Novidades

11 MAI

Clientes reclamam de falta de peças para trocar 'airbags mortais'

Mais de 1 milhão de carros em recall por causa dos “airbags mortais” ainda não foram reparados no Brasil. As marcas dizem ter dificuldades para chegar aos atuais donos, já que muitos modelos convocados são dos anos 2000. Mas há casos de clientes que atenderam aos chamados, mas não tiveram os carros consertados.

Eles dizem ter ouvido das concessionárias que as peças que precisam ser substituídas, fornecidas pela japonesa Takata (que recentemente foi comprada por uma empresa chinesa), estavam em falta.

É o caso de alguns donos de Nissan Tiida, como o engenheiro químico Milton Coster e o autônomo Flávio Cumino, ambos de São Paulo. Os dois tiveram seus veículos convocados para substituição dos airbags frontais em meados do ano passado.

Eles conseguiram realizar a troca das bolsas do lado do motorista, mas não tiveram a mesma sorte com os airbags do passageiro.

"Passou um tempo, me mandaram uma carta dizendo que teria que fazer [o recall] também no lado do passageiro. Agendei, mas a concessionária disse que a peça chegaria só 2 meses depois", disse Cumino, que tem um Tiida 2008.

Esse prazo ainda foi adiado outras duas vezes, de agosto do ano passado para outubro, e, depois, para novembro. Em março, ele fez um novo contato com a concessionária, e houve nova negativa.

O caso, até agora, não foi resolvido. Coster também vive situação semelhante: "Liguei para várias concessionárias, mas elas falaram que não tinham recebido as peças para essa troca”. Seu Tiida foi produzido em 2007.

Os casos dos clientes da Nissan são alguns entre as dezenas de consumidores insatisfeitos que recorreram ao site de reclamações Reclame Aqui.

Nos últimos 2 meses, foram registradas 20 queixas no site, relacionadas ao problema de desabastecimento das concessionárias. Destas, 11 foram da Nissan, 4 da Subaru, 4 da Toyota e 1 da Honda.

A analista de sistemas Luciana Alves, de Brasília, espera há mais de 6 meses para realizar o recall de seu Toyota Etios 2014 "Recebi a carta [falando do recall] no meio de 2017. Assim que convocaram, liguei na concessionária e agendei", lembra.

"Quando cheguei, eles falaram que só tinha (a peça) de um dos lados. A solução era desativar um lado e trocar o outro. Falei que não queria. Questionei a probabilidade de meu airbag ser defeituoso, e eles não souberam me responder. Então, decidi não desabilitar”, relata.

Depois de realizar o primeiro recall, Luciana ainda entrou em contato com a concessionária cerca de 6 meses depois, mas a resposta foi a mesma, de que não havia a peça disponível. “Eles falaram que era um problema do fornecedor mundial”, completa.

Depois que a reportagem falou com Luciana e questionou a Toyota, a fabricante contatou a cliente e agendou o atendimento. A marca fala que o caso já estava sendo resolvido.

O procurador federal Everaldo Roberto Savaro, de São José do Rio Preto (SP), diz que precisou recorrer a uma notificação extrajudicial para conseguir o reparo de seu veículo, um Chrysler 300C 2012, da marca que pertence ao grupo Fiat Chrysler. No caso dele, ninguém justificou a demora no atendimento.

O caso aconteceu em meados do ano passado. “Fiquei sabendo pela mídia que havia um recall, então solicitei agendamento, sem resposta. Depois de 15 dias, retornei e, novamente, não tive resposta. Não me falaram que faltavam peças. Só consegui fazer o recall depois de 2 meses, quando fiz uma notificação extrajudicial”, completa.

O que dizem as fabricantes

O G1 perguntou para as marcas que já convocaram veículos para recalls dos “airbags mortais” se há falta de peças e qual o tamanho da fila de espera para a substituição das bolsas.

A Nissan, que tem 224,5 mil veículos convocados para recall, não respondeu até o fechamento desta reportagem, em 9 de maio.

Toyota (882,7 mil veículos convocados), Honda (871,3 mil veículos), Mitsubishi (67,7 mil veículos), FCA (23,2 mil veículos), BMW (4,4 mil veículos) e Subaru (número de veículos não informado) disseram que não há fila de espera, e que as concessionárias estão abastecidas com peça para reposição.

Sobre as queixas de dificuldade em realizar a troca do airbag, a Toyota afirma que “podem haver casos pontuais” de falta de peças, e que, assim que a empresa toma conhecimento, envia as bolsas para troca.

A Chevrolet disse que não iria divulgar tais informações. A Ford afirmou que único recall anunciado até agora, de 2,3 mil unidades da Ranger, foi dividido em duas etapas, e que a substituição das peças começou na última segunda-feira (7).

Nos 2 meses que o G1 acompanhou as queixas no Reclame Aqui, não havia reclamações por falta de peças de carros das marcas Mitsubishi, Chevrolet, FCA, Ford e BMW.

O defeito

O escândalo dos "airbags mortais", da fabricante japonesa Takata, foi descoberto 5 anos atrás. No Brasil, o caso ganhou destaque a partir de 2014. De lá pra cá, dezenas de recalls, de pelo menos 15 marcas, foram convocados. Veja a lista completa.

O defeito é na vedação de um componente chamado insuflador. Com a falha, o airbag acaba explodindo ao ser acionado, projetando fragmentos metálicos contra os ocupantes.

Por este motivo, alguns ferimentos foram confundidos com facadas ou tiro. Em todo o mundo, são mais de 30 milhões de veículos chamados para recall, com 22 mortes e quase 200 feridos. Não há registros de mortes no Brasil.

Este é o maior recall da história. A Takata se declarou culpada e foi multada em US$ 1 bilhão nos Estados Unidos.

Veja como funciona o airbag de um carro

Fonte: G1

Mais Novidades

28 MAI

Fiat Chrysler e Renault seriam o maior grupo do Brasil em vendas com 26% do mercado

A Fiat Chrysler (FCA) anunciou a intenção de fusão com a Renault. O conglomerado formaria o 3º maior grupo automotivo do mundo, segundo números de 2018. No Brasil, ele seria o primeiro colocado com ao menos 26% do mercado. "A busca pela maior competitividade é o norte que vem guiando todas essas montadoras. O mercado está assumindo uma posição de risco mais elevado e exigindo a essas empresas buscarem parcerias, fusões e até mesmo compras", explica o economista Antonio... Leia mais
28 MAI

França quer garantias de emprego em fusão de Renault com Fiat Chrysler

A França buscará proteger empregos locais e ter outras garantias em troca do apoio à proposta de fusão das montadoras de veículos Renault e Fiat Chrysler (FCA), disse o ministro das Finanças do país nesta terça-feira (28). Ele também ressaltou os desafios do negócio. Separadamente, o presidente do conselho de administração da Renault, Jean-Dominique Senard, chegou ao Japão para discutir a proposta com a parceira da empresa francesa, a Nissan - outro obstáculo potencial... Leia mais
28 MAI

Ford Ka FreeStyle se aventura abaixo de R$ 60.000 com motor 1.0

Ka FreeStyle: até então, disponível apenas com motor 1.5, agora tem também 1.0 (Divulgação/Ford)Em tempos em que a principal notícia sobre a marca no Brasil é o fechamento da fábrica de São Bernardo do Campo (SP), a Ford se vira como pode para se manter ativa. Agora, ela apresenta o Ka FreeStyle 1.0.Os três você já conhece: separados, o Ka, a versão FreeStyle e o motor 1.0 já estão na estrada faz um tempo. A novidade é a junção dos três.A versão estreia com um preço... Leia mais
28 MAI

Ela dirigiu 17.600 km dos EUA ao Brasil trazendo este Fusca para a mãe

Yamara e o primo Milton Júnior: juntos em uma aventura que durou 17.600 km (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)Dona Regina é famosa no Instagram de Yamara das Dores – ou apenas @Yamara. Mais do que isso, ela é a mãe de Yamara, uma menina que decidiu viajar aos Estados Unidos para fazer intercâmbio e realizar o sonho de conhecer Justin Bieber.E, depois de alguns meses, resolveu voltar para casa trazendo na bagagem um Volkswagen Fusca conversível 1972, símbolo que representava outro... Leia mais
27 MAI

Correio Técnico: como trocam palhetas em carros com limpadores embutidos?

Como se trocam as palhetas de carros que têm limpadores de para-brisa ocultos sob o capô? – Nelson Pacheco, São Paulo (SP)A posição de serviço permite afastar a palheta do vidro (Fábio Paiva/Quatro Rodas)Acionando o modo de serviço do sistema. Isso normalmente é feito dando um leve toque na alavanca que controla os limpadores, mas em alguns carros é necessário ativar a configuração por meio do sistema multimídia. Esse acionamento faz com que os braços das palhetas fiquem... Leia mais
27 MAI

Nissan Kicks ganha piloto automático na linha 2020 e parte de R$ 78.290

A Nissan atendeu a pedidos e, finalmente, passou a equipar o Kicks brasileiro com piloto automático na linha 2020, que parte de R$ 78.290. A ausência do equipamento era o principal ponto de crítica do SUV desde seu lançamento, em 2016. Veja os preços: S Direct (exclusiva para pessoas com deficiência): R$ 68.640S manual: R$ 78.290S CVT: R$ 85.990SV CVT: R$ 92.790SL CVT: R$ 102.790 Além do piloto automático, as versões equipadas com câmbio automático CVT (que partem de R$... Leia mais