho. Caso contrário, dá para sair da rodovia e chegar em sua casa de veraneio curtindo o visual e os sons da natureza.

Não que os vendedores das nove concessionárias BMW autorizadas a comercializar a linha i no Brasil precisem usar esse argumento, mostrar a chave com tela LCD ou explicar que as peças que sustentam a cobertura do teto são feitas com impressoras 3D.

Quem tiver interesse em um BMW i8 Roadster certamente não tem outro carro em mente. Por outro lado, quem busca um esportivo na faixa dos R$ 900.000 dificilmente vai olhar para este conversível. Não que isso seja um problema: com o i8 Roadster, o que não vai faltar é gente de olho nele.

Veredicto

A versão Roadster mais agregou ao i8 do que tirou. Seu visual não envelheceu em nada e o fôlego extra em potência e autonomia vem em boa hora. Mas o preço próximo de R$ 1 milhão restringe seu público a fãs de tecnologia e status.

Ficha técnica – BMW i8 Roadster

 

 

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

03 JAN

Chevrolet Onix é o carro zero mais vendido pelo 4º ano seguido

O Chevrolet Onix terminou 2018 como o carro zero mais vendido pelo 4º ano seguido, informou a associação das concessionárias, a Fenabrave, nesta quinta-feira (3). Modelo alcançou 210.458 unidades emplacadas no ano, seu recorde histórico. Venda de veículos novos cresce 14,6% em 2018, diz Fenabrave Em 2017, o modelo havia chegado a 188.654 unidades emplacadas. O segundo lugar foi disputado entre Hyundai HB20 e Ford Ka, mas o HB20 levou a vice-liderança pela terceira vez... Leia mais
03 JAN

Venda de veículos novos cresce 14,6% em 2018, diz Fenabrave

As vendas de veículos novos cresceram pelo segundo ano seguido em 2018, de acordo com números divulgados nesta quinta-feira (3) pela federação dos concessionários, a Fenabrave. Foram 14,6% a mais em relação a 2017, seguindo as previsões otimistas da associação. Chevrolet Onix é o carro zero mais vendido pelo 4º ano seguido Foram 2.566.235 emplacamentos de automóveis, comerciais leves (inclui picapes e furgões), ônibus e caminhões - contra 2.239.359 no ano anterior,... Leia mais
03 JAN

VW confirma T-Cross em abril e morte da SpaceFox para dar lugar ao Tarek

T-Cross virá para incomodar HR-V, Renegade, Creta e companhia (Henrique Rodrigues/Quatro Rodas)A Volkswagen confirmou a chegada do T-Cross ao mercado sul-americano em abril de 2019. O comunicado foi feito a jornalistas argentinos na quarta-feira (2) e aos brasileiros na manhã desta quinta (3).O SUV compacto é um dos produtos mais aguardados do ano em nosso país. “O T-Cross será lançado no mercado brasileiro no início do segundo trimestre de 2019”, divulgou a fabricante por meio da... Leia mais
03 JAN

Placa do Mercosul: tire suas dúvidas e saiba o que já mudou no projeto

Placa do Mercosul: você provavelmente terá uma dessas em seu carro no futuro (Detran/Divulgação)As novas placas no padrão Mercosul finalmente começaram a ser usadas no Brasil – inicialmente no Rio de Janeiro e gradualmente em outros Estados.Entretanto, uma série de imbróglios e mudanças de rumo têm atrasado sua implantação e tornado difícil saber, exatamente, quais serão seus recursos.Como ainda há muitas dúvidas sobre este novo sistema, QUATRO RODAS compilou tudo o que já... Leia mais
03 JAN

Vai viajar nas férias? Fique atento à manutenção do seu carro

As férias chegaram e as malas já estão prontas para a viagem. Mas e o carro? Está tudo certo ou ele tem se mostrado um pouco estranho? Será que dá mesmo para pegar a estrada? Aqui vão algumas dicas para saber se seu carro precisa fazer uma visitinha ao mecânico antes. Ponteiro da temperatura perto do vermelho Na maioria dos carros, depois que o motor aquece, o ponteiro da temperatura deve permanecer no meio do marcador. Quando você pega um trânsito pesado e ele chega perto... Leia mais
03 JAN

Fusca: produção da 1ª unidade no Brasil completa 60 anos

Há 60 anos, em 3 de janeiro de 1959, saíam da fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP) as primeiras unidades do Fusca nacional. Naquela época, ele era conhecido pelo nome de Sedan. Durante as décadas seguintes, a Volkswagen produziria ainda outros 3,3 milhões exemplares de um dos carros mais emblemáticos do país, carinhosamente chamado também de Besouro. O Fusca foi o primeiro grande sucesso da indústria automotiva brasileira. Lançado no início de 1959, ele... Leia mais