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O investimento de R$ 6,5 bilhões da GM para produção de uma nova família de veículos no Brasil exclui a planta da montadora em São José dos Campos (SP). Em crise desde 2012, quando começou a ser esvaziada com o fechamento de quatro linhas de produção, a unidade é considerada pouco competitiva pela multinacional.

O anúncio do aporte destinado ao Brasil aconteceu nesta terça-feira (28) e faz parte de um plano global para produção de carros a mercados emergentes, como Brasil e Índia. O investimento total da montadora no Brasil chega a R$ 13 bilhões.

Na ocasião, Dan Ammann, presidente da GM, disse que a fábrica do Vale do Paraíba não é competitiva para produção de carros de passeio. Com isso, as unidades de Gravataí (RS) e São Caetano do Sul (SP) devem receber o investimento, já que não estão previstas novas fábricas no país.

Atualmente, a unidade de São José, que já chegou a empregar mais de 8 mil trabalhadores, tem cerca de 5 mil funcionários.

Desde 15 de junho, 1,7 mil funcionários da planta, que produz os modelos Trailblazer e S-10, estão em férias coletivas. Desde 2012, a montadora vem adotando sucessivamente a suspensão temporária dos contratos de trabalho 'layoff' para adequar a produção à demanda.

Sindicato
Desde 2013 o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos negociava a vinda do aporte para a cidade. Entre as medidas adotadas na época para obter o acordo com a montadora, estão redução do piso salarial dos novos operários, negociações que possibilitaram demissões, além da instalação de um parque industrial de fornecedores vizinho à unidade e isenção fiscal.

Para a entidade, a empresa deixou de cumprir um acordo público, por ter sinalizado que a planta de São José teria prioridade para novos investimentos. "Não fomos notificados oficialmente sobre essa decisão da GM de não contemplar São José, mas se for isso mesmo, vamos tentar reverter. Entendo que demos a competitividade que eles pediram, nós fizemos sacrifícios, a culpa [pela falta de competitividade] não pode ser atribuída ao sindicato", disse o presidente do sindicato, Antônio Ferreira de Barros 'Macapá'.

A prefeitura de São José dos Campos, que na época participou das negociações oferecendo benefícios à montadora para atrair o investimento, informou que vai procurar a GM para obter mais informações sobre o caso.

O governo afirma ainda que também não foi comunicado oficialmente da decisão, mas que lamenta que o acordo firmado entre sindicato e GM não esteja sendo efetivado.