Novidades

13 NOV

Impressões: Jeep Wrangler mudou muito, mas parece o mesmo

Faróis iguais aos do novo Renegade e luzes de led nos para-lamas (Divulgação/Jeep)

“Tudo deve mudar para que tudo fique como está.” A frase imortalizada no filme O Leopardo, dirigido em 1963 por Luchino Visconti, parece que foi dita para o novo Jeep Wrangler. Nascido na Segunda Guerra, o modelo com 77 anos de vida chega a uma nova geração, trazendo profundas mudanças: plataforma, interior, motor e carroceria.

Mas, se ele ainda parece o mesmo de sempre, é um bom sinal, pois é esse o objetivo. Ele teve de se renovar inteiramente para manter sua essência e continuar sendo um dos maiores ícones do off-road.

Entre os três tipos de capota, há uma nova de lona, com acionamento elétrico (Divulgação/Jeep)

Para isso, foram mantidos os princípios básicos do visual – formas quadradonas, faróis redondos, para-lamas salientes, a grade de sete ranhuras verticais – e da mecânica, como o chassi de longarinas, eixos rígidos e reduzida.

No design, faróis iguais aos do futuro Renegade, grade mais saliente, capô mais arredondado e para-brisa mais inclinado (tudo isso melhorou a aerodinâmica em 9%).

Faróis redondos e grade de sete “slots”: DNA preservado (Divulgação/Jeep)

Com mais de 2 toneladas, ele perdeu 90 kg, apesar do aumento de equipamentos e do comprimento em 11 cm (2 portas) e 18 cm (4 portas). Mas essa melhoria só foi possível graças ao grande uso de alumínio – em para-choques, portas, capô e moldura do para-brisas, além do bloco e cabeçote do motor.

A nova geração (chamada JL) é composta pelas versões 2 portas e 4 portas (esta chamada Unlimited) em três configurações: Sport (de entrada), Rubicon (off-road puro) e Sahara (mais urbana).

Portas podem
ser retiradas e o para-brisa, rebatido
sobre o capô (Divulgação/Jeep)

As duas últimas têm preços semelhantes, pois uma tem um arsenal para enfrentar os piores terrenos e a outra, elementos mais requintados.

Por isso o sistema de tração não é sempre igual: Command Track (Sport e Sahara) e Rock Track (Rubicon), mas todas têm diferencial central, recurso que chega ao Wrangler pela primeira vez, talvez uma de suas maiores inovações.

A tração Rock Track é o estado da arte para quem ama o fora de estrada: eixos rígidos mais resistentes (Dana 44 Heavy Duty em vez dos Dana 30 do Command Track), bloqueio dos diferenciais dianteiro e traseiro (no outro, só há traseiro), sistema que desconecta a barra estabilizadora dianteira (para dar mais liberdade de movimentos às rodas nas trilhas) e pneus para off-road (BFGoodrich Mud Terrain contra o Bridgestone Dueler, mais amigo do asfalto).

Os motores também acompanharam a onda de mudanças. O 2.8 diesel (200 cv/41,8 mkgf) deu lugar a um 2.2 (200 cv/45,9 mkgf) que veio do Alfa Romeo Giulia (não esqueça que a Jeep pertence à Fiat), acoplado ao moderno, rápido e suave câmbio automático de oito marchas (da ZF), no lugar da defasada caixa de cinco velocidades. Há ainda um 2.0 turbo a gasolina de 200 cv (que estreou no Giulia e no Stelvio) e o mesmo V6 3.6 de 285 cv da geração anterior.

O interior está mais refinado (Divulgação/Jeep)

Há três tipos de capotas disponíveis: uma de lona simples (sem zíper, com sistema de velcros), uma rígida que pode ser desmontada em três peças e outra com um teto de lona que abre e fecha eletricamente.

Um dos aspectos que mais encantam alguns donos dos Wrangler é a possibilidade de poder “despi-lo” da cintura para cima. O para-brisa deita-se sobre o capô, a capota pode ser retirada e as portas são desmontáveis. Ele cruzou um rio e alagou por dentro? É só tirar os tampões que existem no assoalho para a água escoar.

A mecânica ficou mais robusta na versão Rubicon, que traz a tração Rock Track (Divulgação/Jeep)

Por dentro, ele preserva toques de simplicidade que lembram as origens, como as cintas de náilon que limitam a abertura das portas (nas quais tropeçamos algumas vezes) ou a regulagem da inclinação do encosto dos bancos dianteiros por uma alça de tecido (que dificulta a tarefa).

O novo painel é bem vertical e continua a ter jeitão espartano – mas nos materiais encontramos couro no Sahara e superfícies personalizadas no Rubicon.

A alavanca do câmbio automático e a que aciona a reduzida (Divulgação/Jeep)

Ele, no entanto, foi modernizado com uma instrumentação parcialmente digital (monitor central de 3,5 ou de 7 polegadas) e diferentes opções de centrais multimídia comuns ao grupo FCA (com 5, 7 ou 8,4 polegadas).

Entre os bancos dianteiros, há a alavanca do câmbio automático, cuja empunhadura traz um desenho que remete ao Willys de 1941. Do seu lado, está a alavanca da reduzida, junto do comando de bloqueio dos diferenciais e do botão que desconecta a barra estabilizadora.

Os botões que bloqueiam os diferenciais (traseiro ou ambos) e o que desconecta a barra estabilizadora (Divulgação/Jeep)

Os enormes retrovisores, o para-brisa vertical e o estepe 30 cm mais baixo tornam a visibilidade tão boa quanto deve ser para quem quer encarar os 35 km da trilha de Rubicon, na Califórnia, um dos trechos off-road mais difíceis do mundo, e que é homenageada na versão destas fotos.

No nosso test-drive na Áustria, dirigimos o Sahara quatro portas e o Rubicon duas portas. O primeiro mostrou um comportamento relativamente equilibrado em asfalto, com a carroceria inclinando nas curvas quando a velocidade aumenta, mas sem cair em exageros.

Rubicon é a versão mais off-road, com pneus e 4×4 próprios (Divulgação/Jeep)

Ao mesmo tempo, a longa distância entre-eixos (55 cm maior do que os 2,46 metros da versão curta) garante um certo conforto e estabilidade, ainda que se sinta um trepidar constante. Ouve-se sempre um ruído aerodinâmico e há alguma sensibilidade ao vento.

O sistema Command Track do Sahara aciona só o eixo traseiro ou pode passar do 4×2 para 4×4 em movimento até os 72 km/h.

Isso se deve à adoção do diferencial central – no antecessor, não se podia rodar em 4×4 no asfalto por risco de danos (as rodas dianteiras e traseiras giravam à mesma velocidade nas curvas).

A lanterna mudou bastante e pouco lembra a do irmão de rua Renegade (Divulgação/Jeep)

A alavanca da caixa de transferência tem as posições 2H (tração 4×2), 4H Auto (4×4, mas o torque varia para cada eixo conforme o uso), 4H part-time (4×4 com diferencial central bloqueado em 50:50), N (neutro) e 4L (reduzidas).

O novo motor diesel é mais silencioso e vibra bem menos do que o anterior, aproveitando o bom desempenho do câmbio automático de oito marchas e se mostrando rápido nas respostas.

Atrás, espaço apertado só para dois (Divulgação/Jeep)

Acima de 1.800 rpm, o torque está todo lá e qualquer acelerada mais forte acorda a função kick-down, fazendo o Wrangler dar um salto à frente. Não há, porém, borboletas atrás do volante, o que até é compreensível num veículo off-road, já que a direção se move o tempo todo em condições fora de estrada.

A bordo do Rubicon duas portas, fugimos o mais rápido possível das estradas asfaltadas, onde ele causa certo incômodo com oscilações em curvas ou ventos mais fortes.

Para acessar o porta-malas, abre-se uma tampa para o lado e a outra para cima (Divulgação/Jeep)

Dos pneus à suspensão tudo é pensado para engolir pedras, lama e água em percursos de terra: a articulação dos eixos é impressionante e o fato de poder desativar a barra estabilizadora dianteira aumenta ainda mais o curso das rodas e a agilidade do veículo em trilhas.

Os excelentes ângulos de entrada (36,4o) e saída (30,8o) e a capacidade de cruzar rios de até 76 cm mostram como o Rubicon é formidável no off-road. E mesmo com largos pneus 285/70 R17 ele impressiona com um diâmetro de giro muito reduzido: só 10,4 metros, útil tanto na cidade quanto na terra.

Todos esses predicados poderão ser vistos em breve. O modelo estará no Salão do Automóvel de São Paulo, em novembro, com vendas no início de 2019, provavelmente nas versões Rubicon 4 p. e Sahara 2 p., sempre com motor 2.0 turbo.

Os preços serão salgados, pois ficarão acima dos atuais R$ 194.490 (2 p.) e R$ 209.990 (4 p.). Quer mais novidades? Espere dois anos, quando o Wrangler ganhará uma versão híbrida plug-in. Aí, sim, o ícone vai mudar tudo, de novo.

 (Acervo/Quatro Rodas)

A receita não podia ser melhor: o design clássico de sempre com recursos técnicos nunca vistos, como eixos mais robustos, tração aperfeiçoada e interior mais tecnológico.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

01 OUT
Hyundai é multada em R$ 1,7 milhão por não corrigir falhas em Creta, HB20 e HB20S

Hyundai é multada em R$ 1,7 milhão por não corrigir falhas em Creta, HB20 e HB20S

O Procon-SP anunciou nesta terça-feira (1) uma multa de R$ 1.707.160 à Hyundai Motor Brasil por não corrigir falhas em veículos comercializados pela empresa. De acordo com a entidade, a montadora não reparou e não substituiu o estepe de um Creta 1.6 MT; não consertou falhas na pintura de veículo HB20 Comfort, a bomba de combustível de um modelo HB20S e a embreagem de um HB20 Comfort Plus. Desse modo, a Hyundai "desrespeitou o artigo 18 do Código de Defesa do Consumidor,... Leia mais
01 OUT
Correio Técnico: existe situação em que não se pode usar o freio de mão?

Correio Técnico: existe situação em que não se pode usar o freio de mão?

Os discos quentes podem empenar com o freio de estacionamento (Divulgação/Bugatti)É verdade que não se pode usar o freio de mão após o carro andar em um track–day? Roberto Dias – São Paulo (SP)Sim, e isso também vale após o carro ter passado por uma situação de uso intenso do freio, como em uma descida de serra. Mas o problema é mais crítico em carros que usam discos ao invés de tambor. Quando o freio é acionado, pastilhas e lonas são pressionadas contra o disco/tambor,... Leia mais
01 OUT
Longa Duração: VW veda infiltração no porta-malas e furo em pneu do Virtus

Longa Duração: VW veda infiltração no porta-malas e furo em pneu do Virtus

– (Fernando Pires/Quatro Rodas)Um porta-malas tomado de água – a ponto de se acumular na cuba do estepe – criou um intervalo na vida tranquila do nosso Volkswagen Virtus. O caso, contado na edição de agosto, foi tão inusitado que vale a pena relembrar: diante da necessidade de trocar um pneu furado, abrimos o porta-malas e, antes mesmo de retirar o estepe, notamos o enorme volume d’água na cuba, há poucos centímetros de cobrir a roda reserva por completo. Para resolver o... Leia mais
30 SET
Flagra: Renault Duster terá direção elétrica e motor Mercedes

Flagra: Renault Duster terá direção elétrica e motor Mercedes

Modelo deve manter o mesmo design básico usado na Europa há quase dois anos (Henrique Romano/Quatro Rodas)Se por um lado a nova geração do Renault Duster está atrasada no Brasil – foi apresentado na Europa em 2017 –, por outro seu lançamento no Brasil ainda no primeiro trimestre de 2020 será estratégico.Acontece que na virada do ano entra em vigor a Resolução Contran nº 518/2015, que estabelece que todos os carros produzidos a partir de 1° de janeiro sejam ofertados com cintos... Leia mais
30 SET
Caoa Chery Arrizo 5 elétrico custa mais de 2x o preço de um convencional

Caoa Chery Arrizo 5 elétrico custa mais de 2x o preço de um convencional

O veículo vem equipado com caixa de redução controlada por um seletor de modo de condução (Caoa Chery/Divulgação)A Caoa Chery lançou nesta segunda-feira (30) a versão elétrica do sedã compacto Arrizo 5. Só que o Arrizo 5e não chega às lojas imediatamente. Isso ocorrerá só no começo do próximo ano.Frotistas, porém, já podem comprar o modelo ao preço sugerido de R$ 159.900. Tal etiqueta representa 2,42 o valor de Arrizo 5 RX (R$ 65.990), e 2,19 vezes o da versão RXT (R$... Leia mais
30 SET
Citröen toma multa milionária por divulgar preço enganoso do C4 Lounge

Citröen toma multa milionária por divulgar preço enganoso do C4 Lounge

Sedã francês foi anunciado por R$ 70 mil, mas oferta não foi cumprida (Divulgação/Citroën)O Procon-SP multou o grupo PSA, responsável pelas marcas Peugeot e Citröen, em R$ 1.808.240 por não cumprimento de uma oferta colocada em seu site oficial.No mês de abril, a Citröen anunciou a oferta do sedã C4 Lounge Live 1.6 THP Auto, modelo 2018/19, por R$ 70.973,70. De acordo com o órgão de defesa do consumidor, tal oferta jamais foi atendida, o que gerou descumprimento do Artigo 30 do... Leia mais