Novidades

07 MAI

Grandes Comparativos: cinco esportivos (quase) indomáveis

Cinco esportivos com propostas diferentes na pista para saber qual é o mais veloz (Germano Lüders/Quatro Rodas)

A barreira da velocidade sempre foi uma obsessão dos fabricantes de automóveis e de quem está ao volante de um esportivo – e isso não se restringe aos pilotos.

Fazer o coração pulsar mais forte ao ver o ponteiro do velocímetro subir a cada fração de segundo é uma sensação que só os puros-sangues são capazes de proporcionar.

Se acelerar um carro acima de 200 km/h é uma tentação, imagine domar, no mesmo dia, cinco feras desse tipo.

Em maio de 1995, QUATRO RODAS levou para a pista nada menos que Ferrari F355, BMW M3 e M5, Mercedes S 600 e Dodge Viper RT/10 para um desafio: qual alcançaria a maior velocidade máxima?

Exceto o Viper – que chegou perto -, todos superaram a marca de 250 km/h brincando.

A Ferrari F355 foi a máquina mais veloz, ao atingir 284,85 km/h (Germano Lüders/Quatro Rodas)

A Ferrari abriu os trabalhos, imponente como sempre. Em vez do tradicional vermelho, a F355 era preta.

Pouco depois de começar a se movimentar na pista circular de 4.290 metros que imita uma reta infinita, no campo de provas da General Motors, em Indaiatuba (SP), já não dava mais para distinguir muita coisa: a Ferrari tornou-se um grande borrão escuro que voava sobre o asfalto.

A 260 km/h em sexta marcha – marca que, até então, nunca havia sido alcançada ali -, o giro ainda estava em 6 000 rpm.

O mais impressionante é que, apesar de a velocidade crescer mais e mais, a F355 se manteve o tempo todo na mão.

Na sexta volta, o velocímetro anunciava 300 km/h.

O tempo da volta mais rápida ficou em 54 segundos e a velocidade real, aferida por equipamentos acionados por célula fotoelétrica, atingiu 284,85 km/h.

A primeira máquina a entrar na pista também foi a mais veloz entre os foguetes avaliados.

Ficha técnica

O M3 é preparado pela Motorsport, divisão esportiva da BMW (Germano Lüders/Quatro Rodas)

O BMW M3 tinha uma preparação extra, que lhe acrescentou 34 cv. Assim, o motor original Motorsport saltou de 286 cv para 320 cv de potência.

Por isso, era natural que ele fosse tirar proveito desse anabolizante adicional. Mas o M3 surpreendeu ainda mais, ao chegar a 273,74 km/h.

Ao contrário da Ferrari, o piloto não pôde curtir a melodia vinda do ronco do seis-cilindros, por causa do bom coeficiente aerodinâmico da carroceria (de 0,32) e da vedação acústica eficiente do habitáculo.

O silêncio, porém, não roubou o prazer de levar o M3 ao seu limite.

Ficha técnica

Com limitador eletrônico, o BMW M5 chegou a 255,14 km/h (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Se o M3 estava livre para voar, seu irmão maior M5 começou a acelerar com restrições: estava equipado com um limitador eletrônico de velocidade.

Cravou 255,14 km/h e não conseguiu ir além, embora tivesse apetite para continuar devorando o asfalto. Uma pena.

Segundo a reportagem, ele apresentou uma vantagem e uma desvantagem em relação ao cupê M3: “Possui motor de maior potência (340 cv), mas é mais pesado. Por isso, perdeu um pouco em aceleração. Mesmo pesando mais, não apresentou tendência exagerada a escapar de frente ou de traseira. E, sendo maior, mostra menos agilidade em manobras. Um lobo em pele de cordeiro”.

O BMW M5 exibia algumas características que o diferenciavam dos outros Série 5, do qual deriva. Na parte externa, as rodas de liga leve tinham um desenho mais arrojado e pintura de cores exclusivas.

Internamente, havia apliques em volante, instrumentos do painel, alavanca de câmbio e bancos de couro. Eram detalhes que o deixavam com uma aparência mais indócil do que o limitador eletrônico permitia.

Ficha técnica

O Mercedes-Benz S600 só não foi mais lento que o Viper, no entanto, era o mais caro dos cinco (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Dos cinco, o Mercedes S 600, com ares de sobriedade, era o único que aparentava ser um carro de executivos que costumam viajar no banco traseiro, deixando a missão de dirigir para o motorista particular.

Bem, se seu dono fizesse isso, perderia uma chance espetacular de pilotar uma máquina “com motor de 6 litros V12, de 48 válvulas, que mais parece uma usina de força”, como definiu o texto.

Esse motorzão de 384 cv não teve dificuldade de levar as 2 toneladas do S 600 a 252,57 km/h em sua melhor volta, feita em 1’01?045.

A suspensão do Mercedes revelou-se macia, mas a oscilação da carroceria transmitiu uma leve sensação de insegurança.

Levando-se em conta que o cupê era equipado com airbag, freios com ABS e protetores contra impactos laterais, o teste foi executado pelo repórter sem medo de acidentes.

Ficha técnica

Dodge Viper RT/10 foi o único que não ultrapassou os 250 km/h (Germano Lüders/Quatro Rodas)

Ao se acomodar no Dodge Viper, a impressão que nosso piloto de testes teve foi a de estar a bordo de um antigo monoposto de corrida, como as chamadas baratinhas.

“As pernas sumindo por debaixo do painel e a ausência de teto completam a sensação”, relatava.

Viper, em inglês, significa víbora e, observando o esportivo de frente, parecia mesmo que ele estava pronto para dar o bote.

O motor V10 desenvolvia 394 cv. Apesar dele, o Dodge foi a fera mais mansa de todas.

Mesmo assim, conseguiu chegar a 246,65 km/h, número que, convenhamos, não pode tirar dele a legitimidade de um esportivo. O fabricante garantia que a víbora poderia atacar a 266 km/h.

“Sem tanta tradição em competições, a Chrysler ousou ao construir o RT/10”, dizia a reportagem.

Ela lembrava que o carro era um tributo ao Shelby AC Cobra, modelo de corrida que conheceu a glória nos anos 60 ao vencer, por exemplo, o Campeonato Mundial de Marcas.

Desde aquela época, o precursor da serpente já fazia suas vítimas, mas dessa vez não seria páreo para o quarteto que brilhou na reta infinita da GM.

Ficha técnica

Nós dissemos em maio de 1995…

Reportagem publicada na edição de maio de 1995 (Arquivo/Quatro Rodas)

“É difícil não se emocionar com uma Ferrari. O teste ia começar e lá estava ela, alinhada como a primeira a entrar na pista, impávida e reluzente. Sua cor negra, em vez de quebrar o mistério que envolve os carros vermelhos, apenas reforçou o sentimento. Seria mesmo indomável aquele cavalo na grade dianteira? No interior, a impressão de um altar sagrado. E o ronco do motor, uma orquestra em êxtase.”

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

05 OUT

Nissan volta a oferecer Kicks S Direct para pessoas com deficiência por R$ 53.082

A Nissan voltou a oferecer o Kicks S Direct, configuração voltada exclusivamente ao público PcD (Pessoas com Deficiência), que teve suas vendas interrompidas há cerca de cinco meses pela alta demanda. As primeiras unidades serão entregues em março. Nissan Versa ganha versão para PcD Para evitar novas interrupções, a Nissan agora estabeleceu novas regras para as concessionárias. Além de um contrato especificando a data de entrega do veículo, as lojas terão cotas para... Leia mais
05 OUT

Jeep Compass e Dodge Journey têm recall por problemas nos freios

A FCA anunciou nesta sexta-feira (5) um recall envolvendo unidades de Jeep Compass e Dodge Journey de ano/modelo 2018 por problemas nos freios. De acordo com a marca, há a possibilidade de formação de bolhas de gás no fluido do sistema de freio. Com isso, o curso do pedal poderá aumentar, resultando na redução do desempenho das frenagens. Para solucionar o problema, será feita uma sangria no sistema para a remoção das bolhas. Participam do recall exemplares do Compass... Leia mais
05 OUT

Toyota anuncia recall de 2,4 milhões de veículos híbridos Prius e Auris

A Toyota anunciou nesta sexta-feira (5) um recall de 2,43 milhões de veículos híbridos Prius e Auris em todo o mundo, um mês depois de adotar a mesma medida com mais de um milhão de carros com esta tecnologia. Ainda não há informações se o defeito atinge veículos também no Brasil. De acordo com a montadora, um problema de funcionamento do sistema híbrido, que combina um motor tradicional de gasolina com outro elétrico, o que poderia provocar acidentes. Os veículos podem... Leia mais
05 OUT

Novo Suzuki Jimny virá ao Brasil com erros e acertos do modelo anterior

A eficiência no off-road continua no novo Jimny, com destaque para os ótimos ângulos de entrada (41º) e saída (51º) (Rodrigo Ribeiro/Quatro Rodas)Fazer um carro moderno com vínculo profundo às suas raízes é difícil, mas a Suzuki aparentemente conseguiu isso com a quarta geração do Jimny. Isso, porém, teve seu preço, como observamos na primeira aparição pública do rústico SUV, no Salão de Paris.O jipinho japonês ganhou pela primeira vez tecnologias impensáveis para um... Leia mais
05 OUT

Juiz pede que Tesla e órgão regulador justifiquem acordo antes de conceder aprovação

Um juiz dos Estados Unidos pediu que o presidente-executivo da Tesla, Elon Musk, e o órgão regulador de mercado norte-americano (SEC), apresentem uma declaração conjunta em 11 de outubro, antes de aprovar o recente acordo firmado entre as partes. O juiz Alison Nathan disse que é comum no tribunal de Nova York que uma carta conjunta seja apresentada para explicar porque a corte deveria aprovar o acordo proposto. A Tesla e Musk concordaram em pagar US$ 20 milhões cada para a SEC... Leia mais