Novidades

07 DEZ

Paládio: Para que serve o mineral, mais caro que o ouro

Há um mercado em ascensão que deve grande parte do sucesso a uma das maiores ondas da indústria automotiva: o paládio.

O preço deste metal raro vem subindo há um ano, mas nesta semana superou o valor do ouro pela primeira vez em 16 anos.

O paládio atingiu um novo recorde de US$ 1.253,30 (cerca de R$ 4.850,00) por onça (cerca de 31 gramas) na quarta-feira, ultrapassando o ouro em cerca de US$ 10, e fechando a US$ 1.249,50 de acordo com a London Metal Exchange (LME), o maior mercado de metais do mundo.

Há apenas dois anos, no entanto, a mesma quantidade de paládio era cotada a US$ 681.

Uma das principais razões para este aumento está na polêmica desencadeada na indústria automotiva pelo uso de carros com motor a diesel.

Desconfiança

A Volkswagen, montadora alemã, admitiu em 2015 que havia utilizado um software em milhões de veículos para conseguir burlar controles ambientais.

O presidente da companhia, Martin Winterkorn, teve de renunciar. Desde então, a empresa é alvo de ações judiciais, inspeções e multas milionárias.

Mas as acusações de alteração nos motores se estenderam a outras montadoras, como a Daimler e a PSA Peugeot-Citroën, investigadas por autoridades de países como França e Alemanha por possíveis fraudes.

Como resultado, a imagem dos carros a diesel foi seriamente arranhada e os consumidores começaram a desconfiar desses produtos, principalmente na Europa, afirma o analista do setor metalúrgico do ICBC Standard Bank, Marcus Garvey, à BBC News Mundo, serviço em espanhol da BBC.

Mas qual é a relação disso com o paládio?

Desde o ano passado, as vendas de carros a gasolina na Europa superam a de veículos a diesel, segundo a Associação Europeia de Fabricantes de Automóveis (ACEA, na sigla em inglês). Isso não acontecia desde 2009.

E o paládio é um elemento essencial para a fabricação de catalisadores que são colocados nos sistemas de escapamento de veículos a gasolina.

Demanda maior, oferta estável

"Na Europa, o diesel se tornou o tipo de motor mais difundido. Mas o que aconteceu nos últimos anos teve um impacto", explicou Garvey.

A isso se soma o aumento na compra de carros na China e na Índia, onde são vendidos mais veículos a gasolina.

Esses fatores fizeram a demanda por paládio crescer.

"Mas a oferta, estimada em um milhão de onças por ano, praticamente não mudou nos últimos quatro anos", afirmou.

No ano passado, os carros a diesel foram os únicos veículos que registraram queda nas vendas no continente.

Os europeus compraram mais carros híbridos, elétricos, a gás natural e até a gasolina, que emitem mais CO2.

"As autoridades devem estar cientes de que uma mudança repentina da tecnologia a diesel para gasolina levará a um aumento nas emissões de CO2, uma vez que a penetração de motores que funcionam com energias alternativas permanece baixa", disse o secretário-geral da ACEA, Erik Jonnaert.

Alto preço 'justificado'

A preocupação de Jonnaert é que os veículos a gasolina consolidem esse avanço sobre o mercado dos carros a diesel.

Os primeiros, que representaram 45,8% dos novos registros em 2016, chegaram a 48,5% em 2017. O diesel, por sua vez, caiu de 49,9% para 46,3%.

Entre 75% e 80% do paládio extraído das minas são utilizados na fabricação de catalizadores, de acordo com os dados do ICBC Standard Bank.

Esses dispositivos são responsáveis pela conversão de gases nocivos, como hidrocarbonetos ou monóxido de carbono, em vapor d'água e CO2, composto que também polui, mas em menor grau.

Ao contrário do que acontece com outros metais, como o cobalto, cujo preço aumentou muito porque alguns investidores o armazenaram para especular, Garvey acredita que os altos preços do paládio são "justificados".

O analista explicou que, apesar do alto custo, o atual maquinário da indústria automotiva não suporta outros materiais além do paládio. E, embora possa se adaptar a outros tipos, levaria "pelo menos dois ou três anos".

Além disso, a maioria dos produtores não respondeu ao aumento da demanda.

Um subproduto

O paládio, como lembrou o especialista, costuma ser extraído como um subproduto da platina na África do Sul e do níquel na Rússia, onde são encontrados os principais depósitos desse metal precioso.

"O preço da platina tem se mantido estável, por isso não compensa aumentar sua extração para obter mais paládio. Na Rússia, tampouco há previsão para produzir mais", afirmou.

Garvey acredita que não haverá novas minas de paládio até dentro de dois ou três anos, mas que a demanda continuará.

"Nós usamos como referência a Suíça, onde está o maior mercado de paládio. É lá que esse metal é armazenado e vendido."

As exportações de paládio saltaram para níveis não vistos desde agosto do ano passado, segundo dados da alfândega suíça.

Em outubro passado, as exportações do metal no país europeu chegaram a 1,3 toneladas. Em comparação com outubro de 2017, o aumento foi de 60%.

Por outro lado, as importações de metal em outubro foram de 1,2 toneladas, segundo a agência de notícias Reuters.

"Ou seja, está saindo mais paládio da Suíça do que entrando", o que Garvey interpreta como uma forte demanda que não cairá em breve.

Fonte: G1

Mais Novidades

01 NOV

Detran-SP alerta sobre golpe de falsa empresa de leilões de veículos

O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) alertou os motoristas paulistas nesta quinta-feira (1) sobre uma empresa que aplica golpes online por meio de leilões de veículos. De acordo com o órgão, houve registro de boletins de ocorrência contra a Santiago Leilões em diversos municípios paulistas, como São Paulo, Guarulhos, São Vicente e Paulínia. O Detran-SP informa aos motoristas que realiza leilões virtuais com leiloeiros devidamente credenciados,... Leia mais
01 NOV

Quantos quilômetros deve-se rodar para carregar uma bateria arriada?

Recarga na bateria, só se for a lenta (Ivan Carneiro/Quatro Rodas)Se o carro ficar uma semana parado, quantos quilômetros deve-se rodar para recarregar a bateria?– Gilberto Braz Botelho, Itajubá (MG)Depende do nível de carga, mas se ela chegar a ficar descarregada o ideal é rodar pelo menos uma hora em estrada com o mínimo de equipamentos elétricos (como faróis e rádio) ligados.“O alternador, que gera energia elétrica, supre primordialmente as necessidades dos componentes... Leia mais
01 NOV

Mitsubishi Outlander ganha visual atualizado para o Salão do Automóvel

O Mitsubishi Outlander ganhou um trato no visual para o Salão do Automóvel. Assim como no "irmão" menor ASX, o SUV passou por uma leve reestilização para a linha 2019. Os preços ainda não foram revelados. A principal novidade do Outlander está na dianteira. A grade superior passa a ser perfurada e ter duas barras cromadas de linhas divergentes. Na porção inferior, além da pintura em preto brilhante, as entradas de ar foram redesenhadas. Na traseira, a única... Leia mais
01 NOV

Venda de veículos novos cresce 25,6% em outubro, diz Fenabrave

A venda de veículos novos cresceu 25,6% em outubro, segundo informou a Fenabrave, a associação das concessionárias, nesta quinta-feira (1). No período, foram emplacados 254.732 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, contra 202.844 unidades em outubro do ano passado. O acumulado anual superou a marca de 2 milhões de unidades, chegando a 2.100.791 veículos, contra 1.822.578 entre janeiro e outubro de 2017 - alta de 15,3%. Na comparação com setembro de... Leia mais
01 NOV

Híbridos têm redução de imposto e ficam até R$ 11 mil mais baratos

O IPI para o Prius reduziu de 13% para 12% (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)A partir de 1º de novembro os carros elétricos e híbridos vendidos no Brasil passam a pagar menos impostos, por conta da mudanças na alíquota desses veículos. A alteração faz parte do Rota 2030, regime de incentivos fiscais do governo para a indústria automotiva.O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) teve faixa reduzida de 7% a 25% para 7% a 20% e são determinadas de acordo com peso e consumo... Leia mais
01 NOV

Ducati Multistrada 1260 chega ao Brasil a partir de R$ 74.900 e estreia no Salão do Automóvel

A Ducati iniciou as vendas da nova Multistrada 1260 no Brasil. Disponível em duas versões diferentes, a big trail passou por importantes alterações visuais e mecânicas e agora parte de R$ 74.900. Curiosamente, o modelo fará sua estreia no Salão do Automóvel de São Paulo. A principal novidade do modelo está no motor de 1.262 cm³, de dois cilindros e comando de válvulas variável, que substitui o 1.198 cm³ utilizado anteriormente. A nova unidade entrega 158 cavalos de... Leia mais