Novidades

28 AGO
'Eles me respeitam', diz mecânica de Guarapuava sobre clientes homens

'Eles me respeitam', diz mecânica de Guarapuava sobre clientes homens

Mesmo formada em matemática, e com duas pós-graduações, Mariane Abramoski optou por sujar as mãos de graxa em vez de giz. A profissão de mecânica, a mesma do avô e do pai, é a grande paixão da paranaense, de 29 anos. Há uma década no ramo, ela garante que já conquistou a confiança dos clientes mais céticos: os homens. “Eles me respeitam”, diz.

A loira de Guarapuava, na região central do Paraná, conta que, apesar de vestir um uniforme não muito charmoso no dia a dia, não dispensa a maquiagem. Bonita, Mariane confessa já ter recebido cantadas na oficina, mas diz que sabe evitar comportamentos assim. “Falo só de trabalho e nem dou muita risada para que não haja uma interpretação errada. Tem que ter jogo de cintura”, explica.

Filha única, os pais contam que, ainda pequena, além de estar sempre enfiada na oficina do pai, vivia desmontando e montando objetos. Às vezes, sobrava um parafuso. “Nem um choque, que arrepiou todos os cabelinhos, a fez desistir”, conta a mãe Sônia Abramoski, de 48 anos. Entretanto, o interesse em aprender sobre mecânica surgiu só na adolescência.

'Mas você é a mecânica?!'
Aos 17 anos, Mariane pediu ao pai para que a ensinasse o ofício. “Fora do horário da escola, ela ficava na oficina me ajudando, tanto no trabalho manual, quanto nas coisas de escritório. Eu nem imaginava que, um dia, a minha filha se interessaria pela minha profissão”, revela o pai Paulo Abramoski, de 48 anos.

O tempo foi passando e, mesmo na faculdade, a mecânica não deixou a oficina de lado e foi conquistando os seus próprios clientes aos poucos. “No começo, chegavam aqui e perguntavam ‘Mas você é a mecânica?! Tem certeza?! Cadê seu pai?!’. Pouco a pouco fui mostrando o meu serviço até o ponto de chegarem e perguntarem direto por mim”, relata.

Pouco a pouco, fui mostrando o meu serviço até o ponto de chegarem e perguntarem direto por mim"
Mariane  Abramoski, mecânica

Mariane lembra a primeira vez que assumiu um serviço sozinha. “Um cliente chegou e meu pai tinha saído. Então, me ofereci para consertar, sem meu pai saber. Arrumei o problema. O cliente, que estava desconfiado, ficou faceiro e ainda disse para o meu pai investir em mim porque sou uma mecânica de mão cheia”, afirma.

Hoje, diferente de antes, os clientes não ficam mais supervisionando o trabalho de Mariane. “Algumas mulheres ainda têm receio, preferem ficar e assistir um pouco, mas tudo bem”, revela.

Apesar de não dispensar lápis e rímel nos olhos, Mariane deixou de usar esmalte - não só pela graxa, mas também depois de alguns comentários maldosos. “Se as unhas estão pintadas, acham que não estou trabalhando direito. Não que me incomode, mas prefiro assim”, afirma.

As mãos da mecânica, como as de qualquer um que trabalha no ramo, estão sempre sujas e machucadas, o que não incomoda nem um pouco a paranaense e muito menos a faz pensar em desistir da profissão. “É só lavar e passar um remedinho”, brinca.

Entretanto, já teve vez que o ferimento foi bem sério: sete pontos em um só dedo depois de uma mola escapar. “Na hora, nem senti dor, vi que era grave só no hospital”, revela. O acidente foi porque, na oficina, Mariane faz do mais simples ao mais complicado: de trocar uma pastilha a fazer um motor inteiro.

Um dos clientes, o personal trainer Alexandre Binda, só diz coisas boas da mecânica, que foi indicada pela mãe dele. "Ela é fera no que faz", elogia. Assim como ele, vários clientes de Mariane são de diferentes gerações de uma mesma família.

Empreendedora também...
Falando em família, hoje, Mariane é a proprietária da oficina e o pai, um funcionário. No local, trabalham só os dois. O cão da família, Snoopy, faz companhia para os dois praticamente o dia todo. Às vezes, a mãe passa para dar uma mãozinha. "Pela convivência, eu já até sei identificar um problema no carro pelo barulho", brinca.

Para ser a microempreendedora que é atualmente, a mecânica fez vários cursos e até já deu palestras de incentivo para outras mulheres. Com o dinheiro que juntou, também dando algumas aulas de reforço em casa, ela conseguiu comprar seu primeiro carro zero quilômetro, há dois anos.

“Tenho muito dó de usar meu carro, acredita? Só tiro da garagem para lavar e eu mesma troco o óleo. Em dois anos, são menos de 2 mil quilômetros rodados”, conta. A paranaense já tinha tido motos, ao menos 11. Por um tempo, competiu em provas de motocross, mas, por falta de patrocínio, deixou o esporte de lado. Hoje, faz trilhas apenas.

Além de se dedicar ao seu carro, Mariane também tem outros hobbies: bordar e cozinhar. As mãos, que têm força para carregar um pneu, também são leves. "As pessoas até assustam quando conto que gosto de bordar, de fazer coisas mais delicadas assim", ri.

Para o futuro, a mecânica, que ainda é solteira, planeja ser esposa, mãe e ainda aluna do curso de engenharia mecânica. Entre os sonhos, está o de ter um filho ou uma filha que também tenha amor pela profissão. "Quero passar o que me segurou no ofício até hoje: a paixão. Gosto demais do que faço e sou muito feliz", conclui.

Fonte: G1

Mais Novidades

08 MAR

Bolsonaro promete extinguir lombadas eletrônicas do país

Lombada eletrônica (Prefeitura de Curitiba/Divulgação)Será o fim das lombadas eletrônicas? Para o presidente Jair Bolsonaro, provavelmente, sim.Em uma transmissão ao vivo publicada em seus perfis oficiais no YouTube e no Facebook na última quinta-feira (7), Bolsonaro afirmou que pretende extinguir as lombadas eletrônicas no país.As lombadas eletrônicas são as responsáveis por registrar nas estradas veículos que abusam do limite estabelecido, com a intenção de diminuir o número... Leia mais
08 MAR

Primeira elétrica da Harley-Davidson, Livewire faz de 0 a 100 km/h em 3 segundos

A Harley-Davidson divulgou os detalhes técnicos de sua 1º moto elétrica, a Livewire, que chega às lojas dos Estados Unidos em agosto. Depois de diversas melhorias em relação ao primeiro conceito apresentado em 2014, a montadora finalmente revelou os números finais de performance do modelo. G1 já andou na Livewire; assistaHarley vai lançar moto de baixa cilindrada e modelo aventureiro Como nos Estados Unidos as medidas de velocidade são em milhas, a marca anunciou que a... Leia mais
08 MAR

Vigilância de Carlos Ghosn terá telefonemas monitorados e câmeras de segurança

O ex-presidente da Nissan Carlos Ghosn saiu da cela de prisão japonesa onde passou 108 dias depois de pagar fiança de valor equivalente a R$ 33,8 milhões, mas terá que viver com uma série de restrições enquanto aguarda um julgamento que pode demorar um ano. Nesta sexta-feira (8), o ex-líder da aliança Nissan-Renault-Mitsubishi foi visto andando por Shinjuku Gyoen, um parque no centro de Tóquio, com sua esposa, e acabou cercado por fotógrafos no retorno à sua casa. Tudo... Leia mais
08 MAR

Ford Ka 2019 tem recall por defeito no airbag

A Ford anunciou nesta sexta-feira (8) o recall do Ka 2019, hatch e sedã, por possibilidade do funcionamento não correto do airbag do motorista. De acordo com a montadora, um problema na armação do volante pode levar a uma trinca em um dos ganchos de fixação do módulo do airbag, o que prejudica sua fixação. Veja os chassis envolvidos: De K8293090 até K8327710 (fabricados de 11 de fevereiro de 2019 até 19 de fevereiro de 2019) Em caso de colisão frontal do veículo... Leia mais
08 MAR

QUATRO RODAS de março: dirigimos o novo Toyota Corolla que será brasileiro

– (Arte/Quatro Rodas)Ele vem para cá neste ano, e QUATRO RODAS já o testou. Com menos cara de “tiozão”, o novo Toyota Corolla chega mais moderno, híbrido flex e inteiramente fabricado em solo brasileiro. Mas, claro: sem esquecer de sua fiel clientela que o fez líder no segmento.Entre as novidades, o sedã ganhou a moderna plataforma modular TNGA, igual à do Prius, deixando a carroceria mais baixa e visual mais parrudo. Em nossa avaliação, mostramos o quanto isso afetou a... Leia mais
08 MAR

O perigo dos carros que rodam com painéis acesos e faróis apagados

Cena comum no trânsito à noite: painéis iluminados e faróis apagados (Christian Castanho/Quatro Rodas)Feito para aumentar a segurança, o acendimento automático do painel pode ter efeito contrário se usado sem a devida atenção. A razão disso é que a iluminação dos instrumentos pode causar a falsa impressão de que os faróis também estão acesos, induzindo o motorista a circular com as luzes apagadas, deixando-o menos visível aos outros veículos. Segundo um estudo do... Leia mais