Novidades

14 MAI

Grandes Comparativos: Urutu EE-11 x Cascavel EE-9

Tanque Cascavel EE-9: blindado a toda prova (Arquivo/Quatro Rodas)

Você está mais do que acostumado a ouvir falar de blindados nas ruas brasileiras. Com a escalada da violência nas grandes cidades, muita gente reforça a proteção de seus automóveis com placas de aço que viram escudos à prova de bala.

Três décadas atrás, isso soaria como extravagância ou maluquice. Naquele tempo, veículo blindado? Só os tanques de guerra usados nos combates ou em manobras militares.

É claro que esses brucutus não fazem parte do trânsito do dia a dia. Mesmo assim, em 1984, QUATRO RODAS quis saber como andavam esses blindados e avaliou os modelos Urutu EE-11 e Cascavel EE-9, fabricados pela empresa brasileira Engesa e cedidos pelo Exército.

O teste não se limitou a asfalto ou pisos acidentados. Por ser um veículo anfíbio, o Urutu também navegou nas águas do Lago Paranoá, em Brasília (DF).

O Urutu encarava os terrenos mais acidentados possíveis (Arquivo/Quatro Rodas)

Brasília, aliás, havia sido o centro das atenções naquele ano. Com manifestações em todo o país pedindo eleições diretas – movimento que ficou conhecido como Diretas Já -, o povo pressionou o Congresso para que aprovasse a Emenda Dante de Oliveira, que restabelecia o direito ao voto para presidente após 20 anos de regime militar.

A emenda não passou e só voltaríamos às urnas para escolher o presidente cinco anos depois.

Como os tanques felizmente não precisaram ir às ruas para garantir a ordem, dois deles foram utilizados na avaliação do repórter Luiz Bartolomais Júnior, que começou com o Urutu.

Às margens do lago, depois de pôr para funcionar o motor diesel Mercedes OM-352 AS de 180 cv, a primeira providência foi ativar o sistema de navegação: “Escuto o barulho das hélices começando a girar. Ao mesmo tempo, fecha-se o compartimento do motor e levanta-se a prancha quebra-ondas, que fica no nariz do blindado”.

Outra medida importante era ativar o sistema que injetava ar nas caixas de câmbio e o de redução dos eixos para impedir a entrada de água, para não contaminar o óleo e prejudicar a lubrificação das engrenagens.

Modelo anfíbio, o Urutu EE-11 pode fazer manobra na aguá até 12 km/h (Arquivo/Quatro Rodas)

Com o diferencial bloqueado e a tração dianteira ligada, o imenso bloco de metal de 11 toneladas se movimentou devagar. “As rodas dianteiras tocam o lodo e as águas começam a subir”, descreve o texto.

Em pouco tempo, o Urutu está flutuando.

A terceira marcha é engatada para aumentar a rotação das hélices, fazendo a “embarcação” navegar a 12 km/h.

Na água, o Urutu reage com um atraso de 15 segundos às manobras realizadas. Voltar à terra firme exigiu uma operação simples.

“Basta reduzir para segunda marcha, bloquear o diferencial e acelerar, com o cuidado de desligar o bloqueio do diferencial e as hélices assim que a tração nas rodas for suficiente para tirar o veículo da água”.

No asfalto, o jornalista aproveitou para pisar no acelerador do veículo com tração 6×6 e explorar o motor, chegando a 80 km/h.

Em seguida, ele avaliou o Cascavel EE-9 em um terreno acidentado no Setor Militar Urbano de Brasília.

O câmbio automático ainda era uma novidade para os nossos carros e dirigir um veículo de 9 toneladas com esse tipo de transmissão foi divertido.

“Ao ligar o motor, basta mudar a alavanca do câmbio para a posição Drive e acelerar. O blindado faz tudo praticamente sozinho. Engata automaticamente as três marchas ou passa para o ponto morto quando seus freios são acionados”, explicava o texto.

“Ele sobe ou desce qualquer barranco, desde que a inclinação não seja suficiente para fazê-lo capotar sobre si mesmo.”

Bartolomais encarou uma rampa de 50% e, para isso, usou um sistema automático para reduzir a pressão dos pneus de 50 libras/pol² para 20, bloqueou o diferencial e iniciou a escalada. Moleza.

Além do canhão, o Cascavel é equipado com uma metralhadora (Arquivo/Quatro Rodas)

Nessa operação, só é preciso prestar atenção no medidor de temperatura do óleo do conversor de torque da transmissão automática, que não pode passar dos 110 oC.

No final, ele ainda ganhou um bônus: a chance de presenciar um tiro com o canhão de 90 mm do Cascavel.

Após o ritual de escolher um alvo, medir a distância com um feixe de raio laser e erguer o cano da arma, o disparo foi feito.

Mas era só uma simulação. Não havia munição – por um motivo simples: cada tiro custava em torno de Cr$ 1 milhão (hoje, pouco mais de R$ 4.000) para os cofres do Exército.

“Para conseguir velocidades maiores, basta desligar a tração do eixo dianteiro, deixando-a atuar apenas nos eixos traseiros. Acelerando o Urutu a fundo, atingem-se velocidades superiores a 80 km/h (100 km/h reais, segundo o fabricante). Mesmo assim, mostra-se bastante confortável e seguro. Permite fazer as curvas no limite sem que se ensaie qualquer reação mais difícil de ser corrigida. Os freios, a disco em todas as rodas, também são muito eficientes.”

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

14 ABR
Ram 2500 Night Edition ajuda o dono a subir na caçamba a R$ 326.990

Ram 2500 Night Edition ajuda o dono a subir na caçamba a R$ 326.990

Serão trazidas apenas 100 unidades da versão (Ram/Divulgação)A nova Ram 2500 chegou às concessionárias há cinco meses – quando custava R$ 289.990.Só que 2020 veio com novidades: a picape grandalhona está mais cara e já não sai por menos de R$ 321.990, além de ganhar uma edição limitada batizada Night Edition.É a primeira vez que o modelo recebe uma versão especial no nosso país e, segundo a marca, serão trazidas 100 unidades.Em relação à Laramie, única opção vendida... Leia mais
14 ABR
Fiat Strada Volcano: 44 fotos detalham a substituta da Strada Adventure

Fiat Strada Volcano: 44 fotos detalham a substituta da Strada Adventure

A picape mais vendida do Brasil está de cara nova. Mais de 20 anos depois de sua estreia no mercado nacional, a Fiat Strada ganhou sua segunda geração.QUATRO RODAS já mostrou os detalhes da versão de entrada, Endurance, e agora disponibiliza as imagens com tudo sobre a topo de linha, Volcano.Esta versão será a mais completa da picape compacta em sua linha 2020. Ela será vendida apenas na configuração cabine dupla – que é inédita no segmento – e deve custar cerca de R$ 85.000.A... Leia mais
14 ABR
Primeiro BMW a hidrogênio chega em 2022 com motor Toyota de 370 cv

Primeiro BMW a hidrogênio chega em 2022 com motor Toyota de 370 cv

– (Divulgação/BMW)Depois de desenvolver uma série de protótipos, finalmente a BMW anunciou o lançamento do primeiro carro de produção da marca movido a hidrogênio.Conforme sugeria o conceito i Hydrogen Next, revelado no Salão de Frankfurt de 2019, o modelo escolhido foi o SUV médio X5.O lançamento está previsto para 2022 e o número de unidades produzidas será limitado, já que a ideia da marca é desenvolver carros a hidrogênio em maior escala apenas depois de 2025.O sistema... Leia mais
14 ABR
Peugeot Landtrek é registrada no Brasil em versões de trabalho e luxo

Peugeot Landtrek é registrada no Brasil em versões de trabalho e luxo

Versão com cabine simples também foi registrada no Brasil (Inpi/Reprodução)A nova Peugeot Landtrek está cada vez mais próxima do mercado brasileiro – e agora já foi até registrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. E não é que a versão com cabine simples parece cotada para nós e também acabou aparecendo antes da hora?Diferentemente da opção com cabine dupla, a configuração “pelada” terá para-choques pretos e faróis halógenos – enquanto a irmã abastada... Leia mais
14 ABR
Dez segredos que a central do novo VW Nivus revela

Dez segredos que a central do novo VW Nivus revela

Numeramos os 10 segredinhos da central do Nivus (Arte/Quatro Rodas)O Volkswagen Nivus chega em meados deste ano para ser posicionado entre Polo e T-Cross.Seu lançamento estava previsto para maio, mas já ficou para junho e pode atrasar para o início do segundo semestre, devido a obras de adaptação da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e, agora, à crise do novo coronavírus.O SUV cupê deriva diretamente do hatch, com quem compartilha a plataforma MQB A0, os 2,56 m de entre-eixos e a... Leia mais
14 ABR
Correio técnico: carro roubado que tem chave presencial desliga sozinho?

Correio técnico: carro roubado que tem chave presencial desliga sozinho?

Lógica do carro com chave presencial é diferente (João Mantovani/Quatro Rodas)Se o motorista for assaltado e sair do carro com a chave presencial no bolso, o carro para de funcionar? – Fernando Carvalho Mattar, Niterói (RJ)Não. Quando o motorista deixa o veículo sem chave, o motor continua funcionando até por segurança, para evitar que o desligamento inesperado cause um acidente. Há modelos que emitem alertas sonoros ou por escrito (ou os dois) sobre a não detecção da chave, mas... Leia mais