O Up! é 37 cm menor, mas o Polo é mais gastão e anda menos (Leo Sposito/Quatro Rodas) A Volkswagen se gaba por ter a maior gama de hatches do Brasil. São cinco: Up!, Gol, Fox, Polo e Golf dividem o espaço nas lojas, os clientes e até a faixa de preços. Hoje, um Up! TSI parte de R$ 54.350 e o Polo 1.6, que não tem nome específico de versão, começa em R$ 54.990. Esta diferença só diminui se você quiser os dois mais equipados, como os carros das fotos. O Up! Pepper, série especial que substitui temporariamente a versão High, custa R$ 57.900. O Polo 1.6 mais completo custa R$ 57.590 com o Connect Pack: rodas de liga leve aro 15, computador de bordo I-System, central multimídia com Android Auto e CarPlay, volante multifuncional e controle de estabilidade combinado com assistente de partida em rampa. O Fox também entra nessa faixa de preço. A nova versão Xtreme, com jeitão meio aventureiro e meio esportivo, também custa R$ 57.590. Mas seu projeto tem 14 anos e o fim está cada vez mais próximo do hatch. Por fora, o Polo não parece ser tão básico como é (Leo Sposito/Quatro Rodas) Polo e Up!, porém, têm construção luxuosa para os padrões locais. Usam plataformas modernas (PQ12 no Up! e MQB A0 no Polo), estrutura com aços de ultra resistência e estampados a quente e soldas a laser. Só não dá para dizer que são igualmente seguros: quando o Up! recebeu 5 estrelas no Latin NCAP, controle de estabilidade não era mandatório para nota máxima. Hoje, não receberia mais que 3 estrelas. Já o Polo, recentemente foi avaliado e recebeu 5 estrelas sob os novos requisitos. Esse é o Up! mais legal que você pode comprar hoje. Além da tampa preta característica dos TSI, tem aerofólio e teto pintados de preto e rodas aro 15 diamantadas. Mas quem o faz ser o tal é o motor 1.0 TSI, que combina turbocompressor, injeção direta, duplo comando variável e intercooler para render 105 cv e 16,8 mkgf a 1.500 rpm – o que basta para sair por aí cantando pneus sem querer. Também é possível antecipar as trocas de marcha para que o motor trabalhe em giros baixos. Série Pepper tem tampa e o aerofólio pretos (Leo Sposito/Quatro Rodas) Motor 1.0 TSI no Polo, só nas versões mais caras – e com 128 cv. Mas o hatch premium se mostra bem servido com o 1.6 16V MSI. São 117 cv e 16,5 mkgf – 3 cv e 0,3 mkgf a menos que os extintos Fox Highline, CrossFox e Golf 1.6. O câmbio é o mesmo MQ200 do Up!, manual de cinco marchas. Parece que esse conjunto nasceu para o Polo. As marchas são bem escalonadas: não parecem encurtadas para dar uma falsa sensação de agilidade, nem alongadas em demasia. A entrega de força do motor é linear e progressiva. Não impressiona, mas está longe de desapontar. O acabamento interno do Polo é limpes e tem revestimento de plástico (Leo Sposito/Quatro Rodas) Na pista de testes, o Up! andou mais e consumiu menos que o Polo. Nas provas de 0 a 100 km/h, o Up! ficou com o tempo de 11,7 segundos, enquanto o Polo conseguiu 12,4 segundos. Nas medições de consumo, as médias do Up! foram de 15,1 km/l na cidade e 18,8 km/l na estrada, contra 12,8 e 17,2 km/l, respectivamente, do Polo. Mais leve, o Up! também leva vantagem nas retomadas e frenagens. Convenhamos que o Polo não está mal servido de motor. Também é bom de dirigir: sua suspensão preza pelo conforto e filtra as irregularidades do asfalto sem prejudicar o comportamento dinâmico. Melhor que o Up!, que é mais firme e não lida tão bem com buracos e relevos. Interior do Up! usa brilhos e reflexos a seu favor. O volante é o mesmo do Polo, mas tem forração de couro (Leo Sposito/Quatro Rodas) O problema do Polo está em justificar a compra. Não há os equipamentos vistosos das versões mais caras, como quadro de instrumentos digital, ar-condicionado com saída para o banco de trás, freios a disco nas quatro rodas (tem tambor nas rodas traseiras) e câmbio automático. Na verdade, tem o trivial. Ou quase isso. Ar-condicionado, direção elétrica, travas e vidros elétricos, Isofix, banco do motorista com ajuste de altura e os importantes quatro airbags são de série no Polo 1.6. Mas ajuste elétrico dos retrovisores, faróis de neblina, regulagem de altura para o volante e sensor de ré não estão disponíveis nem mesmo como opcionais. Para ter isso, só pagando R$ 7.600 a mais pela versão Comfortline TSI (R$ 65.190). Por ser 37 cm maior, Polo acaba sendo mais espaçoso (Leo Sposito/Quatro Rodas) Atrás o Polo leva realmente 5 pessoas (Leo Sposito/Quatro Rodas) O interior com aspecto pobre não ajuda. Plásticos são duros e ásperos, principalmente no console central. Só as maçanetas internas pretas e a central multimídia destoam dos tons de cinza. Não é o que se espera de um hatch premium. O caso do Up! é o oposto. A despeito da lataria exposta nas portas, o interior revela uma preocupação com texturas e apliques que não se espera de um carro desse tamanho. Tem faixa brilhante que imita fibra de carbono no painel e mimos da versão, como iluminação ambiente, bancos de couro sintético, volante de couro, acendimento automático dos faróis e sensores de chuva e estacionamento. Up! pode até ser mais bonito por dentro, mas peca no espaço (Leo Sposito/Quatro Rodas) Na traseira, o hatch compacto não possui vidros elétricos (Leo Sposito/Quatro Rodas) O Up! tem tudo o que falta no Polo, embora tenha suas dívidas. Fazem falta os vidros elétricos traseiros, o controle de estabilidade (só tem de tração) e, claro, os airbags laterais. Vale dizer que o rádio do Up! é legal, tem tela colorida e é bastante funcional, mas não é uma central multimídia de verdade. Sua virtude é ser compatível com um aplicativo que usa smartphones para exibir o navegador GPS e informações do carro. O Polo tenta dar o troco em espaço interno. Com 14 cm a mais no entre-eixos e 10,6 cm mais largo, é inegavelmente mais espaçoso. Leva cinco de verdade, ao contrário do Up!. Contudo, seu porta-malas, de 300 litros, não mostra tanta vantagem frente aos 285 do Up!. Pelo contrário: o hatch menor tem uma prática prateleira móvel que divide o compartimento em dois níveis. Porta-malas do Polo é maior com 300 litros (Leo Sposito/Quatro Rodas) Com 285 litros (15 a menos que o Polo), o Up! não fica em desvantagem por conta da prática prateleira móvel (Leo Sposito/Quatro Rodas) Em nossa opinião, o erro do Polo 1.6 está em não entregar o que o consumidor de hatches dessa faixa de preço quer, que são equipamentos que fazem falta no dia a dia. O câmbio automático, cada vez mais procurado, deveria estar disponível ao menos como opcional para o 1.6. Mais pobre, o Polo só é uma escolha válida para quem pretende andar com o carro cheio e não quer partir para um sedã. O Up! é mais equipado, tem acabamento melhor e concentra em si a diversão de um esportivo e a eficiência de um híbrido. É a razão e a emoção. Quase R$ 60.000 por um Up! soa exagerado (e é muito), mas ele tem quase tudo de que você precisa no dia a dia e por isso venceu o comparativo. Esta versão do Polo não parece ter sido criada para vender. Paga-se caro por um hatch que desagrada pela falta de equipamentos obrigatórios nessa faixa de preço, como o sensor de estacionamento ou retrovisores externos elétricos.
Fonte:
Quatro Rodas
Veredicto
Teste de pista (com gasolina)
Polo 1.6
Up! TSI
Aceleração de 0 a 100 km/h
12,4 s
11,7 s
Aceleração de 0 a 1.000 m
33,8 s
32,8 s
Retomada de 40 a 80 km/h (em 3ª)
7,9 s
6,5 s
Retomada de 60 a 100 km/h (em 4ª)
11,7 s
9,8 s
Retomada de 80 a 120 km/h (em 5ª)
18,8 s
15 s
Frenagem de 60 / 80 / 120 km/h a 0 em m
16,5/28,9/69,9 m
16,8/27,7/65,7 m
Consumo urbano e rodoviário
12,8 km/l e 17,2 km/l
15,1 km/l e 18,8 km/l
Seguro
R$ 4.079
R$ 3.630
Revisões (6)
R$ 3.016
R$ 3.104
Ficha técnica
Polo 1.6
Up! TSI
Motor
flex, diant., transv., 4 cil, 1.598 cm3, 16V, 117/110 cv a 5.750 rpm, 16,5 mkgf a 4.000 rpm
flex, diant., transv., 3 cil, 999 cm3, 12V, 105/101 cv a 5.000 rpm, 16,8 mkgf a 1.500 rpm
Câmbio
manual, 5 marchas, tração dianteira
manual, 5 marchas, tração dianteira
Suspensão
McPherson (d) e eixo de torção (t)
McPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios
discos vent. (d) e tambor (t)
discos vent. (d) e tambor (t)
Direção
elétrica
elétrica
Rodas e pneus
liga leve, 185/60 R15
liga leve, 185/60 R15
Dimensões
compr., 405,7 cm; largura, 175,1 cm; altura, 146,8 cm; entre-eixos, 256,5 cm; peso, 1.083kg; peso/potência, 9,26 kg/cv; peso/torque, 65,64 kg/mkgf; tanque, 52 l; porta-malas, 300 l
compr., 368,9 cm; largura, 164,5 cm; altura, 150,4 cm; entre-eixos, 242,1 cm; peso, 971 kg; peso/potência, 9,25 kg/cv; peso/torque, 57,80 kg/mkgf; tanque, 50 l; porta-malas, 285 l
Comparativo: Novo Polo 1.6 x Up! TSI, briga de irmãos
Mais Novidades
09 MAI
Como a BMW levou um motor 2.0 a 620 cv e 50% de eficiência térmica
Novo motor tem a metade dos cilindros do usado na temporada passada (BMW/Divulgação)A nova temporada do Campeonato Alemão de Carros de Turismo – DTM – começa neste mês e marca o fim da era dos motores V8.Se por um lado isso culminou no abandono da Mercedes-AMG, a BMW criou um motor 2.0 turbo três vezes mais potente que o usado nos BMW X1 e Mini Cooper S.É um downsizing até mesmo para o BMW M4, que representará a fabricante bávara nesta temporada.Os 431 cv gerados pelo seis...
Leia mais
09 MAI
Impressões: dirigimos o supertrator de 9 metros com preço de Porsche 911
A 12M atinge 47km/h de velocidade, o que é bastante para um uso na terra (Fernando Pires/Quatro Rodas)A curiosidade de dirigir uma máquina pesada foi o que me levou a procurar a Caterpillar. O modelo escolhido foi uma motoniveladora, que me assustou já no primeiro contato: não tinha volante. No lugar, havia um joystick. Ou seja: além de dirigir esse monstro, fiz isso por meio de um joystick, o que para mim era coisa de carro experimental, como o Mercedes F200, de 1996, e o Honda Micro...
Leia mais
09 MAI
Brasil pode produzir tecnologia para carros híbridos nos próximos anos, dizem autopeças
Um consenso na indústria automotiva é que o Brasil está atrasado na produção local de tecnologias. O país não produz sequer transmissões automáticas. No entanto, o aumento na demanda por veículos mais eficientes iniciou um movimento de nacionalização de tecnologias. A americana BorgWarner, que produz turbocompressores para veículos de passeio, afirma que planeja fazer também sistemas híbridos no Brasil. “Acreditamos que daqui 3 ou 5 anos, se houver demanda, seja...
Leia mais
09 MAI
Esposa de Carlos Ghosn nega ligação com empresa que comprou iate
A esposa do ex-presidente da Nissan, o brasileiro Carlos Ghosn, negou nesta quinta-feira (9) qualquer relação com uma empresa privada que comprou um iate com fundos desviados da montadora japonesa e também explicou o motivo do casal ter comemorado de graça sua festa de casamento no Palácio de Versalhes. Carole Ghosn, uma cidadã americana e libanesa, concedeu entrevista por videoconferência de Nova York com o jornal japonês "Nikkei", na qual ela negou qualquer conexão com os...
Leia mais
08 MAI
Chevrolet Spin 2020 troca versão LTZ pela “de luxo” Premier por R$ 84.390
Nova versão é virtualmente igual a LTZ (Divulgação/Chevrolet)A boa notícia é que o Chevrolet Spin ganhou uma nova versão topo de linha no modelo 2020. A não tão alvissareira assim é que ela será virtualmente igual à atual LTZ.QUATRO RODAS descobriu a mudança antes do anúncio oficial, que será feito na manhã desta quarta-feira (9).O monovolume seguirá o mesmo caminho do Tracker, que trocou a versão LTZ pela Premier na linha 2018. A única novidade para o SUV foi a adoção de...
Leia mais
08 MAI
Onze carros que são mais legais e custam menos que um Honda HR-V Touring
Carros legais que você pode comprar pelo preço de um HR-V Touring (Arte/Quatro Rodas)A redação de QUATRO RODAS arregalou os olhos quando a Honda anunciou o preço do HR-V Touring 2020: R$ 139.900, R$ 28 mil a mais do que segunda versão mais cara da linha, a EXL 1.8 flex.Nem as previsões mais pessimistas apontariam que um SUV compacto como o HR-V chegaria tão perto de R$ 140 mil. O valor parece tão desproporcional que faz até um Toyota Corolla Altis e seus R$ 118.990 parecer um...
Leia mais