Novidades

06 SET

Teste: Toyota Hilux SW4 Diamond – sempre dá para ficar mais caro

Rodas novas, apliques no para-choque e R$ 8.300 a mais: eis a SW4 Diamond (Henrique Rodrigues/Quatro Rodas)

O Corolla é um exemplo de sucesso no Brasil, mas o sedã não é o Toyota mais dominante em seu segmento. Este é o papel da SW4, que acaba de ganhar a nova versão topo de linha Diamond, que custa R$ 264.990.

Em 2018 o SUV da Hilux vendeu quatro vezes mais que seu rival direto, o Chevrolet Trailblazer – como comparação, o Corolla vendeu duas vezes mais que o Civic no mesmo período.

Isso considerando um modelo que mesmo em seus pacotes mais caros não supera a maior parte dos equipamentos do rival da GM. Talvez isso explique porque a SW4 Diamond agrega mais à etiqueta de preço do que na lista de equipamentos.

Carros que têm opção de dois sensores de ré: Renault Kwid e Toyota SW4 (Henrique Rodrigues/Quatro Rodas)

A nova opção é R$ 8.300 mais cara que o SW4 SRX, topo de linha até então. A diferença se justifica, basicamente, pelos bancos dianteiros ventilados, sistema de som JBL com dez alto-falantes (sendo um subwoofer) e apliques plásticos sobre o para-choque dianteiro.

O interior com couro bege e apliques cromados no painel é exclusivo da Diamond (Divulgação/Toyota)

Não houve mudanças no conjunto mecânico. O quatro cilindros 2.8 turbodiesel gera 177 cv e 45,9 mkgf (distante dos 200 cv e 51 mkgf da Trailblazer) e movimenta um câmbio automático convencional de seis marchas com tração 4×4 e reduzida.

Além de ser mais fraca em relação à Trailblazer, a SW4 Diamond não tem sensor de estacionamento dianteiro, alerta de colisão, aviso de mudança inadvertida de faixa e alerta de colisão.

Sistema de som com 10 alto-falantes JBL é um dos equipamentos exclusivos (Divulgação/Toyota)

Isso sem falar de equipamentos da GM ainda mais exclusivos, como partida remota do motor e serviço de concierge OnStar. Então, por que raios a SW4 vende tanto, e por que fizeram a versão Diamond?

As rodas exclusivas de 18 polegadas também foram usadas na nova Hilux (Henrique Rodrigues/Quatro Rodas)

Um dos motivos está no olho dos pedestres e outros motoristas, que frequentemente precisam olhar para cima para ver quem está guiando um SUV de 4,79 m de comprimento e massivas 2,1 toneladas.

Os bancos dianteiros têm ajuste elétrico e ganharam ventilação na versão Diamond (Divulgação/Toyota)

A SW4 se impõe no trânsito, favorecida pelo visual ousado da geração atual, que tem faróis com DRL, facho baixo e luz alta em led (uma das poucas exclusividades diante do Trailblazer).

As rodas de 18 polegadas receberam um desenho exclusivo que destaca os aros prateados com bordas pretas, enquanto os cromados na grade, maçanetas e régua sobre a tampa do porta-malas mantêm a solução típica de modelos luxuosos da virada deste século.

Os 1,83 m de altura fazem com que o enorme SUV fique acima até modelos de luxo, como BMW X5 (1,76 m) e Porsche Cayenne (1,70 m).

Lado positivo dos quase 28 cm de altura livre do solo: chegar a lugares difíceis com facilidade (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)

Ou seja, mesmo que não seja sua intenção, é impossível passar despercebido na maioria dos ambientes com o SW4 – especialmente se ele for pintado no bonito tom branco-pérola, exclusivo das versões SRX e Diamond.

Quem também vai reparar bem nas características peculiares (e quase inerentes de modelos derivados de picapes construídos sobre chassi) são os passageiros.

O motor 2.8 de quatro cilindros é esforçado, mas tem consumo elevado (Divulgação/Toyota)

E nem será por conta dos ousados apliques em bronze no painel e na chave, ou nas saídas de ar-condicionado com controle no teto para os bancos de trás (apesar de ter uma só zona, comandada por quem estiver na primeira fileira).

A macia suspensão de braços sobrepostos na dianteira e multibraço na traseira transmite boa parte das mudanças de carga na carroceria.

O ar-condicionado digital tem uma só zona (Divulgação/Toyota)

Freie e a dianteira mergulha. Vire de forma mais intensa nas curvas e nem pneus supermacios de Fórmula 1 evitariam o acionamento do ESC e barulho e/ou o barulho da borracha perdendo aderência.

O acesso à terceira fileira é bom e os bancos adicionais possuem ajuste de inclinação do encosto (Divulgação/Toyota)

Esse comportamento é ótimo em estradas de terra batida ou ruas esburacadas, mas qualquer coisa que fuja desse cenário exige cuidado redobrado do motorista para que seus passageiros não enjoem até em passeios curtos.

Ao menos o conjunto combina com a direção desmultiplicada e com os freios de modularidade ruim. Não é uma experiência prazerosa andar rápido com a SW4, mas pelo menos ela não te instiga a isso em nenhum momento.

O ar-condicionado possui controle de intensidade no teto e saída para as duas fileiras traseiras (Divulgação/Toyota)

Mesmo no modo de condução Sport o motor de 177 cv se esforça dar agilidade ao modelo, ainda que o conjunto tenha força de sobra. Na prática, você pode subir uma ladeira carregado sem medo de passar vergonha, mas ultrapassagens requerem mais prudência do que se imagina.

Os bancos rebatidos não geram ruído, mas limitam a movimentação da segunda fileira (Divulgação/Toyota)

A SW4 está longe de ser um primor no comportamento dinâmico, mas ao menos o que não lhe falta é espaço interno. A vastidão é tamanha que até a terceira fileira é reclinável e comporta com relativo conforto um adulto de 1,75 m.

A segunda fileira também inclui ajuste de distância do assento, além do encosto – desde que você não rebata completamente os assentos extras no porta-malas.

A tela de LCD colorida pode ser customizada, mas oferece um conteúdo limitado de informações (Divulgação/Toyota)

Isso porque a Toyota usou uma solução onde o sexto e sétimo banco ficam dobrados na lateral do porta-malas. Desse modo, os próprios bancos limitam a inclinação do encosto da segunda fileira.

Uma solução é rebater apenas o encosto dos bancos adicionais, o que atrapalha a arrumação da carga no porta-malas. Pelo menos a tampa do compartimento tem abertura elétrica.

O câmbio de seis marchas tem três modos de condução: normal, econômico e esportivo (Divulgação/Toyota)

O acabamento é bom, mas poderia ter mais materiais macios nas portas e no painel – que continua com o indefectível relógio digital de regulagem à parte do computador de bordo –, levando em conta o preço da versão Diamond.

Mas há pontos mais críticos onde a falta de refinamento se faz aparente na SW4. Um deles é o sensor de estacionamento, dotado apenas de dois sensores aparentes (em vez da solução embutida, mais elegante e comum em modelos populares, como o VW Up!) na traseira.

Os faróis baixo, alto e de neblina são de leds (Henrique Rodrigues/Quatro Rodas)

Ainda que a câmera de ré funcione como complemento, falta cobertura para manobras, sobretudo na dianteira. Ao menos a direção desmultiplicada, com 3,4 voltas de batente a batente, é leve em balizas.

O multimídia, lento e sem integração a celulares Android e iOS, é outro exemplo. O equipamento tem funcionamento confuso e destoa dos sistemas usados por outras marcas – e até pela Toyota. Yaris e Etios já contam com acessórios mais modernos, por exemplo.

Mesmo assim a SW4 parece literalmente passar por cima de seus problemas. E a chegada da versão Diamond só reforça isso.

Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,6 s
Aceleração de 0 a 1.000 m: 34,5 s – 149,1 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h: 5,7 s (em D)
Retomada de 60 a 100 km/h: 7,4 s (em D)
Retomada de 80 a 120 km/h: 9,9 s (em D)
Frenagens de 60/80/120 km/h a 0: 18,3/31,8/74,9 m
Consumo urbano: 8,9 km/l
Consumo rodoviário: 10,6 km/l

Preço: R$ 264.990
Motor: Diesel, dianteiro, longitudinal, 4 cil., 2.755 cm³, 16V, turbo, injeção direta, 92 x 103,6 mm, 15,6:1, 177 cv a 3.400 rpm, 45,9 mkgf a 1.600 rpm
Câmbio: automático, 6 marchas, tração 4×4 com reduzida
Suspensão: Duplo A (dianteira)/eixo rígido (traseira)
Freios: disco ventilado (dianteira e traseira)
Direção: hidráulica; 3,4 voltas
Rodas e pneus: 265/60 R18
Dimensões: comprimento, 479,5 cm; largura, 185,5 cm; altura, 183,5 cm; entre-eixos, 274,5 cm; altura livre do solo, 27,9 cm; peso, 2.130 kg; tanque, 80 l; porta-malas, n/d

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

26 OUT
Salão de Tóquio tem SUV de marca 'popular' que pode virar Toyota no Brasil

Salão de Tóquio tem SUV de marca 'popular' que pode virar Toyota no Brasil

A Toyota é a única das grandes marcas do Brasil que não tem SUVs compactos em sua linha. No entanto, ela está perto de, enfim, entrar nessa briga. E seu mais provável representante está exposto no Salão de Tóquio, só que no estande de outra marca, a Daihatsu. Trata-se de uma marca "popular" da Toyota, que também é dona da luxuosa Lexus. Quando questionado sobre a possibilidade de usar o SUV como base de um futuro Toyota, Yusi Shibuya, engenheiro-chefe de planejamento de... Leia mais
25 OUT
Caoa Chery Tiggo 5X tem recall branco para reaperto de peça da suspensão

Caoa Chery Tiggo 5X tem recall branco para reaperto de peça da suspensão

Caoa Chery Tiggo 5X (Divulgação/Chery)Concessionários Caoa Chery estão convocando proprietários do Tiggo 5X para reaperto da chamada “barra de arrasto”. O chamado, porém, não é tratado como recall pela fabricante.Consultado, o SAC da Caoa Chery não soube informar sobre o reparo e recomendou procurar uma concessionária.Caoa Chery Tiggo 5X (Divulgação/Chery)De acordo com as revendas, o serviço só é necessário em algumas unidades e leva de duas a três horas para ser... Leia mais
25 OUT
Caveirão elétrico: picape Bollinger tem 623 cv e custa mais de R$ 500.000

Caveirão elétrico: picape Bollinger tem 623 cv e custa mais de R$ 500.000

A picape se chama B2 e é fabricada por uma start-up (Bollinger/Quatro Rodas)Saudades do formato quadrado do velho Land Rover Defender? A start-up americana Bollinger Motors faz quase uma homenagem ao jipe inglês com seus carros cheios de vincos e quinas e carroceria de alumínio.Mas eles são elétricos e muito mais potentes que um Defender.Picape pode levar até 2,5 toneladas (Bollinger/Divulgação)São dois modelos: o SUV B1 e a picape grande B2 – qualquer semelhança com as Bananas de... Leia mais
25 OUT
Ford confirma estreia de SUV elétrico derivado do Mustang

Ford confirma estreia de SUV elétrico derivado do Mustang

A Ford apresentou um teaser com mais detalhes de como será seu SUV elétrico. O veículo será apresentado oficialmente ao público no Salão do Automóvel de Los Angeles que acontece em novembro.A empresa demorou um pouco mas enfim iniciou sua corrida para apresentar seu primeiro elétrico. A base para o projeto é o Ford Mustang, que vai dividir sua plataforma e também suas linhas com o novato.O ícone esportivo da Ford deve ainda batizar o elétrico com o nome Mach, em alusão ao Mach 1,... Leia mais
25 OUT
Novo Defender já pode ser configurado no site brasileiro da Land Rover

Novo Defender já pode ser configurado no site brasileiro da Land Rover

Defender finalmente ganhou uma nova geração (Divulgação/Land Rover)Os mais ávidos fãs do Land Rover Defender já podem aplacar um pouco da ansiedade pela chegada da nova geração do modelo ao Brasil.Isso porque, mesmo com desembarque por aqui previsto para o início do ano que vem, já é possível configurar o SUV no site brasileiro da Land Rover.Pacote Explorer conta com rack de teto, para-barros dianteiros e traseiro e snorkel entre os itens adicionais (Divulgação/Land Rover)Tanto... Leia mais
25 OUT
Accord será o primeiro dos três híbridos da Honda prometidos para o Brasil

Accord será o primeiro dos três híbridos da Honda prometidos para o Brasil

Sedã híbrido está confirmado para o Brasil, mas ainda não tem data para chegar (Divulgação/Honda)A Honda está se preparando para dar o primeiro passo rumo à eletrificação no Brasil. Em Tóquio, a fabricante japonesa anunciou que o Accord será seu primeiro carro híbrido no Brasil.Desta forma, o sedã topo de linha será o primeiro de três híbridos que serão lançados pela Honda no Brasil até 2023.Versão híbrida tem três motores e o mais potente é... Leia mais