Novidades

27 JUN

Honda Civic Si: primeiras impressões

A cada nova “encarnação”, o Civic Si muda um bocado. A primeira que foi vendida no Brasil, até 2011, foi cultuada por oferecer a praticidade da carroceria sedã, mas com um motor 2.0 aspirado “girador” de 192 cavalos.

Na seguinte, vendida entre 2014 e o ano passado, as novidades foram a carroceria cupê e o motor 2.4, também aspirado, de 206 cv.

Era do turbo

Agora, o Si evolui mais do que nunca, trazendo uma série de elementos inéditos. Pena que o preço acompanhou o salto tecnológico, e chegou a R$ 159.900 – a geração anterior custava R$ 125 mil.

Deixando a tabela de preços de lado, o Si ganha, pela primeira vez, motor turbo. Em linhas gerais, é o mesmo 1.5 que equipa o Civic Touring e o CR-V. Mas, reprogramado para entregar 208 cv.

São apenas 2 cv a mais do que na geração anterior. Mas o torque também foi incrementado, passando de 23,9 kgfm para 26,5 kgfm.

Intimida pouco

A grande vantagem da adoção do turbo é que as respostas estão mais imediatas. Na geração anterior, o motor “acordava” só a partir das 5.000 rotações por minuto. Agora, o torque está disponível já a 2.100 rpm, e vai assim por 70% da faixa, até 5.000 rpm.

A Honda não divulga números de aceleração de 0 a 100 km/h, nem a velocidade máxima.

Na prática, os números são traduzidos em um desempenho interessante, mesmo em baixas rotações, onde o carro é bastante manso. Mas, basta acelerações mais fortes para que o Si revele sua verdadeira vocação.

De quebra, o dono do carro ainda ganha os assobios típicos deste tipo de motor.

Falando em som, melhor não criar grandes expectativas com o ronco do Si.

Apesar da bela saída de escape central, dali sai apenas um barulho abafado – que não intimida como seus rivais.

Ao menos, o câmbio manual de seis marchas foi mantido – e aprimorado. A alavanca está em posição mais ergonômica. Ela tem engates ainda mais curtos e precisos, e pode ser considerada uma referência. Pena que poucos esportivos sejam equipados com este tipo de transmissão.

Dureza

A Honda trabalhou bastante nos “bastidores”, onde o motorista não vê. Mas é possível sentir as melhorias. O acerto do Civic Si ficou ainda mais esportivo, com barras estabilizadoras até 60% mais rígidas, amortecedores mais firmes, diferencial de deslizamento limitado e pneus mais largos.

Ainda há um inédito modo de condução Sport. Com ele, o acelerador fica mais sensível, a direção se torna mais direta e os amortecedores passam a trabalhar com mais carga.

Rodando com o cupê, é possível notar as diferenças, ainda que, no modo normal, o Si já se mostre um modelo bastante prazeroso de dirigir. Na variante mais esportiva, ele se torna mais preciso e divertido.

A grande virtude do Civic Si é que ele é um esportivo “fácil” de dirigir. Ele é preciso e obediente. Por outro lado, não maltrata o motorista no uso urbano com uma rigidez excessiva.

Equilíbrio e vincos

Se o ronco do motor não impressiona, o visual caprichado deixa boa impressão.

O design desta geração parece mais equilibrado do que no modelo anterior, que tinha a frente muito alta. Ainda que a altura da carroceria seja a mesma (1,42m) e ele seja apenas 3 cm mais curto (4,52m), a sensação é de que o Si ficou bem menor e mais baixo.

A moldura prateada que acompanha todo o vidro lateral traseiro ajuda a tornar a queda do teto ainda mais suave. A Honda também ousou ao abusar dos vincos. Mas o resultado é positivo, e confere a personalidade que um esportivo deve ter.

Além da carroceria cupê, o Si se difere do sedã pelas tomadas de ar maiores (falsas) na dianteira e na traseira. As lanternas têm novo formato, e são unidas por uma barra no topo de tampa do porta-malas. Para completar, há o tradicional aerofólio.

A Honda também lançou mão de uma série de peças com acabamento em preto brilhante, assim como no “pseudo-esportivo” Civic Sport.

Interior

A cabine também traz algumas diferenças, ainda que mais sutis. A principal novidade são os bancos esportivos, com maior apoio nas laterais. A marca optou pelo tecido como revestimento, mas o couro seria mais adequado, considerando o preço do Si.

A posição de dirigir é muito correta, e há excelente sustentação em curvas. Mas os motoristas mais "gordinhos" podem reclamar da largura.

No painel, há apliques plásticos que imitam fibra de carbono, além de costuras vermelhas no volante, assentos e alavanca de câmbio.

Quando o modo Sport está ativado, quadro de instrumentos digital também se enche de vermelho. Falando nele, a tela central pode exibir diferentes informações, além dos tradicionais, velocímetro, consumo e conta-giros.

Há pressão da turbina, carga dos pedais de acelerador e freio, cronômetro, mostrador de força G. Por fim, há um indicador de troca de marchas semelhante ao da geração anterior, baseado em luzes coloridas.

A central multimídia poderia ser mais simples. Algumas das funções exigem que o usuário passe por mais etapas do que em outros aparelhos. É o caso de algumas intervenções no ar-condicionado, já que a Honda eliminou algumas teclas.

Mais completo

A lista de equipamentos, um dos pontos fracos da última geração, foi reforçada.

O Si traz ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, freio de estacionamento eletrônico, acesso e partida sem a necessidade de chave nas mãos, sensor de chuva, teto solar, 6 airbags, controles de tração e estabilidade, central multimídia com pareamento Android Auto e Apple CarPlay, câmeras de ré e no retrovisor direito e faróis full LED.

Conclusão

Se interessou pelo Civic Si? Melhor correr. Afinal, o lote atual, importado do Canadá, é de apenas 60 unidades. Quando elas acabarem, os interessados deverão esperar o ano que vem.

Foi-se o tempo do Civic Si “girador”. Mas, desculpem-me os puristas, a era do turbo, que acaba de começar, é mais promissora.

O cupê é um esportivo bastante preciso, gostoso e fácil de dirigir, além de um dos pouquíssimos que mantém uma outra tradição – a do câmbio manual.

Uma pena que a Honda pesou a mão no preço. Nesta faixa, o mercado oferece outros esportivos, mais potentes e com nível de equipamentos melhor.

Um Golf GTI, de 230 cv e com câmbio automático, parte de R$ 143.790. Ainda que, após a remodelação, seu preço tenha ficado mais alto, o Volkswagen tem mais potência e torque, além de ser mais prático no cotidiano.

Mas, para quem prima pela simplicidade de uma troca de marchas, ou um belo visual cupê, o Honda é uma excelente opção.

Fonte: G1

Mais Novidades

01 FEV
Novo Audi TT RS chega ao Brasil com desempenho de Ferrari

Novo Audi TT RS chega ao Brasil com desempenho de Ferrari

Cupê 2+2, 400 cv e tração integral: receita de sucesso para os entusiastas (Divulgação/Audi) Fãs de esportivos alemães ganharam mais uma alternativa para rechear a garagem. A Audi lançou nesta quinta (01) no Brasil o novo TT RS. O cupê superesportivo adota a plataforma modular e o trem de força do novo RS 3, mas custa quase R$ 100 mil a mais. O TT RS tem preço sugerido de R$ 424.990, em versão única. Seu 2.5 de cinco cilindros... Leia mais
01 FEV
Hyundai revela imagens da nova geração do Santa Fe

Hyundai revela imagens da nova geração do Santa Fe

Modelo adota nova identidade visual da marca (Divulgação/Hyundai) São apenas esboços, mas a Hyundai divulgou as primeiras imagens da nova geração do Santa Fe. O design é semelhante ao do Hyundai Kona, SUV compacto que estreou uma nova identidade visual da marca em 2017. A dianteira irá adotar faróis com estilo mais fino e separados. No centro, o Santa Fe também terá a grade  em cascata, já visto em outros modelos da Hyundai. ... Leia mais
01 FEV
Dez inovações tecnológicas para seu carro

Dez inovações tecnológicas para seu carro

Vanguarda europeia – (Divulgação/Aston Martin) Não há dúvida de que o Aston Martin Lagonda tinha um interior esquisito, mas para 1976 ele era bem futurista. Considerado o primeiro carro de produção com um painel digital, ele trocou os comandos móveis tradicionais por botões sensíveis ao toque. Mão boba O que pode ser mais moderno que ativar um recurso sem pressionar nenhum botão? Por isso a indústria já inventou o comando por... Leia mais
01 FEV
Novo Jeep Renegade concentra novidades no interior

Novo Jeep Renegade concentra novidades no interior

Novo Renegade europeu é quase igual ao modelo atual (Divulgação/Jeep) Coube à divisão europeia da FCA revelar a primeira versão do novo Jeep Renegade. O modelo completa em 2018 quatro anos de mercado (três no Brasil) e passará por sua primeira reestilização. O destaque, aqui, fica por conta das diferentes versões de design que ele terá, algo pouco comum na Jeep. Notar as mudanças do Renegade 2019 europeu exige um olhar atento ou... Leia mais
31 JAN
Volkswagen perde para Renault-Nissan liderança de vendas em 2017

Volkswagen perde para Renault-Nissan liderança de vendas em 2017

Comércio mundial de veículos tem novo líder (APPA/Divulgação) O título de maior vendedor de veículos do mundo tem um novo dono: a aliança Renault-Nissan, com o reforço da Mitsubishi, ultrapassou o Grupo Volkswagen em 2017. Para ficar à frente da alemã (que também é dona de Audi, Porsche, Seat, Skoda, Lamborghini e Bugatti), as três marcas contabilizaram apenas automóveis e comerciais leves, somando 10,61 milhões de veículos... Leia mais
31 JAN
Garantia de 12 meses está em decadência no Brasil

Garantia de 12 meses está em decadência no Brasil

Se depender das fabricantes, os clientes vão frequentar por mais tempo a oficina das concessionárias (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas) Números apresentados pela consultoria Jato Dynamics no Workshop Planejamento Automotivo 2018, da revista Automotive Business, reforçaram a rápida evolução do mercado nacional nos últimos três anos. Entre os destaques está no aumento exponencial da oferta do câmbio automático, de sistemas... Leia mais