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08 NOV

O que diziam os primeiros testes da Fiat Strada, há 20 anos?

Strada e Saveiro num dos seus habitats naturais: companheiras para os embalos do verão (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Nenhuma picape vende mais no Brasil do que a Fiat Strada. De janeiro a outubro deste ano foram emplacadas 56.290 unidades da picape compacta contra 48.693 da Fiat Toro, segunda no ranking.

O detalhe é que a Strada acabou de completar 20 anos de mercado. Mais que isso: o carro vendido hoje é, basicamente, o mesmo que ganhou as ruas em 1998.

QUATRO RODAS relembra agora os primeiros testes da Fiat Strada. Primeiro, uma volta com a versão LX 1.6 publicada na edição de novembro de 1998. Depois, um comparativo com a Volswagen Saveiro TSi.

O Palio halterofilista

A Strada parece um Palio parrudo, lembra até uma picape maior. Mas não leva muito mais peso que as outras do seu tamanho – Décio Costa

Sabe aquele sujeito raquítico que, depois de muita malhação e anabolizante, vira uma montanha de músculos? Assim é a picape Strada, filhote do pequeno Palio lançado em outubro. Perto da matriz, é um brutamontes. É alta, vigorosa e tem grade dianteira e faróis diferentes dos do Palio. Parece até uma picape maior, do tipo da Ranger ou da S10. Mas, perto de outras picapes de seu tamanho, ela só leva vantagem na aparência.

Strada LX 1.6 16v tinha 106 cv e 15,1 mkgf de torque em 1998 (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Além de mais cara (R$ 17.150), não é muito mais forte que Courier, Saveiro e Corsa. A Strada, segundo a Fiat, pode levar 705 kg. São 5 kg a mais que a Courier ou a Saveiro (a Corsa leva 600 kg). Na prática, o equivalente a um pacote de arroz de supermercado. Não é nada, até porque se você colocar esses mesmos 5 kg na Saveiro ou na Courier elas não vão arriar.

A picape abandonou as origens: na frente, ganhou grade e faróis diferentes dos do Palio (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Para diminuir o suplício de carregá-la, a Strada tem um estribo abaixo da tampa da caçamba. Ele serve de degrau e facilita o sobe-e-desce. Palmas para ela, porque Saveiro, Courier e Corsa não possuem essa peça.

Outro ponto positivo: se você quiser um pouco mais de espaço na caçamba, é só tirar o estepe e colocá-lo dentro do carro, atrás de um dos bancos. Em compensação, a Strada, tal como a Saveiro, tem apenas oito ganchos para amarrar a bagagem. A Corsa tem dez e a Courier, onze.

Sem nenhuma carga, a picape fica nitidamente embicada e a traseira levantada, a 58 cm do chão (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Quando não está com os 705 kg nas costas, a Strada fica embicada para baixo, como se quisesse se enfiar no chão. Com a frente inclinada, você nem consegue ver o capô. Só enxerga asfalto. Isso exige mais cuidado para não bater no carro da frente na hora de estacionar. Você só passa a ver o capô com a caçamba cheia porque a carga deixa a picape mais na horizontal.

A Strada LX 1.6 de dezesseis válvulas que dirigimos não pula tanto, um comportamento comum nas outras picapes. Mesmo com a caçamba vazia, ela não desgarra à toa.

Com a caçamba descarregada, quem está ao volante só enxerga o asfalto à sua frente e tem a impressão de que o carro vai raspar nas lombadas, o que não acontece (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Os pneus de perfil alto são mais apropriados para suportar o peso do carro carregado e enfrentam bem ruas de terra. Aliás, se você se aventurar fora do asfalto, a lataria estará protegida. Uma moldura plástica que acompanha o desenho dos pára-lamas a preserva de pequenos amassados e riscos.

A picape arranca bem e não demora a retomar velocidade no trânsito da cidade, graças aos engates fáceis do câmbio. Essa virtude é importante principalmente quando a caçamba está cheia. Como se vê, embora não seja mais forte que as outras picapes de seu porte, a Strada é esperta e dá conta do recado no dia-a-dia.

A caçamba da Strada carrega 705 kg: um pacote de arroz a mais que Saveiro e Courier (Marco de Bari/Quatro Rodas)

Vamos a la playa

A Strada LX aumenta a divertida turma das picapes pequenas, cada vez mais usadas para o lazer. E, mesmo com motor mais modesto, ela anda tão bem quanto a Saveiro TSi – Marcus Brier

Como quase todos os jovens, elas agitam. Na praia, numa trilha de montanha ou rumo à danceteria, elas trazem uma espécie de entusiasmo adolescente, estão prontas para qualquer embalo. Assim, o uso das picapes pequenas deixou de ser apenas carregar a mobília da casa ou sacos de cimento, ajudando no serviço pesado, e passou a ser diversão para a juventude. Agora, também transportam lazer.

A Fiat Strada LX enfrenta a VW Saveiro TSi (Germano Lüders/Quatro Rodas)

“Levamos nossas bicicletas e até um barco de 3,5 m de comprimento na caçamba”, entusiasma-se o casal Luiz Ricardo e Cláudia Facca, os dois com 28 anos de idade. É uma dupla com know-how em picapes. Eles já tiveram uma Saveiro, hoje têm uma Corsa Pick-Up e agora estão à procura de um modelo mais espaçoso.

Para os dois, a Strada LX, lançada recentemente pela Fiat, é a nova opção que surge nas concessionárias. Por isso, QUATRO RODAS decidiu compará-la com sua companheira mais próxima: a Saveiro TSi, da Volks.

Cláudia e Luiz: picapemaníacos do lazer (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Testamos as duas vazias e com meia carga (350 kg). Por que não com toda a carga? Simples: dificilmente quem as usa para lazer enche a caçamba até a boca. Na hora da diversão, uma prancha de surfe ou um jet-ski bastam.

As duas são top de linha, têm preço parecido e motor com potência semelhante. Quanto ao desempenho, ambas se saíram bem em quase tudo (veja nos testes). No geral empataram, mas num item a Saveiro fez a Strada comer poeira.

Strada e Saveiro num dos seus habitats naturais: companheiras para os embalos do verão (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Ela ganhou facilmente a prova de retomada, o que, na prática, significa que ultrapassa com mais agilidade. Se você também pretende viajar com ela, esse é um trunfo para rodar com segurança, especialmente na estrada.

As picapes pequenas se rebelaram contra os pais. E você não precisa ser um profundo conhecedor de teorias psicanalíticas para entender por quê.

Se as duas picapes estiverem com a caçamba vazia, a Strada, apesar do motor mais fraco, arranca na frente (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Nascidas das versões hatch do Palio e do Gol, a Strada e a Saveiro criaram para si personalidade que em nada lembra a de seus genitores. Pra começar, perderam o banco traseiro e o porta-malas para dar vez à caçamba. O caráter delas mudou. Quando viraram veículos de lazer, então, aí foi uma revolução.

Baixa e com suspensão dura, a Saveiro vai bem no asfalto mas pula mais em trilhas (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Carregar roupas dentro delas (quer dizer, do lado de fora delas) é um risco, mas os aventureiros apreciam. A saída é improvisar. “Desistimos de achatar a bagagem dentro da cabine”, diz Cláudia Facca. “Nossas roupas vão na caçamba, dentro de uma mala rígida e impermeável que compramos só pra isso.”

Para encarar a buraqueira, a Strada é uma boa pedida. Com os pneus mais altos, a suspensão reforçada e a carroceria a 17,5 cm do solo, ela enfrenta melhor os caminhos ruins, cheios de pedras e depressões (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Quando param em algum lugar, têm de ficar espertos vigiando a mala, que, solta na caçamba, é um convite à ação dos ladrões.

Ginástica: como o curso da alavanca é longo, você precisa esticar o braço para engatar a quinta marcha (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Se você pretende comprar uma picape dessas não deve esperar muito conforto. A cabine é tão espaçosa como uma quitinete em relação a uma casa. Na Strada, você ainda pode tirar o estepe de trás do banco do passageiro e fixá-lo na caçamba, aumentando um pouco o espaço.

O plástico preto aplicado em volta dos pára-lamas deixou a Strada com um visual mais robusto que o da Saveiro (Germano Lüders/Quatro Rodas)

A Saveiro não oferece essa pequena comodidade. Mas nem a falta de porta-malas e o pouco espaço interno estragam a festa que é ir para a praia com uma picape.

As rodas de liga leve dão ares esportivos à picape. Os pneus baixos contribuem para torná-la mais estável (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Na Strada o banco é mais alto, proporciona uma visão panorâmica da paisagem. A altura do volante pode ser regulada, melhorando bastante a vida das pernas mais compridas. O maior problema está no vidro traseiro, que, além de pequeno (veja foto acima), distorce as imagens, principalmente à noite.

Detalhes chatos: o volante não tem regulagem de altura e acima de 100 km/h a direção fica mole. Parece que vai se perder o controle (Germano Lüders/Quatro Rodas)

A Saveiro tem retrovisores maiores e dois vidros laterais ao lado das colunas das portas. Eles aumentam a visibilidade durante as manobras de estacionamento ou mudança de faixa.

Substituta da Fiorino, a Strada herdou os mesmos bancos altos. Há mais espaço e ninguém precisa viajar espremido contra o volante ou o painel (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Indo com a Saveiro para o mar, você enfrenta as curvas da serra sem medo, com o carro sob controle. Mesmo quando a caçamba leva um jet-ski de 300 kg.

É irritante ajustar a inclinação do encosto do banco com a alavanca. Se fosse a tradicional roldana, seria mais fácil (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Mas há um incômodo: quando está numa estradinha esburacada você e o passageiro sentirão certo desconforto. Tudo por causa da suspensão dura, que não absorve esses impactos. A Strada não faz curvas com a mesma facilidade.

Estepe atrás do banco: perda de espaço para uma mala pequena (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Se estiver com o mesmo jet-ski, nas curvas da serra ela pode sair de traseira. Só que,  em compensação, sua carroceria está a uma distância maior do chão e seus pneus mais altos fazem com que se saia melhor ao passar por buracos. Não sacode.

Minúcia: iluminação para o espelho do parassol (Germano Lüders/Quatro Rodas)

O resultado entre a Strada e a Saveiro se configura exatamente no caso de um empate técnico. Ou seja: com qualquer uma das duas picapes você estará bem acompanhado para curtir essas férias de verão que já estão aí.

Caçamba com apetrechos: uso mais comum (Germano Lüders/Quatro Rodas)

 

Fonte: Quatro Rodas

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