Este carro apita o tempo todo e por qualquer coisa. Haja paciência! (Divulgação/Lamborghini) Hoje estamos acostumados a carros que bipam e apitam constantemente. Eles apitam quando você abre a porta, quando você não põe o cinto de segurança de imediato, se você colocar uma sacola de compras no banco do passageiro, quando você tenta dar a partida sem pisar na embreagem, se achar que você vai bater num poste, quando você se esquece de desligar os faróis ou mesmo se você deixar o celular no porta-luvas. Alguns apitam até mesmo quando você cochila ao volante. Mas, quando se trata de fazer sons irritantes o tempo todo sem motivo algum, nada chega perto do Lamborghini Huracán Performante. Ele apitou quando dei a partida numa manhã gelada de Londres. Era porque a TSU estava falhando. Eu não tinha ideia do que era uma TSU, mas ela falhou de novo momentos depois, com outro apito para me alertar do fato. E, após mais ou menos um minuto, apitou de novo. Então liguei para a Lamborghini, que disse que o carro que eu tinha era de pré-produção e que a telemetria não estava instalada corretamente. Levei-o então a uma concessionária, que o ligou a um notebook e disse que os apitos iam parar. E veio um novo apito quando voltava para o escritório. De novo peguei os óculos, para ver o que estava errado. E, segundo uma pequena mensagem no painel eletrônico, algo chamado MMI desativou-se. Como a desativação da misteriosa MMI (acabei descobrindo ser a interface multimídia) não estava fazendo diferença no meu percurso e só tinha havido um apito, eu achei que podia viver com isso. Que belo motor V10 tem esse Lamborghini, provavelmente o último da sua espécie (Divulgação/Lamborghini) Naquela tarde, viajei para fora de Londres, e quando entrei na rodovia principal o carro apitou de novo. Outra vez peguei meus óculos para ler a mensagem, que desta vez dizia que eu devia desligar o motor e verificar o nível do óleo. Eram 6 da tarde, eu estava em uma estrada e garoava. Então achei que isso poderia esperar até o próximo posto. Ao reduzir a velocidade para pegar o acesso para o próximo posto, a luz de alerta desligou. Ela decidiu que, no fim das contas, havia óleo suficiente no motor, por isso acelerei de novo. Só que, dez minutos depois, mais um apito me informava que o nível de óleo estava baixo e deveria parar. Mas não parei. Eu estava ocupado demais tentando ligar o GPS, que não estava funcionando. E então a luz de alerta do óleo apagou de novo. E tudo estava bem. Só que não. Porque, a essa altura, eu estava tentando achar o botão de acionamento dos limpadores de para-brisa. E a cada vez que você tenta ligar os limpadores de para-brisa, acaba ouvindo a Classic FM com seu pisca esquerdo ligado. A coisa fica pior quando você está na estrada e precisa do farol alto, porque quando solta o botão, o farol alto desliga. Então você tem de apertá-lo de novo, exceto o fato de que nesse ponto você está fazendo uma curva e acabou desligando os limpadores de para-brisa. Em desespero, fiquei mexendo nos botões perto do meu joelho direito, até que todas as luzes se apagaram. Então, estou a 80 km/h, está escuro e chovendo e nem os faróis nem os limpadores de para-brisa estão ligados. Logo após resolver isso tudo – com uns bons xingamentos – acabei atrás de um Audi que parecia estar sendo dirigido por uma lesma. Eu precisava desesperadamente chegar em casa até as 7 da noite, então coloquei o Huracán no modo Corsa (corrida), o que fez com que o painel de instrumentos se transformasse em um enorme conta-giros, e quando encontramos uma pequena reta cravei o pé no acelerador. E o resultado foi um som diferente de tudo o que eu já tinha ouvido. Claramente, o motor havia decidido que o óleo tinha acabado, e explodiu. O interior combina com o charme do carro: extravagante e ousado (Divulgação/Lamborghini) Em pânico, eu desisti da manobra de ultrapassagem e tirei o pé do acelerador. E então me dei conta de que era apenas o barulho que um Huracán faz quando você o cutuca com uma vara. Enfim, consegui ultrapassar o Audi, mas daí já era tarde demais: perdi meu compromisso. Mas no Lambo isso não é problema, porque o carro é tão barulhento que você não ouve mais nada. Nunca mais. O som começa como uma britadeira e daí, quando se pisa fundo, você tem bebês chorando, bombas improvisadas explodindo, o vulcão Krakatoa, The Grateful Dead, um F-1 antigo com motor V10 em plena aceleração e um esquadrão de caças F-15 em potência de combate. Tudo isso no seu carro. Ao mesmo tempo. O que é extraordinário é que o carro não é grande. Sim, ele é ornamentado com uns defletores estranhos na traseira e sua frente se parece meio com um focinho. E meu carro de teste era laranja. Mas ele não é grande. É o que torna o som que ele faz meio ridículo.
Fonte:
Quatro Rodas



28 FEV
Jeremy Clarkson: Lamborghini Huracán, irritantemente excepcional
Mais Novidades
Audi R8 V10 x AMG GT R: o confronto de R$ 2,4 milhões e 1.200 cv
Grades dianteiras: hexagonal no R8, e com 15 frisos verticais no GT R (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Apenas analisando a ficha técnica, Audi R8 V10 Plus e Mercedes-AMG GT R dão a impressão de que são parecidos. As fábricas descrevem seus carros da mesma forma: projetos inspirados em modelos de corrida, com motores poderosos, emprego de materiais como alumínio e fibra de carbono para reduzir peso e aerodinâmica ativa.
Os dois são...
Leia mais
Landwind X7 reestilizado é cópia do Evoque e tem preço de Uno
Apesar das mudanças, o X7 ainda é “muito parecido” com o Evoque (Landwind/Divulgação)
Mais conhecido como clone do Evoque, o Landwind X7 passou por uma reestilização. As mudanças, no entanto, não afastaram a cópia do modelo de luxo original. O chinês permanece como um doppelgänger do SUV britânico.
Novas lanternas são interligadas por barra de leds (Landwind/Divulgação)
Ainda que de forma sutil, já se...
Leia mais
Longa Duração: Kicks passa pelo último teste antes do desmonte
Kicks na rede Nissan teve ofertas de até R$ 77 mil (Silvio Gioia/Quatro Rodas)
Está chegando a hora da despedida do Kicks: com 60.000 km no painel e apenas o desmonte à frente, o SUV foi levado a lojas e concessionárias, num exercício de venda, feito para aferir sua receptividade no mercado de usados – e, consequentemente, seu índice de desvalorização.
A primeira concessionária visitada foi a Sinal, onde compramos nosso Kicks, em...
Leia mais
Renault Kwid tem aumentos de até R$ 1.100
Versão Zen custa agora R$ 36.490 (Christian Castanho/Quatro Rodas)
Novembro mal começou e o Renault Kwid já tem nova tabela de preços. E, claro, está mais caro. Só o básico Kwid Life escapou do reajuste e segue à venda por R$ 29.990.
Renault Kwid Life continua por R$ 29.990 (Divulgação/Renault)
A versão intermediária Zen+rádio foi a que recebeu o maior aumento (R$ 1.100), passando dos R$ 35.390 para R$ 36.490....
Leia mais
Porsche volta a produzir freios a tambor para seus modelos
O 356 foi o primeiro carro produzido em série pela Porsche (reprodução/Internet)
Ao mesmo tempo em que se empenha para preservar suas raízes, a Porsche é uma das marcas que mais investem em inovação. Provas não faltam: motorizações turbo, transmissões de dupla embreagem e investimentos nas tecnologias híbrida e elétrica são bons exemplos do vanguardismo da marca.
É por isso que pouca gente entendeu porque a empresa retomou a...
Leia mais
Impressões: Toyota Yaris, mais que Etios e menos que Corolla
Aparência de Corolla e jeito de andar do Etios (Colin Dunjohn/Quatro Rodas)
Recentemente a Volkswagen anunciou o Virtus para ocupar a lacuna entre o Voyage e o Jetta. Este sedã, derivado da nova geração do Polo, terá como missão não apenas reconquistar os clientes do antigo Polo sedã, mas também roubar os consumidores do Honda City.
Nota-se, então, que o segmento volta a prosperar, mas o asfalto não será tão liso assim para o...
Leia mais