Novidades

21 NOV

Renault-Nissan-Mitsubishi: conheça a aliança criada pelo brasileiro Carlos Ghosn

A repercussão mundial da prisão do brasileiro Carlos Ghosn está muito ligada ao fato de ele ser o homem de frente não só da Nissan, onde é membro do conselho, mas de 3 grandes montadoras, comandando a chamada Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

Juntas, elas venderam 10,6 milhões de carros no mundo em 2017, reivindicando o posto de número 1 sobre o grupo Volkswagen.

Veja abaixo o que é a aliança e mais sobre como ela foi construída e sua importância no setor.

Quem é dono de quem?

A Nissan não é dona da Renault, nem vice-versa. Porém, são mais do que parceiras: as duas montadoras têm parte das ações uma da outra, mas nunca houve uma fusão.

Por isso se identificam como uma aliança, diferente do Grupo Volkswagen e da Fiat Chrysler (FCA), donos das marcas que estão sob seus respectivos "guarda-chuvas", como Audi e Porsche, no caso da Volks, e Jeep e Ferrari, da FCA.

As duas montadoras, inclusive, chegam a ser concorrentes. Por exemplo: no Brasil, a Nissan tem o Kicks e a Renault, o Captur e o Duster, que disputam o mercado de SUVs compactos.

Na prática, elas dividem conhecimentos em engenharia, pesquisa e desenvolvimento, partes da produção e têm investimentos comuns. Isso resulta em menos gastos para ambas, uma bandeira de Ghosn, que chegou a ser apelidado de "cost-killer" ("cortador de custos") na Nissan.

Parcerias com fornecedores e compartilhamento de armazéns de peças também entram na conta.

Eu já te vi?

Renault e Nissan têm desde partes de veículos em comum até modelos inteiros baseados no carro de uma marca.

É o caso da picape Frontier, da Nissan, que originou a Alaskan, da Renault, e a primeira picape da Mercedes-Benz, essa, sim, uma "mera" parceira.

O Renault Kwid usa a mesma plataforma de um Nissan, mais especificamente o Redi-Go, da marca de baixo custo Datsun. Com a Mitsubishi, a Nissan divide o transporte para concessionárias na Tailândia.

No mercado brasileiro, o Nissan Sentra emprestava sua mecânica ao já descontinuado Renault Fluence. Ambos os sedãs médios utilizavam os mesmos motor e câmbio - um 2.0 com transmissão do tipo CVT.

20 anos de história

A aliança começou em março de 1999, quando, à beira da falência, a Nissan vendeu 36,8% de suas ações para a Renault.

Atualmente, esse percentual é de 43,4% e a francesa é a maior acionista da Nissan. Por outro lado, a fabricante japonesa é dona de 15% da Renault.

A Mitsubishi só entrou para a aliança em 2016, depois que a Nissan comprou 34% da marca, que também estava em um momento difícil, após admitir fraude em dados de consumo de combustível de carros no Japão.

Antes disso, em 2010, a aliança anunciou uma parceria com a Daimler, dona da Mercedes-Benz. Além da futura picape Classe X, esse acordo resulta em outros itens comuns.

O Renault Twingo e o alemão Smart ForFour são produzidos na França, sobre a mesma plataforma. A Nissan faz motores Mercedes nos Estados Unidos que também são usados em carros da Infiniti, a divisão de luxo da japonesa.

A China é o maior mercado em número de vendas para a aliança, com 1,7 milhão de carros comercializados pelas 3 marcas no ano passado. O Brasil foi o 10º.

Na Rússia é onde ela detém a maior fatia de mercado: 36% de participação, com meio milhão de veículos vendidos no ano passado.

No mundo, a aliança divulgou um aumento de 5% nas vendas entre janeiro e junho últimos, na comparação com 1 ano atrás. E um aumento de 14% na sinergia entre as marcas, que passou dos 5 bilhões de euros de 2016 para 5,7 bilhões de euros.

O peso de Ghosn

Ghosn, nascido no Brasil e formado engenheiro na França, é presidente do conselho da aliança desde 2002. Ele começou a carreira na fabricante de pneus Michelin e entrou na Renault em 1996. Quase 10 anos depois, assumiu o comando da montadora francesa.

Ghosn é apontado como o "arquiteto" da aliança com a Nissan.

Ele acumulou também a "chefia" desta montadora de 2001 até o ano passado, quando deixou o cargo para se dedicar um pouco mais à Mitsubishi, mas manteve a presidência-executiva da Renault e seguiu liderando o conselho das 3 montadoras.

Há especulações de que Ghosn buscava uma fusão irreversível da Nissan com a Renault, mas enfrentava resistência de outros membros do conselho da montadora japonesa. A ideia também esbarraria no governo francês, dono de 15% da Renault.

Como fica a aliança?

Com o escândalo, o futuro é incerto. As ações das 3 marcas caíram após a notícia da prisão e todas falam em demitir o executivo.

De acordo com a Reuters, o CEO da Mitsubishi Motors, Osamu Masuko, declarou que será difícil gerenciar a aliança sem a presença de Ghosn. O executivo preso havia se comprometido a aprofundar as relações das marcas para recuperar o prestígio da Mitsubishi no mercado mundial.

França e Japão se uniram em apoio para garantir a estabilidade da aliança neste momento, segundo a agência France Presse. O governo francês é dono de 15% da Renault.

Fonte: G1

Mais Novidades

05 FEV

Comparativo: qual SUV automático de R$ 85.000 tem melhor custo/benefício?

SUVs de até R$ 85.000: briga equilibrada (Christian Castanho/Quatro Rodas)O amadurecimento do mercado de SUVs (com o aumento das opções e o envelhecimento dos primeiros pioneiros) fez surgir a oferta de versões mais acessíveis. É o caso dos cinco SUVs automáticos mostrados aqui. Citroën C4 Cactus Feel Pack 1.6, Hyundai Creta Smart 1.6, Ford EcoSport SE 1.5, Nissan Kicks 1.6 S e Jeep Renegade 1.8 têm preços entre R$ 80.000 e R$ 85.000. O exemplo mais emblemático desse movimento é o... Leia mais
05 FEV

Volkswagen confirma 3 carros inéditos neste ano e fala em novos investimentos no Brasil

A Volkswagen anunciou, no fim de 2016, um investimento de R$ 7 bilhões no Brasil até o fim de 2020. Para a renovação da linha, foram prometidos 20 novos produtos. Passados dois anos do anúncio da estratégia, 11 desses carros já foram lançados. No entanto, para 2019, o ritmo deve ser um pouco mais lento. A Volkswagen terá, neste ano, 3 veículos inéditos, além de novas versões para modelos já existentes. O primeiro carro a chegar nas lojas, ainda no primeiro trimestre,... Leia mais
04 FEV

GM começa demissões de 4 mil funcionários na América do Norte

A General Motors começou os cortes de 4 mil funcionários na América do Norte, um processo que deverá demorar cerca de duas semanas. A medida faz parte de um plano de reestruturação anunciado pela montadora em novembro último, o mais rigoroso desde o pedido de proteção contra falência, em 2009. Ele inclui também o fechamento de 5 fábricas nos Estados Unidos e no Canadá e de outras duas fora da região - em local não divulgado - ainda neste ano. Além dos pagamentos... Leia mais
04 FEV

BMW não estará no Salão Duas Rodas de 2019

A BMW anunciou nesta segunda-feira (4) que não irá participar do Salão Duas Rodas de 2019. O evento é a maior feira de motos da América Latina, enquanto a fabricante é a líder de vendas do segmento de luxo no Brasil. No comunicado, de um parágrafo, a BMW afirma que irá "se retirar" do evento, com o objetivo de "focar e fortalecer o engajamento em atividades específicas de experiência da marca", e que "está constantemente examinando a sua presença em feiras e outros... Leia mais
04 FEV

Este jatinho-limusine com motor V8 pode ser seu por R$ 18,5 milhões

A carroceria mede, de ponta a ponta, 12,8 metros de comprimento (Jetsetter/Divulgação)Se você acha que luzes de neon, rodas cromadas e pessoas penduradas no teto-solar não chamam a atenção suficiente para você chegar em uma festa, uma empresa nos EUA pode ter a solução para seus problemas.A Limo-Jet, construída pela Jetsetter, é exatamente isso que o nome indica: uma limousine em formato de avião a jato.Para alegria de quem está atrás, a Limojet não usa motores a... Leia mais
04 FEV

CNH digital: tiramos documento em 20 minutos sem sair de casa; saiba como

A CNH digital obtida pelo editor de QUATRO RODAS, Paulo Campo Grande (Reprodução/Quatro Rodas)Há cerca de quatro meses, o editor Péricles Malheiros, que está sempre antenado com as novidades tecnológicas, chegou na redação exibindo sua CNH digital em seu smartphone último tipo.Segundo as autoridades, pouco mais de 600 mil brasileiros têm versões digitais de suas habilitações em um universo de 26 milhões de portadores desse documento.Para ser um dos primeiros, Malheiros precisou... Leia mais