Novidades

07 NOV
Teste: Fiat Argo 1.3 GSR, o problema está no câmbio

Teste: Fiat Argo 1.3 GSR, o problema está no câmbio

Além do Argo, o câmbio GSR já é aplicado em Uno e Mobi (Fiat/Divulgação)

O Argo Drive 1.3 é a versão mais atraente do hatchback da Fiat. Mais refinada do que o Argo Drive 1.0 e não tão cara quanto a configuração Precision 1.8, ele combina bom desempenho com baixo consumo de combustível.

Diante desses fatos, eu estava otimista para dirigir o Argo Drive GSR – principalmente quando soube que a Fiat fez algumas melhorias no veterano câmbio automatizado Dualogic.

Fiat fez alterações na calibração do câmbio automatizado para minimizar os trancos nas trocas de marcha (Fiat/Divulgação)

Uma das principais mudanças foi a calibração da reserva de torque nas trocas de marcha, elevando a rotação antes da próxima marcha ser engatada. Essa alteração minimizaria os trancos que tanto incomodam os motoristas em carros automatizados.

Mas na prática não é bem assim. O câmbio GSR continua indeciso para realizar as trocas, pegando o motorista de surpresa ao reduzir marchas em situações desnecessárias.

Não há logotipos identificando a presença da caixa GSR no Argo (Fiat/Divulgação)

O Argo perde embalo e sobe o giro repentinamente, aumentando o barulho dentro da cabine. Passei pelo menos duas vezes por esta situação – ambas enquanto o veículo estava no meio de subidas íngremes.

Apenas quando o veículo já está na quarta ou quinta marchas é que seu funcionamento fica mais suave – ou seja, longe da situação vivenciada no trânsito. Se serve de alento, pelo menos dá para controlar o funcionamento da caixa GSR pelas aletas atrás do volante. É só tirar o pé do acelerador enquanto a marcha é engatada para eliminar as ocorrências de trancos.

Aletas para realizar trocas sequenciais diminuem os trancos nas trocas de marcha (Fiat/Divulgação)

Do Uno (que também trocou o nome Dualogic por GSR) veio a caixa com botões em vez da alavanca convencional. É uma solução bonita de ver, mas não muito prática para realizar manobras rápidas – como quando se está dentro de um estacionamento lotado.

Botões substituem a alavanca de câmbio convencional (Fiat/Divulgação)

Desconsiderando o comportamento letárgico do câmbio automatizado, o Argo Drive 1.3 é um carro bastante atraente em seu segmento. O belo design desenvolvido no Brasil evoca tanto o Tipo europeu quanto modelos da Alfa Romeo, como a Giulietta. Mesmo assim, de alguns ângulos o Argo lembra um pouco o Volkswagen Gol e até o Hyundai HB20.

Com tela “flutuante” e saídas de ar redondas, a cabine do Argo lembra o Classe A (Fiat/Divulgação)

Já o interior parece ter sido inspirado nos compactos da Mercedes-Benz, especialmente o Classe A. Além das três saídas redondas de ar-condicionado, o Argo traz uma tela de 7 polegadas bem no centro da cabine.

É nela que são exibidos os recursos da central multimídia UConnect, que suporta os sistemas operacionais Android Auto e Apple CarPlay.

Central multimídia tem interface bonita e é fácil de operar (Fiat/Divulgação)

O painel de instrumentos oferece fácil visualização e uma tela de 3,5 polegadas entre os mostradores analógicos, que exibe as informações do computador de bordo – nem tão completa quanto a tela de TFT de 7 polegadas da versão HGT.

Tela de 3,5 polegadas exibe informações do computdor de bordo (Fiat/Divulgação)

A variedade de texturas aplicadas na cabine disfarça o excesso de plástico no acabamento, especialmente na área superior do painel. Falta um pouco de precisão nos encaixes das peças, seguindo o padrão de montagem de seus rivais.

A posição de dirigir é boa, nem tão alta quanto no Chevrolet Onix e nem excessivamente baixa como no Hyundai HB20. O banco do motorista tem um assento mais longo que apoia bem as pernas, diferente do que ocorria nos antigos Fiat.

Cintos de segurança de três pontos para todos os ocupantes do banco de trás (Fiat/Divulgação)

A calibragem da suspensão, aliás, também foge ao padrão da marca. Mais firme, ela não deixa a carroceria inclinar tanto nas curvas, algo que já estávamos acostumados com Palio e Punto. O espaço interno é bom para quem viaja atrás e o porta-malas leva 300 litros – dentro da média do segmento.

Motor 1.3 Firefly também é utilizado no Uno (Fiat/Divulgação)

O motor Firefly 1.3 de quatro cilindros em linha entrega 109/101 cv e torque máximo de 14,2/13,7 mkgf a 3.500 rpm. Em nossa pista de testes, o hatch precisou de 13,9 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h – o Argo 1.3 manual cumpriu a mesma tarefa em 12,4 segundos. A versão GSR dá o troco nas retomadas de 60 a 100 km/h (7,8 contra 12,5 segundos) e de 80 a 120 km/h (10,4 ante 21 segundos).

Mesmo com câmbio automatizado, o Argo obteve bons números de consumo, com média de 14,7 km/l na cidade e 16,5 km/l na estrada – praticamente empatando com os 14,6 km/l e 16,8 km/l da versão manual.

Revestimento peca pelo uso excessivo de plástico, mas texturas e cores disfarçam a qualidade do acabamento (Fiat/Divulgação)

O Argo Drive 1.3 GSR custa R$ 58.900 sem opcionais, ou R$ 5.000 a mais do que a mesma versão equipada com câmbio manual. Uma importante diferença a favor da versão GSR é a oferta do controle de estabilidade de série, indisponível na opção com câmbio manual.

Outros itens vindos de fábrica são assistente de partida em rampas, piloto automático, coluna de direção com regulagem de altura, segunda porta USB para o banco de trás, Isofix, ar-condicionado analógico, banco do motorista com regulagem de altura, central multimídia UConnect de 7 polegadas, chave canivete, direção elétrica, volante multifunção, repetidores de setas nos retrovisores, sistema de monitoramento de pressão dos pneus e sistema start-stop no motor.

Estilo é mais discreto do que a versão esportiva HGT (Fiat/Divulgação)

Apenas dois pacotes formam a lista de opcionais. O Kit Parking traz sensor de estacionamento traseiro e câmera de ré por R$ 1.400, e o Kit Stile oferece faróis de neblina, rodas de liga leve de 15 polegadas e pneus 185/65 R15 a R$ 1.900. Completo, o Argo GSR sai por R$ 62.200.

Mesmo com todos os opcionais, o Argo Drive 1.3 GSR é mais barato do que os rivais: R$ 62.200 (Fiat/Divulgação)

Bem equipado e moderno, o Argo Drive 1.3 GSR só padece de um câmbio verdadeiramente automático para bater seus rivais. Até porque preço mais baixo ele já tem: o Hyundai HB20 Comfort Plus sai por R$ 59.430 e o Chevrolet Onix LTZ 1.4 custa R$ 62.190.


Teste (com gasolina)

Aceleração de 0 a 100 km/h: 13,9 s
Aceleração de 0 a 1.000 m: 35,3 s – 149,8 km/h
Velocidade máxima: n/d
Retomada de 40 a 80 km/h: 6,1 s (em D)
Retomada de 60 a 100 km/h: 7,8 s (em D)
Retomada de 80 a 120 km/h: 10,4 s (em D)
Frenagens de 60/80/120 km/h a 0: 16,7/28/66,4 m
Consumo urbano: 14,7 km/l
Consumo rodoviário: 16,5 km/l

Ficha técnica – Fiat Argo Drive 1.3 GSR

  • Motor: flex, transversal, 1.332 cm3, 4 cilindros em linha, 2 válvulas por cilindro, 109 cv a 6.250 rpm e 14,2 mkgf a 3.500 (etanol), 101 cv a 6.000 rpm e 13,7 mkgf a 3.500 rpm (gasolina).
  • Câmbio: automatizado, 5 marchas, tração dianteira
  • Suspensão: McPherson (dianteira), eixo de torção (traseira)
  • Freios: discos (dianteira), tambor (traseira)
  • Direção: elétrica
  • Rodas e pneus: aço, 175/65 R14 (série), liga leve, 185/60 R15 (opcional)
  • Dimensões: comprimento, 399 cm; altura, 150 cm; largura, 172 cm; entre-eixos, 252 cm; peso, 1.140 kg; tanque, 48 litros.

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

14 MAR

Teste do especialista: toalhas mágicas deixam o carro tão seco assim?

Será que dá conta do recado? (Paulo Bau/Quatro Rodas)Ao secar o carro, por mais cuidado que se tenha, sempre ficam as indesejáveis manchas ou os fiapos soltos. O mesmo, porém, não ocorre com as toalhas sintéticas, que absorvem até cinco vezes mais que os panos comuns. Para o teste, levamos três das marcas mais populares para o nosso especialista Osmar Luongo. “Esses panos de couro sintético são superleves e muito práticos no uso, principalmente para vidros. Como atendemos a muitos... Leia mais
14 MAR

Guia de Usados: por que o Toyota Corolla geração 11 é tão valorizado

O modelo atual do Corolla chegou ao mercado brasileiro de 2014 (Divulgação/Toyota)Novo ou usado, o Toyota Corolla da geração atual (lançada em 2014) é um carro caro. Mas nem tente convencer seu público a olhar para rivais como Honda Civic, Chevrolet Cruze e Volkswagen Jetta: sua alta demanda faz com que a desvalorização do líder do segmento seja mínima.Todas as versões oferecem bom conforto e espaço adequado a cinco adultos, além do porta-malas de 470 litros. Robusto, o sedã... Leia mais
14 MAR

Exclusivo: é assim que se abre a porta do Hyundai Creta com um relógio

O mecanismo da chave fica embutido no relógio (Fernando Pires/Quatro Rodas)Desde 2018 é possível comprar um carro que pode ser aberto pelo relógio e que não seja um Aston Martin.A Key Band estreou no mercado com o Hyundai Creta 1 Million, mas em fevereiro deste ano o acessório passou a ser oferecido a qualquer proprietário da versão 2.0 Prestige do SUV.QUATRO RODAS avaliou em primeira mão o acessório, que será vendido por R$ 999 e pode ser usado tanto em modelos novos quanto... Leia mais
14 MAR

Novos Hyundai HB20 e HB20S rodam em testes pelo interior de SP

A Hyundai já prepara uma reestilização profunda em seu veículo mais popular, o HB20. O lançamento deve ser no segundo semestre, mas unidades do modelo nas carrocerias hatch (o segundo carro mais vendido do país) e sedã já rodam com disfarces pelo interior de São Paulo. Os veículos foram flagrados por equipes da TV Tem, afiliada da Globo, e do G1 Vale do Paraíba, nas cidades de Tatuí e Taubaté, respectivamente. Viu carro não lançado? Mande foto ou vídeo para o VC no... Leia mais
13 MAR

Volkswagen lança plano para reduzir custos e diz que não vai repor funcionários aposentados

A Volkswagen anunciou nesta quarta-feira (13) um plano para reduzir custos e aumentar ganhos. Entre as medidas, vai parar de repor funcionários que se aposentarem até 2023. Isso será uma contrapartida para lidar com um excedente de até 7 mil pessoas cujos cargos se tornarão dispensáveis com a maior automatização do setor administrativo prevista para o mesmo período, sobretudo na sede, em Wolfsburg, na Alemanha. Pelos cálculos da montadora, 11 mil funcionários terão... Leia mais
13 MAR

Ford anuncia demissões nos Estados Unidos

A Ford confirmou nesta quarta-feira (13) que está cortando um número não especificado de empregos nos Estados Unidos como parte de uma reorganização global anunciada no ano passado e que incluiu um fechamento de fábrica no Brasil. Said Deep, porta-voz da companhia, se recusou a dizer quantos empregos estão sendo cortados, mas disse que a empresa espera que o processo seja concluído até o fim de junho. Ele disse que a reestruturação "resultou em algumas separações de... Leia mais