Nosso primeiro Escort já era da terceira geração (Guilherme Giansanti/Quatro Rodas) O lançamento do Escort em 1983 indicou o começo de uma nova era para a Ford. Ele foi o primeiro carro mundial da marca fabricado no país. Antes dele, houve projetos americanos – Galaxie, Maverick e as picapes da série F -, além de um nacional herdado da Willys e da Renault, o Corcel e derivados. O Escort representou uma injeção de modernidade na indústria, numa safra que incluiu ainda o Chevrolet Monza, o Fiat Uno e o Volkswagen Santana. Nosso primeiro Escort equivalia à terceira geração na Europa. O Escort era o típico carro médio-compacto europeu da época, com motor transversal e tração dianteira. Seu estilo podia ser chamado de dois volumes e meio. Havia um prolongamento na traseira hatch que sugeria o porta-malas destacado de um sedã de três volumes. Havia carroceria de três ou cinco portas, câmbios de quatro ou cinco marchas. Nem hatch, nem sedã: é um dois volumes e meio (Guilherme Giansanti/Quatro Rodas) Após um teste com o modelo europeu, em agosto de 1983 QUATRO RODAS avaliou o Escort GL 1.6 a álcool, versão mais luxuosa que o básico L e mais simples que os Ghia e XR3. A suspensão estava mais macia devido a nosso asfalto em geral mais irregular. “Mas, andando em pisos bons e velocidades elevadas (acima das permitidas legalmente), essa suspensão se revela muito mole e o carro perde algumas das qualidades que sentimos na Europa”, o texto ponderava. Freios, consumo, conforto e espaço interno eram pontos positivos, segundo o teste. A garantia contra corrosão era de três anos, a maior do mercado, ainda que metade da oferecida na Europa. Volante de dois raios facilita a leitura do painel; controles de ventilação ficam na horizontal (Guilherme Giansanti/Quatro Rodas) A versão esportiva XR3 1984 1.6 trouxe quase 10 cv a mais que os 73 cv originais e suspensão mais rígida. Tornou-se um clássico dos anos 80. Entretanto, foi a versão 1.3 básica, de 56,7 cv, que se tornou o carro nacional mais econômico testado por QUATRO RODAS em fevereiro de 1984, com 18,39 km/l na estrada, vazio. Foi o Escort GL que o piloto Ayrton Senna avaliou num teste com diversos carros nacionais, publicado em março de 1984. Segundo ele, “os freios provaram que são um ponto alto da Ford”, mas “o cinto de segurança deveria travar ao menor puxão”. Painel era completo, mas sem conta-giros (Guilherme Giansanti/Quatro Rodas) “É um carro gostoso de dirigir e confortável, apenas não o acho tão macio como QUATRO RODAS costumava criticar na época do lançamento”, diz o engenheiro carioca Adriano Trindade Gomes, segundo dono deste GL 1.6 a álcool 1984/1985, localizado pelo Escort Clube. Em 1985 chegou o XR3 conversível, que custava quase o dobro de um Escort L. Com uma remodelação, vieram motor e suspensão recalibrados em 1987. Em maio de 1989, a revista andava no “Escortwagen”, com motor VW 1.8 de 105 cv, fruto do casamento entre os dois fabricantes, a Autolatina. “A potência maior se revela na arrancada, em que ele até patina”, disse Luiz Bartolomais Júnior. Logo chegaria o Verona, versão de três volumes do modelo, exclusiva do Brasil. A versão de cinco portas, fora de linha desde 1986, voltou às lojas em 1991 com o Escort Guarujá argentino. Item de comodidade da época: porta-cassete (Guilherme Giansanti/Quatro Rodas) A segunda geração do Escort, quarta dos europeus, trouxe em 1993 linhas arredondadas e o fôlego do VW 2.0i de 116 cv para o XR3. O Escort antigo teve sobrevida como Hobby. Uma remodelação em 1996 marcou a transferência da produção para a Argentina, meses antes de novo redesenho. Importado também como sedã e perua, o Escort duraria até 2003, depois de três anos de convivência com o Focus, seu substituto no mundo todo. O Ford nacional mais importante dos anos 80 já tinha incluído o Brasil nas estratégias mais globalizadas da empresa, que duram até hoje.
Fonte:
Quatro Rodas
Grandes Brasileiros: Ford Escort GL
Mais Novidades
Teste: rodamos com 4 elétricos até acabar a bateria. Qual foi mais longe?
Ponto de partida ocorreu no escritório da ABB em São Paulo (Alexandre Battibugli/Quatro Rodas)A preocupação dos consumidores com o alcance dos carros elétricos é tão grande que ganhou termo próprio pelas marcas: range anxiety, ou “ansiedade de autonomia”, em tradução livre.Quem já confiou demais na luz de reserva conhece bem essa aflição de o carro ficar sem combustível antes de chegar ao posto mais próximo.Para tentar superar isso, os fabricantes vêm investindo pesado para...
Leia mais
App de celular permite suavizar multas e eliminar pontos de infrações
Funcionário da CET rebocando automóvel estacionado em local proibido numa rua da cidade (Oslaim Brito/Quatro Rodas)O aplicativo do DER (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo) passou a permitir, desde a última segunda-feira (2), que condutores solicitem a PAE (Penalidade de Advertência por Escrito).O recurso já é previsto no CTB (Código de Trânsito Brasileiro) e possibilita que o condutor troque uma multa por uma advertência, ficando isento do pagamento e do...
Leia mais
Airbag externo promete tornar colisões laterais 40% menos “letais”
(Jonatan Sarmento/Arte/Quatro Rodas)– (Jonatan Sarmento/Arte/Quatro Rodas)Os veículos autônomos prometem acabar com os acidentes de trânsito quando todos os carros, motos, bicicletas, pedestres e ruas estiverem conectados. Como esse dia de conexão total ainda vai demorar e, antes, haverá uma fase em que os autônomos circularão lado a lado com modelos guiados por humanos, as fábricas tratam de desenvolver novos dispositivos de segurança adaptados a esse cenário. A fornecedora...
Leia mais
VW T-Cross enfim embala e vende mais que HR-V e Kicks em agosto
Na versão Highline, T-Cross tem grade preta com frisos e detalhes cromados (Pedro Danthas/Quatro Rodas)O Volkswagen T-Cross parece enfim estar se estabelecendo no mercado brasileiro. Após uma estreia um tanto morna nas concessionárias, o SUV compacto parece estar embalando rumo ao patamar de vendas esperado pela marca.Em agosto de 2019, o modelo foi responsável por 4.224 emplacamentos, recorde desde que foi lançado. É mais do que os 4.054 e 3.887 exemplares alcançados por Honda HR-V e...
Leia mais
Perto do fim de produção no Brasil, Audi A3 tem série de despedida nos EUA
O A3 Sedan é oferecido sempre com motor 2.0 nos EUA, com tração dianteira ou integral (Divulgação/Audi)Apesar da Audi negar o fim da produção do A3 Sedan no Brasil, antecipada com exclusividade por QUATRO RODAS, o modelo já começou sua despedida globalmente.A divisão americana da marca das quatro argolas anunciou a série especial Final Edition do três-volumes exclusiva para o mercado local.O pacote será oferecido para as versões de tração dianteira ou integral do carro, e...
Leia mais
A quase 500 km/h, Bugatti Chiron vira o carro de rua mais rápido do mundo
Chiron ultrapassou 490 km/h em pista de testes da Volkswagen (Divulgação/Bugatti)O superesportivo Bugatti Chiron fez história ao alcançar 490,3 km/h, ultrapassar a barreira das 300 mph e pulverizar o recorde de velocidade para veículos de produção, aqueles liberados para transitar pelas ruas.Nos últimos 12 anos a marca de “carro de produção mais rápido do mundo” cabia ao superesportivo norte-americano SSC Ultimate Aero, que atingiu 412 km/h em 2007.O feito foi alcançado na...
Leia mais