Novidades

29 DEZ
Grandes Brasileiros: Chevrolet Kadett GSi conversível

Grandes Brasileiros: Chevrolet Kadett GSi conversível

Chevrolet Kadett GSi conversível

(Marco de Bari/Quatro Rodas)

Era o auge da euforia da abertura do mercado aos importados quando surgiu o Kadett GSi, no fim de 1991, acrescentando uma importante vogal ao nome da versão GS, lançada em 1989.

O fim da era do carburador, que abriu espaço para a injeção eletrônica no país, ofereceu um presente a mais para o consumidor brasileiro, o GSi conversível. O carro nasceu com um único concorrente nacional na mesma versão, o Ford Escort 1.8 XR3.

Mesmo com os primeiros BMW, Mercedes e Alfa roubando atenções nas ruas, o GSi conversível conseguiu se tornar um dos carros mais exclusivos do mercado, embarcando o que havia de mais atual em tecnologia entre nossos fabricantes – e envolvendo uma complexidade de produção inédita em nossa indústria.

Enquanto o Ford era todo produzido localmente em parceria com a Karmann Ghia, as estruturas metálicas do GSi eram fabricadas aqui para então serem enviadas ao estúdio Bertone na Itália. Era lá que as chapas ganhavam as formas do conversível.

Feito isso, a carroceria voltava ao Brasil, onde a mecânica era instalada e o carro recebia pintura, acabamento e capota.

Chevrolet Kadett GSi conversível

(Marco de Bari/Quatro Rodas)

Claro que essa cara logística somava status a um carro que, por si só, já se destacava pelos recursos e conveniências. Por outro lado, na Europa, a linha Kadett estava sendo substituída pelo primeiro Astra.

Mas que vantagens o GSi oferecia para enfrentar o cobiçado XR3? Quando foi lançado, muitas. Partindo-se do princípio de que o Escort esportivo usava um motor 1.8 de 97 cv, contra o 2.0 de 121 cv do GSi, eram previstos os resultados do comparativo entre os dois, que QUATRO RODAS realizou em dezembro de 1991.

Nele, o Chevrolet alcançou 175,4 km/h de máxima, contra 168,4 km/h do Ford, e acelerou de 0 a 100 km/h em 10,7 segundos, ante 12,18. Em contrapartida, a avaliação destacava a maior economia do XR3 – mesmo 10% pior que na versão fechada, enquanto o GSi só piorou 2% em relação ao hatch.

Chevrolet Kadett GSi conversível

Em março de 1993, haveria uma inversão desse comportamento em outro comparativo da revista. Aproveitando as vantagens da Autolatina, o XR3 acabara de ser promovido ao motor AP-2000i da Volkswagen, além de um estilo todo novo.

Agora os dois modelos poderiam se enfrentar de igual para igual, ou quase. Se o novo motor dava ao XR3 116 cv, ainda menos que os 121 cv do GSi, eles foram suficientes para levá-lo a 186,4 km/h, contra 183,3 km/h do Chevrolet. E ainda manteve uma pequena vantagem na aceleração e no consumo.

De qualquer forma, seria impróprio reduzir os atrativos do Kadett GSi conversível aos números de desempenho. E ninguém mais isento para destacar as qualidades do GSi que um apaixonado por Ford, o ortopedista paulista Sérgio Minervini, dono deste exemplar 1995 branco e de outros carros que já ilustraram esta seção.

Chevrolet Kadett GSi conversível

(Marco de Bari/Quatro Rodas)

“Ele tem suspensão traseira regulável, trio elétrico, painel digital, volante escamoteável, bancos Recaro, freios a disco nas quatro rodas, vidros PPG e lanternas alemãs. É difícil acreditar que é nacional”, diz ele.

Minervini conta que o sistema de capota elétrica italiano custava 4.000 dólares e que, quando era danificado, as seguradoras avaliavam como perda total. Segundo o colecionador, elas preferiam pagar o valor do carro todo.

Chevrolet Kadett GSi conversível

(Marco de Bari/Quatro Rodas)

A abertura elétrica do teto era um equipamento que ainda faltava ao GSi nos dois comparativos de QUATRO RODAS. Isso contou a favor do XR3, que já possuía esse recurso, mas Minervini se lembra que ainda no decorrer de 1993 a capota elétrica passou a constar na lista de equipamentos do Chevrolet.

Tanta tecnologia e comodidade deste e de outros modelos de luxo ou esportivos nacionais não evitaram que o consumidor desse segmento pendesse progressivamente para modelos importados equipados com o que havia de mais moderno e uma dose extra de status.

Mostradores digitais do Kadett GSI ConversÌvel, modelo 1995 da Chevrolet, testado pela revista Quatro Rodas.

(Marco de Bari/Quatro Rodas)

O GSi não completaria cinco anos de mercado. Já o Kadett duraria um pouco mais, até a GM conseguir nacionalizar a nova geração do Astra em 1998. Desde que o GSi e o XR3 saíram de linha, nossa indústria nunca mais produziu conversíveis de série.

Ficha técnica – Chevrolet Kadett GSi

  • Motor: dianteiro, transversal, 4 cilindros em linha, refrigeração a água, 1.998 cm³, comando de válvulas no cabeçote, injeção eletrônica Bosch LE Jetronic
  • Diâmetro x curso: 86 X 86 mm
  • Potência: 121 cv a 5.400 rpm
  • Torque: 17,6 mkgf a 3.000 rpm
  • Câmbio: manual de 5 velocidades
  • Carroceria: hatch de 2 portas e conversível
  • Dimensões: comprimento, 407 cm; largura, 181 cm; altura, 135 cm; entreeixos, 252 cm
  • Peso estimado: 1.140 kg
  • Suspensão: Dianteira – independente, McPherson, braço triangular, molas helicoidais e amortecedores pressurizados. Traseira – semi-independente, braços longitudinais e eixo de torção, molas helicoidais e amortecedores pressurizados
  • Freios: disco ventilado nas rodas dianteiras, disco rígido na traseira
  • Direção: hidráulica, pinhão e cremalheira
  • Rodas e pneus: liga leve, aro 14 e tala de 5,5J pol.; pneus 185/65 HR 14

Teste QUATRO RODAS – Março de 1993

  • Aceleração 0 a 100 km/h: 11,45 s
  • Velocidade máxima: 183,3 km/h
  • Frenagem 80 km/h a 0: 30,9 metros
  • Consumo: 8,22 km/l (urbano), 12,73 km/l (rodoviário, vazio)
  • Preço (fevereiro de 1993): Cr$ 612.435.000
  • Preço (atualizado IGP-M/FGV): R$ 216.291

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

10 JUN

Correio Técnico: o que significam os números 6×4 e 8×2 dos caminhões?

Caminhões com mais de um eixo de tração geralmente são usados em locais de menos aderência (Divulgação/Volkswagen)O que significam os números 6×2, 8×2 e 6×4 que aparecem nos caminhões? – Alexandre pinto, Maria da Fé (MG)O primeiro algarismo indica o número de rodas e o segundo, quantas têm tração, como ocorre nos veículos e SUVs com tração nas quatro, os 4×4. Mas há duas diferenças nos caminhões e ônibus. Neles, o primeiro número não indica necessariamente o... Leia mais
08 JUN

Volkswagen T-Cross com motor a diesel promete consumo de 22,5 km/l, mas não vem ao Brasil

A Volkswagen lançou a motorização mais econômica para o SUV compacto T-Cross. Trata-se de um motor 1.6 turbodiesel de 95 cavalos, que promete consumo combinado de 22,5 km/l no novo padrão global de medições. Só há um pequeno detalhe. o T-Cross diesel não tem chances de ser vendido no Brasil. Isso porque uma lei dos anos 1970 proíbe veículos de passeio com motores a diesel. O combustível só é permitido em modelos com tração 4x4 e reduzida, caminhões, ônibus e... Leia mais
08 JUN

Prioridade da Renault é aliança com Nissan, diz ministro das Finanças da França

A prioridade da montadora francesa Renault é "consolidar a aliança" com a Nissan, afirmou neste sábado (8) o ministro francês das Finanças, Bruno Le Maire, dias após o colapso das conversações sobre uma eventual fusão com a Fiat Chrysler. Para ajudar a fortalecer a aliança com a Nissan, o Estado francês está disposto a "reduzir sua participação" de 15% no capital da Renault, disse Le Maire à agência France Presse à margem da reunião ministerial do G20 em Fukuoka,... Leia mais
07 JUN

O incrível motor aspirado da Mazda mais eficiente que um híbrido

O Mazda 3 será o modelo responsável por estrear o motor (Divulgação/Mazda)Um dos truques para motores a diesel serem tão eficientes (e econômicos) é que eles queimam a mistura ar-combustível por compressão, e não através das velas usadas em conjuntos a gasolina, etanol ou GNV.Só que motores a diesel são mais pesados e ainda precisam dos mais diferentes malabarismos para atender às regras de emissões, como recirculação de gases e injeção de ureia no escapamento.A novidade é... Leia mais
07 JUN

Nova RAM 2500 é flagrada no Brasil e chega às lojas até novembro

Apresentada durante o Salão de Detroit, em janeiro, a nova geração da RAM 2500 está confirmada o Brasil. Com estreia prevista para acontecer entre outubro e novembro deste ano, a picape já pode ser vista em testes com pequena quantidade de camuflagem. Viu carro não lançado? Mande foto ou vídeo para o VC no G1 ou pelo Whatsapp/Viber, no telefone (11) 94200-4444, usando a hashtag #g1carros Uma unidade do modelo foi flagrada pelo G1 na rodovia Paulo Virgínio (SP-171), no... Leia mais
07 JUN

Parisienses vítimas de atropelamentos criam primeira associação contra patinetes elétricos

Nesta semana, um grupo de parisienses atropelados inaugurou a primeira associação que milita pelos direitos das vítimas envolvidas em acidentes com o aparelho. A pianista Isabelle Van Brabant, de 60 anos, teme jamais poder voltar a tocar. No último 17 de maio, ela foi atingida pelas costas por uma patinete elétrica quando atravessava o jardim Nelson Mandela, no centro de Paris. Transportada ao hospital, recebeu um grave diagnóstico: dupla fratura no antebraço direito, nos ossos... Leia mais