Novidades

27 NOV

Clássicos: Willys Itamaraty, o carro de presidentes e magnatas

O estilo harmonioso é obra do espanhol José Ramis (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Variante requintada do Aero Willys 2600, o Willys Itamaraty surgiu em 1966 para cativar um público disposto a pagar por um acabamento interno mais luxuoso e inúmeros itens de conforto.

Foi tão bem recebido no nosso mercado que serviu de base para a primeira limusine nacional: o Willys Itamaraty Executivo.

A estratégia foi promovida pelo presidente da Willys, o engenheiro William Max Pearce. Foi ele que apresentou o Aero Willys 2600 no Salão de Paris de 1962.

Sua iniciativa deu projeção internacional ao departamento de estilo da marca, chefiado por Roberto Araújo e supervisionado pelo catalão José Maria Ramis Melquizo.

O rodar suave do Itamaraty Executivo é favorecido pelos 3,45 metros entre os eixos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Egresso do Liceu de Artes e Ofícios e da Escola de Belas Artes de São Paulo, Ramis foi o responsável pelo desenho do Itamaraty Executivo.

Idealizada para o conforto de dignitários e personalidades da alta sociedade, a limusine manteria o prestígio da Willys frente aos novos sedãs que seriam apresentados por Ford, GM e Chrysler no final da década.

Fazendo jus ao nome, o Executivo não escondia o objetivo de atender a Presidência da República.

A ambição fez a imprensa especular sobre o emprego de vidros balísticos e carroceria blindada, mas a expectativa do público só seria satisfeita no 5º Salão do Automóvel, ocasião em que o primeiro Executivo modelo 1967 foi entregue ao marechal Castello Branco.

Os bancos laterais são indicados para percursos curtos (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Pela primeira (e única) vez um nacional figurava no seleto rol das limusines, segmento que reunia modelos como Cadillac Fleetwood 75, Mercedes 600 Pullman, Daimler Majestic, Rolls-Royce Phantom V e Chrysler Imperial.

Artesanal, ele era produzido em conjunto com a Karmann-Ghia, responsável pelos 72 cm a mais entre os eixos.

E não se tratava de um simples alongamento da carroceria, pois, como em toda limusine, as portas traseiras eram afastadas das caixas de roda.

O espaço é incrivelmente grande (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Para evitar vibrações, o cardã tornou-se bipartido. O Executivo Standard era menos luxuoso, mas oferecia cinco lugares atrás: três no banco traseiro e dois em pequenos bancos retráteis.

Trazia rádio, toca-fitas de cartucho, apoio móvel para os pés, detalhes de acabamento em jacarandá-da-baía, ar-condicionado e uma pequena placa destinada a ostentar o nome do dono.

Ar-condicionado era equipamento exclusivo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Assim como o ar-condicionado, toca-fitas também era equipamento exclusivo (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Executivo Especial perdia um lugar no banco traseiro, tomado por um console central com gravador de voz Sony, barbeador Remington Roll-a-Matic, toca-fitas de cartucho, um compartimento para guardar as fitas, comando das luzes internas e acendedor de cigarros. Custava o equivalente a dois Willys Itamaraty.

Motor é 3.0 de 6 cilindros (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Comum a ambos era o vidro elétrico separando motorista de passageiros. O espaço traseiro era quase sempre de couro na cor havana, enquanto o habitáculo do motorista recebia couro preto.

A tarefa do condutor era limitada pelo espaço exíguo e pela ausência de câmbio automático, mas a direção de relação alta (24:1) é leve.

A produção contabilizou 27 unidades (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A produção contabilizou 27 unidades, sendo que duas são protótipos: a encomenda oficial feita à Karmann-Ghia foi de 25 unidades. Como não havia um padrão, muitas delas têm personalidade própria.

Alguns têm histórias curiosas, como o Especial número 4 do governo de São Paulo, que foi metralhado num atentado em 1968.

Poucos particulares chegaram a desfrutá-lo, pois a maioria foi adquirida por empresas, governos estaduais, tribunais e ministérios.

Não há direção hidráulica nem transmissão automática (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O acabamento é primoroso (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ele serviu nada menos que sete presidentes da República e transportou autoridades como o príncipe Akihito e a princesa Michiko, do Japão; a ex-primeira-ministra indiana Indira Ghandi; e a rainha Elisabeth II, da Inglaterra.

Sua notória carreira foi bem documentada por José Antonio Vignoli, dono deste exemplar em perfeito estado. Apaixonado pela Willys, ele é autor de um livro que não só registrou a história da marca como reconheceu a influência de cada profissional no desenvolvimento do Itamaraty Executivo, um dos carros mais exclusivos de nossa indústria.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

23 MAR
Longa Duração: Citroën C4 Cactus vai derrubando má fama de carro francês

Longa Duração: Citroën C4 Cactus vai derrubando má fama de carro francês

Aos 40.000km, C4 Cactus roda silencioso mesmo sobre paralelepípedo (Eduardo Campilongo/Quatro Rodas)Não é segredo pra ninguém: carros franceses têm fama de serem frágeis. Se essa má reputação é apoiada em um passado repleto de histórias que justificam a reputação ruim, também é verdade que o padrão vem mudando. Nosso Citroën C4 Cactus, ao menos até o momento, é prova dessa virada.Mesmo perto dos 40.000 km, poucas são as reclamações. E uma analisada no histórico desde a... Leia mais
23 MAR
Menor Custo de Uso 2020: os hatches compactos mais baratos de manter

Menor Custo de Uso 2020: os hatches compactos mais baratos de manter

HB20: campeão do Menor Custo 2020 entre os Hatches Compactos (Fernando Pires/Quatro Rodas)Até mesmo quem não gostou do visual do novo HB20, apresentado em 2019, precisa reconhecer: o coreano é amigo do bolso. O seguro não é dos mais baratos, é verdade, mas o HB20 conquistou a vitória entre os hatches em quase todos os outros pontos analisados. Custando apenas R$ 201, sua primeira revisão (com um ano ou 10.000 km) é a mais em conta do segmento. Sai por praticamente metade do que é... Leia mais
23 MAR
Apps de transporte aumentam emissões de poluentes em 69%, diz estudo

Apps de transporte aumentam emissões de poluentes em 69%, diz estudo

– (Reprodução/Internet)Um estudo da Union of Concerned Scientists, entidade norte-americana de proteção ambiental sem fins lucrativo, revelou que as viagens feitas por aplicativos de transporte, como Uber, 99 e Lyft, aumentam as emissões de poluentes em cerca de 69%.Segundo a pesquisa, as grandes cidades sofrem o maior impacto, uma vez que as corridas vêm substituindo o transporte público, a caminhada e as bicicletas em curtas distâncias.A entidade explica que as corridas por... Leia mais
20 MAR
Contran libera uso de CNH recém-vencida e amplia prazo para tirar nova

Contran libera uso de CNH recém-vencida e amplia prazo para tirar nova

– (Ministério das Cidades/Divulgação)O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) decidiu, nesta sexta-feira (20), alterar prazos de alguns procedimentos dos órgãos do Sistema Nacional de Trânsito.De acordo com o texto publicado no Ministério da Infraestrutura, a medida foi tomada pelo Governo Federal como uma forma de evitar aglomerações e tentar conter o avanço do coronavírus no Brasil.“Estamos considerando a necessidade urgente de se evitar aglomerações nos órgãos de... Leia mais
20 MAR
Renault é mais uma a interromper produção no Brasil e dá férias a 7.500

Renault é mais uma a interromper produção no Brasil e dá férias a 7.500

Fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR) (Divulgação/Renault)A Renault é a quarta fabricante automotiva a anunciar nesta sexta-feira (20) a interrupção temporária da produção no Brasil devido à pandemia do coronavírus.Em nota, a marca francesa anunciou que “irá suspender a produção no complexo de São José dos Pinhais (PR) no período de 25 de março a 14 de abril de 2020? em função do crescente impacto do coronavírus (Covid-19)”.Ao todo, 7.500 funcionários... Leia mais
20 MAR
Nova Fiat Strada tem lançamento adiado por causa do coronavírus

Nova Fiat Strada tem lançamento adiado por causa do coronavírus

Nova geração da Fiat Strada (Divulgação/Fiat)A pandemia do coronavírus está impondo um desafio enorme para o grupo FCA.Às vésperas do lançamento da segunda geração da Fiat Strada, a fabricante decidiu paralisar a produção de suas três fábricas no país, em Betim (MG), Goiana (PE) e Campo Largo (PR).Assim como nos casos de GM, Volkswagen e Toyota, o objetivo é evitar aglomerações e uma possível proliferação do vírus entre os funcionários.A paralisação vai de 30 de... Leia mais