Novidades

08 NOV

Clássicos: o Chevrolet Monza brasileiro importado da Venezuela

Rodas, vidros e outros itens “fechos en Venezuela” (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Na Venezuela desde 1944, a GM destacou-se pela oferta de modelos distintos como o alemão Opel Rekord, o inglês Vauxhall Viva e os americanos Buick Skylark e Pontiac Tempest.

Não poderiam faltar os modelos da divisão Chevrolet, como o enorme Impala, o esportivo Camaro e o brasileiríssimo Monza.

Derivado do Opel Ascona alemão, o Monza entrou para a lista dos dez automóveis mais vendidos no Brasil já na estreia, em 1982.

Dois anos depois, alcançou a marca de 100.000 unidades produzidas, mantendo-se na liderança do mercado de 1984 a 1986, façanha que provavelmente jamais será repetida por outro modelo na mesma faixa de porte e de preço.

Duas poltronas de couro no lugar dos esportivos bancos Recaro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O Monza manteve-se na vice-liderança em 1987 e no ano seguinte vendeu mais que o dobro do principal concorrente, o Volkswagen Santana.

Nem mesmo a aposentadoria da carroceria hatch em 1989 (substituída pelo novíssimo Kadett) arrefeceu a demanda, graças a um público fiel, que não se importava em pagar ágio e ainda aguardar meses na fila de espera.

A fábrica em São Caetano do Sul (SP) trabalhava no limite: além do mercado interno, produzia o modelo para Chile, Uruguai, Colômbia e Equador.

A legislação venezuelana restringia a importação de carros completos, motivo pelo qual o Monza embarcava para a fábrica de Valência desmontado, pelo conceito logístico CKD (completely knock-down).

A apresentação do Monza na Venezuela foi marcada pelo show acrobático do piloto Carlos Cunha em Caracas. Foi um sucesso desde 1985, mas as medidas econômicas do governo provocaram uma queda nas vendas em 1989.

Gasolina cara e a chegada do Opel Vectra também fizeram o Monza encalhar nos estoques.

O câmbio automático tinha só seis marchas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O imprevisto levou a GM do Brasil a pensar em uma estratégia ainda mais inusitada: a repatriação dos Monza exportados.

A complexa operação dependeria de uma autorização da Carteira de Comércio Exterior do Banco do Brasil (Cacex) por esbarrar na proibição da importação de automóveis, que durou de 1976 a 1990.

Os meandros burocráticos ainda são um mistério guardado por antigas autoridades e executivos aposentados. Um dos poucos a falar sobre o assunto é José Carlos Pinheiro Neto, na época diretor de assuntos corporativos e de exportações da GM.

“O Monza venezuelano chegou ao Brasil antes da abertura oficial das importações, em caráter excepcional.”

Nenhuma das versões venezuelanas batia de frente com a brasileira SL/E, a mais vendida. Entre os sedãs, a mais simples era a SL, com rodas de aço aro 13 e bancos de tecido.

No lado oposto estava a Classic SE, com rodas de liga aro 14, bancos de couro e trio elétrico. A maioria dos sedãs trazia câmbio automático de três marchas.

O entre-eixos era de 258 cm (Christian Castanho/Quatro Rodas)

A versão mais controversa era o hatch S/R, feito no Brasil de 1986 a 1988. A versão venezuelana perdia a esportividade dos bancos Recaro, substituídos por confortáveis bancos de couro.

Como nos sedãs, o motor era o 2.0 movido apenas a gasolina, seus 100 cv declarados eram apenas suficientes para embalar seus 1.130 kg.

Os registros indicam que o lote venezuelano era formado por 416 unidades, com características distintas do modelo brasileiro. O cofre do motor era revestido por um verniz dourado que cobria vários componentes.

Nenhum exemplar contava com desembaçador no vidro traseiro, pois todos vieram equipados com ar-condicionado.

Clima tropical e ar-condicionado de série dispensavam a presença do desembaçador traseiro (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Uma diferença causou muitos transtornos: o número do chassi foi marcado manualmente em São Caetano do Sul, pois a Venezuela exigia apenas a identificação em uma plaqueta.

Os venezuelanos eram quase sempre reprovados em vistorias do Detran e tinham apólices de seguro recusadas em função da gravação fora do padrão do Monza nacional.

A desvalorização no passado tornou-se uma atração atualmente, mais de 20 anos depois. A história do Monza venezuelano foi resgatada pelo falecido colecionador Luís Carlos Duarte e hoje é preservada por entusiastas como Evandro Fraga, proprietário deste S/R 1989: “Nin-guém sabe como esses carros vieram parar aqui, mas já fazem parte do folclore automotivo nacional”.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

20 MAR

Tecnologia mostra por que a Honda é sinônimo de qualidade em motos de alta cilindrada

Para longas viagens na estrada, a GL 1800 Gold Wing Tour, que permite ao piloto conectar seu iPhone para curtir suas músicas no Apple CarPlay, além de lhe dar a segurança de um sistema de airbag. Aos aventureiros, a CRF 1000L Africa Twin, com funcionalidades que a transformam na moto perfeita para atravessar qualquer terreno, como o motor de 1000cc leve e compacto e a opção de escolher diferentes tipos de pilotagem. Para os que gostam de acelerar nas pistas, a CBR 1000RR, alia... Leia mais
20 MAR
VW fará CUV do Polo em São Bernardo; SUV abaixo do T-Cross será em Taubaté

VW fará CUV do Polo em São Bernardo; SUV abaixo do T-Cross será em Taubaté

T-Track vai encarar os menores SUVs do mercado tendo o motor turbo como ponto forte (Du Oliveira/Quatro Rodas)Polo é de ponto de partida para dois novos projetos de aventureiros (Christian Castanho/Quatro Rodas)O Volkswagen T-Cross, que chega às concessionárias no final deste mês, é apenas o primeiro de três modelos que a fabricante terá para concorrer com SUVs compactos no Brasil.Essa aposta tardia, porém audaciosa, exigirá que a Volks terá que faça mudanças em algumas de suas... Leia mais
20 MAR

Renault Sandero e Logan ganham central com Android Auto e Apple Carplay

Central multimídia tem funções inéditas em carros da Renault (Reprodução/Internet)Os Renault Sandero e Logan já são vendidos como linha 2020. Não há qualquer mudança no visual – o que deve ficar para uma segunda linha 2020, a ser lançada no segundo semestre, como adianta o site Autos Segredos.O que muda? Os preços estão sensivelmente mais baixos e os dois compactos têm nova central multimídia, chamada Media Evolution.Trata-se de mais uma atualização da central lançada em... Leia mais
20 MAR

Mesmo com livre comércio, carro mexicano não ficará mais barato no Brasil

Brasil e México agora possuem livre comércio para automóveis e autopeças. Isso significa que não há mais cotas de importação e exportação entre os dois países. Mas o que isso muda, na prática, para o consumidor? “Num primeiro momento, não vai mudar muita coisa, porque o Brasil não estava usando todas as cotas”, disse José Luiz Gandini, presidente da Abeifa, a associação das importadoras de veículos. “Uma ou outra empresa ficavam no limite [das cotas]. Mas,... Leia mais
20 MAR

Resumão QUATRO RODAS: inscreva-se na nossa newsletter!

QUATRO RODAS te deixa por dentro de todas as novidades sobre carros (Christian Castanho/Quatro Rodas)Para trazer o mundo automotivo para ainda mais perto de você, chegou o Resumão QUATRO RODAS! É a nossa newsletter gratuita, que traz um compilado com as melhores notícias da semana para você.Todas às quintas-feiras de manhã, você receberá um e-mail a você com nossas reportagens mais legais da semana: impressões, comparativos, testes, segredos, notícias que estão bombando, dicas de... Leia mais