Cerca de 7 mil funcionários da Mercedes-Benz declararam greve nesta segunda-feira (24) em protesto contra novas demissões na fábrica de São Bernardo do Campo (SP).
Os funcionários voltariam nesta segunda-feira de uma licença remunerada que começou em 7 de agosto. A produção de caminhões e ônibus no local está paralisada desde então.
Depois de um impasse nas negociações com o sindicato, a Mercedes-Benz confirmou que fará mais cortes na força de trabalho a partir de 1º de setembro.
Em janeiro, 160 trabalhadores foram desligados da unidade no ABC paulista. Outros 500 foram demitidos em maio. Cerca de 300 ex-funcionários acamparam em frente à fábrica durante 26 dias de junho, pedindo a reversão da medida.
Na ocasião, um acordo de estabilidade por 1 ano, que reduzia a jornada em 20% e os salários em 10%, foi rejeitado pelos operários que continuaram na fábrica, e as barracas foram desmontadas.
A Mercedes-Benz afirma que ainda há um excedente de 2 mil na fábrica, que emprega cerca de 10 mil pessoas no total.
A empresa diz que a ociosidade na planta é de 50% e que a adoção isolada do Programa de Proteção ao Emprego (PPE) não seria suficiente para evitar as demissões. Entre as medidas propostas para conter os gastos, estava a reposição apenas parcial da inflação aos salários no próximo ano.
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC confirmou as negociações com a Mercedes-Benz na última semana, mas afirma que a empresa foi "intransigente".
Crise
A venda de veículos no Brasil acumula queda de 21% nos 7 primeiros meses de 2015, com 1.546.587 unidades emplacadas, contra 1.957.594 veículos no mesmo período do ano passado. Com isto, a produção está no menor patamar desde 2006.
Desde o ano passado, as fabricantes adequam o ritmo das linhas de montagem com férias coletivas, licenças remuneradas e suspensão temporária de contratos (lay-off), mas as medidas não são suficientes para evitar demissões.
Apenas de junho para julho, foram 1,2 mil vagas fechadas nas montadoras. Em 1 ano, o número de empregados diretos do setor encolheu 9,7%, para 135,7 mil pessoas - nível pouco acima ao de julho de 2010.
Considerando fornecedores de autopeças, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) diz que a indústria de veículos automotores demitiu 6.661 funcionários no mês passado.
Acordos
Na General Motors de São José dos Campos (SP), onde são produzidos os modelos Trailblazer e S10, um acordo evitou a demissão de 798 funcionários. Eles terão os contratos suspensos por 5 meses, e depois poderão ser demitidos.
Em São Caetano, no ABC paulista, cerca de 400 funcionários da GM que estavam em lay-off na unidade devem ser mandados embora, segundo o sindicato local. Outros 400 deverão ter a suspensão de contrato prorrogada.
Em Catalão (GO), 191 demissões ocorreram no final de junho na planta da Mitsubishi. Em março, a Ford desligou 140 operários da unidade de Taubaté (SP).
No início do ano, trabalhadores, sindicato e Volkswagen fecharam acordo para garantia de emprego aos trabalhadores da fábrica até 2019. O acerto foi feito depois de uma greve contra anúncio de demissões de cerca de 800 funcionários da fábrica.
VÍDEO: Esperança movia acampados em frente a Mercedes-Benz
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/w/I/W6ZqkWSaCIoXS9kUww2A/volvo-s60-hibrido.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/1/8/1Auvp9SZSy5y1fOKCCQw/volvo-s60-controle-de-cruzeiro.jpg)
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2019/k/7/XTnWcFTjAAB1PWwX6Liw/20191104-193212.jpg)
