Novidades

06 NOV
Comparativo: Mercedes-AMG E 63 S x Audi RS 7

Comparativo: Mercedes-AMG E 63 S x Audi RS 7

Dois alemães V8 e com mais de 600 cv: as semelhanças, porém, param por aí (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ludwig van Beethoven e Johann Sebastian Bach são dois dos maiores compositores da música clássica alemã.

É difícil apontar quem foi mais genial: alguns ficam hipnotizados pela Quinta Sinfonia, outros apontam Tocata e Fuga em Ré Menor como uma das grandes obras-primas de sua era.

Escolher um deles é tão difícil quanto definir qual é o melhor sedã esportivo: Mercedes-AMG E63S ou Audi RS 7 Performance?

Quem estiver atento notará que as versões radicais de Classe E e A7 não são rivais totalmente diretos, mas, como a Audi importa o RS 6 só na versão Avant (perua), cabe ao RS 7 a dura tarefa de encarar o E 63 S no Brasil.

O Classe E ganhou músculos após o tratamento AMG (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Apresentado em 2016, o E 63 já está na era da condução semiautônoma. Assim como o Classe E, o carro segue ajustes preestabelecidos para controlar a distância do veículo à frente a uma velocidade de até 210 km/h. O sistema freia, acelera e até faz curvas leves sem intervenção humana.

O antigo motor 5.5 V8 foi substituído pelo 4.0 V8 biturbo, que entrega 612 cv e um ronco feito para desafiar até o mais pacato dos motoristas. Mas basta assumir a direção para lembrar que o E 63 não deixou seu temperamento arisco para trás.

O RS 7 Sportback circula no Brasil há três anos, quando elevou o patamar dos sedãs superesportivos com seus 560 cv.

Linhas esportivas foram herdadas do belo A7 (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Se o visual é o mesmo desde 2014, a Audi mexeu na parte mais importante de um esportivo, injetando 45 cv no motor 4.0 V8 biturbo. São 605 cv embalados por uma sinfonia com deliciosos estampidos entre as trocas de marcha.

Ao volante, o RS 7 é mais fácil de ser domado. A direção pesada é ruim nas manobras cotidianas, mas bem calibrada para altas velocidades. Até com as assistências eletrônicas desligadas o Audi se mostra mais previsível, fazendo exatamente o que o motorista quer.

O E63 é o oposto: confortável na cidade e bastante arisco na hora da diversão. Na prática, o RS 7 é um superesportivo feito para qualquer um dirigir, enquanto o E 63 não é para amadores.

Carroceria foi alargada para acomodar rodas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Ambos vêm com tração integral, mas só o Mercedes oferece um modo de drift, no qual o veículo vira um sedã com tração traseira sem interferência do controle de estabilidade.

Assim como Bach, o E 63 S pertence a uma família tradicional, cuja fama foi construída por seus antepassados – no caso da AMG, os carros preparados em Affalterbach há exatos 50 anos.

As belas formas do Classe E foram ressaltadas pela carroceria alargada em 27 mm para acomodar as rodas de 20 polegadas calçadas com pneus 265/35 na frente e 295/30 atrás.

Aerofólio embutido se ergue acima dos 120 km/h (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O RS 7 dá o troco trazendo um visual mais provocante do que seu rival, principalmente por conta das linhas mais esportivas do A7.

As gigantescas rodas aro 21 combinam com as grandes tomadas de ar no para-choque frontal. Só o RS 7 tem um aerofólio que se ergue acima dos 120 km/h para melhorar a pressão aerodinâmica em alta velocidade.

A sensação de esportividade também é maior no Audi do lado de dentro. Os bancos abraçam melhor o corpo, e o volante tem empunhadura exemplar.

Madeira e alumínio dominam a bela cabine do Mercedes (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Bancos do E 63 S são muito confortáveis (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Já o E 63 brilha naquilo que a Mercedes-Benz sabe fazer de melhor. Sobra luxo por todos os lados, graças ao acabamento impecável e aos materiais de primeira qualidade empregados na cabine.

Há um abismo tecnológico separando os dois. Apenas na próxima geração o RS 7 terá painel digital e uma central multimídia mais completa, itens já oferecidos no E 63 S.

A idade avançada do RS 7, porém, é denunciada pela ausência das modernas assistências eletrônicas presentes no seu rival. Não há piloto automático adaptativo nem Park Assist.

Interior do Audi tem estilo conservador (Christian Castanho/Quatro Rodas)

Os bancos do RS 7 são mais envolventes e seguram melhor o corpo nas curvas (Christian Castanho/Quatro Rodas)

O E 63 S deu um banho na pista de testes, superando o RS 7 em quase todas as provas de desempenho. O Mercedes também precisou de menos espaço para parar nas medições de 60 a 0 km/h e 120 a 0 km/h e obteve números razoáveis de consumo.

Apontar o melhor compositor erudito é uma tarefa quase impossível, mas escolher o melhor sedã superesportivo é um pouco mais fácil.

O E 63 S conquistou uma vitória incontestável por ter um projeto mais moderno e entregar mais conteúdo, tecnologia e desempenho cobrando R$ 51.090 a menos – a Mercedes-Benz pede R$ 699.900 pelo E 63 S, contra os R$ 750.990 do RS 7 Performance.

Veredicto

O RS 7 ainda é um supersedã de respeito, mas foi batido pelo E63S, que é mais moderno, anda mais e custa menos.

Teste (com gasolina)

Mercedes-AMG E 63 S Audi RS 7
Aceleração de 0 a 100 km/h 3,3 s 3,7 s
Aceleração de 0 a 1.000 m 20,4 s 21,4 s
Velocidade máxima (dados de fábrica) 300 km/h 305 km/h
Retomada de 40 a 80 km/h (em D) 1,6 s 1,8 s
Retomada de 60 a 100 km/h (em D) 1,8 s 2 s
Retomada de 80 a 120 km/h (em D) 2 s 2,4 s
Frenagem de 60/80/120 km/h a 0 m 15,9/28/62,9 m 16,9/25,6/67,6 m
Consumo urbano 7,4 km/h 7 km/h
Consumo rodoviário 10,3 km/h 11,9 km/h

Ficha técnica

Mercedes-AMG E 63 S Audi RS 7
Motor gasolina., diant., longit., V8, 32V, biturbo, 3.982 cm3, 83 x 92 mm, 612 cv de 5.500 rpm a 6.250 rpm, 86,7 mkgf de 1.750 a 4.500 rpm gasolina, diant., longit., V8, 32V, biturbo, 3.993 cm3; 605 cv entre 6.100 e 6.800 rpm, 76,5 mkgf entre 2.500 e 5.500 rpm
Câmbio automático, 9 marchas, 4×4 automático, 8 marchas 4×4
Suspensão duplo A (diant.) /multilink (tras.) duplo A (diant.) e braços trapezoidais (tras.)
Freios discos ventilados nas quatro rodas discos ventilados nas quatro rodas
Direção elétrica elétrica
Rodas e pneus liga leve, 245/35 R20 (diant.) e 275/30 R20 (tras.) alumínio, 275/30 R21
Dimensões compr., 499,3 cm; largura, 206,5 cm; altura, 146,4 cm; entre-eixos, 294 cm; peso, 1.955 kg; peso/potência, 3,2 kg/cv; peso/torque, 22,5 kg/mkgf; tanque, 66 l; porta-malas, 540 l compr., 501,2 cm; altura, 141,9 cm; largura, 191,1 cm; entre-eixos, 291,5 cm; peso, 1.930 kg; peso/potência, 3,2 kg/cv; peso/torque, 25,2 kg/mkgf; tanque, 75 l; porta-malas, 535 l

Fonte: Quatro Rodas

Mais Novidades

08 NOV

Montadoras comemoram aprovação do Rota 2030 após quase 1 ano de atraso

Depois de quase 1 ano de espera, as montadoras comemoram a aprovação do Rota 2030, programa para o setor automotivo que cria regras e oferece benefício fiscal a quem investir e superar metas. Entre os temas contemplados do programa estão eficiência energética e segurança dos veículos. O Rota 2030 foi discutido durante todo o ano passado e deveria ter começado a valer em 1º de janeiro, um dia depois de o regime automotivo anterior, o Inovar Auto, terminar. Mas acabou... Leia mais
08 NOV

Chevrolet Cruze recebe quatro estrelas no Latin NCAP

O Chevrolet Cruze recebeu quatro estrelas para proteção de ocupantes adultos e crianças em testes feitos pelo Latin NCAP (Programa de Avaliação de Carros Novos para a América e o Caribe). Produzido na Argentina, o sedã traz airbags frontais e laterais de série, mas a falta de airbags de cortina e a ausência do teste de impacto em poste fizeram com que o carro perdesse uma estrela na proteção de adultos.Resultados de impacto frontal e lateral do Chevrolet Cruze foram considerados... Leia mais
08 NOV

Como funcionam os seguros para carros antigos, superesportivos e blindados

Veículos placa preta, por exemplo, podem receber cobertura de até R$ 100.000 (Denis Freitas/Quatro Rodas)Se boa parte da frota nacional circula sem seguros, mesmo tendo acesso teoricamente fácil a eles, o que dizer de superesportivos? Ou de algum clássico precioso ou até mesmo de um simples veículo blindado? Apesar de boa parte desses automóveis poder custar mais de R$ 1 milhão, protegê-los não é tarefa das mais fáceis, já que a grande maioria das seguradoras e corretores evita ao... Leia mais
08 NOV

Michel Temer assina Rota 2030 que pode deixar carros mais baratos

O presidente durante a abertura do Salão do Automóvel, em São Paulo (Cesar Itiberê/PR/Agência Brasil/Divulgação)O presidente Michel Temer assinou nesta quinta-feira (8) o decreto que regulamenta o tão aguardado Rota 2030 durante a abertura oficial do Salão do Automóvel de São Paulo. A medida provisória foi aprovada pelo Senado nesta manhã.O programa automotivo, que deveria ter sido aprovado ainda no ano passado como substituto do Inovar-Auto, cria um incentivo fiscal de até R$... Leia mais
08 NOV

Salão do Automóvel é marcado por disputa de preços entre carros elétricos

Elétrico mais vendido do mundo, Nissan Leaf fica como o mais caro da mostra paulistana (Renato Pizzutto/Quatro Rodas)Parece que, enfim, o mercado brasileiro amadureceu na direção dos carros elétricos. Chevrolet, Nissan e Renault aproveitaram o Salão do Automóvel de São Paulo para lançar seus primeiros carros 100% elétricos no país.A Chevrolet deu início ao primeiro dia de coletivas à imprensa anunciando a chegada do monovolume elétrico Bolt.Será apenas em 2019, mas a marca já... Leia mais
08 NOV

Salão de SP abre as portas para o público

Depois de dois dias de apresentação para a imprensa, o público finalmente teve acesso ao Salão do Automóvel de São Paulo 2018 às 13h desta quinta-feira (8). Os primeiros admitidos foram os visitantes que compraram os ingressos mais caros, chamados de visitantes VIPs. Por volta de 13h44, a entrada VIP foi liberada para todo o público do Salão de São Paulo. As portas principais foram abertas às 13h52, com quase 1h de atraso. ACOMPANHE O SALÃO EM TEMPO REAL São 29... Leia mais