X2 tem linha de cintura alta e área envidraçada pequena (Christian Castanho/Quatro Rodas)
A indústria está cheia de histórias de marcas que criaram modelos fora dos padrões e se deram bem. O exemplo mais recente é o da Land Rover, com o Evoque. Mas há a Mercedes com o CLS. E, mais próximo de nós, a Ford com o EcoSport.
Agora, a BMW (que já fez o X6) propõe o X2, que começou a ser vendido no Brasil em maio.
O X2 é por definição um SUV cupê. Mas não perca seu tempo tentando enquadrar em uma determinada categoria um veículo que foi feito para fugir dos padrões. O X2 tem características que o diferenciam até mesmo desse grupo de SUVs cupês (por si só uma excentricidade).
Teto solar elétrico é exclusivo da versão MSport (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Uma delas é o caimento da tampa traseira mais acentuado do que o de um SUV cupê.
A outra é a posição de dirigir. No X2, o motorista viaja 2 centímetros mais baixo do que em um SUV como o X1.
Essa mudança altera completamente a forma como o motorista se relaciona com o carro (painel, pedais e instrumentos) e com o ambiente externo (perde-se aquela sensação de superioridade e domínio da estrada).
Versão traz banco de couro e faixa de alumínio no painel (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Visualmente, o X2 é um pouco exagerado. Por fora, a carroceria acomoda cantos vivos e contornos arredondados, superfícies planas e vincos bem marcados. Por dentro, há mistura excessiva de cores, materiais, texturas (principalmente à noite, quando a cabine – painel e luz ambiente – fica iluminada).
Mas, no dia a dia, ele é um carro gostoso de dirigir e que acomoda cinco pessoas com conforto. Quem viaja no banco detrás encontra bom espaço para pernas e cabeça. No porta-malas cabem 370 litros.
Capacidade do porta-malas vai de 370 a 1.255 litros (com o banco traseiro rebatido) (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O X2 chega em duas versões, SDrive 20i (R$ 211.950) e SDrive 20i MSport (R$ 246.950). As duas trazem o mesmo conjunto mecânico, com motor 2.0 de 192 cv, câmbio automatizado de sete marchas e tração dianteira. A mais cara mostrada aqui se diferencia pela lista de equipamentos de série mais extensa.
Entre os itens de estilo e acabamento, há bancos esportivos revestidos de couro e apliques de alumínio, por dentro, e detalhes cinza (para-choques, caixas de rodas e saias) e o spoiler traseiro, por fora. A versão MSport traz equipamentos exclusivos como teto solar, head-up display e sistema de navegação Plus.
Sistema de ar-condicionado tem saídas na pare traseira da cabine (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Nas duas configurações, não faltam dispositivos obrigatórios em um BMW como a central multimídia I-Drive, o dispositivo de conectividade ConnectedDrive (com monitoramento e serviços diversos: notícias, concierge e aplicativos) e Drive Experience, que permite selecionar os modos de condução Eco Pro, Comfort e Sport, com mudanças nas respostas de acelerador, direção, transmissão e som do motor.
Central compatível com sistema Apple CarPlay tem sistemas ConnectedDrive (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Em nosso teste, buscamos o melhor programa para cada situação: nas provas de desempenho, optamos pelo modo Sport, mas nas medições de consumo usamos o modo Eco Pro. O X2 andou bem e apresentou um consumo baixo.
Nas acelerações de 0 a 100 km/h, ele fez o tempo de 7,7 segundos e nos ensaios de consumo ficou com as médias de 11,8 km/l na cidade e 15,9 km/l na estrada.
Motor 2.0 de 4 cilindros gera 192 cv (Christian Castanho/Quatro Rodas)
O X2 pode ser uma boa opção para quem procura um carro diferente de todos que já teve. O único inconveniente (para os mais discretos, ao menos) é o fato de o motorista tornar-se alvo de olhares por onde passa, principalmente se o SUV for na cor amarela (Galvanic Gold), como a da unidade das fotos.
Coluna traseira ostenta um emblema da marca (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Veredicto
Além de ser gostoso de dirigir, ser bem equipado e ter bom desempenho, ainda desfila seu estilo incomum pelas ruas
Teste de pista
Ficha técnica – BMW X2