Novidades

14 NOV

Salão de SP tem babá de luxo, carro extra, funilaria expressa e gambiarra

Para não estragar o show, vale de tudo nos bastidores (Salão do Automóvel/Divulgação)

Um estande relativamente pequeno no Salão do Automóvel ultrapassa, facilmente, a cifra de R$ 4 milhões – marcas maiores podem gastar quase dez vezes mais. Por isso, tudo é pensando nos mínimos detalhes para que esse investimento não vá por água abaixo.

QUATRO RODAS reuniu a seguir algumas curiosidades que envolvem o principal evento automotivo do Brasil.

O Project One só pode ser movimentado por um funcionário autorizado pela Alemanha (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Os carros conceitos e modelos que ainda não foram lançados no país costumam ser o centro das atenções da maioria das fabricantes.

Mas trazê-los ao país exige cuidados que incluem até uma “babá”. Isso porque modelos únicos, como o Mercedes-AMG One, contam com um funcionário cuja única atribuição é o cuidar de máquinas cujo valor pode ultrapassar os R$ 10 milhões.

Quando o Salão fecha as portas, os carros são trancados e cobertos (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

E essa cifra não necessariamente tem a ver com a proposta do veículo. Mesmo que seja um conceito de veículo popular, um protótipo custa uma pequena fortuna porque eles normalmente são feitos à mão, o que faz o custo de produção disparar.

Por conta disso, as empresas limitam ao máximo o acesso ao carro, que normalmente é restrito à “babá”. Essa pessoa é responsável por manobrar o veículo (quando ele conta com propulsão própria) e monitora constantemente seu filhote.

Isso inclui até quem entra ou sai do carro. Em estudos futuristas, onde o interior é feito com diferentes materiais (não necessariamente resistentes), normalmente só celebridades, altos executivos e políticos podem entrar na cabine.

Uma equipe está sempre a postos para fazer reparos rápidos (Henrique Rodrigues/Quatro Rodas)

Quem disse que carro parado não amassa? Em um evento onde milhares de pessoas vão encostas, passar a mão e se esfregar (com roupas incrementadas com botões, rebites e outros elementos pontiagudos) é quase inevitável que ocorram pequenos danos, sobretudo riscos, nos veículos expostos.

Por conta disso, todas as marcas contam com especialistas em reparos rápidos. Esses profissionais usam ceras, máquinas de polir e até ferramentas de “martelinho de ouro” para apagar o estrago que aquele cinto ou bolsa fez no para-lama de um carro, por exemplo.

Esses consertos normalmente são feitos de madrugada, longe dos olhos do público. Mas um dos cuidados com os carros expostos acontece na frente de todos. São os responsáveis por manter o veículo sempre limpo e sem marca de dedos.

A limpeza dos carros é feita frequentemente (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Pode observar: tão logo alguém feche uma porta (e deixe marcas na esquadria, normalmente pintada em preto brilhante), logo alguém virá aparecer com um pano e produto de limpeza.

Pode procurar: a maioria dos carros vai estar ligada na tomada (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Já reparou que quase todo carro exposto está com os faróis ou lanternas acesas? Isso é possível porque as fabricantes ligam um inversor de corrente feito especialmente para alimentar os acessórios do veículo.

Uma ligação é feita na bateria 12V para não descarregá-la (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Uma gambiarra adaptação é feita para que o carro use a energia de uma tomada (geralmente escondida embaixo do veículo), ao invés da bateria 12V.

A Volkswagen escondeu o inversor de corrente dentro do cofre do e-Golf (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

A fabricante também modifica parte do sistema elétrico para que alguns itens, como rádio, vidros e ventilação, continuem funcionando e possam ser testados pelos visitantes.

O carro não está quebrado: é apenas um alerta por causa das mudanças no sistema elétrico (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Esses ajustes, porém, fazem com que muitos carros entendam que há alguma pane no veículo, e exibam diferentes alertas no painel.

E ainda há um problema: para ligar o carro, é necessário desfazer todas as mudanças. Caso contrário, existe o risco do motor de arranque puxar energia do inversor (que não foi feito pra isso) e queimar o equipamento.

Luzes adicionais no teto e espalhadas pela carroceria garante luminosidade extra pro carro (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Praticamente todo carro conta com uma luz interna. Mas essa lâmpada, geralmente pequena e de baixa intensidade, não é o suficiente para clarear a cabine de forma adequada.

Para resolver a questão, as fábricas literalmente colocam mais luz dentro de seus carros. Isso inclui adicionar uma série de lâmpadas, geralmente em leds, no forro do carro.

Os fios elétricos ficam escondidos sob o acabamento, e as luzes são posicionadas para ficarem na posição mais discreta possível.

E isso não fica restrito ao habitáculo. Dependendo do que a fabricante quer destacar, é possível adicionar luzes no porta-malas ou até no cofre do motor.

O e-tron que veio ao Salão participa da frota de divulgação e teste do SUV elétrico da Audi (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Os veículos que serão expostos no Salão são escolhidos a dedo. As unidades quase sempre são zero-quilômetro e são inspecionadas em busca de qualquer dano ou peça desalinhada.

Mas nem sempre é possível levar um carro novo ao evento, sobretudo veículos de pré-produção e/ou que acabaram de serem apresentados.

O Territory, da Ford: além deste no Salão, só tem mais um (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Este é o caso do Audi e-tron exposto na área vip da marca. O SUV elétrico faz parte da frota inicial do carro e ainda carregava as placas da Alemanha.

Outro exemplo é o Ford Territory. O SUV chinês que brilhou no estande da marca é um dos únicos de sua espécie: além da unidade que está no Salão, há somente outra, na China.

O Série 8 exposto em São Paulo veio direto de Paris (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Boa parte das estrelas do Salão não vai ficar nem pra ver o natal em Copacabana. Esses veículos são importados em regime temporário, que os isenta de pagar imposto.

Mas, para isso, eles devem voltar ao país de origem dentro de um prazo de até, no máximo, seis meses. Mas geralmente esses carros voltam antes, até pela agenda curta.

Os novos BMW Série 3, Z4 e Série 8, por exemplo, vieram direto do Salão de Paris para São Paulo. E isso só foi possível por conta do transporte via avião, um método eficaz, mas caríssimo — funcionários que pediram para não serem identificados estimam em US$ 10 mil o custo do frete.

As fábricas removem tudo o que pode ser furtado dos veículos, incluindo botões, tampas e tapetes (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Há algo que toda fabricante faz, mas não é motivo de orgulho para ninguém — tanto que ninguém topa falar sobre o tema de forma oficial.

“Na prática, tiramos do carro tudo o que pode ser removido pelo público”, conta um funcionário de concessionária responsável por preparar os carros pro Salão.

Entram nessa lista acendedores de cigarro, tampas de conectores, extintores (quando presentes) e até estepes.

Marcas incluem relatos de roubos de botões de vidro elétrico, tapetes e mesmo logotipos, sobretudo o de modelos de luxo.

Uma alternativa para não precisar depenar o próprio carro prejudica os visitantes do Salão: manter os carros trancados, à prova de “espertinhos”.

Modelos mais simples, como o Kwid, contam com unidades reservas caso necessário (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

Se tudo der errado e o carro tiver sofrido um dano irreparável pode existir uma solução.

Algumas marcas, especialmente as generalistas, contam com uma frota de veículos reserva.

Eles são virtualmente idênticos aos modelos expostos e ficam armazenados em locais próximos ao evento para serem convocados em qualquer eventualidade.

Naturalmente isso só vale para carros de produção e de baixo valor. Não espere haver outra Ferrari 488 Pista escondida em algum galpão na zona sul de São Paulo.

Entre o evento à imprensa e a abertura do Salão, a Mercedes praticamente troca seu estande (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Há uma característica só perceptível a quem tem acesso ao Salão nos dias destinados à imprensa. Como as fabricantes precisam abrir espaço para apresentar seus lançamentos, geralmente somente as novidades são expostas na ocasião.

Além disso algumas marcas constroem palcos temporários para mostrarem suas estrelas aos jornalistas. Após isso, parte da estrutura é desmontada para abrir espaço para novos carros, geralmente aqueles que não são novidade.

O caso mais extremo disso é a Mercedes-Benz. A marca praticamente reconstrói seu estande entre sua coletiva de imprensa e a data de abertura ao público.

O conceito Fiat Fastback foi montado sobre uma estrutura sem motor, câmbio ou suspensão (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)

E não é raro que alguns carros do Salão não tenham itens triviais, como partes do acabamento, acessórios e até trem de força.

Isso ocorre normalmente nos veículos conceituais, que podem ser apenas estudos de design. É o caso, por exemplo, do Fiat Fastback, que é um mock-up.

Esse termo é dado para carrocerias “sem recheio”, ou seja, sem motor, câmbio ou até mesmo cabine. Isso permite reduzir parte dos custos elevadíssimos de produção de um protótipo.

O Gol GT Concept de 2016 foi feito sobre uma versão 1.0 (Acervo/Quatro Rodas)

A presença de um motor sob o capô também não é sinônimo de que ele funcione ou mesmo que seja o conjunto previsto para aquele modelo.

O icônico Gol GT Concept de 2016, por exemplo, era uma versão esportiva cotada para usar o 1.6 16V de 120 cv da Volkswagen. O conceito, porém, tinha números bem mais tímidos: a unidade em questão era equipada com um modesto 1.0 12V de 82 cv.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

06 DEZ

Vídeo: novo Chevrolet Onix tem qualidades para continuar líder de vendas?

O Chevrolet Onix chegou às lojas em conta-gotas às lojas: primeiro, em setembro, foi o lançamento da versão sedã, enquanto o hatch ficou apenas para o fim de novembro.Os preços variam de R$ 48.490 na versão de entrada 1.0 e podem beirar os R$ 73.000 nas configurações topo de linha Premier II e Premier III – só mudam as cores do painel.Testamos a opção mais cara, que tem motor 1.0 turbo com até 116 cv de potência e 16,8 mkgf. Já o câmbio automático tem seis marchas,... Leia mais
06 DEZ
Miniatura do novo Defender chega ao Brasil, mas ela vai doer no seu bolso

Miniatura do novo Defender chega ao Brasil, mas ela vai doer no seu bolso

Novo Defender ganha a versão em Lego (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)O novo Land Rover Defender só chegará ao  Brasil em 2020. Mas você nem precisa ficar ansioso até o ano que vem: a miniatura criada pela Lego já está à venda por aqui.Em setembro, QUATRO RODAS já havia anunciado que o brinquedo começaria a ser oferecido na Europa em outubro por 179,99 euros (cerca de R$ 750).O jipinho tem 22 cm de altura, 42 cm de comprimento e 20 cm largura e é composto por 2.573 peças. E ele... Leia mais
06 DEZ
Chevrolet Equinox perde 90 cv com motor 1.5, mas custa só R$ 2.500 a menos

Chevrolet Equinox perde 90 cv com motor 1.5, mas custa só R$ 2.500 a menos

SUV médio incorpora o motor 1.5 em três novas versões (Henrique Rodriguez/Quatro Rodas)Lançado no final de 2017, o Chevrolet Equinox terá um rearranjo interessante em sua gama de versões para a linha 2020. A culpa é do motor 1.5 Ecotec com turbo e injeção direta, que gera 172 cv e 27,8 mkgf, e do câmbio automático de seis marchas.Este novo conjunto passa a equipar a versão de entrada, LT, e a nova série Midnight, tornando-se ainda opção mais acessível para a configuração... Leia mais
06 DEZ
Correio Técnico: quanto gastam as diferentes lâmpadas do farol do carro?

Correio Técnico: quanto gastam as diferentes lâmpadas do farol do carro?

Uma tendência entre os faróis de led é a tecnologia matricial, que estreou nos Audi (Acervo/Quatro Rodas)Qual é o consumo de energia do farol halógeno, de xenônio e de led? leitor Eduardo Sabedotti Breda, Curitiba (PR)O consumo varia entre as marcas, mas a mais econômica sempre será a de led. O custo, porém, é inversamente proporcional ao gasto com eletricidade.Enquanto uma lâmpada halógena para farol baixo custa a partir de R$ 30, uma de led pode custar dez vezes esse... Leia mais
06 DEZ
Longa Duração: como se saiu a rede Mitsubishi na na 1ª revisão do Outander

Longa Duração: como se saiu a rede Mitsubishi na na 1ª revisão do Outander

Pouco antes da revisão, Outlander foi até Lorena, no interior paulista (Eduardo Campilongo/Quatro Rodas)Nosso piloto de testes Eduardo Campilongo é um dos principais responsáveis por acompanhar os carros de Longa Duração durante as revisões programadas.Edu é quem costuma agendar a revisão, levar o carro até a concessionária e, depois, passar na oficina Fukuda Motorcenter, onde nosso consultor técnico, Fabio Fukuda, vistoria os serviços prestados pelas concessionárias.Ao cuidar da... Leia mais
06 DEZ
VW deixará 1.200 em lay off por 5 meses até início da produção do Nivus

VW deixará 1.200 em lay off por 5 meses até início da produção do Nivus

Protótipos do Nivus continuam em testes de rodagem a todo vapor (Danilo Dalla de Almeida/Quatro Rodas)A Volkswagen do Brasil está apostando uma boa quantidade de fichas no Nivus, SUV cupê derivado do Polo cujo nome foi revelado esta semana. É um modelo fulcral no plano de recuperação financeira da divisão sul-americana da marca.Conforme QUATRO RODAS já publicou, a fabricante está investindo R$ 2,4 bilhões na modernização do maquinário de prensas da fábrica de São Bernardo do... Leia mais