Novidades

27 ABR

Impressões ao dirigir: Novo Touareg, o primo rico da VW

O SUV cresceu 7,7 cm para poder levar mais bagagem (Divulgação/Volkswagen)

Quando surgiu, em 2002, o sedã Phaeton foi incumbido de roubar uma fatia do mercado de luxo das mãos da BMW, Mercedes e até da Audi (que faz parte do grupo VW). Mas o sonho de megalomania da marca alemã que sempre fez carros populares naufragou.

A empresa percebeu que, no segmento premium, o status da marca é tão importante quanto a sofisticação do carro em si. Por isso, as vendas do Phaeton nunca deslancharam e ele saiu de linha em 2016, como um dos maiores fracassos da empresa.

Apesar do aumento do porte, ele ficou 106 Kg mais leve (Divulgação/Volkswagen)

Sobrou então para o Touareg – que desde 2002 já vendeu mais de 1 milhão de unidades em todo o mundo – a responsabilidade de ser o único modelo da família VW a tentar seduzir o público de alto poder aquisitivo, o que tem feito com bons resultados na Europa e na China.

Mas agora ele deixa de ser exportado para os Estados Unidos, onde a marca começou a comercializar o Atlas, um SUV igualmente grande, mas com um posicionamento de preço inferior.

O câmbio é automático de 8 marchas (Divulgação/Quatro Rodas)

Ainda sem previsão de chegada ao Brasil, a terceira geração do Touareg mudou bastante para tentar cativar os consumidores endinheirados.

Assim, ele melhorou por dentro, com mais espaço, equipamentos e qualidade de acabamento, semelhante ao que vemos nas marcas alemãs premium.

Por fora o novo SUV está 7,7 cm mais comprido (total de 4,88 m), 4,4 cm mais largo e apenas 0,7 cm mais baixo.

Mas manteve seu entre-eixos de 2,89 metros (igual ao do Porsche Cayenne, que também usa a plataforma MLB Evo, compartilhada com o Bentley Bentayga e o Lamborghini Urus.

Como o entre-eixos é o mesmo, o espaço para motorista e passageiros não mudou muito (Divulgação/Volkswagen)

Assim, o maior ganho ficou mesmo por conta do porta-malas, cujo volume cresceu de 697 para 810 litros (mesmo mantendo os bancos traseiros na posição normal).

E, apesar do aumento de tamanho, ele ficou 106 kg mais leve, devido ao maior uso de alumínio.

O porta-malas cresceu 113 litros (Divulgação/Quatro Rodas)

O novo sistema de iluminação é extremamente avançado, no caso dos faróis opcionais LED Matrix, que trazem 75 pontos de luz que são responsáveis pelo controle de 12 funções.

Permitem, por exemplo, que as luzes se ajustem automaticamente a cada cenário, cada situação de condução e até à hora do dia.

Mudança do farol alto para o baixo e vice-versa, uso na cidade, na estrada, no off-road, nevoeiro, é tudo feito automaticamente, com luz brilhante e sem ofuscar os outros motoristas.

O Touareg III é também o primeiro Volks a contar com um sistema de visão noturna que detecta radiação infravermelha emitida pelos seres vivos, projetando a imagem deles em cores no painel.

Infravermelho pode detectar animais ou pessoas na via (Divulgação/Volkswagen)

Esse mesmo nível de sofisticação pode ser visto no interior. São 30 pontos de luz ajustável no total, dos puxadores e painéis de porta ao porta-luvas, das luzes de cortesia ao piso.

No painel, há uma supertela de 15 polegadas de alta resolução (só na versão topo de linha), que é direcionada para o motorista e agrupa a quase totalidade dos comandos, como som, ar-condicionado ou aquecimento/refrigeração dos bancos, havendo apenas alguns botões analógicos para funções de utilização mais frequente, como o volume do sistema de áudio, por exemplo.

A supertela, de, 15 polegadas, é voltada para o motorista (Divugação/Volkswagen)

A tela trabalha em conjunto com o quadro de instrumentos digital de 12 polegadas e o maior head-up display disponível na linha VW (21,7 x 8,8 cm).

A oferta de espaço interno é tão generosa quanto a qualidade dos materiais ou o isolamento acústico da requintada cabine.

A qualidade dos materiais é tão generosa quanto o espaço interno (Divulgação/Volkswagen)

A crítica fica apenas para o tipo de volante, pois a unidade que equipava o protótipo que dirigimos em Saragoça (Espanha) parece simples demais e não combina com o moderno e bem construído painel de bordo.

Também faz falta nesse segmento a tampa do porta-malas com acionamento elétrico de série (será opcional).

A suspensão pneumática ganhou a opção do compensador de rolamento da carroceria, graças às barras estabilizadoras ajustáveis eletricamente, sistema que já estreou no Audi Q7.

Traz os programas Normal e Comfort, além (como extras) dos modos Off-Road (2,5 cm mais alto) e Special Off-Road (7 cm).

Há ainda o ajuste que baixa a traseira em 5 cm para carregar o porta-malas.

Outra grande novidade em termos de chassi é o eixo traseiro direcional, que é determinante para que esse modelo seja muito mais ágil e manobrável, para dar conta do seu porte agigantado.

Graças ao eixo traseiro direcionável, a nova geração ficou mais estável em alta velocidade e , nas manobras, pode fazer um retorno quase no mesmo espaço de um Golf (Divulgação/Volkswagen)

O sistema faz com que as rodas traseiras girem no sentido oposto ao das dianteiras a velocidades de até 37 km/h e no mesmo sentido acima dessa velocidade.

Esse recurso permitiu diminuir em 1 metro seu diâmetro de giro (de 12,2 para 11,2 m).

Dessa maneira, ele consegue fazer um retorno em uma rua quase no mesmo espaço que um Golf (10,9 m).

No seu lançamento na Europa, em meados do ano, o novo Touareg terá dois motores V6 3.0 diesel (231 e 286 cv) e no segundo semestre, um V6 a gasolina de de 340 cv.

No ano que vem, chega o V8 4.0 diesel de 421 cv (o mesmo do Audi SQ7) e uma variante híbrida plug-in (367 cv), este apenas para a China por enquanto.

Sob o capô, o V6 3.o pode ter 231 ou 286 cv (Divulgação/Volkswagen)

No nosso test-drive na Espanha, pudemos dirigir o novo SUV em fase de protótipo, mas muito próximo do carro de produção.

E deu para notar que a direção é rápida e suficientemente comunicativa, mesmo não sendo variável, ao contrário do Q7 e do Porsche Cayenne – a VW prefere maior linearidade nas reações.

Já a suspensão pneumática assegura um conforto impecável, que não fica devendo ao ClasseS ou Série7.

Ao mesmo tempo, as barras estabilizadoras ativas e o amortecimento variável permitem anular as oscilações laterais da carroceria o suficiente para não se notar que estamos num SUV com 1,7 metro de altura.

Rodas têm 21 polegadas (Divulgação/Volkswagen)

No final das contas, nada diferente do que se esperaria de um modelo que pretende brigar de igual para igual com BMW e Mercedes.

Criador das linhas do novo Touareg, o paulista Arnaldo Cruzeiro já era um apaixonado por design de automóvel e sonhava um dia em poder seguir essa profissão, até que uma matéria na QUATRO RODAS (há mais de 20 anos) o ajudou a dar os primeiros passos na carreira.

Em um estúdio em Hamburgo, Alemanha, ele falou como tudo começou.

Arnaldo Cruzeiro: há 15 anos na matriz (Divulgação/Volkswagen)

Quer dizer que a QUATRO RODAS tem uma pontinha de responsabilidade pelas linhas da nova Touareg serem de um brasileiro?

Arnaldo Cruzeiro: Sem dúvida. Um dia li uma matéria na QUATRO RODAS sobre design, que terminava com os contatos de escolas de design industrial no Brasil, o que me motivou a tentar fazer um curso e seguir essa profissão.

Mais de duas décadas depois, fui nomeado designer-chefe da terceira geração da Touareg.

Comecei no Brasil, na fábrica da Volkswagen de São Bernardo do Campo (SP), e agora estou na matriz, na Alemanha, onde atuo há 15 anos.

Trabalhei no Touareg anterior, no facelift da última Tiguan e em conceitos de salão, como o T-Cross Breeze.

Quais as principais diferenças comparadas à geração anterior?

Arnaldo Cruzeiro: A ideia era fazer um Touareg mais sofisticado e também mais esportivo. Na frente, fizemos uma espécie de máscara, composta pela grade e pelos faróis, para criar a imagem de um ícone.

É uma grade enorme, cromada (que também pode ser preta), que, com o para-choque, está perfeitamente integrada aos grupos ópticos de leds, fundindo design e tecnologia de uma forma inovadora.

É um veículo que exprime confiança pelo enorme capô, que deixa adivinhar grandes motores que há por baixo.

A lateral define sempre o segmento e isso se verifica aqui com linhas dinâmicas e esportivas, ajudando a criar o jogo entre luz e sombra que realça a escultura.

Os salientes arcos das rodas também fazem passar uma imagem de robustez e de poder sobre qualquer tipo de terreno. O visual traseiro é uma das minhas partes preferidas.

Muito expressivo e com zonas de chapa mais limpa para tornar o design mais premium e contrastando com o perfil onde há mais “movimento”.

Maior e mais sofisticado (e mais caro), o novo Touareg agora tem poucas chances de vir ao Brasil.

Boas chances de ser vendido por aqui (Divulgação/Quatro Rodas)

Faz sentido a Volks oferecer dois SUVs grandes, como os primos Touareg e Atlas? De fato, eles são menos rivais entre si do que parece. O Atlas é maior (5,04 metros contra 4,88) e leva sete pessoas, porém é menos luxuoso.

Outra diferença está no seu mercado. Enquanto o Touareg busca cativar os compradores da Europa, o Atlas foi lançado no fim de 2017 para abastecer o mercado americano – ele é produzido na fábrica de Chattanooga, no Tenneesse.

Também é vendido na China e no Oriente Médio com o nome Teramont. Sua motorização é mais comedida: há um 2.0 TSI de 238 cv (tração 4×2) e um V6 3.6 de 280 cv (4×4).

Como ele é mais barato que seu primo, o Atlas tem hoje maior chance de ser vendido no Brasil que o novo Touareg.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

29 JAN

Guia: conheça todos os carros híbridos e elétricos à venda hoje no Brasil

Aquele papo de demanda reprimida nunca ficou tão evidente como com os híbridos e elétricos. Bastou o governo anunciar o Rota 2030 com incentivos para tecnologias de eficiência energética para as marcas anunciarem novos modelos para o mercado. Mas você sabe quanto custa manter um híbrido? Quanto tempo leva para carregar aquele elétrico? Quanto consegue rodar com uma carga e quanto tempo leva essa carga? QUATRO RODAS elaborou um guia com os principais veículos, digamos, ecologicamente... Leia mais
28 JAN

Anúncio de medidas para superar crise preocupa funcionários da GM em Gravataí

Medidas anunciadas pela General Motors, dona da Chevrolet, para contornar a crise financeira deixaram os trabalhadores da montadora em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, apreensivos. O Sindicato dos Metalúrgicos pediu uma reunião de emergência com a direção da montadora, para entender a proposta da empresa. A reunião acontecerá nesta terça-feira (29), em São Paulo. E ainda marcou para as 5h30 da terça um protesto na frente da unidade. O sindicato representa... Leia mais
28 JAN

Ferrari processa brasileiro que tentou vender cópia da F40 por R$ 80.000

A cópia da F40 foi apreendida pela polícia civil (Arquivo Pessoal/Reprodução/Internet)A vida de construtores de réplicas alternativas no Brasil não está fácil. Depois de um pastor ver a patente de seu Lamborghini ser negada, agora um construtor teve sua “Ferrari F40” apreendida pela polícia.O dentista Vitor Estevan afirmou ao portal G1 que começou a construir o modelo há pouco mais de um ano. O protótipo foi feito misturando componentes de diversos carros — o volante, do lado... Leia mais
28 JAN

Novo Renault Clio é o hatch que o Sandero nacional deveria ser

Dianteira remete à geração anterior vendida na Europa (Ferd/Internet)Não fique triste: a quinta geração do Renault Clio está bem distante do Brasil. Mas isso não impede que a gente babe com as imagens recém-reveladas do hatch (e torça pela chegada ao país).Enquanto o painel foi mostrado oficialmente pelo fabricante, dianteira e traseira do modelo vazaram na página Ferd, dedicada aos segredos da indústria automotiva no Facebook.Painel recebeu componentes do Duster vendido na... Leia mais
28 JAN

Brasileiro ignora ameaça da GM e Chevrolet Onix vende tanto quanto antes

Chevrolet Onix vendeu mais de 13 mil unidades nas quatro primeiras semanas do mês (Divulgação/Chevrolet)O Chevrolet Onix continua soberano como carro mais emplacado no Brasil, sem qualquer sinal de abalo no ritmo de vendas, apesar das reações negativas nas redes sociais em relação à ameaça de a General Motors deixar o Brasil.QUATRO RODAS teve acesso ao relatório parcial de janeiro da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) até a última... Leia mais
28 JAN

Carro autônomo da Volvo recebe aval para testes mais avançados na Suécia

A Volvo conseguiu aval para começar a testar um programa de computação para carros autônomos na Suécia nesta segunda-feira (28) sem interferência do motorista. Segundo a empresa Veoneer, parceira da montadora sueca, a autorização foi para condução autônoma de nível 4 - o segundo maior nível. Ele permitirá que o carro da Volvo ande sozinho a uma velocidade máxima de 80 km/h. Por precaução, o veículo terá um motorista treinado a bordo, mas ele não colocará as mãos... Leia mais